No Carnaval do Rio de Janeiro, 36 jurados têm a missão de avaliar as escolas de samba do Grupo Especial que cruzam a Marquês de Sapucaí, analisando detalhadamente nove quesitos como Bateria, Enredo e Comissão de Frente. Cada um desses julgadores recebe R$ 5,5 mil pelos três dias de trabalho, totalizando um montante de R$ 198 mil desembolsado pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Esse valor, conforme a entidade, não se trata de uma remuneração tradicional, mas de um reconhecimento pela dedicação à preservação da cultura carnavalesca, uma tarefa que exige conhecimento técnico e imparcialidade. Além do pagamento, os jurados contam com benefícios como hospedagem em hotel próximo ao Sambódromo, alimentação custeada e a possibilidade de levar um acompanhante para assistir aos desfiles, o que eleva o pacote de vantagens oferecido durante a folia.
A escolha dos jurados é um processo criterioso conduzido pela Liesa, que prioriza profissionais com formação acadêmica e experiência em pesquisas relacionadas às escolas de samba. Esses avaliadores passam por um curso preparatório antes dos desfiles, onde são orientados sobre os quesitos e o uso do mapa de notas, instrumento essencial para registrar as pontuações que variam de 9 a 10. Durante os dias de evento, eles ficam instalados em quatro módulos ao longo da avenida, analisando minuciosamente cada apresentação para garantir a justiça na apuração, que neste ano ocorreu na Quarta-feira de Cinzas, 5 de março de 2025.
Os desfiles do Grupo Especial, realizados nos dias 2, 3 e 4 de março, mobilizaram cerca de 70 mil espectadores por noite na Sapucaí, totalizando 210 mil pessoas ao longo das três noites. Os jurados, posicionados estrategicamente, avaliam aspectos técnicos e artísticos que definem a campeã, como a Unidos do Viradouro em 2024, e influenciam a distribuição de prêmios que chegam a quase 20% da arrecadação para a vencedora. A responsabilidade é grande, mas os benefícios e o prestígio de participar do maior espetáculo do carnaval carioca tornam a função atrativa.
O papel essencial dos jurados na folia carioca
Avaliar as escolas de samba não é tarefa simples. Os 36 jurados, divididos em grupos de quatro por quesito, analisam desde a cadência da bateria até a criatividade das fantasias, passando pela harmonia entre canto e ritmo. Cada julgador recebe um mapa de notas detalhado, e, em cinco dos nove quesitos, como Fantasias e Alegorias, há subquesitos que dividem a pontuação máxima de 10 em duas partes de até 5 pontos. Quando a nota não atinge o teto, o jurado precisa justificar o desconto, detalhando o que motivou a redução, um mecanismo que visa transparência no processo.
Durante os desfiles, os jurados permanecem em cabines especiais na Sapucaí, com acesso a bebidas não alcoólicas em freezers e alimentação garantida pela Liesa. A hospedagem no Porto Maravilha facilita a logística, já que o hotel fica a poucos minutos do Sambódromo, e o transporte é feito em ônibus exclusivos. Cada jurado pode levar um acompanhante, que assiste às apresentações em área reservada, mas sem acesso ao módulo de julgamento, preservando a concentração dos avaliadores.
Neste ano, uma mudança significativa marcou o regulamento: os envelopes com as notas passaram a ser fechados ao fim de cada noite de desfile, nos dias 2, 3 e 4 de março. Antes, os jurados podiam esperar até o término de todas as apresentações para registrar as pontuações, o que gerava comparações entre as escolas dos diferentes dias. A nova regra busca uniformizar o julgamento e reduzir possíveis influências externas, reforçando a imparcialidade exigida pela Liesa.
Benefícios e regras rígidas para os julgadores
Além dos R$ 5,5 mil, os jurados desfrutam de um pacote de vantagens que tornam a experiência única. A hospedagem em hotel na região do Porto Maravilha, próxima ao Sambódromo, elimina preocupações com deslocamento, enquanto a alimentação completa durante os dias de trabalho garante conforto. O acompanhante, credenciado previamente, pode vivenciar a festa de um ângulo privilegiado, embora sem interferir no espaço de julgamento, que é exclusivo e monitorado para evitar distrações.
