A relação entre Estados Unidos e Ucrânia alcançou um novo patamar de tensão nesta sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025, quando o presidente americano Donald Trump elevou o tom contra Volodymyr Zelensky durante um encontro na Casa Branca. Em uma reunião de 45 minutos no Salão Oval, transmitida ao vivo, Trump acusou o líder ucraniano de ser “desrespeitoso” com os EUA e de brincar com o risco de uma “Terceira Guerra Mundial” ao resistir a um acordo para encerrar o conflito iniciado pela Rússia em 2022. A pressão culminou com a assinatura de um pacto que cede aos EUA direitos de exploração de minerais raros ucranianos, um movimento visto como troca por garantias de segurança contra Moscou.
O embate começou nos últimos dez minutos da reunião, quando Zelensky expressou dúvidas sobre a confiabilidade de Vladimir Putin em cumprir promessas de paz. Trump, que desde o início de seu segundo mandato em janeiro se aproximou do líder russo, respondeu com irritação, afirmando que a resistência ucraniana ameaça milhões de vidas e desrespeita o apoio americano. A troca de farpas públicas reflete um racha crescente entre os dois líderes, agravado por negociações entre EUA e Rússia que excluem a Ucrânia e irritam aliados europeus.
Apesar da tensão, Zelensky cedeu à pressão e assinou o acordo mineral, que Trump chamou de “justo” e “um grande compromisso”. O pacto envolve terras ricas em minerais estratégicos, concentradas no leste da Ucrânia, e os lucros irão diretamente para os EUA. O líder ucraniano, por sua vez, disse estar “esperançoso” de que o acordo seja um avanço, mas insistiu em discutir o que Washington está disposto a oferecer em troca além de promessas vagas de proteção.
President Donald J. Trump and Vice President JD Vance put AMERICA FIRST. pic.twitter.com/AkAvzKpcpb
— The White House (@WhiteHouse) February 28, 2025
Atrito no Salão Oval expõe fragilidade ucraniana
A reunião entre Trump e Zelensky no Salão Oval foi marcada por um clima de confronto que surpreendeu até mesmo os assessores presentes. O vice-presidente americano, JD Vance, interveio para repreender Zelensky por debater abertamente diante da imprensa, chamando a atitude de “desrespeitosa”. Trump, então, elevou o tom, ameaçando retirar o apoio dos EUA caso a Ucrânia não aceite um acordo com a Rússia. “Ou vocês fazem um acordo, ou estamos fora. E se estivermos fora, vocês lutam sozinhos”, declarou, em uma fala que ecoou como ultimato.
Zelensky rebateu, acusando Trump de ser leniente com Putin, a quem chamou de “assassino”. A resposta do americano foi direta: ele insistiu que a Ucrânia depende do suporte dos EUA, que já investiu bilhões desde o início da guerra, e que o tempo para negociações está se esgotando. O embate expôs a vulnerabilidade de Kiev, que, após três anos de conflito, enfrenta uma Rússia fortalecida e uma mudança na postura americana, antes firme sob o governo Biden.
Dias antes, Trump já havia acirrado a retórica ao chamar Zelensky de “ditador sem eleições” em redes sociais, uma referência à suspensão das eleições ucranianas sob lei marcial desde 2022. A troca de acusações públicas entre os dois líderes evidencia um desgaste que pode alterar o rumo do conflito e o papel dos EUA como aliado de Kiev.
Negociações com Putin avançam sem Europa e Ucrânia
Enquanto pressiona Zelensky, Trump intensifica o diálogo direto com Vladimir Putin, com quem diz ter tido “boas conversas” nos últimos dias. As negociações entre EUA e Rússia, que começaram em meados de fevereiro, têm como objetivo um cessar-fogo na Ucrânia, mas excluem tanto o governo ucraniano quanto países da União Europeia, gerando críticas internacionais. Líderes europeus, como o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, alertam que um acordo imposto sem a participação de Kiev pode recompensar a agressão russa.
Na quinta-feira, 27 de fevereiro, Trump recebeu Starmer na Casa Branca e reiterou sua visão de que a paz deve ser alcançada rapidamente. Durante a coletiva conjunta, ele interrompeu o britânico para defender o acordo mineral com a Ucrânia como uma forma de compensar os bilhões gastos pelos EUA no conflito. Starmer, por sua vez, pediu uma solução “firme, mas justa”, sem vantagens para Moscou, e anunciou uma reunião de 18 países europeus no domingo, 2 de março, para discutir a crise.
