Na noite de 4 de março de 2025, o presidente Donald Trump subiu ao púlpito da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos para seu primeiro discurso em uma sessão conjunta do Congresso desde o início de seu segundo mandato, iniciado em 20 de janeiro. Aos 78 anos, Trump discursou por mais de uma hora diante de um público estimado em 30 milhões de telespectadores, abordando temas como tarifas comerciais, a guerra na Ucrânia e cortes no governo federal, sob o mote “A Renovação do Sonho Americano”. O evento, realizado às 21h (horário de Washington), foi marcado por tensões recentes, como o confronto com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy na semana anterior e a imposição de tarifas de 25% ao Canadá e México e 20% à China, que entraram em vigor no mesmo dia, desencadeando uma queda de mais de 1.300 pontos no índice Dow Jones. A presença de Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), na tribuna da primeira-dama Melania Trump, reforçou o tom disruptivo da administração.
O discurso ocorre em um momento de turbulência econômica e política. Apenas 43 dias após sua posse, Trump já implementou medidas radicais, como a suspensão da ajuda militar à Ucrânia e o início de uma guerra comercial com os maiores parceiros dos EUA, gerando retaliações imediatas do Canadá e da China. Em sua fala, ele prometeu “resgatar a economia” com tarifas recíprocas e culpou o ex-presidente Joe Biden pela inflação, citando o preço dos ovos como exemplo de um problema herdado. O presidente também destacou cortes federais liderados por Musk, que resultaram em milhares de demissões, e anunciou planos para deportações em massa, temas que ecoaram entre os convidados republicanos, como vítimas de crimes cometidos por imigrantes ilegais e o ex-refém Marc Fogel, libertado da Rússia em fevereiro de 2025. Enquanto isso, democratas trouxeram veteranos demitidos para protestar contra as políticas de austeridade.
A sessão foi presidida pelo presidente da Câmara, Mike Johnson, e pelo vice-presidente JD Vance, com reações contrastantes no plenário. Alguns democratas, como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, boicotaram o evento, enquanto outros, como o líder da minoria Hakeem Jeffries, compareceram para marcar presença. A resposta democrata, liderada pela senadora Elissa Slotkin, de Michigan, veio logo após, focando em críticas às tarifas e à postura de Trump sobre a Ucrânia. O discurso, que não é tecnicamente um State of the Union por ser no início do mandato, reforça a agenda de Trump de reorientar a política externa e interna dos EUA, em um cenário de polarização e incerteza global.
Confronto com Zelenskyy domina o noticiário
A semana que antecedeu o discurso foi marcada por um embate público entre Trump e Volodymyr Zelenskyy no Salão Oval, em 28 de fevereiro de 2025. O encontro, que deveria selar um acordo sobre minerais críticos, terminou com Trump repreendendo o líder ucraniano e ordenando sua saída da Casa Branca, um incidente que chocou aliados internacionais. Dias depois, em 3 de março, Trump suspendeu toda a ajuda militar dos EUA à Ucrânia, alegando que o país precisava buscar a paz com a Rússia. A decisão gerou protestos em Washington, com manifestantes exibindo bandeiras ucranianas perto do Capitólio horas antes do discurso.
No Congresso, Trump prometeu encerrar o conflito na Ucrânia rapidamente, sem detalhar como, e criticou a Europa por não assumir mais responsabilidades na guerra, ecoando sua visão de reduzir o papel dos EUA em conflitos externos. A suspensão da ajuda militar, que em 2024 ultrapassou 61 bilhões de dólares desde o início da invasão russa, reflete uma guinada na política externa americana, alinhando-se mais às narrativas de Moscou, segundo analistas. O incidente com Zelenskyy e a pausa no apoio militar foram amplamente debatidos no plenário, com alguns republicanos aplaudindo a postura firme de Trump, enquanto democratas alertaram sobre os riscos para a segurança global.
Tarifas abalam economia e aliados dos EUA
A imposição de tarifas de 25% ao Canadá e México e 20% à China, efetivadas em 4 de março, foi um dos pilares do discurso de Trump. Ele defendeu a medida como necessária para “trazer justiça ao comércio internacional”, afirmando que qualquer nação que taxe produtos americanos enfrentará retaliação equivalente. A política, que já havia sido ensaiada em seu primeiro mandato com o acordo USMCA, agora escalou para uma guerra comercial declarada, com o Canadá retaliando com tarifas de 25% e a China anunciando 15% sobre bens americanos. O México, por sua vez, sinalizou resposta iminente, enquanto o mercado reagiu com uma queda brusca nas bolsas.