A Liesa impõe regras estritas para assegurar a seriedade do processo. Os jurados devem manter sigilo absoluto sobre suas notas e observações até a apuração final, realizada na Quarta-feira de Cinzas. Durante os desfiles, o uso de aparelhos eletrônicos, como celulares ou rádios, é proibido, e os avaliadores são orientados a basear suas pontuações apenas no que veem na avenida, ignorando opiniões externas ou conteúdos das redes sociais. Essa rigidez visa proteger a integridade do julgamento, essencial para um evento que movimenta mais de R$ 2 bilhões na economia do Rio.
O valor pago aos jurados, embora destacado como um “agradecimento” pela Liesa, representa um reconhecimento pelo trabalho intenso de três noites consecutivas. Comparado a edições anteriores, como em 2022, quando o pró-labore era de R$ 4 mil líquidos por dois dias, o montante atual reflete um ajuste para os três dias de desfiles do Grupo Especial em 2025, adequando-se à expansão do evento, que agora inclui uma noite extra.
Quem são os jurados da Sapucaí
Os jurados do Carnaval 2025 foram selecionados com base em critérios rigorosos, exigindo conhecimento profundo sobre os desfiles e experiência prévia com escolas de samba. Entre os nomes estão Gerson Martins, Lucila de Beaurepaire, Mateus Dutra e Verônica Torres no quesito Evolução; Ary Jayme Cohen, Geiza Carvalho, Philipe Galdino e Rafael Barros Castro em Bateria; e Bruno Marques, Rodrigo Lima, Jardel Maia Rodrigues e Júlia Félix em Harmonia. Cada grupo é responsável por um aspecto específico das apresentações, garantindo uma avaliação abrangente.
Antes dos desfiles, a Liesa realiza um curso na Cidade do Samba, coordenado por especialistas como Júlio César Guimarães, para alinhar os critérios de julgamento. Os jurados são sorteados para atuar em um dos quatro módulos ao longo da Sapucaí, uma distribuição feita publicamente com a presença de representantes das 12 escolas do Grupo Especial. Após o Carnaval, as agremiações analisam o desempenho dos julgadores e podem sugerir suspensões ou manutenções para o ano seguinte.
A diversidade de perfis entre os jurados reflete a complexidade do evento. Rafaela Riveiro Ribeiro, Raffael Araújo, Raphael David Filho e Paola Novaes avaliam Comissão de Frente, enquanto Paulo Paradela, Betto Gomes, Sérgio Henrique Silva e Wagner Louza analisam Fantasias. Essa composição assegura que cada detalhe das apresentações, que duram entre 60 e 70 minutos por escola, seja observado com precisão.
Regras e mudanças que impactam o julgamento
O processo de avaliação segue um regulamento detalhado. As notas, que variam de 9 a 10, podem ser fracionadas em décimos, como 9,8 ou 9,9, e a menor pontuação de cada quesito é descartada na apuração final. Em casos extremos, como a ausência de um quesito na avenida, o jurado pode atribuir zero, mas isso exige justificativa formal. A ordem de leitura das notas, definida por sorteio, também serve como critério de desempate, começando por Evolução e terminando em Harmonia.
A introdução do fechamento dos envelopes ao fim de cada noite, em 2, 3 e 4 de março, foi uma demanda antiga das escolas, implementada em 2025 para evitar comparações entre os dias de desfile. Anteriormente, os jurados tinham até o fim da última apresentação para registrar as notas, o que podia influenciar a percepção entre as agremiações de domingo, segunda e terça-feira. Agora, o julgamento é concluído noite a noite, com os envelopes lacrados e entregues à Liesa, um passo rumo à maior equidade.
Outro ponto de destaque é a proibição de influências externas. Durante as apresentações, os jurados não podem consultar redes sociais ou ouvir comentários alheios, focando exclusivamente no que passa diante de seus olhos na Sapucaí. Essa medida, aliada ao sigilo até a apuração, reforça a credibilidade de um processo que define não apenas a campeã, mas também a distribuição de cotas financeiras entre as seis primeiras colocadas.
