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12 Mar 2025, Wed

Mikey Madison supera Fernanda Torres em premiação polêmica

dupla sena aposta mega loterias


A polêmica em torno do Oscar de Melhor Atriz deste ano ganhou força após a atriz Claudia Raia, de 58 anos, usar suas redes sociais para expressar indignação com a vitória de Mikey Madison, de 25 anos, por seu papel em “Anora”. Na cerimônia realizada no último domingo, dia 2 de março, no Dolby Theatre, em Los Angeles, Madison desbancou nomes de peso como Fernanda Torres, de 59 anos, indicada por “Ainda estou aqui”, e Demi Moore, de 62 anos, por “A substância”. Para Raia, a escolha da Academia reflete um viés etarista, privilegiando juventude em detrimento de experiência e maturidade artística. O desabafo, publicado na quarta-feira, 5 de março, rapidamente repercutiu entre fãs e profissionais do cinema, reacendendo debates sobre representatividade e critérios de premiação em Hollywood. A atriz brasileira, conhecida por sua luta contra o etarismo, não mediu palavras ao questionar a decisão, apontando que o trabalho de Madison, descrito por ela como “ok” e “uma prostituta romantizada”, não estaria à altura das performances de suas concorrentes mais experientes.

Rapidamente, o posicionamento de Claudia Raia ecoou nas redes sociais, com outros artistas e internautas se manifestando sobre o resultado. A derrota de Fernanda Torres, que interpretou a ativista Eunice Paiva em um filme aclamado sobre a ditadura militar brasileira, era vista por muitos como uma chance de reconhecimento histórico para o cinema nacional. Demi Moore, por sua vez, vinha sendo apontada como favorita após uma atuação visceral em “A substância”, marcando sua primeira indicação ao Oscar em uma carreira de mais de 40 anos.

A vitória de Mikey Madison, embora celebrada por parte do público e da crítica, não escapou das controvérsias. Seu papel como uma acompanhante de luxo em “Anora”, filme que também levou o prêmio de Melhor Filme, foi elogiado por sua energia e carisma, mas para alguns, como Raia, faltou a profundidade que Torres e Moore entregaram em suas interpretações.

O desabafo de Claudia Raia e a crítica ao etarismo

Claudia Raia não mediu esforços para expressar sua frustração com o resultado do Oscar. Em um vídeo publicado em seus stories no Instagram, a atriz começou dizendo que pretendia ficar em silêncio, atendendo a um pedido de Fernanda Torres para que os colegas enviassem apenas “amor” após a premiação. No entanto, ela confessou que não conseguiu se conter. “Achei muito, muito injusto. Tudo bem se a nossa Nanda não ganhe, mas perder para Mikey, não dá. A Demi Moore perder, realmente não dá. A gente tá falando de um resultado absolutamente etarista”, declarou. Para Raia, a escolha de Madison, uma atriz de apenas 25 anos em sua primeira indicação, sobre atrizes com décadas de carreira, reflete um padrão da indústria que valoriza a juventude em detrimento da experiência.

A atriz foi além, questionando os critérios da Academia. “Por que a Demi Moore não ganhou? Porque ela tem 62 anos? Porque ela tem uma carreira de 40 anos de algumas das maiores bilheterias de Hollywood? Isso não deveria ser revisto?”, perguntou. Ela também criticou o papel de Madison em “Anora”, descrevendo-o como “uma prostituta romantizada” e sugerindo que a personagem reforça estereótipos sobre mulheres na indústria do entretenimento. Para Raia, os melhores trabalhos da temporada vieram de mulheres acima dos 50 anos, e a vitória de Madison seria um sinal de que a indústria cinematográfica ainda precisa enfrentar seus preconceitos.

O posicionamento de Raia não foi isolado. A atriz Ingrid Guimarães também se manifestou nas redes sociais, destacando a diferença de experiência entre as concorrentes. “A garota tem 25 anos. É muito Oscar pela frente. Deixa a mulher madura ganhar. O trabalho da Fernanda é muito melhor”, escreveu Guimarães, reforçando a percepção de que a idade de Madison pesou na narrativa da escolha.

