veja como 12,2 milhões receberão o FGTS do saque-aniversário

A CAIXA Econômica Federal começa a liberar, a partir de 6 de março de 2025, R$ 12 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para 12,2 milhões de trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário e tiveram contratos suspensos ou rescindidos entre 1º de janeiro de 2020 e 28 de fevereiro de 2025. A medida, publicada como Medida Provisória em 28 de fevereiro, beneficia quem enfrentou demissões sem justa causa ou situações como falência do empregador, oferecendo alívio financeiro em um cenário de inflação de 4,5% e PIB de 1,8% em 2024. Cerca de 85% dos elegíveis, equivalente a 10,37 milhões de pessoas, receberão os valores automaticamente em contas cadastradas no aplicativo FGTS, sem precisar ir a agências, enquanto os demais dependerão de saques presenciais escalonados por mês de nascimento. A iniciativa injetará R$ 6 bilhões em março e mais R$ 6 bilhões em junho, aquecendo a economia, mas valores bloqueados por antecipações ou ordens judiciais seguem retidos.

O saque-aniversário, criado em 2019 e ativo desde 2020, permite retiradas anuais de 5% a 50% do saldo no mês de nascimento, mas restringe o acesso total em demissões, exceto pela multa de 40%. Até 2024, 37 milhões aderiram à modalidade, sacando R$ 142 bilhões, dos quais 66% foram usados como garantia em empréstimos. A liberação especial de 2025, porém, não exige abandonar o saque-aniversário, beneficiando trabalhadores com saldos retidos desde 2020. A CAIXA estima que 9,5 milhões têm valores antecipados, reduzindo o montante disponível, mas o impacto econômico deve impulsionar setores como varejo e serviços, que representam 60% do PIB local em muitas regiões.

A operação prioriza o crédito automático para quem registrou conta no app FGTS, com até R$ 3 mil depositados em 6 de março e o excedente em 17 de junho. Para os outros 15%, alternativas como lotéricas e agências estarão disponíveis, com saques ajustados ao mês de nascimento. O movimento reflete a resposta do governo Lula a críticas sobre acesso ao FGTS, mas também reacende debates sobre a modalidade, que pode ser extinta até novembro com um novo projeto de lei.

Pagamento automático atinge 85% dos beneficiários

Cerca de 10,37 milhões de trabalhadores, ou 85% dos elegíveis, receberão os valores do FGTS diretamente em contas bancárias cadastradas no aplicativo FGTS, sem precisar visitar agências. Para saldos de até R$ 3 mil, o crédito será feito em 6 de março, enquanto valores excedentes chegarão em 17 de junho, totalizando R$ 12 bilhões liberados em duas etapas.

Quem não indicou conta no app terá que buscar o saque em canais físicos da CAIXA, como lotéricas e terminais de autoatendimento, usando o cartão cidadão, ou em agências com documento e carteira de trabalho. A automação agiliza o processo, beneficiando a maioria dos 12,2 milhões contemplados.

Quem tem direito ao saque especial

Trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário e tiveram contratos suspensos ou rescindidos entre 1º de janeiro de 2020 e 28 de fevereiro de 2025, com saldo retido no FGTS, podem acessar os valores. Isso inclui demissões sem justa causa, rescisões por falência, falecimento do empregador ou suspensão de trabalho avulso, além de acordos que liberam 80% do saldo.

A medida não abrange valores bloqueados por empréstimos de antecipação, que atingem 9,5 milhões de trabalhadores, nem os retidos judicialmente. A consulta ao direito pode ser feita pelo app FGTS, no 0800 726 0207 ou em agências da CAIXA.

Calendário de saques presenciais em 2025

Para quem não recebe automaticamente, o saque segue um cronograma escalonado por mês de nascimento. Veja as datas iniciais para valores até R$ 3 mil:

• Janeiro: 6 de março.
• Fevereiro: 7 de março.
• Março: 8 de março.
• Abril: 9 de março.
• Maio: 10 de março.
• Junho: 11 de março.
• Julho: 12 de março.

Valores acima de R$ 3 mil serão liberados a partir de 17 de junho, ajustados ao mesmo calendário, garantindo acesso gradual aos R$ 12 bilhões.

Liberação excepcional corrige bloqueios antigos

A Medida Provisória de 28 de fevereiro de 2025 libera R$ 12 bilhões retidos desde 2020, beneficiando 12,2 milhões de trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário e perderam acesso ao saldo total em demissões. Dividida em R$ 6 bilhões em 6 de março (até R$ 3 mil) e R$ 6 bilhões em 17 de junho (excedente), a iniciativa corrige uma limitação da modalidade que deixou 9 milhões sem R$ 5 bilhões extras ao longo dos anos.

A ação não exige abandonar o saque-aniversário, mas novos optantes após a MP manterão o saldo bloqueado em demissões. O impacto econômico, estimado em até 5% de aumento no varejo local, reflete os R$ 142 bilhões já sacados desde 2020, dos quais 66% foram garantias de empréstimos.

Exemplos práticos mostram diferenças

João, demitido em 2024 com R$ 2 mil retidos e conta cadastrada, receberá tudo em 6 de março. Maria, com R$ 12 mil e conta no app, terá R$ 3 mil em março e R$ 9 mil em junho. José, sem conta registrada e com R$ 1.500, sacará em lotéricas a partir de 7 de março. Ana, com R$ 8 mil e sem cartão, pegará R$ 3 mil em agência em 10 de março e R$ 5 mil em junho.

Esses casos ilustram a flexibilidade da CAIXA, que usa o app para 85% dos pagamentos, enquanto os 15% restantes dependem de canais presenciais. A operação atende desde pequenos saldos até valores maiores, ajustados ao cronograma.

Curiosidades sobre o saque-aniversário

A modalidade tem aspectos que destacam seu alcance e desafios:

• Desde 2020, 37 milhões aderiram, sacando R$ 142 bilhões.
• Empréstimos via antecipação somam R$ 93,7 bilhões, 66% do total.
• Cerca de 9 milhões perderam R$ 5 bilhões em demissões até 2024.
• O FGTS financia 70% dos imóveis do Minha Casa Minha Vida.

Esses dados mostram o peso do saque-aniversário e os ajustes de 2025.

Impacto econômico aquece o varejo

A injeção de R$ 12 bilhões deve impulsionar o varejo e serviços, que geram 60% do PIB em muitas regiões, com um pico inicial de R$ 6 bilhões em março e outro em junho. Em 2024, o setor varejista movimentou R$ 2,3 trilhões no Brasil, e a liberação pode elevar as vendas locais em até 5%, similar ao efeito de R$ 75 bilhões do salário mínimo.

A medida responde a críticas sobre acesso ao FGTS, mas valores bloqueados por antecipação, afetando 9,5 milhões, limitam o alcance total. O governo avalia extinguir o saque-aniversário até novembro, com um projeto de lei que pode mudar o acesso futuro ao fundo.