A exclusão da Ucrânia das conversas com Putin reflete uma guinada na política externa americana. Trump descartou a entrada de Kiev na Otan, uma possibilidade debatida durante o governo Biden, e sinalizou que os EUA não enviarão mais tropas ou armas significativas, deixando a Europa sob pressão para assumir maior responsabilidade na segurança regional.
Minerais raros entram na mesa de negociação
Um dos pontos centrais do acordo assinado nesta sexta-feira é a exploração de terras raras ucranianas, ricas em minerais como lítio, cobalto e neodímio, essenciais para tecnologias como baterias e equipamentos militares. Localizadas principalmente no leste do país, essas áreas estão parcialmente sob controle russo, o que complica a implementação do pacto. Trump apresentou o acordo como uma contrapartida ao apoio americano, estimado em mais de 350 bilhões de dólares desde 2022.
A pressão para ceder esses recursos não é nova. Em janeiro, o enviado especial americano Keith Kellogg sugeriu vincular a ajuda militar à disposição ucraniana de negociar tanto com a Rússia quanto com os EUA em termos econômicos. Zelensky, inicialmente resistente, acabou cedendo diante da ameaça de corte total no suporte americano, uma decisão que divide opiniões em Kiev entre pragmatismo e capitulação.
O controle desses minerais dá aos EUA uma vantagem estratégica em um momento de competição global com a China, que domina o mercado de terras raras. Para a Ucrânia, porém, o acordo significa abrir mão de uma riqueza potencial em troca de segurança incerta, já que Putin não deu garantias públicas de respeitar um cessar-fogo.
Cronologia da escalada entre Trump e Zelensky
O embate entre os dois líderes não surgiu do nada. Confira os principais momentos recentes que levaram à crise atual:
- 12 de fevereiro: Trump anuncia negociações diretas com Putin para encerrar a guerra, excluindo a Ucrânia.
- 19 de fevereiro: Zelensky critica Trump por alinhamento com Moscou, e o americano o chama de “ditador sem eleições”.
- 26 de fevereiro: Trump descarta a entrada da Ucrânia na Otan, contrariando aliados europeus.
- 27 de fevereiro: Em coletiva com Starmer, Trump evita pedido de desculpas e confirma reunião com Zelensky.
- 28 de fevereiro: Reunião na Casa Branca termina em bate-boca e assinatura do acordo mineral.
Essa sequência de eventos mostra uma deterioração rápida na relação entre Washington e Kiev, com Trump priorizando interesses americanos e uma solução rápida para o conflito.
Reações internacionais e o futuro da Otan
A postura de Trump gerou alarme na Europa, onde líderes temem que um acordo favorável à Rússia enfraqueça a segurança continental. O ministro da Defesa alemão lamentou que concessões a Putin estejam sendo feitas antes mesmo de as negociações avançarem, enquanto o francês alertou que uma Ucrânia fragilizada pode ampliar o conflito. A chefe da diplomacia da UE foi categórica ao dizer que “qualquer acordo pelas costas da Europa não funcionará”.
Starmer, em Washington, defendeu que a Otan aumente seus investimentos, mas Trump, apesar de apoiar a defesa coletiva da aliança, sugeriu que os EUA reduzirão seu papel, pressionando os europeus a liderarem a resposta à Rússia. A exclusão da Ucrânia da Otan, confirmada na quarta-feira, dia 26, é vista como um golpe nas aspirações de Kiev e uma vitória para Putin, que sempre se opôs à expansão da aliança.
A reunião de 18 países europeus no Reino Unido, marcada para o próximo domingo, deve buscar alternativas para contrabalançar a influência americana e russa na região. A possibilidade de enviar tropas de paz europeias, rejeitada por Moscou, também está em discussão.
O que está em jogo com o acordo mineral
O pacto assinado nesta sexta-feira não é apenas econômico, mas geopolítico. Veja os principais pontos em disputa:
- Minerais estratégicos: Lítio e neodímio são cruciais para a indústria americana, reduzindo a dependência da China.