Fernanda Torres e o reconhecimento em “Ainda estou aqui”

Fernanda Torres chegou ao Oscar com grandes expectativas por sua interpretação de Eunice Paiva em “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles. O filme, que retrata a luta de uma mãe e esposa contra os horrores da ditadura militar brasileira, foi indicado em categorias como Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, conquistando este último. Torres, filha de Fernanda Montenegro, que também foi indicada ao Oscar em 1999 por “Central do Brasil”, trouxe uma performance marcada por força e sutileza, recebendo elogios da crítica internacional. Sua indicação foi vista como um marco para o cinema brasileiro, 26 anos após a histórica nomeação de sua mãe.

Apesar da derrota na categoria de Melhor Atriz, Torres demonstrou elegância ao reagir ao resultado. Durante a cerimônia, câmeras captaram o momento em que ela aplaudiu a vitória de Mikey Madison, e, em uma coletiva de imprensa posterior, a atriz brasileira elogiou “Anora” e o desempenho da colega. “Eu pedi que mandassem só amor”, disse Torres, tentando amenizar a onda de críticas que se formou após o anúncio. O filme “Ainda estou aqui” também fez história ao vencer como Melhor Filme Internacional, um feito celebrado por Torres e pela equipe, que dedicaram o prêmio à família Paiva e às vítimas da ditadura.

A trajetória de Torres no Oscar reflete um momento de visibilidade para o Brasil em Hollywood. Com uma carreira consolidada no teatro, televisão e cinema, ela trouxe ao papel de Eunice Paiva uma profundidade emocional que muitos consideraram digna da estatueta. Mesmo sem o prêmio de Melhor Atriz, sua participação na premiação reforçou a força do cinema nacional em produções que combinam narrativa histórica e impacto artístico.

Mikey Madison: a jovem vencedora que dividiu opiniões

Mikey Madison, aos 25 anos, tornou-se o centro de uma das maiores polêmicas do Oscar deste ano. Sua vitória por “Anora”, filme de Sean Baker que mistura comédia romântica e crítica social, foi um marco em sua carreira ainda em ascensão. Nascida em Los Angeles, Madison ganhou destaque em produções como “Better Things”, “Era uma vez em Hollywood” e “Pânico”, mas foi sua atuação como Ani, uma acompanhante de luxo que se casa impulsivamente com o filho de um oligarca russo, que a levou ao topo da premiação. O longa, vencedor de cinco estatuetas, incluindo Melhor Filme, foi aclamado por sua originalidade e pelo desempenho vibrante da jovem atriz.

A personagem de Madison começa como uma figura carismática em um conto de fadas moderno, mas logo enfrenta as consequências caóticas de sua decisão. A crítica destacou sua capacidade de transitar entre humor, sensualidade e vulnerabilidade, o que a colocou entre as favoritas na temporada de premiações. Antes do Oscar, ela já havia vencido o BAFTA e o Critics’ Choice, o que sinalizava sua força na disputa, apesar da preferência de muitos por Demi Moore, vencedora do SAG Awards.

No entanto, sua vitória não foi unânime. Enquanto alguns celebraram a escolha como um reconhecimento ao talento emergente, outros, como Claudia Raia, viram nela um símbolo do culto à juventude em Hollywood. Madison, em seu discurso de aceitação, agradeceu à equipe de “Anora” e dedicou o prêmio às mulheres que inspiram sua arte, mas não comentou as críticas que começaram a surgir logo após a cerimônia.