Cronograma do trabalho dos jurados em 2025
Os jurados seguem uma agenda intensa durante o Carnaval do Rio. Veja como foi o calendário de atividades em 2025:
- 2 de março: Primeira noite de desfiles do Grupo Especial, com seis escolas avaliadas e notas registradas até o fim da madrugada.
- 3 de março: Segunda noite, com mais seis apresentações julgadas e envelopes fechados ao término.
- 4 de março: Terceira noite, novidade deste ano, com eventuais ajustes no cronograma e julgamento finalizado.
- 5 de março: Apuração na Quarta-feira de Cinzas, na Cidade do Samba, com divulgação das notas.
Esse cronograma reflete a expansão do evento para três dias, aumentando a carga de trabalho dos jurados, que avaliam 12 escolas ao todo, contra 10 em anos anteriores com apenas duas noites.
Os bastidores do julgamento na Sapucaí
Nos bastidores, os jurados vivem uma rotina de concentração e privilégios. Hospedados no Porto Maravilha, eles chegam à Sapucaí em ônibus exclusivos, acompanhados de seus convidados, que ocupam áreas reservadas nos camarotes. Durante os desfiles, as cabines de julgamento oferecem conforto, com bebidas não alcoólicas disponíveis e alimentação servida nos intervalos, enquanto os avaliadores anotam suas impressões em mapas de notas detalhados.
A pressão é alta, já que cada decisão impacta o resultado de um evento assistido por milhões. Em 2024, a Unidos do Viradouro levou o título com 18,9% da arrecadação do Desfile das Campeãs, enquanto a sexta colocada, Vila Isabel, ficou com 11,7%. Os jurados, portanto, não apenas definem a campeã, mas influenciam a divisão de uma receita que supera os R$ 150 milhões anuais, oriundos de ingressos, camarotes e patrocínios.
A experiência de julgar o Carnaval também traz prestígio. Alfredo Del-Penho, Ana Paula Fernandes, Alessandro Ventura e Igor Fagundes, responsáveis pelo Samba-enredo, e Arthur Nunes Gomes, Johny Soares, Monica Mançur e Marcelo Rodrigues, do Enredo, são exemplos de profissionais que aliam paixão pela festa a um papel crucial na sua continuidade.
Curiosidades sobre os jurados do Carnaval
Alguns detalhes sobre o trabalho dos jurados surpreendem quem acompanha a folia de longe. Confira:
- Cada jurado avalia cerca de 90 minutos de desfile por escola, totalizando mais de 18 horas de trabalho em três noites.
- O curso preparatório na Cidade do Samba dura dias e inclui simulações práticas de julgamento.
- A proibição de aparelhos eletrônicos já gerou polêmicas, como em 2014, quando discrepâncias nas notas levaram à destituição de metade do júri.
- Os acompanhantes assistem aos desfiles em camarotes com capacidade para até 4 mil pessoas por noite.
Esses aspectos mostram o equilíbrio entre rigor e privilégio na função dos jurados, que têm nas mãos o destino das escolas.
Impacto do julgamento na festa carioca
O trabalho dos jurados vai além das notas. Em 2025, os 210 mil espectadores na Sapucaí e os milhões de telespectadores dependeram de suas avaliações para conhecer a campeã. A precisão no julgamento também afeta a economia da festa, que gera R$ 2,2 bilhões para o Rio, segundo estimativas do Ministério da Cultura, a partir de um investimento inicial de R$ 26 milhões de verbas pública e privada.
Madson Oliveira, Fernando Lima, Soter Bentes e Walber Ângelo de Freitas, em Alegorias e Adereços, e Mônica Barbosa, Eduardo Torres, Fernando Bersot e Henna Melo, em Mestre-sala e Porta-bandeira, completam o time que assegura a qualidade artística do evento. Suas decisões, baseadas em critérios como criatividade e coesão, mantêm o Carnaval como um dos maiores espetáculos culturais do mundo.
A cada ano, o processo evolui. A mudança nos envelopes e a expansão para três dias de desfiles mostram o esforço da Liesa em aprimorar o julgamento, enquanto os R$ 5,5 mil e os benefícios continuam atraindo profissionais qualificados para uma tarefa que mistura paixão, técnica e responsabilidade.

