No dia 2 de março de 2025, o Dolby Theatre, em Los Angeles, foi palco da 97ª edição do Oscar, onde Anora, escrito e dirigido por Sean Baker, levou o prêmio de Melhor Roteiro Original, superando fortes concorrentes como The Brutalist, A Real Pain, September 5 e The Substance. A trama, centrada em Ani, uma trabalhadora sexual de Brooklyn interpretada por Mikey Madison, que se casa impulsivamente com Vanya, filho de um oligarca russo vivido por Mark Eydelshteyn, conquistou a Academia com sua mistura única de comédia, drama e crítica social. Antes dessa vitória, o filme já havia se destacado na temporada de premiações, ganhando o Palme d’Or no Festival de Cannes em maio de 2024, além de troféus no Writers Guild Awards (WGA) e no Critics Choice Awards. No Brasil, Anora chegou em circuito limitado e impressionou o público em exibições no Festival do Rio, onde a autenticidade do roteiro e a química entre os personagens foram amplamente elogiadas. Com um orçamento de apenas 6 milhões de dólares, a produção independente de Baker se tornou um marco, acumulando indicações em seis categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção.
A vitória na categoria de Melhor Roteiro Original reflete o talento de Baker em criar narrativas que capturam a essência humana com diálogos naturais e situações inesperadas. Seu trabalho, desenvolvido ao longo de quase duas décadas, trouxe frescor a uma premiação muitas vezes dominada por grandes estúdios.
Outro destaque da noite foi a multifacetada atuação de Baker no projeto. Além de escrever o roteiro premiado, ele dirigiu, editou e produziu Anora, o que lhe rendeu quatro indicações pessoais no Oscar, um feito raro que o coloca ao lado de cineastas consagrados.
Um roteiro que já dava sinais de sucesso
A conquista de Anora não foi uma surpresa total para quem acompanhou sua trajetória. Desde a estreia em Cannes, o filme vinha acumulando prêmios e críticas positivas, com o WGA e o Critics Choice apontando seu favoritismo na categoria de roteiro.
Mesmo enfrentando concorrentes de peso como The Brutalist e A Real Pain, Anora se firmou como uma escolha sólida, graças à habilidade de Sean Baker em equilibrar humor e profundidade em uma história acessível e envolvente.
A essência do roteiro de Anora
A história de Anora começa com Ani, uma jovem de Brooklyn que trabalha como stripper e conhece Vanya, um russo excêntrico e impulsivo. Após um casamento relâmpago em Las Vegas, os pais de Vanya, magnatas poderosos, enviam capangas para dissolver a união, desencadeando uma série de eventos que misturam caos, tensão e momentos de ternura. O roteiro de Sean Baker se destaca por sua habilidade em transformar essa premissa em uma narrativa rica, com diálogos que fluem como conversas reais e personagens que evoluem de maneira orgânica ao longo do filme.
Diferente de The Substance, que usou uma abordagem satírica, ou September 5, focado em um evento histórico, Anora aposta em uma trama contemporânea que explora relações humanas sob a ótica da desigualdade e do poder. A ausência de clichês românticos ou resoluções fáceis foi um dos pontos que impressionaram os votantes da Academia.
O texto também reflete temas atuais, como a disparidade entre classes sociais e os conflitos culturais em um mundo globalizado. A interação entre Ani e os emissários russos, por exemplo, revela tensões que vão além do enredo, tocando em questões que ecoam no cenário internacional.
Sean Baker e sua marca autoral
Sean Baker consolidou sua reputação como um dos grandes nomes do cinema independente com Anora. Conhecido por filmes como Tangerine, filmado com smartphones, e The Florida Project, que retratou a vida de moradores de motéis na Flórida, ele sempre focou em personagens marginalizados. Em Anora, essa visão permanece, mas ganha uma escala maior, com uma produção que mantém a essência autoral enquanto alcança um público mais amplo.
Escrever o roteiro levou quase 20 anos, com Baker ajustando a história para refletir o presente sem perder a autenticidade. O resultado é um texto cheio de nuances, como a cena final no carro, onde Ani e um dos personagens de Yura Borisov compartilham um momento silencioso que diz mais do que palavras. Esse cuidado com os detalhes foi essencial para a vitória no Oscar.