Cronologia da polêmica no Oscar

O debate sobre etarismo no Oscar ganhou forma ao longo da semana após a premiação. Confira os principais momentos que marcaram essa controvérsia:

  • 2 de março: Mikey Madison vence o Oscar de Melhor Atriz por “Anora”, superando Fernanda Torres, Demi Moore, Cynthia Erivo e Karla Sofía Gascón. “Ainda estou aqui” leva Melhor Filme Internacional.
  • 3 de março: Reações mistas tomam as redes sociais. Ingrid Guimarães questiona a vitória de Madison, enquanto Torres pede “amor” em coletiva.
  • 5 de março: Claudia Raia publica vídeo criticando o resultado como “etarista” e apontando injustiça contra Torres e Moore.
  • 6 de março: A discussão se intensifica, com apoio de outros artistas e análises de especialistas sobre os critérios da Academia.

A sequência de eventos transformou a vitória de Madison em um dos assuntos mais comentados da temporada de premiações, colocando em xeque os padrões de avaliação da Academia.

Os argumentos de Claudia Raia em detalhes

Claudia Raia estruturou sua crítica em torno de três pilares principais: qualidade de trabalho, maturidade cênica e talento. Para ela, Fernanda Torres e Demi Moore representam um nível de excelência que Madison, em sua visão, ainda não alcançou. “A gente tá falando de qualidade de trabalho, de maturidade cênica, de talento”, afirmou Raia, sugerindo que a experiência acumulada ao longo de décadas deveria pesar mais na decisão da Academia. Ela destacou a carreira de Moore, que inclui sucessos como “Ghost” e “Até o limite da honra”, e o desempenho de Torres, que carregou o peso emocional de um drama histórico.

Outro ponto levantado por Raia foi o suposto reforço de estereótipos em “Anora”. Ao chamar o papel de Madison de “prostituta romantizada”, ela insinuou que a vitória reflete uma tendência de Hollywood de premiar narrativas que colocam mulheres jovens em posições sexualizadas, enquanto atrizes mais velhas lutam por papéis de destaque. “É etarista ou não é etarista? Estamos falando da posição da mulher nesse lugar”, disse, conectando o resultado a questões mais amplas de representatividade.

A atriz também chamou atenção para o impacto simbólico da derrota de Moore, indicada pela primeira vez aos 62 anos. “Isso não deveria ser revisto?”, questionou, apontando que a falta de reconhecimento prévio a uma estrela de tamanha relevância já era, por si só, um indicativo de preconceito estrutural na indústria.

Repercussão entre artistas e público

A opinião de Claudia Raia encontrou eco em diversas vozes do meio artístico. Ingrid Guimarães, por exemplo, usou seu Instagram para reforçar o argumento da experiência. “Eu estava preparada pra perder pra Demi, não pra ‘Anora’, que tem idade pra ser minha filha”, escreveu, em tom de desabafo. Outros internautas foram além, comparando a situação com a derrota de Fernanda Montenegro em 1999, quando perdeu para Gwyneth Paltrow, então com 25 anos, por “Shakespeare apaixonado”.

Por outro lado, defensores de Mikey Madison argumentaram que sua vitória foi justa. Críticos de cinema apontaram que sua atuação em “Anora” foi essencial para o sucesso do filme, carregando a narrativa com uma energia única. Especialistas também destacaram que a Academia nem sempre premia carreiras longas, mas sim performances específicas que se destacam em determinado ano. A discussão dividiu opiniões, com alguns vendo a crítica de Raia como um ataque pessoal a Madison, enquanto outros concordaram que o etarismo é um problema real em Hollywood.

A reação do público nas redes sociais foi igualmente polarizada. Enquanto hashtags como #JustiçaParaFernanda e #EtarismoNoOscar ganharam força, outros celebraram Madison com mensagens de apoio, elogiando sua ascensão meteórica na indústria.