No Carnaval do Rio de Janeiro, 36 jurados têm a missão de avaliar as escolas de samba do Grupo Especial que cruzam a Marquês de Sapucaí, analisando detalhadamente nove quesitos como Bateria, Enredo e Comissão de Frente. Cada um desses julgadores recebe R$ 5,5 mil pelos três dias de trabalho, totalizando um montante de R$ 198 mil desembolsado pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Esse valor, conforme a entidade, não se trata de uma remuneração tradicional, mas de um reconhecimento pela dedicação à preservação da cultura carnavalesca, uma tarefa que exige conhecimento técnico e imparcialidade. Além do pagamento, os jurados contam com benefícios como hospedagem em hotel próximo ao Sambódromo, alimentação custeada e a possibilidade de levar um acompanhante para assistir aos desfiles, o que eleva o pacote de vantagens oferecido durante a folia.
A escolha dos jurados é um processo criterioso conduzido pela Liesa, que prioriza profissionais com formação acadêmica e experiência em pesquisas relacionadas às escolas de samba. Esses avaliadores passam por um curso preparatório antes dos desfiles, onde são orientados sobre os quesitos e o uso do mapa de notas, instrumento essencial para registrar as pontuações que variam de 9 a 10. Durante os dias de evento, eles ficam instalados em quatro módulos ao longo da avenida, analisando minuciosamente cada apresentação para garantir a justiça na apuração, que neste ano ocorreu na Quarta-feira de Cinzas, 5 de março de 2025.
Os desfiles do Grupo Especial, realizados nos dias 2, 3 e 4 de março, mobilizaram cerca de 70 mil espectadores por noite na Sapucaí, totalizando 210 mil pessoas ao longo das três noites. Os jurados, posicionados estrategicamente, avaliam aspectos técnicos e artísticos que definem a campeã, como a Unidos do Viradouro em 2024, e influenciam a distribuição de prêmios que chegam a quase 20% da arrecadação para a vencedora. A responsabilidade é grande, mas os benefícios e o prestígio de participar do maior espetáculo do carnaval carioca tornam a função atrativa.
O papel essencial dos jurados na folia carioca
Avaliar as escolas de samba não é tarefa simples. Os 36 jurados, divididos em grupos de quatro por quesito, analisam desde a cadência da bateria até a criatividade das fantasias, passando pela harmonia entre canto e ritmo. Cada julgador recebe um mapa de notas detalhado, e, em cinco dos nove quesitos, como Fantasias e Alegorias, há subquesitos que dividem a pontuação máxima de 10 em duas partes de até 5 pontos. Quando a nota não atinge o teto, o jurado precisa justificar o desconto, detalhando o que motivou a redução, um mecanismo que visa transparência no processo.
Durante os desfiles, os jurados permanecem em cabines especiais na Sapucaí, com acesso a bebidas não alcoólicas em freezers e alimentação garantida pela Liesa. A hospedagem no Porto Maravilha facilita a logística, já que o hotel fica a poucos minutos do Sambódromo, e o transporte é feito em ônibus exclusivos. Cada jurado pode levar um acompanhante, que assiste às apresentações em área reservada, mas sem acesso ao módulo de julgamento, preservando a concentração dos avaliadores.
Neste ano, uma mudança significativa marcou o regulamento: os envelopes com as notas passaram a ser fechados ao fim de cada noite de desfile, nos dias 2, 3 e 4 de março. Antes, os jurados podiam esperar até o término de todas as apresentações para registrar as pontuações, o que gerava comparações entre as escolas dos diferentes dias. A nova regra busca uniformizar o julgamento e reduzir possíveis influências externas, reforçando a imparcialidade exigida pela Liesa.
Benefícios e regras rígidas para os julgadores
Além dos R$ 5,5 mil, os jurados desfrutam de um pacote de vantagens que tornam a experiência única. A hospedagem em hotel na região do Porto Maravilha, próxima ao Sambódromo, elimina preocupações com deslocamento, enquanto a alimentação completa durante os dias de trabalho garante conforto. O acompanhante, credenciado previamente, pode vivenciar a festa de um ângulo privilegiado, embora sem interferir no espaço de julgamento, que é exclusivo e monitorado para evitar distrações.