- Segurança ucraniana: O acordo promete proteção dos EUA, mas sem garantias específicas contra a Rússia.
- Controle territorial: Áreas ricas em minerais no leste seguem disputadas, com risco de conflito renovado.
- Relação com a Europa: A exclusão da UE das negociações tensiona a parceria transatlântica.
Para Zelensky, o acordo é uma aposta arriscada: ele mantém os EUA como aliados, mas a custo de soberania econômica e incerteza militar. Trump, por outro lado, vê na exploração mineral uma forma de justificar os gastos americanos e reforçar sua imagem de negociador implacável.
Pressão de Trump muda o jogo na Ucrânia
A estratégia de Trump de usar a força diplomática e ameaças para dobrar Zelensky marca uma ruptura com a política de Biden, que priorizava o apoio militar irrestrito à Ucrânia. Desde janeiro, o presidente americano busca cumprir sua promessa de campanha de encerrar a guerra rapidamente, mesmo que isso signifique concessões a Putin e sacrifícios para Kiev. O acordo mineral é apenas uma peça nesse tabuleiro, que inclui conversas diretas com Moscou e a redução do papel dos EUA na Otan.
Na Casa Branca, Trump deixou claro que считает (considera, em russo) Putin um parceiro confiável para a paz, uma visão que contrasta com a desconfiança de Zelensky e da Europa. A pressão sobre o líder ucraniano, somada às críticas públicas, sugere que Washington está disposto a sacrificar parte da autonomia de Kiev para alcançar seus objetivos. O resultado prático disso ainda é incerto, mas o clima de hostilidade no Salão Oval indica que a relação entre os dois países não será a mesma.
A assinatura do acordo mineral, embora celebrada por Trump como um triunfo, levanta dúvidas sobre sua durabilidade. Sem a presença da Ucrânia nas negociações com a Rússia e com a Europa buscando se reafirmar, o caminho para a paz segue tortuoso. A ameaça de uma “Terceira Guerra Mundial”, evocada por Trump, pode ser retórica, mas reflete o peso das decisões tomadas nesta sexta-feira.

A relação entre Estados Unidos e Ucrânia alcançou um novo patamar de tensão nesta sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025, quando o presidente americano Donald Trump elevou o tom contra Volodymyr Zelensky durante um encontro na Casa Branca. Em uma reunião de 45 minutos no Salão Oval, transmitida ao vivo, Trump acusou o líder ucraniano de ser “desrespeitoso” com os EUA e de brincar com o risco de uma “Terceira Guerra Mundial” ao resistir a um acordo para encerrar o conflito iniciado pela Rússia em 2022. A pressão culminou com a assinatura de um pacto que cede aos EUA direitos de exploração de minerais raros ucranianos, um movimento visto como troca por garantias de segurança contra Moscou.
O embate começou nos últimos dez minutos da reunião, quando Zelensky expressou dúvidas sobre a confiabilidade de Vladimir Putin em cumprir promessas de paz. Trump, que desde o início de seu segundo mandato em janeiro se aproximou do líder russo, respondeu com irritação, afirmando que a resistência ucraniana ameaça milhões de vidas e desrespeita o apoio americano. A troca de farpas públicas reflete um racha crescente entre os dois líderes, agravado por negociações entre EUA e Rússia que excluem a Ucrânia e irritam aliados europeus.
Apesar da tensão, Zelensky cedeu à pressão e assinou o acordo mineral, que Trump chamou de “justo” e “um grande compromisso”. O pacto envolve terras ricas em minerais estratégicos, concentradas no leste da Ucrânia, e os lucros irão diretamente para os EUA. O líder ucraniano, por sua vez, disse estar “esperançoso” de que o acordo seja um avanço, mas insistiu em discutir o que Washington está disposto a oferecer em troca além de promessas vagas de proteção.
