Breaking
14 Mar 2025, Fri

Cultura do cancelamento garantiu vitória de Anora sobre Emilia Pérez no Oscar, afirma Bill Maher

Anora


A cerimônia do Oscar de 2025, realizada em 2 de março no Dolby Theatre, em Los Angeles, ficará marcada não apenas pela consagração de Anora como Melhor Filme, mas também pelo debate inflamado sobre o papel da “cancel culture” na decisão da Academia. Bill Maher, apresentador do programa Real Time with Bill Maher na HBO, trouxe à tona essa discussão ao afirmar que o favoritismo de Emilia Pérez foi derrubado por controvérsias envolvendo a atriz Karla Sofía Gascón, permitindo que o filme de Sean Baker saísse vitorioso com cinco estatuetas. O comediante argumentou que Hollywood, pressionada pela opinião pública após a exposição de postagens antigas de Gascón com conteúdo ofensivo, optou por premiar uma produção menos controversa, mesmo que artisticamente ousada. A análise de Maher reflete um momento em que a premiação, apresentada por Conan O’Brien, pareceu equilibrar escolhas artísticas e sensibilidades sociais, reacendendo o debate sobre até que ponto fatores externos influenciam o maior evento do cinema mundial. Anora, que narra a vida de uma trabalhadora sexual em um casamento caótico com o filho de um oligarca russo, superou expectativas iniciais, enquanto Emilia Pérez, um drama musical com 13 indicações, viu suas chances minguarem diante do escândalo.

A vitória de Anora consolidou Mikey Madison como Melhor Atriz, um feito impressionante para sua estreia em um papel principal, e destacou o trabalho de Sean Baker, que também levou Melhor Direção. Enquanto isso, Emilia Pérez saiu com apenas dois prêmios: Melhor Atriz Coadjuvante para Zoe Saldaña e Melhor Canção Original por “El Mal”.

O contraste entre os destinos dos dois filmes na 97ª edição do Oscar levanta questões sobre o peso da cultura do cancelamento em uma indústria que busca celebrar a diversidade, mas também teme represálias públicas. Maher, com seu tom ácido, colocou o dedo na ferida ao sugerir que a Academia recuou de fazer história com Gascón para evitar um backlash maior.

Como Anora conquistou Hollywood em 2025

A trajetória de Anora até o topo do Oscar começou muito antes da cerimônia, com sua estreia no Festival de Cannes em maio de 2024, onde conquistou o Palma de Ouro. Dirigido por Sean Baker, conhecido por filmes como The Florida Project e Red Rocket, o longa trouxe uma narrativa crua sobre Ani, uma trabalhadora sexual de Brooklyn que se envolve em uma relação tumultuada com o filho de um magnata russo. O filme, produzido pela Neon, entrou na temporada de premiações como um azarão, enfrentando gigantes como Dune: Part Two e Wicked. Sua força, no entanto, cresceu em fevereiro, com vitórias nos sindicatos de diretores (DGA) e produtores (PGA), além do Critics Choice Awards, pavimentando o caminho para o sucesso em 2 de março. A campanha da Neon soube capitalizar o momento, especialmente após o declínio de Emilia Pérez, transformando Anora em um símbolo de cinema independente com apelo universal.

Mikey Madison, aos 25 anos, brilhou como Ani, trazendo vulnerabilidade e energia à personagem. Sua vitória sobre nomes como Demi Moore e Karla Sofía Gascón marcou um dos pontos altos da noite, enquanto Baker, ao receber o prêmio de Melhor Direção, usou o palco para defender a descriminalização do trabalho sexual, um tema central do filme.

Além de Melhor Filme, Direção e Atriz, Anora levou Melhor Roteiro Original e Melhor Edição, totalizando cinco prêmios. Esse desempenho igualou o recorde de Walt Disney, que também saiu de uma cerimônia com quatro estatuetas em uma única noite, em 1954.

Controvérsia de Karla Sofía Gascón e o declínio de Emilia Pérez

Antes do escândalo que abalou sua campanha, Emilia Pérez era visto como o favorito absoluto para dominar o Oscar 2025. O filme de Jacques Audiard, um drama musical sobre uma traficante mexicana em transição de gênero, estreou com força no Globo de Ouro, vencendo Melhor Filme Musical/Comédia e Melhor Filme Estrangeiro. Karla Sofía Gascón, a primeira mulher transgênero indicada a Melhor Atriz no Oscar, era o rosto dessa ascensão, recebendo elogios por sua interpretação intensa e multifacetada. A produção, distribuída pela Netflix, chegou à temporada com 13 indicações, um número impressionante para um filme não anglófono, e parecia destinada a fazer história. Tudo mudou em janeiro, quando tweets antigos da atriz, contendo críticas a muçulmanos e ao movimento Black Lives Matter, foram resgatados nas redes sociais, desencadeando uma crise que a equipe do filme não conseguiu contornar.