A colaboração com uma equipe pequena também foi crucial. A trilha sonora de Matthew Hearon-Smith, por exemplo, acompanha o ritmo do roteiro, intensificando as emoções sem dominar a narrativa, o que reforça a qualidade do trabalho de Baker como um todo.
Uma categoria disputada no Oscar
A categoria de Melhor Roteiro Original no Oscar de 2025 foi marcada por uma competição acirrada. The Brutalist, de Brady Corbet e Mona Fastvold, trouxe uma saga sobre um arquiteto imigrante com mais de três horas de duração, enquanto A Real Pain, escrito por Jesse Eisenberg, apresentou uma jornada emocional entre primos em busca de suas raízes. Já September 5, de Moritz Binder, Alex David e Tim Fehlbaum, explorou o drama dos bastidores de uma cobertura jornalística, e The Substance, de Coralie Fargeat, impressionou com sua sátira ousada.
Mesmo com adversários tão distintos, Anora se sobressaiu pela autenticidade e pela habilidade de Sean Baker em criar uma narrativa universal. No Brasil, o filme foi recebido com entusiasmo em sessões especiais, com destaque para os diálogos vivos e a química entre Mikey Madison e Mark Eydelshteyn.
Os bastidores da criação de Anora
Produzir Anora com apenas 6 milhões de dólares foi um desafio que Sean Baker enfrentou com criatividade. O roteiro, desenvolvido ao longo de quase duas décadas, foi inspirado por histórias reais de trabalhadoras sexuais em Nova York, refletindo a pesquisa cuidadosa do diretor. Cada linha foi pensada para capturar a essência dos personagens, desde o humor ácido de Ani até a vulnerabilidade de Vanya.
A escolha por um elenco relativamente desconhecido, como Mikey Madison e Mark Eydelshteyn, ambos indicados ao Oscar por suas atuações, também ajudou a manter o foco no texto. A produção enxuta, com Baker assumindo múltiplas funções, garantiu que o roteiro permanecesse o coração do filme, sem interferências de grandes estúdios.
No Brasil, o longa chegou em outubro de 2024 durante o Festival do Rio, onde o público destacou a naturalidade da trama e a forma como o roteiro mistura leveza e peso em uma história que poderia ser real.
Marcos na trajetória de Anora
A ascensão de Anora até o Oscar foi marcada por momentos-chave que mostram sua força:
- Maio de 2024: Vitória do Palme d’Or no Festival de Cannes, seu primeiro grande reconhecimento.
- Outubro de 2024: Estreia nos EUA e exibição no Festival do Rio, ampliando seu alcance.
- Janeiro de 2025: Seis indicações ao Oscar, incluindo Melhor Roteiro Original.
- Fevereiro de 2025: Prêmios no WGA e Critics Choice, reforçando seu favoritismo.
- 2 de março de 2025: Triunfo no Dolby Theatre com o Oscar de Melhor Roteiro Original.
Esses eventos destacam como o filme cresceu de uma produção independente para um dos maiores destaques da temporada.
Detalhes que definiram o sucesso do roteiro
O roteiro de Anora traz elementos que o tornaram memorável e premiado:
- Desenvolvido por quase 20 anos, com ajustes para refletir temas contemporâneos.
- Inspirado por histórias reais de trabalhadoras sexuais de Nova York, dando autenticidade à trama.
- Diálogos naturais que capturam o jeito de falar de Brooklyn e a tensão com os russos.
- Final aberto, evitando clichês de comédia romântica e apostando na vulnerabilidade.
- No Brasil, apelidada de “Rainha do Brooklyn” por fãs após exibições em festivais.
Esses aspectos mostram como o texto de Baker se conectou com públicos diversos.
O impacto de Anora no cinema atual
A vitória de Anora no Oscar de Melhor Roteiro Original coloca o cinema independente em evidência. Com um orçamento baixo e uma equipe reduzida, o filme enfrentou gigantes de Hollywood e saiu vitorioso, mostrando que a criatividade pode superar limitações financeiras. Sean Baker, com suas quatro indicações pessoais, entra para a história como um dos cineastas mais versáteis da premiação.
No Brasil, a exibição em festivais como o do Rio revelou o potencial de narrativas que misturam humor e drama. A história de Ani, com sua força e fragilidade, foi destaque em debates sobre representação no cinema, especialmente de personagens femininos complexos.