President Donald J. Trump and Vice President JD Vance put AMERICA FIRST. pic.twitter.com/AkAvzKpcpb
— The White House (@WhiteHouse) February 28, 2025
Atrito no Salão Oval expõe fragilidade ucraniana
A reunião entre Trump e Zelensky no Salão Oval foi marcada por um clima de confronto que surpreendeu até mesmo os assessores presentes. O vice-presidente americano, JD Vance, interveio para repreender Zelensky por debater abertamente diante da imprensa, chamando a atitude de “desrespeitosa”. Trump, então, elevou o tom, ameaçando retirar o apoio dos EUA caso a Ucrânia não aceite um acordo com a Rússia. “Ou vocês fazem um acordo, ou estamos fora. E se estivermos fora, vocês lutam sozinhos”, declarou, em uma fala que ecoou como ultimato.
Zelensky rebateu, acusando Trump de ser leniente com Putin, a quem chamou de “assassino”. A resposta do americano foi direta: ele insistiu que a Ucrânia depende do suporte dos EUA, que já investiu bilhões desde o início da guerra, e que o tempo para negociações está se esgotando. O embate expôs a vulnerabilidade de Kiev, que, após três anos de conflito, enfrenta uma Rússia fortalecida e uma mudança na postura americana, antes firme sob o governo Biden.
Dias antes, Trump já havia acirrado a retórica ao chamar Zelensky de “ditador sem eleições” em redes sociais, uma referência à suspensão das eleições ucranianas sob lei marcial desde 2022. A troca de acusações públicas entre os dois líderes evidencia um desgaste que pode alterar o rumo do conflito e o papel dos EUA como aliado de Kiev.
Negociações com Putin avançam sem Europa e Ucrânia
Enquanto pressiona Zelensky, Trump intensifica o diálogo direto com Vladimir Putin, com quem diz ter tido “boas conversas” nos últimos dias. As negociações entre EUA e Rússia, que começaram em meados de fevereiro, têm como objetivo um cessar-fogo na Ucrânia, mas excluem tanto o governo ucraniano quanto países da União Europeia, gerando críticas internacionais. Líderes europeus, como o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, alertam que um acordo imposto sem a participação de Kiev pode recompensar a agressão russa.
Na quinta-feira, 27 de fevereiro, Trump recebeu Starmer na Casa Branca e reiterou sua visão de que a paz deve ser alcançada rapidamente. Durante a coletiva conjunta, ele interrompeu o britânico para defender o acordo mineral com a Ucrânia como uma forma de compensar os bilhões gastos pelos EUA no conflito. Starmer, por sua vez, pediu uma solução “firme, mas justa”, sem vantagens para Moscou, e anunciou uma reunião de 18 países europeus no domingo, 2 de março, para discutir a crise.
A exclusão da Ucrânia das conversas com Putin reflete uma guinada na política externa americana. Trump descartou a entrada de Kiev na Otan, uma possibilidade debatida durante o governo Biden, e sinalizou que os EUA não enviarão mais tropas ou armas significativas, deixando a Europa sob pressão para assumir maior responsabilidade na segurança regional.
Minerais raros entram na mesa de negociação
Um dos pontos centrais do acordo assinado nesta sexta-feira é a exploração de terras raras ucranianas, ricas em minerais como lítio, cobalto e neodímio, essenciais para tecnologias como baterias e equipamentos militares. Localizadas principalmente no leste do país, essas áreas estão parcialmente sob controle russo, o que complica a implementação do pacto. Trump apresentou o acordo como uma contrapartida ao apoio americano, estimado em mais de 350 bilhões de dólares desde 2022.
A pressão para ceder esses recursos não é nova. Em janeiro, o enviado especial americano Keith Kellogg sugeriu vincular a ajuda militar à disposição ucraniana de negociar tanto com a Rússia quanto com os EUA em termos econômicos. Zelensky, inicialmente resistente, acabou cedendo diante da ameaça de corte total no suporte americano, uma decisão que divide opiniões em Kiev entre pragmatismo e capitulação.
O controle desses minerais dá aos EUA uma vantagem estratégica em um momento de competição global com a China, que domina o mercado de terras raras. Para a Ucrânia, porém, o acordo significa abrir mão de uma riqueza potencial em troca de segurança incerta, já que Putin não deu garantias públicas de respeitar um cessar-fogo.
Cronologia da escalada entre Trump e Zelensky
O embate entre os dois líderes não surgiu do nada. Confira os principais momentos recentes que levaram à crise atual:
- 12 de fevereiro: Trump anuncia negociações diretas com Putin para encerrar a guerra, excluindo a Ucrânia.