A reação inicial de Gascón foi defensiva. Em uma entrevista, ela afirmou que os comentários eram de uma época diferente e que sua indicação ao Oscar era um reconhecimento de seu talento, não de suas opiniões pessoais. A pressão, porém, levou a um pedido público de desculpas, onde reconheceu o impacto de suas palavras. Ainda assim, o estrago estava feito: a atriz evitou eventos de premiação, e a campanha da Netflix perdeu fôlego, enquanto Anora ganhava terreno.

O filme ainda conquistou dois prêmios na noite do Oscar. Zoe Saldaña, premiada como Melhor Atriz Coadjuvante, usou os bastidores para destacar a essência de Emilia Pérez, focada na luta de quatro mulheres contra a opressão, mas o resultado final foi um balde de água fria para uma produção que já foi chamada de “o filme do ano”.

Bill Maher e a persistência da cancel culture

Bill Maher não perdeu tempo ao abordar o resultado do Oscar em seu programa Real Time. Para ele, a vitória de Anora sobre Emilia Pérez é a prova viva de que a “cancel culture” não apenas existe, mas continua moldando decisões em Hollywood. “Eles dizem que isso acabou, mas acabamos de ver isso no Oscar”, declarou o comediante, comparando os tweets de Gascón a algo que Kanye West poderia ter escrito em um momento de impulsividade. Maher argumentou que a Academia, inicialmente seduzida pela chance de premiar a primeira mulher transgênero como Melhor Atriz, recuou diante do risco de parecer conivente com opiniões controversas, optando por Anora como uma escolha mais segura, mas igualmente meritória.

O comentário de Maher ecoa um padrão histórico no Oscar, onde controvérsias pessoais já influenciaram resultados. Em 1999, por exemplo, Shakespeare in Love venceu Saving Private Ryan em parte devido a uma campanha negativa contra Steven Spielberg. Em 2019, A Star Is Born perdeu força após críticas a Bradley Cooper. No caso de 2025, a combinação de redes sociais e pressão pública amplificou o impacto do escândalo de Gascón, transformando Emilia Pérez de favorito a coadjuvante na narrativa da premiação.

Principais momentos que mostram a influência da “cancel culture” na temporada:

  • Tweets de Gascón ressurgem em janeiro, gerando indignação online.
  • A Netflix reduz a visibilidade da campanha de Emilia Pérez em fevereiro.
  • Anora capitaliza o vácuo e vence prêmios-chave antes do Oscar.

Caminho de Anora até o pódio do Oscar

A ascensão de Anora não foi linear. Após o Palma de Ouro em Cannes, o filme enfrentou um início discreto na temporada de premiações, saindo de mãos vazias do Globo de Ouro, onde Emilia Pérez brilhou. A virada veio em fevereiro, com vitórias consecutivas no Critics Choice, DGA e PGA, sinalizando uma mudança de percepção entre os votantes da Academia. Sean Baker, com sua abordagem autoral e foco em personagens marginalizados, conquistou um público que viu em Anora uma mistura única de humor ácido e crítica social. A Neon, produtora do filme, intensificou sua campanha, promovendo exibições especiais e destacando o desempenho de Mikey Madison, que passou de atriz coadjuvante em séries como Better Things a estrela premiada no Oscar.

O sucesso técnico de Anora também foi essencial. A edição ágil, premiada na categoria de Melhor Edição, trouxe dinamismo à narrativa, enquanto o roteiro original de Baker equilibrou momentos de tensão e leveza. Esses elementos, somados à queda de Emilia Pérez, garantiram ao filme um lugar entre os grandes vencedores da história do Oscar.

A vitória de Baker como Melhor Diretor marcou seu primeiro Oscar, após anos sendo celebrado no circuito independente. Seu discurso, focado na desestigmatização do trabalho sexual, foi um dos mais comentados da noite, reforçando a relevância temática do filme.

Detalhes históricos do Oscar 2025

A 97ª edição do Oscar entrou para a história por diversos motivos. Anora tornou-se o primeiro filme de Sean Baker a vencer Melhor Filme, enquanto Mikey Madison, aos 25 anos, foi uma das atrizes mais jovens a levar a estatueta de Melhor Atriz. Karla Sofía Gascón, apesar da derrota, marcou presença como a primeira transgênero indicada na categoria, um marco que, mesmo ofuscado pela controvérsia, sinaliza avanços na representatividade. A cerimônia, transmitida ao vivo por ABC e Hulu, alcançou milhões de espectadores, com Conan O’Brien trazendo humor ácido como apresentador, em um evento que também premiou blockbusters como Dune: Part Two (efeitos visuais) e Wicked (figurino).