Fatos sobre as indicadas ao Oscar de Melhor Atriz

Para entender melhor o contexto da disputa, aqui estão alguns dados sobre as cinco indicadas ao Oscar de Melhor Atriz:

  • Mikey Madison: 25 anos, venceu por “Anora”. Primeira indicação, conhecida por papéis em “Better Things” e “Era uma vez em Hollywood”.
  • Fernanda Torres: 59 anos, indicada por “Ainda estou aqui”. Atriz veterana com carreira no teatro e cinema brasileiros.
  • Demi Moore: 62 anos, indicada por “A substância”. Primeira nomeação após mais de 40 anos de carreira em Hollywood.
  • Cynthia Erivo: 38 anos, indicada por “Wicked”. Atriz e cantora com histórico na Broadway e no cinema.
  • Karla Sofía Gascón: 52 anos, indicada por “Emilia Pérez”. Primeira mulher trans a concorrer ao Oscar de Melhor Atriz.

A diversidade de idades e trajetórias entre as indicadas tornou a categoria uma das mais disputadas do ano, alimentando ainda mais o debate sobre os critérios da Academia.

O impacto da vitória de “Anora” no Oscar

A vitória de Mikey Madison não foi um feito isolado. “Anora” saiu da cerimônia como o grande destaque da noite, levando cinco prêmios, incluindo Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. Dirigido por Sean Baker, o longa já havia conquistado a Palma de Ouro em Cannes, o que aumentou sua visibilidade na temporada de premiações. A escolha da Academia por um filme que mistura comédia, drama e crítica social foi vista como uma aposta em narrativas inovadoras, mas também alimentou as críticas de que a juventude de sua protagonista pesou na decisão.

Para o cinema brasileiro, a noite teve um sabor agridoce. Embora “Ainda estou aqui” tenha vencido como Melhor Filme Internacional, a derrota de Fernanda Torres deixou um vazio entre os que esperavam um reconhecimento duplo. A presença de Torres na premiação, no entanto, reforçou a relevância do Brasil no cenário global, especialmente em um ano em que temas como memória histórica e resistência ganharam destaque.

O Oscar deste ano, realizado em 2 de março, foi transmitido ao vivo pela Max e TNT, alcançando milhões de espectadores. A controvérsia em torno da categoria de Melhor Atriz garantiu que a edição permanecesse em pauta dias após o evento, com debates que vão além do resultado e tocam em questões estruturais da indústria cinematográfica.



A polêmica em torno do Oscar de Melhor Atriz deste ano ganhou força após a atriz Claudia Raia, de 58 anos, usar suas redes sociais para expressar indignação com a vitória de Mikey Madison, de 25 anos, por seu papel em “Anora”. Na cerimônia realizada no último domingo, dia 2 de março, no Dolby Theatre, em Los Angeles, Madison desbancou nomes de peso como Fernanda Torres, de 59 anos, indicada por “Ainda estou aqui”, e Demi Moore, de 62 anos, por “A substância”. Para Raia, a escolha da Academia reflete um viés etarista, privilegiando juventude em detrimento de experiência e maturidade artística. O desabafo, publicado na quarta-feira, 5 de março, rapidamente repercutiu entre fãs e profissionais do cinema, reacendendo debates sobre representatividade e critérios de premiação em Hollywood. A atriz brasileira, conhecida por sua luta contra o etarismo, não mediu palavras ao questionar a decisão, apontando que o trabalho de Madison, descrito por ela como “ok” e “uma prostituta romantizada”, não estaria à altura das performances de suas concorrentes mais experientes.

Rapidamente, o posicionamento de Claudia Raia ecoou nas redes sociais, com outros artistas e internautas se manifestando sobre o resultado. A derrota de Fernanda Torres, que interpretou a ativista Eunice Paiva em um filme aclamado sobre a ditadura militar brasileira, era vista por muitos como uma chance de reconhecimento histórico para o cinema nacional. Demi Moore, por sua vez, vinha sendo apontada como favorita após uma atuação visceral em “A substância”, marcando sua primeira indicação ao Oscar em uma carreira de mais de 40 anos.

A vitória de Mikey Madison, embora celebrada por parte do público e da crítica, não escapou das controvérsias. Seu papel como uma acompanhante de luxo em “Anora”, filme que também levou o prêmio de Melhor Filme, foi elogiado por sua energia e carisma, mas para alguns, como Raia, faltou a profundidade que Torres e Moore entregaram em suas interpretações.