No dia 2 de março de 2025, o Dolby Theatre, em Los Angeles, foi palco da 97ª edição do Oscar, onde Anora, escrito e dirigido por Sean Baker, levou o prêmio de Melhor Roteiro Original, superando fortes concorrentes como The Brutalist, A Real Pain, September 5 e The Substance. A trama, centrada em Ani, uma trabalhadora sexual de Brooklyn interpretada por Mikey Madison, que se casa impulsivamente com Vanya, filho de um oligarca russo vivido por Mark Eydelshteyn, conquistou a Academia com sua mistura única de comédia, drama e crítica social. Antes dessa vitória, o filme já havia se destacado na temporada de premiações, ganhando o Palme d’Or no Festival de Cannes em maio de 2024, além de troféus no Writers Guild Awards (WGA) e no Critics Choice Awards. No Brasil, Anora chegou em circuito limitado e impressionou o público em exibições no Festival do Rio, onde a autenticidade do roteiro e a química entre os personagens foram amplamente elogiadas. Com um orçamento de apenas 6 milhões de dólares, a produção independente de Baker se tornou um marco, acumulando indicações em seis categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção.
A vitória na categoria de Melhor Roteiro Original reflete o talento de Baker em criar narrativas que capturam a essência humana com diálogos naturais e situações inesperadas. Seu trabalho, desenvolvido ao longo de quase duas décadas, trouxe frescor a uma premiação muitas vezes dominada por grandes estúdios.
Outro destaque da noite foi a multifacetada atuação de Baker no projeto. Além de escrever o roteiro premiado, ele dirigiu, editou e produziu Anora, o que lhe rendeu quatro indicações pessoais no Oscar, um feito raro que o coloca ao lado de cineastas consagrados.
Um roteiro que já dava sinais de sucesso
A conquista de Anora não foi uma surpresa total para quem acompanhou sua trajetória. Desde a estreia em Cannes, o filme vinha acumulando prêmios e críticas positivas, com o WGA e o Critics Choice apontando seu favoritismo na categoria de roteiro.
Mesmo enfrentando concorrentes de peso como The Brutalist e A Real Pain, Anora se firmou como uma escolha sólida, graças à habilidade de Sean Baker em equilibrar humor e profundidade em uma história acessível e envolvente.
A essência do roteiro de Anora
A história de Anora começa com Ani, uma jovem de Brooklyn que trabalha como stripper e conhece Vanya, um russo excêntrico e impulsivo. Após um casamento relâmpago em Las Vegas, os pais de Vanya, magnatas poderosos, enviam capangas para dissolver a união, desencadeando uma série de eventos que misturam caos, tensão e momentos de ternura. O roteiro de Sean Baker se destaca por sua habilidade em transformar essa premissa em uma narrativa rica, com diálogos que fluem como conversas reais e personagens que evoluem de maneira orgânica ao longo do filme.
Diferente de The Substance, que usou uma abordagem satírica, ou September 5, focado em um evento histórico, Anora aposta em uma trama contemporânea que explora relações humanas sob a ótica da desigualdade e do poder. A ausência de clichês românticos ou resoluções fáceis foi um dos pontos que impressionaram os votantes da Academia.
O texto também reflete temas atuais, como a disparidade entre classes sociais e os conflitos culturais em um mundo globalizado. A interação entre Ani e os emissários russos, por exemplo, revela tensões que vão além do enredo, tocando em questões que ecoam no cenário internacional.
Sean Baker e sua marca autoral
Sean Baker consolidou sua reputação como um dos grandes nomes do cinema independente com Anora. Conhecido por filmes como Tangerine, filmado com smartphones, e The Florida Project, que retratou a vida de moradores de motéis na Flórida, ele sempre focou em personagens marginalizados. Em Anora, essa visão permanece, mas ganha uma escala maior, com uma produção que mantém a essência autoral enquanto alcança um público mais amplo.
Escrever o roteiro levou quase 20 anos, com Baker ajustando a história para refletir o presente sem perder a autenticidade. O resultado é um texto cheio de nuances, como a cena final no carro, onde Ani e um dos personagens de Yura Borisov compartilham um momento silencioso que diz mais do que palavras. Esse cuidado com os detalhes foi essencial para a vitória no Oscar.