Outros dados relevantes da noite incluem:

  • Anora: 5 prêmios (Melhor Filme, Direção, Atriz, Roteiro Original, Edição).
  • Emilia Pérez: 2 prêmios (Melhor Atriz Coadjuvante, Canção Original).
  • Total de indicações: Emilia Pérez (13), Anora (8).

O evento também destacou a força do cinema independente, com Anora seguindo os passos de filmes como Parasite e Everything Everywhere All at Once, que desafiaram o domínio de grandes estúdios.

Repercussões do embate entre os filmes

O confronto entre Anora e Emilia Pérez no Oscar 2025 revelou as tensões entre mérito artístico e contexto cultural em Hollywood. Enquanto Anora foi celebrado por sua autenticidade e direção impecável, Emilia Pérez enfrentou o peso de uma narrativa que, embora poderosa, ficou manchada pelo escândalo de Gascón. Zoe Saldaña, ao vencer como Melhor Atriz Coadjuvante, tentou resgatar o legado do filme, enfatizando nos bastidores a jornada de superação de suas personagens. A vitória, no entanto, foi um consolo diante das 11 derrotas em outras categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Atriz.

A escolha de Anora como Melhor Filme reflete uma tendência da Academia em premiar obras que combinem inovação e acessibilidade. Sean Baker, ao subir ao palco, agradeceu à equipe e ao elenco, destacando o esforço coletivo por trás do projeto. A Neon, por sua vez, consolidou sua reputação como uma força no cinema independente, repetindo o sucesso de Parasite, que também distribuiu em 2020.

A discussão levantada por Bill Maher sobre a “cancel culture” reverberou entre os espectadores, com muitos apontando que o Oscar, mais do que nunca, é um reflexo das dinâmicas sociais da era digital, onde uma única postagem pode alterar o curso de uma premiação.

A cerimônia do Oscar de 2025, realizada em 2 de março no Dolby Theatre, em Los Angeles, ficará marcada não apenas pela consagração de Anora como Melhor Filme, mas também pelo debate inflamado sobre o papel da “cancel culture” na decisão da Academia. Bill Maher, apresentador do programa Real Time with Bill Maher na HBO, trouxe à tona essa discussão ao afirmar que o favoritismo de Emilia Pérez foi derrubado por controvérsias envolvendo a atriz Karla Sofía Gascón, permitindo que o filme de Sean Baker saísse vitorioso com cinco estatuetas. O comediante argumentou que Hollywood, pressionada pela opinião pública após a exposição de postagens antigas de Gascón com conteúdo ofensivo, optou por premiar uma produção menos controversa, mesmo que artisticamente ousada. A análise de Maher reflete um momento em que a premiação, apresentada por Conan O’Brien, pareceu equilibrar escolhas artísticas e sensibilidades sociais, reacendendo o debate sobre até que ponto fatores externos influenciam o maior evento do cinema mundial. Anora, que narra a vida de uma trabalhadora sexual em um casamento caótico com o filho de um oligarca russo, superou expectativas iniciais, enquanto Emilia Pérez, um drama musical com 13 indicações, viu suas chances minguarem diante do escândalo.

A vitória de Anora consolidou Mikey Madison como Melhor Atriz, um feito impressionante para sua estreia em um papel principal, e destacou o trabalho de Sean Baker, que também levou Melhor Direção. Enquanto isso, Emilia Pérez saiu com apenas dois prêmios: Melhor Atriz Coadjuvante para Zoe Saldaña e Melhor Canção Original por “El Mal”.

O contraste entre os destinos dos dois filmes na 97ª edição do Oscar levanta questões sobre o peso da cultura do cancelamento em uma indústria que busca celebrar a diversidade, mas também teme represálias públicas. Maher, com seu tom ácido, colocou o dedo na ferida ao sugerir que a Academia recuou de fazer história com Gascón para evitar um backlash maior.

Como Anora conquistou Hollywood em 2025

A trajetória de Anora até o topo do Oscar começou muito antes da cerimônia, com sua estreia no Festival de Cannes em maio de 2024, onde conquistou o Palma de Ouro. Dirigido por Sean Baker, conhecido por filmes como The Florida Project e Red Rocket, o longa trouxe uma narrativa crua sobre Ani, uma trabalhadora sexual de Brooklyn que se envolve em uma relação tumultuada com o filho de um magnata russo. O filme, produzido pela Neon, entrou na temporada de premiações como um azarão, enfrentando gigantes como Dune: Part Two e Wicked. Sua força, no entanto, cresceu em fevereiro, com vitórias nos sindicatos de diretores (DGA) e produtores (PGA), além do Critics Choice Awards, pavimentando o caminho para o sucesso em 2 de março. A campanha da Neon soube capitalizar o momento, especialmente após o declínio de Emilia Pérez, transformando Anora em um símbolo de cinema independente com apelo universal.