A Liesa impõe regras estritas para assegurar a seriedade do processo. Os jurados devem manter sigilo absoluto sobre suas notas e observações até a apuração final, realizada na Quarta-feira de Cinzas. Durante os desfiles, o uso de aparelhos eletrônicos, como celulares ou rádios, é proibido, e os avaliadores são orientados a basear suas pontuações apenas no que veem na avenida, ignorando opiniões externas ou conteúdos das redes sociais. Essa rigidez visa proteger a integridade do julgamento, essencial para um evento que movimenta mais de R$ 2 bilhões na economia do Rio.
O valor pago aos jurados, embora destacado como um “agradecimento” pela Liesa, representa um reconhecimento pelo trabalho intenso de três noites consecutivas. Comparado a edições anteriores, como em 2022, quando o pró-labore era de R$ 4 mil líquidos por dois dias, o montante atual reflete um ajuste para os três dias de desfiles do Grupo Especial em 2025, adequando-se à expansão do evento, que agora inclui uma noite extra.
Quem são os jurados da Sapucaí
Os jurados do Carnaval 2025 foram selecionados com base em critérios rigorosos, exigindo conhecimento profundo sobre os desfiles e experiência prévia com escolas de samba. Entre os nomes estão Gerson Martins, Lucila de Beaurepaire, Mateus Dutra e Verônica Torres no quesito Evolução; Ary Jayme Cohen, Geiza Carvalho, Philipe Galdino e Rafael Barros Castro em Bateria; e Bruno Marques, Rodrigo Lima, Jardel Maia Rodrigues e Júlia Félix em Harmonia. Cada grupo é responsável por um aspecto específico das apresentações, garantindo uma avaliação abrangente.
Antes dos desfiles, a Liesa realiza um curso na Cidade do Samba, coordenado por especialistas como Júlio César Guimarães, para alinhar os critérios de julgamento. Os jurados são sorteados para atuar em um dos quatro módulos ao longo da Sapucaí, uma distribuição feita publicamente com a presença de representantes das 12 escolas do Grupo Especial. Após o Carnaval, as agremiações analisam o desempenho dos julgadores e podem sugerir suspensões ou manutenções para o ano seguinte.
A diversidade de perfis entre os jurados reflete a complexidade do evento. Rafaela Riveiro Ribeiro, Raffael Araújo, Raphael David Filho e Paola Novaes avaliam Comissão de Frente, enquanto Paulo Paradela, Betto Gomes, Sérgio Henrique Silva e Wagner Louza analisam Fantasias. Essa composição assegura que cada detalhe das apresentações, que duram entre 60 e 70 minutos por escola, seja observado com precisão.
Regras e mudanças que impactam o julgamento
O processo de avaliação segue um regulamento detalhado. As notas, que variam de 9 a 10, podem ser fracionadas em décimos, como 9,8 ou 9,9, e a menor pontuação de cada quesito é descartada na apuração final. Em casos extremos, como a ausência de um quesito na avenida, o jurado pode atribuir zero, mas isso exige justificativa formal. A ordem de leitura das notas, definida por sorteio, também serve como critério de desempate, começando por Evolução e terminando em Harmonia.
A introdução do fechamento dos envelopes ao fim de cada noite, em 2, 3 e 4 de março, foi uma demanda antiga das escolas, implementada em 2025 para evitar comparações entre os dias de desfile. Anteriormente, os jurados tinham até o fim da última apresentação para registrar as notas, o que podia influenciar a percepção entre as agremiações de domingo, segunda e terça-feira. Agora, o julgamento é concluído noite a noite, com os envelopes lacrados e entregues à Liesa, um passo rumo à maior equidade.
Outro ponto de destaque é a proibição de influências externas. Durante as apresentações, os jurados não podem consultar redes sociais ou ouvir comentários alheios, focando exclusivamente no que passa diante de seus olhos na Sapucaí. Essa medida, aliada ao sigilo até a apuração, reforça a credibilidade de um processo que define não apenas a campeã, mas também a distribuição de cotas financeiras entre as seis primeiras colocadas.