O desabafo de Claudia Raia e a crítica ao etarismo

Claudia Raia não mediu esforços para expressar sua frustração com o resultado do Oscar. Em um vídeo publicado em seus stories no Instagram, a atriz começou dizendo que pretendia ficar em silêncio, atendendo a um pedido de Fernanda Torres para que os colegas enviassem apenas “amor” após a premiação. No entanto, ela confessou que não conseguiu se conter. “Achei muito, muito injusto. Tudo bem se a nossa Nanda não ganhe, mas perder para Mikey, não dá. A Demi Moore perder, realmente não dá. A gente tá falando de um resultado absolutamente etarista”, declarou. Para Raia, a escolha de Madison, uma atriz de apenas 25 anos em sua primeira indicação, sobre atrizes com décadas de carreira, reflete um padrão da indústria que valoriza a juventude em detrimento da experiência.

A atriz foi além, questionando os critérios da Academia. “Por que a Demi Moore não ganhou? Porque ela tem 62 anos? Porque ela tem uma carreira de 40 anos de algumas das maiores bilheterias de Hollywood? Isso não deveria ser revisto?”, perguntou. Ela também criticou o papel de Madison em “Anora”, descrevendo-o como “uma prostituta romantizada” e sugerindo que a personagem reforça estereótipos sobre mulheres na indústria do entretenimento. Para Raia, os melhores trabalhos da temporada vieram de mulheres acima dos 50 anos, e a vitória de Madison seria um sinal de que a indústria cinematográfica ainda precisa enfrentar seus preconceitos.

O posicionamento de Raia não foi isolado. A atriz Ingrid Guimarães também se manifestou nas redes sociais, destacando a diferença de experiência entre as concorrentes. “A garota tem 25 anos. É muito Oscar pela frente. Deixa a mulher madura ganhar. O trabalho da Fernanda é muito melhor”, escreveu Guimarães, reforçando a percepção de que a idade de Madison pesou na narrativa da escolha.

Fernanda Torres e o reconhecimento em “Ainda estou aqui”

Fernanda Torres chegou ao Oscar com grandes expectativas por sua interpretação de Eunice Paiva em “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles. O filme, que retrata a luta de uma mãe e esposa contra os horrores da ditadura militar brasileira, foi indicado em categorias como Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, conquistando este último. Torres, filha de Fernanda Montenegro, que também foi indicada ao Oscar em 1999 por “Central do Brasil”, trouxe uma performance marcada por força e sutileza, recebendo elogios da crítica internacional. Sua indicação foi vista como um marco para o cinema brasileiro, 26 anos após a histórica nomeação de sua mãe.

Apesar da derrota na categoria de Melhor Atriz, Torres demonstrou elegância ao reagir ao resultado. Durante a cerimônia, câmeras captaram o momento em que ela aplaudiu a vitória de Mikey Madison, e, em uma coletiva de imprensa posterior, a atriz brasileira elogiou “Anora” e o desempenho da colega. “Eu pedi que mandassem só amor”, disse Torres, tentando amenizar a onda de críticas que se formou após o anúncio. O filme “Ainda estou aqui” também fez história ao vencer como Melhor Filme Internacional, um feito celebrado por Torres e pela equipe, que dedicaram o prêmio à família Paiva e às vítimas da ditadura.

A trajetória de Torres no Oscar reflete um momento de visibilidade para o Brasil em Hollywood. Com uma carreira consolidada no teatro, televisão e cinema, ela trouxe ao papel de Eunice Paiva uma profundidade emocional que muitos consideraram digna da estatueta. Mesmo sem o prêmio de Melhor Atriz, sua participação na premiação reforçou a força do cinema nacional em produções que combinam narrativa histórica e impacto artístico.