O impacto econômico imediato foi sentido, com o Dow Jones perdendo mais de 1.300 pontos em dois dias, refletindo temores de inflação e recessão. Trump justificou as tarifas como uma forma de proteger trabalhadores americanos e reduzir o déficit comercial de bens, que em 2024 ultrapassou 1 trilhão de dólares. No discurso, ele prometeu alívio às famílias trabalhadoras, mas economistas alertam que os custos podem subir para os consumidores, especialmente em itens como alimentos e automóveis, afetando diretamente o bolso dos americanos.
DOGE de Musk corta empregos e divide opiniões
A presença de Elon Musk no discurso simbolizou o impacto do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que já demitiu milhares de funcionários federais em menos de dois meses. Trump elogiou os cortes como parte de sua “ação implacável” para reduzir o tamanho do governo, destacando a eliminação de programas de diversidade e equidade. A iniciativa, liderada por Musk, tem como meta economizar bilhões, mas gerou controvérsia ao atingir veteranos e trabalhadores de áreas como saúde e ciência, com mais de 80 reintegrações ordenadas por juízes federais após ações judiciais.
Democratas convidaram alguns dos demitidos para o evento, buscando chamar atenção para o custo humano dessas medidas, enquanto republicanos aplaudiram a austeridade. Trump defendeu que os cortes são essenciais para “resgatar a economia”, mas a polarização no plenário foi evidente, com vaias e aplausos dividindo os parlamentares durante suas menções ao DOGE.
Cronologia dos 43 dias intensos de Trump
Os primeiros 43 dias do segundo mandato de Trump foram marcados por ações rápidas e polêmicas:
- 20 de janeiro de 2025: Trump toma posse em Washington, prometendo uma “Era de Ouro Americana”.
- 28 de fevereiro de 2025: Confronto com Zelenskyy no Salão Oval abala relação com a Ucrânia.
- 3 de março de 2025: Trump suspende ajuda militar à Ucrânia, intensificando críticas internacionais.
- 4 de março de 2025: Tarifas de 25% ao Canadá e México e 20% à China entram em vigor; Trump discursa ao Congresso.
Esse período reflete a velocidade com que Trump busca cumprir promessas de campanha, apesar das reações adversas no mercado e entre aliados.
Convidados refletem prioridades políticas
Os convidados do discurso destacaram as agendas de republicanos e democratas. Trump trouxe Marc Fogel, libertado da Rússia, e a família de Corey Comperatore, vítima de um atentado contra o presidente em julho de 2024, reforçando temas de segurança e patriotismo. Já os democratas levaram veteranos demitidos pelo DOGE, como Adam Mulvey, ex-funcionário de um centro de saúde em Chicago, e Nancy Bolan, dispensada da USAID, para criticar os cortes federais.
A presença de Musk na tribuna da primeira-dama, ao lado de Melania, sublinhou sua influência na administração, enquanto o boicote de figuras como Ocasio-Cortez mostrou a resistência democrata. Esses gestos simbólicos amplificaram as mensagens políticas de ambos os lados no plenário.
Resposta de Slotkin critica tarifas e Ucrânia
Após o discurso, a senadora Elissa Slotkin, de Michigan, entregou a resposta democrata em cerca de 10 minutos, direto de uma cidade na região metropolitana de Detroit. Ex-analista da CIA, Slotkin focou em “questões de mesa de cozinha”, como o custo de vida, criticando as tarifas de Trump por potencialmente elevar preços de bens essenciais. Ela também abordou a suspensão da ajuda à Ucrânia como um risco à segurança nacional, usando sua experiência para questionar a política externa do presidente.
Slotkin evitou temas de política identitária, propondo uma visão econômica proativa e alertando sobre os impactos das decisões de Trump. Sua escolha como porta-voz reflete a tentativa democrata de destacar uma liderança emergente em um estado-chave, conquistado por Trump em 2024.
Discurso reacende memórias de Pelosi e Pence
O último discurso de Trump ao Congresso, em 4 de fevereiro de 2020, ficou marcado pela então presidente da Câmara, Nancy Pelosi, rasgando o texto em protesto. Em 2025, com Mike Johnson e JD Vance no comando da sessão, o clima foi diferente, mas igualmente tenso. Johnson, anfitrião de convidados como Tom Homan, czar da imigração, manteve-se firme, enquanto Vance, vice-presidente, aplaudiu as promessas de Trump, contrastando com o gesto icônico de Pelosi há cinco anos.
A polarização permaneceu evidente, com democratas vaiando as menções às tarifas e republicanos ovacionando os cortes de Musk. O evento, que misturou nostalgia e ruptura, consolidou o tom combativo do segundo mandato de Trump, agora sem Pelosi para roubar a cena.