- 19 de fevereiro: Zelensky critica Trump por alinhamento com Moscou, e o americano o chama de “ditador sem eleições”.
- 26 de fevereiro: Trump descarta a entrada da Ucrânia na Otan, contrariando aliados europeus.
- 27 de fevereiro: Em coletiva com Starmer, Trump evita pedido de desculpas e confirma reunião com Zelensky.
- 28 de fevereiro: Reunião na Casa Branca termina em bate-boca e assinatura do acordo mineral.
Essa sequência de eventos mostra uma deterioração rápida na relação entre Washington e Kiev, com Trump priorizando interesses americanos e uma solução rápida para o conflito.
Reações internacionais e o futuro da Otan
A postura de Trump gerou alarme na Europa, onde líderes temem que um acordo favorável à Rússia enfraqueça a segurança continental. O ministro da Defesa alemão lamentou que concessões a Putin estejam sendo feitas antes mesmo de as negociações avançarem, enquanto o francês alertou que uma Ucrânia fragilizada pode ampliar o conflito. A chefe da diplomacia da UE foi categórica ao dizer que “qualquer acordo pelas costas da Europa não funcionará”.
Starmer, em Washington, defendeu que a Otan aumente seus investimentos, mas Trump, apesar de apoiar a defesa coletiva da aliança, sugeriu que os EUA reduzirão seu papel, pressionando os europeus a liderarem a resposta à Rússia. A exclusão da Ucrânia da Otan, confirmada na quarta-feira, dia 26, é vista como um golpe nas aspirações de Kiev e uma vitória para Putin, que sempre se opôs à expansão da aliança.
A reunião de 18 países europeus no Reino Unido, marcada para o próximo domingo, deve buscar alternativas para contrabalançar a influência americana e russa na região. A possibilidade de enviar tropas de paz europeias, rejeitada por Moscou, também está em discussão.
O que está em jogo com o acordo mineral
O pacto assinado nesta sexta-feira não é apenas econômico, mas geopolítico. Veja os principais pontos em disputa:
- Minerais estratégicos: Lítio e neodímio são cruciais para a indústria americana, reduzindo a dependência da China.
- Segurança ucraniana: O acordo promete proteção dos EUA, mas sem garantias específicas contra a Rússia.
- Controle territorial: Áreas ricas em minerais no leste seguem disputadas, com risco de conflito renovado.
- Relação com a Europa: A exclusão da UE das negociações tensiona a parceria transatlântica.
Para Zelensky, o acordo é uma aposta arriscada: ele mantém os EUA como aliados, mas a custo de soberania econômica e incerteza militar. Trump, por outro lado, vê na exploração mineral uma forma de justificar os gastos americanos e reforçar sua imagem de negociador implacável.
Pressão de Trump muda o jogo na Ucrânia
A estratégia de Trump de usar a força diplomática e ameaças para dobrar Zelensky marca uma ruptura com a política de Biden, que priorizava o apoio militar irrestrito à Ucrânia. Desde janeiro, o presidente americano busca cumprir sua promessa de campanha de encerrar a guerra rapidamente, mesmo que isso signifique concessões a Putin e sacrifícios para Kiev. O acordo mineral é apenas uma peça nesse tabuleiro, que inclui conversas diretas com Moscou e a redução do papel dos EUA na Otan.
Na Casa Branca, Trump deixou claro que считает (considera, em russo) Putin um parceiro confiável para a paz, uma visão que contrasta com a desconfiança de Zelensky e da Europa. A pressão sobre o líder ucraniano, somada às críticas públicas, sugere que Washington está disposto a sacrificar parte da autonomia de Kiev para alcançar seus objetivos. O resultado prático disso ainda é incerto, mas o clima de hostilidade no Salão Oval indica que a relação entre os dois países não será a mesma.
A assinatura do acordo mineral, embora celebrada por Trump como um triunfo, levanta dúvidas sobre sua durabilidade. Sem a presença da Ucrânia nas negociações com a Rússia e com a Europa buscando se reafirmar, o caminho para a paz segue tortuoso. A ameaça de uma “Terceira Guerra Mundial”, evocada por Trump, pode ser retórica, mas reflete o peso das decisões tomadas nesta sexta-feira.