Mikey Madison: a jovem vencedora que dividiu opiniões

Mikey Madison, aos 25 anos, tornou-se o centro de uma das maiores polêmicas do Oscar deste ano. Sua vitória por “Anora”, filme de Sean Baker que mistura comédia romântica e crítica social, foi um marco em sua carreira ainda em ascensão. Nascida em Los Angeles, Madison ganhou destaque em produções como “Better Things”, “Era uma vez em Hollywood” e “Pânico”, mas foi sua atuação como Ani, uma acompanhante de luxo que se casa impulsivamente com o filho de um oligarca russo, que a levou ao topo da premiação. O longa, vencedor de cinco estatuetas, incluindo Melhor Filme, foi aclamado por sua originalidade e pelo desempenho vibrante da jovem atriz.

A personagem de Madison começa como uma figura carismática em um conto de fadas moderno, mas logo enfrenta as consequências caóticas de sua decisão. A crítica destacou sua capacidade de transitar entre humor, sensualidade e vulnerabilidade, o que a colocou entre as favoritas na temporada de premiações. Antes do Oscar, ela já havia vencido o BAFTA e o Critics’ Choice, o que sinalizava sua força na disputa, apesar da preferência de muitos por Demi Moore, vencedora do SAG Awards.

No entanto, sua vitória não foi unânime. Enquanto alguns celebraram a escolha como um reconhecimento ao talento emergente, outros, como Claudia Raia, viram nela um símbolo do culto à juventude em Hollywood. Madison, em seu discurso de aceitação, agradeceu à equipe de “Anora” e dedicou o prêmio às mulheres que inspiram sua arte, mas não comentou as críticas que começaram a surgir logo após a cerimônia.

Cronologia da polêmica no Oscar

O debate sobre etarismo no Oscar ganhou forma ao longo da semana após a premiação. Confira os principais momentos que marcaram essa controvérsia:

  • 2 de março: Mikey Madison vence o Oscar de Melhor Atriz por “Anora”, superando Fernanda Torres, Demi Moore, Cynthia Erivo e Karla Sofía Gascón. “Ainda estou aqui” leva Melhor Filme Internacional.
  • 3 de março: Reações mistas tomam as redes sociais. Ingrid Guimarães questiona a vitória de Madison, enquanto Torres pede “amor” em coletiva.
  • 5 de março: Claudia Raia publica vídeo criticando o resultado como “etarista” e apontando injustiça contra Torres e Moore.
  • 6 de março: A discussão se intensifica, com apoio de outros artistas e análises de especialistas sobre os critérios da Academia.

A sequência de eventos transformou a vitória de Madison em um dos assuntos mais comentados da temporada de premiações, colocando em xeque os padrões de avaliação da Academia.

Os argumentos de Claudia Raia em detalhes

Claudia Raia estruturou sua crítica em torno de três pilares principais: qualidade de trabalho, maturidade cênica e talento. Para ela, Fernanda Torres e Demi Moore representam um nível de excelência que Madison, em sua visão, ainda não alcançou. “A gente tá falando de qualidade de trabalho, de maturidade cênica, de talento”, afirmou Raia, sugerindo que a experiência acumulada ao longo de décadas deveria pesar mais na decisão da Academia. Ela destacou a carreira de Moore, que inclui sucessos como “Ghost” e “Até o limite da honra”, e o desempenho de Torres, que carregou o peso emocional de um drama histórico.

Outro ponto levantado por Raia foi o suposto reforço de estereótipos em “Anora”. Ao chamar o papel de Madison de “prostituta romantizada”, ela insinuou que a vitória reflete uma tendência de Hollywood de premiar narrativas que colocam mulheres jovens em posições sexualizadas, enquanto atrizes mais velhas lutam por papéis de destaque. “É etarista ou não é etarista? Estamos falando da posição da mulher nesse lugar”, disse, conectando o resultado a questões mais amplas de representatividade.