Na noite de 4 de março de 2025, o presidente Donald Trump subiu ao púlpito da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos para seu primeiro discurso em uma sessão conjunta do Congresso desde o início de seu segundo mandato, iniciado em 20 de janeiro. Aos 78 anos, Trump discursou por mais de uma hora diante de um público estimado em 30 milhões de telespectadores, abordando temas como tarifas comerciais, a guerra na Ucrânia e cortes no governo federal, sob o mote “A Renovação do Sonho Americano”. O evento, realizado às 21h (horário de Washington), foi marcado por tensões recentes, como o confronto com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy na semana anterior e a imposição de tarifas de 25% ao Canadá e México e 20% à China, que entraram em vigor no mesmo dia, desencadeando uma queda de mais de 1.300 pontos no índice Dow Jones. A presença de Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), na tribuna da primeira-dama Melania Trump, reforçou o tom disruptivo da administração.
O discurso ocorre em um momento de turbulência econômica e política. Apenas 43 dias após sua posse, Trump já implementou medidas radicais, como a suspensão da ajuda militar à Ucrânia e o início de uma guerra comercial com os maiores parceiros dos EUA, gerando retaliações imediatas do Canadá e da China. Em sua fala, ele prometeu “resgatar a economia” com tarifas recíprocas e culpou o ex-presidente Joe Biden pela inflação, citando o preço dos ovos como exemplo de um problema herdado. O presidente também destacou cortes federais liderados por Musk, que resultaram em milhares de demissões, e anunciou planos para deportações em massa, temas que ecoaram entre os convidados republicanos, como vítimas de crimes cometidos por imigrantes ilegais e o ex-refém Marc Fogel, libertado da Rússia em fevereiro de 2025. Enquanto isso, democratas trouxeram veteranos demitidos para protestar contra as políticas de austeridade.
A sessão foi presidida pelo presidente da Câmara, Mike Johnson, e pelo vice-presidente JD Vance, com reações contrastantes no plenário. Alguns democratas, como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, boicotaram o evento, enquanto outros, como o líder da minoria Hakeem Jeffries, compareceram para marcar presença. A resposta democrata, liderada pela senadora Elissa Slotkin, de Michigan, veio logo após, focando em críticas às tarifas e à postura de Trump sobre a Ucrânia. O discurso, que não é tecnicamente um State of the Union por ser no início do mandato, reforça a agenda de Trump de reorientar a política externa e interna dos EUA, em um cenário de polarização e incerteza global.
Confronto com Zelenskyy domina o noticiário
A semana que antecedeu o discurso foi marcada por um embate público entre Trump e Volodymyr Zelenskyy no Salão Oval, em 28 de fevereiro de 2025. O encontro, que deveria selar um acordo sobre minerais críticos, terminou com Trump repreendendo o líder ucraniano e ordenando sua saída da Casa Branca, um incidente que chocou aliados internacionais. Dias depois, em 3 de março, Trump suspendeu toda a ajuda militar dos EUA à Ucrânia, alegando que o país precisava buscar a paz com a Rússia. A decisão gerou protestos em Washington, com manifestantes exibindo bandeiras ucranianas perto do Capitólio horas antes do discurso.
No Congresso, Trump prometeu encerrar o conflito na Ucrânia rapidamente, sem detalhar como, e criticou a Europa por não assumir mais responsabilidades na guerra, ecoando sua visão de reduzir o papel dos EUA em conflitos externos. A suspensão da ajuda militar, que em 2024 ultrapassou 61 bilhões de dólares desde o início da invasão russa, reflete uma guinada na política externa americana, alinhando-se mais às narrativas de Moscou, segundo analistas. O incidente com Zelenskyy e a pausa no apoio militar foram amplamente debatidos no plenário, com alguns republicanos aplaudindo a postura firme de Trump, enquanto democratas alertaram sobre os riscos para a segurança global.
Tarifas abalam economia e aliados dos EUA
A imposição de tarifas de 25% ao Canadá e México e 20% à China, efetivadas em 4 de março, foi um dos pilares do discurso de Trump. Ele defendeu a medida como necessária para “trazer justiça ao comércio internacional”, afirmando que qualquer nação que taxe produtos americanos enfrentará retaliação equivalente. A política, que já havia sido ensaiada em seu primeiro mandato com o acordo USMCA, agora escalou para uma guerra comercial declarada, com o Canadá retaliando com tarifas de 25% e a China anunciando 15% sobre bens americanos. O México, por sua vez, sinalizou resposta iminente, enquanto o mercado reagiu com uma queda brusca nas bolsas.