A colaboração com uma equipe pequena também foi crucial. A trilha sonora de Matthew Hearon-Smith, por exemplo, acompanha o ritmo do roteiro, intensificando as emoções sem dominar a narrativa, o que reforça a qualidade do trabalho de Baker como um todo.
Uma categoria disputada no Oscar
A categoria de Melhor Roteiro Original no Oscar de 2025 foi marcada por uma competição acirrada. The Brutalist, de Brady Corbet e Mona Fastvold, trouxe uma saga sobre um arquiteto imigrante com mais de três horas de duração, enquanto A Real Pain, escrito por Jesse Eisenberg, apresentou uma jornada emocional entre primos em busca de suas raízes. Já September 5, de Moritz Binder, Alex David e Tim Fehlbaum, explorou o drama dos bastidores de uma cobertura jornalística, e The Substance, de Coralie Fargeat, impressionou com sua sátira ousada.
Mesmo com adversários tão distintos, Anora se sobressaiu pela autenticidade e pela habilidade de Sean Baker em criar uma narrativa universal. No Brasil, o filme foi recebido com entusiasmo em sessões especiais, com destaque para os diálogos vivos e a química entre Mikey Madison e Mark Eydelshteyn.
Os bastidores da criação de Anora
Produzir Anora com apenas 6 milhões de dólares foi um desafio que Sean Baker enfrentou com criatividade. O roteiro, desenvolvido ao longo de quase duas décadas, foi inspirado por histórias reais de trabalhadoras sexuais em Nova York, refletindo a pesquisa cuidadosa do diretor. Cada linha foi pensada para capturar a essência dos personagens, desde o humor ácido de Ani até a vulnerabilidade de Vanya.
A escolha por um elenco relativamente desconhecido, como Mikey Madison e Mark Eydelshteyn, ambos indicados ao Oscar por suas atuações, também ajudou a manter o foco no texto. A produção enxuta, com Baker assumindo múltiplas funções, garantiu que o roteiro permanecesse o coração do filme, sem interferências de grandes estúdios.
No Brasil, o longa chegou em outubro de 2024 durante o Festival do Rio, onde o público destacou a naturalidade da trama e a forma como o roteiro mistura leveza e peso em uma história que poderia ser real.
Marcos na trajetória de Anora
A ascensão de Anora até o Oscar foi marcada por momentos-chave que mostram sua força:
- Maio de 2024: Vitória do Palme d’Or no Festival de Cannes, seu primeiro grande reconhecimento.
- Outubro de 2024: Estreia nos EUA e exibição no Festival do Rio, ampliando seu alcance.
- Janeiro de 2025: Seis indicações ao Oscar, incluindo Melhor Roteiro Original.
- Fevereiro de 2025: Prêmios no WGA e Critics Choice, reforçando seu favoritismo.
- 2 de março de 2025: Triunfo no Dolby Theatre com o Oscar de Melhor Roteiro Original.
Esses eventos destacam como o filme cresceu de uma produção independente para um dos maiores destaques da temporada.
Detalhes que definiram o sucesso do roteiro
O roteiro de Anora traz elementos que o tornaram memorável e premiado:
- Desenvolvido por quase 20 anos, com ajustes para refletir temas contemporâneos.
- Inspirado por histórias reais de trabalhadoras sexuais de Nova York, dando autenticidade à trama.
- Diálogos naturais que capturam o jeito de falar de Brooklyn e a tensão com os russos.
- Final aberto, evitando clichês de comédia romântica e apostando na vulnerabilidade.
- No Brasil, apelidada de “Rainha do Brooklyn” por fãs após exibições em festivais.
Esses aspectos mostram como o texto de Baker se conectou com públicos diversos.
O impacto de Anora no cinema atual
A vitória de Anora no Oscar de Melhor Roteiro Original coloca o cinema independente em evidência. Com um orçamento baixo e uma equipe reduzida, o filme enfrentou gigantes de Hollywood e saiu vitorioso, mostrando que a criatividade pode superar limitações financeiras. Sean Baker, com suas quatro indicações pessoais, entra para a história como um dos cineastas mais versáteis da premiação.
No Brasil, a exibição em festivais como o do Rio revelou o potencial de narrativas que misturam humor e drama. A história de Ani, com sua força e fragilidade, foi destaque em debates sobre representação no cinema, especialmente de personagens femininos complexos.