A atriz também chamou atenção para o impacto simbólico da derrota de Moore, indicada pela primeira vez aos 62 anos. “Isso não deveria ser revisto?”, questionou, apontando que a falta de reconhecimento prévio a uma estrela de tamanha relevância já era, por si só, um indicativo de preconceito estrutural na indústria.

Repercussão entre artistas e público

A opinião de Claudia Raia encontrou eco em diversas vozes do meio artístico. Ingrid Guimarães, por exemplo, usou seu Instagram para reforçar o argumento da experiência. “Eu estava preparada pra perder pra Demi, não pra ‘Anora’, que tem idade pra ser minha filha”, escreveu, em tom de desabafo. Outros internautas foram além, comparando a situação com a derrota de Fernanda Montenegro em 1999, quando perdeu para Gwyneth Paltrow, então com 25 anos, por “Shakespeare apaixonado”.

Por outro lado, defensores de Mikey Madison argumentaram que sua vitória foi justa. Críticos de cinema apontaram que sua atuação em “Anora” foi essencial para o sucesso do filme, carregando a narrativa com uma energia única. Especialistas também destacaram que a Academia nem sempre premia carreiras longas, mas sim performances específicas que se destacam em determinado ano. A discussão dividiu opiniões, com alguns vendo a crítica de Raia como um ataque pessoal a Madison, enquanto outros concordaram que o etarismo é um problema real em Hollywood.

A reação do público nas redes sociais foi igualmente polarizada. Enquanto hashtags como #JustiçaParaFernanda e #EtarismoNoOscar ganharam força, outros celebraram Madison com mensagens de apoio, elogiando sua ascensão meteórica na indústria.

Fatos sobre as indicadas ao Oscar de Melhor Atriz

Para entender melhor o contexto da disputa, aqui estão alguns dados sobre as cinco indicadas ao Oscar de Melhor Atriz:

  • Mikey Madison: 25 anos, venceu por “Anora”. Primeira indicação, conhecida por papéis em “Better Things” e “Era uma vez em Hollywood”.
  • Fernanda Torres: 59 anos, indicada por “Ainda estou aqui”. Atriz veterana com carreira no teatro e cinema brasileiros.
  • Demi Moore: 62 anos, indicada por “A substância”. Primeira nomeação após mais de 40 anos de carreira em Hollywood.
  • Cynthia Erivo: 38 anos, indicada por “Wicked”. Atriz e cantora com histórico na Broadway e no cinema.
  • Karla Sofía Gascón: 52 anos, indicada por “Emilia Pérez”. Primeira mulher trans a concorrer ao Oscar de Melhor Atriz.

A diversidade de idades e trajetórias entre as indicadas tornou a categoria uma das mais disputadas do ano, alimentando ainda mais o debate sobre os critérios da Academia.

O impacto da vitória de “Anora” no Oscar

A vitória de Mikey Madison não foi um feito isolado. “Anora” saiu da cerimônia como o grande destaque da noite, levando cinco prêmios, incluindo Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. Dirigido por Sean Baker, o longa já havia conquistado a Palma de Ouro em Cannes, o que aumentou sua visibilidade na temporada de premiações. A escolha da Academia por um filme que mistura comédia, drama e crítica social foi vista como uma aposta em narrativas inovadoras, mas também alimentou as críticas de que a juventude de sua protagonista pesou na decisão.

Para o cinema brasileiro, a noite teve um sabor agridoce. Embora “Ainda estou aqui” tenha vencido como Melhor Filme Internacional, a derrota de Fernanda Torres deixou um vazio entre os que esperavam um reconhecimento duplo. A presença de Torres na premiação, no entanto, reforçou a relevância do Brasil no cenário global, especialmente em um ano em que temas como memória histórica e resistência ganharam destaque.

O Oscar deste ano, realizado em 2 de março, foi transmitido ao vivo pela Max e TNT, alcançando milhões de espectadores. A controvérsia em torno da categoria de Melhor Atriz garantiu que a edição permanecesse em pauta dias após o evento, com debates que vão além do resultado e tocam em questões estruturais da indústria cinematográfica.



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