Cronograma do trabalho dos jurados em 2025
Os jurados seguem uma agenda intensa durante o Carnaval do Rio. Veja como foi o calendário de atividades em 2025:
- 2 de março: Primeira noite de desfiles do Grupo Especial, com seis escolas avaliadas e notas registradas até o fim da madrugada.
- 3 de março: Segunda noite, com mais seis apresentações julgadas e envelopes fechados ao término.
- 4 de março: Terceira noite, novidade deste ano, com eventuais ajustes no cronograma e julgamento finalizado.
- 5 de março: Apuração na Quarta-feira de Cinzas, na Cidade do Samba, com divulgação das notas.
Esse cronograma reflete a expansão do evento para três dias, aumentando a carga de trabalho dos jurados, que avaliam 12 escolas ao todo, contra 10 em anos anteriores com apenas duas noites.
Os bastidores do julgamento na Sapucaí
Nos bastidores, os jurados vivem uma rotina de concentração e privilégios. Hospedados no Porto Maravilha, eles chegam à Sapucaí em ônibus exclusivos, acompanhados de seus convidados, que ocupam áreas reservadas nos camarotes. Durante os desfiles, as cabines de julgamento oferecem conforto, com bebidas não alcoólicas disponíveis e alimentação servida nos intervalos, enquanto os avaliadores anotam suas impressões em mapas de notas detalhados.
A pressão é alta, já que cada decisão impacta o resultado de um evento assistido por milhões. Em 2024, a Unidos do Viradouro levou o título com 18,9% da arrecadação do Desfile das Campeãs, enquanto a sexta colocada, Vila Isabel, ficou com 11,7%. Os jurados, portanto, não apenas definem a campeã, mas influenciam a divisão de uma receita que supera os R$ 150 milhões anuais, oriundos de ingressos, camarotes e patrocínios.
A experiência de julgar o Carnaval também traz prestígio. Alfredo Del-Penho, Ana Paula Fernandes, Alessandro Ventura e Igor Fagundes, responsáveis pelo Samba-enredo, e Arthur Nunes Gomes, Johny Soares, Monica Mançur e Marcelo Rodrigues, do Enredo, são exemplos de profissionais que aliam paixão pela festa a um papel crucial na sua continuidade.
Curiosidades sobre os jurados do Carnaval
Alguns detalhes sobre o trabalho dos jurados surpreendem quem acompanha a folia de longe. Confira:
- Cada jurado avalia cerca de 90 minutos de desfile por escola, totalizando mais de 18 horas de trabalho em três noites.
- O curso preparatório na Cidade do Samba dura dias e inclui simulações práticas de julgamento.
- A proibição de aparelhos eletrônicos já gerou polêmicas, como em 2014, quando discrepâncias nas notas levaram à destituição de metade do júri.
- Os acompanhantes assistem aos desfiles em camarotes com capacidade para até 4 mil pessoas por noite.
Esses aspectos mostram o equilíbrio entre rigor e privilégio na função dos jurados, que têm nas mãos o destino das escolas.
Impacto do julgamento na festa carioca
O trabalho dos jurados vai além das notas. Em 2025, os 210 mil espectadores na Sapucaí e os milhões de telespectadores dependeram de suas avaliações para conhecer a campeã. A precisão no julgamento também afeta a economia da festa, que gera R$ 2,2 bilhões para o Rio, segundo estimativas do Ministério da Cultura, a partir de um investimento inicial de R$ 26 milhões de verbas pública e privada.
Madson Oliveira, Fernando Lima, Soter Bentes e Walber Ângelo de Freitas, em Alegorias e Adereços, e Mônica Barbosa, Eduardo Torres, Fernando Bersot e Henna Melo, em Mestre-sala e Porta-bandeira, completam o time que assegura a qualidade artística do evento. Suas decisões, baseadas em critérios como criatividade e coesão, mantêm o Carnaval como um dos maiores espetáculos culturais do mundo.
A cada ano, o processo evolui. A mudança nos envelopes e a expansão para três dias de desfiles mostram o esforço da Liesa em aprimorar o julgamento, enquanto os R$ 5,5 mil e os benefícios continuam atraindo profissionais qualificados para uma tarefa que mistura paixão, técnica e responsabilidade.