O impacto econômico imediato foi sentido, com o Dow Jones perdendo mais de 1.300 pontos em dois dias, refletindo temores de inflação e recessão. Trump justificou as tarifas como uma forma de proteger trabalhadores americanos e reduzir o déficit comercial de bens, que em 2024 ultrapassou 1 trilhão de dólares. No discurso, ele prometeu alívio às famílias trabalhadoras, mas economistas alertam que os custos podem subir para os consumidores, especialmente em itens como alimentos e automóveis, afetando diretamente o bolso dos americanos.
DOGE de Musk corta empregos e divide opiniões
A presença de Elon Musk no discurso simbolizou o impacto do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que já demitiu milhares de funcionários federais em menos de dois meses. Trump elogiou os cortes como parte de sua “ação implacável” para reduzir o tamanho do governo, destacando a eliminação de programas de diversidade e equidade. A iniciativa, liderada por Musk, tem como meta economizar bilhões, mas gerou controvérsia ao atingir veteranos e trabalhadores de áreas como saúde e ciência, com mais de 80 reintegrações ordenadas por juízes federais após ações judiciais.
Democratas convidaram alguns dos demitidos para o evento, buscando chamar atenção para o custo humano dessas medidas, enquanto republicanos aplaudiram a austeridade. Trump defendeu que os cortes são essenciais para “resgatar a economia”, mas a polarização no plenário foi evidente, com vaias e aplausos dividindo os parlamentares durante suas menções ao DOGE.
Cronologia dos 43 dias intensos de Trump
Os primeiros 43 dias do segundo mandato de Trump foram marcados por ações rápidas e polêmicas:
- 20 de janeiro de 2025: Trump toma posse em Washington, prometendo uma “Era de Ouro Americana”.
- 28 de fevereiro de 2025: Confronto com Zelenskyy no Salão Oval abala relação com a Ucrânia.
- 3 de março de 2025: Trump suspende ajuda militar à Ucrânia, intensificando críticas internacionais.
- 4 de março de 2025: Tarifas de 25% ao Canadá e México e 20% à China entram em vigor; Trump discursa ao Congresso.
Esse período reflete a velocidade com que Trump busca cumprir promessas de campanha, apesar das reações adversas no mercado e entre aliados.
Convidados refletem prioridades políticas
Os convidados do discurso destacaram as agendas de republicanos e democratas. Trump trouxe Marc Fogel, libertado da Rússia, e a família de Corey Comperatore, vítima de um atentado contra o presidente em julho de 2024, reforçando temas de segurança e patriotismo. Já os democratas levaram veteranos demitidos pelo DOGE, como Adam Mulvey, ex-funcionário de um centro de saúde em Chicago, e Nancy Bolan, dispensada da USAID, para criticar os cortes federais.
A presença de Musk na tribuna da primeira-dama, ao lado de Melania, sublinhou sua influência na administração, enquanto o boicote de figuras como Ocasio-Cortez mostrou a resistência democrata. Esses gestos simbólicos amplificaram as mensagens políticas de ambos os lados no plenário.
Resposta de Slotkin critica tarifas e Ucrânia
Após o discurso, a senadora Elissa Slotkin, de Michigan, entregou a resposta democrata em cerca de 10 minutos, direto de uma cidade na região metropolitana de Detroit. Ex-analista da CIA, Slotkin focou em “questões de mesa de cozinha”, como o custo de vida, criticando as tarifas de Trump por potencialmente elevar preços de bens essenciais. Ela também abordou a suspensão da ajuda à Ucrânia como um risco à segurança nacional, usando sua experiência para questionar a política externa do presidente.
Slotkin evitou temas de política identitária, propondo uma visão econômica proativa e alertando sobre os impactos das decisões de Trump. Sua escolha como porta-voz reflete a tentativa democrata de destacar uma liderança emergente em um estado-chave, conquistado por Trump em 2024.
Discurso reacende memórias de Pelosi e Pence
O último discurso de Trump ao Congresso, em 4 de fevereiro de 2020, ficou marcado pela então presidente da Câmara, Nancy Pelosi, rasgando o texto em protesto. Em 2025, com Mike Johnson e JD Vance no comando da sessão, o clima foi diferente, mas igualmente tenso. Johnson, anfitrião de convidados como Tom Homan, czar da imigração, manteve-se firme, enquanto Vance, vice-presidente, aplaudiu as promessas de Trump, contrastando com o gesto icônico de Pelosi há cinco anos.
A polarização permaneceu evidente, com democratas vaiando as menções às tarifas e republicanos ovacionando os cortes de Musk. O evento, que misturou nostalgia e ruptura, consolidou o tom combativo do segundo mandato de Trump, agora sem Pelosi para roubar a cena.