Mikey Madison, aos 25 anos, brilhou como Ani, trazendo vulnerabilidade e energia à personagem. Sua vitória sobre nomes como Demi Moore e Karla Sofía Gascón marcou um dos pontos altos da noite, enquanto Baker, ao receber o prêmio de Melhor Direção, usou o palco para defender a descriminalização do trabalho sexual, um tema central do filme.

Além de Melhor Filme, Direção e Atriz, Anora levou Melhor Roteiro Original e Melhor Edição, totalizando cinco prêmios. Esse desempenho igualou o recorde de Walt Disney, que também saiu de uma cerimônia com quatro estatuetas em uma única noite, em 1954.

Controvérsia de Karla Sofía Gascón e o declínio de Emilia Pérez

Antes do escândalo que abalou sua campanha, Emilia Pérez era visto como o favorito absoluto para dominar o Oscar 2025. O filme de Jacques Audiard, um drama musical sobre uma traficante mexicana em transição de gênero, estreou com força no Globo de Ouro, vencendo Melhor Filme Musical/Comédia e Melhor Filme Estrangeiro. Karla Sofía Gascón, a primeira mulher transgênero indicada a Melhor Atriz no Oscar, era o rosto dessa ascensão, recebendo elogios por sua interpretação intensa e multifacetada. A produção, distribuída pela Netflix, chegou à temporada com 13 indicações, um número impressionante para um filme não anglófono, e parecia destinada a fazer história. Tudo mudou em janeiro, quando tweets antigos da atriz, contendo críticas a muçulmanos e ao movimento Black Lives Matter, foram resgatados nas redes sociais, desencadeando uma crise que a equipe do filme não conseguiu contornar.

A reação inicial de Gascón foi defensiva. Em uma entrevista, ela afirmou que os comentários eram de uma época diferente e que sua indicação ao Oscar era um reconhecimento de seu talento, não de suas opiniões pessoais. A pressão, porém, levou a um pedido público de desculpas, onde reconheceu o impacto de suas palavras. Ainda assim, o estrago estava feito: a atriz evitou eventos de premiação, e a campanha da Netflix perdeu fôlego, enquanto Anora ganhava terreno.

O filme ainda conquistou dois prêmios na noite do Oscar. Zoe Saldaña, premiada como Melhor Atriz Coadjuvante, usou os bastidores para destacar a essência de Emilia Pérez, focada na luta de quatro mulheres contra a opressão, mas o resultado final foi um balde de água fria para uma produção que já foi chamada de “o filme do ano”.

Bill Maher e a persistência da cancel culture

Bill Maher não perdeu tempo ao abordar o resultado do Oscar em seu programa Real Time. Para ele, a vitória de Anora sobre Emilia Pérez é a prova viva de que a “cancel culture” não apenas existe, mas continua moldando decisões em Hollywood. “Eles dizem que isso acabou, mas acabamos de ver isso no Oscar”, declarou o comediante, comparando os tweets de Gascón a algo que Kanye West poderia ter escrito em um momento de impulsividade. Maher argumentou que a Academia, inicialmente seduzida pela chance de premiar a primeira mulher transgênero como Melhor Atriz, recuou diante do risco de parecer conivente com opiniões controversas, optando por Anora como uma escolha mais segura, mas igualmente meritória.

O comentário de Maher ecoa um padrão histórico no Oscar, onde controvérsias pessoais já influenciaram resultados. Em 1999, por exemplo, Shakespeare in Love venceu Saving Private Ryan em parte devido a uma campanha negativa contra Steven Spielberg. Em 2019, A Star Is Born perdeu força após críticas a Bradley Cooper. No caso de 2025, a combinação de redes sociais e pressão pública amplificou o impacto do escândalo de Gascón, transformando Emilia Pérez de favorito a coadjuvante na narrativa da premiação.

Principais momentos que mostram a influência da “cancel culture” na temporada:

  • Tweets de Gascón ressurgem em janeiro, gerando indignação online.
  • A Netflix reduz a visibilidade da campanha de Emilia Pérez em fevereiro.
  • Anora capitaliza o vácuo e vence prêmios-chave antes do Oscar.

Caminho de Anora até o pódio do Oscar

A ascensão de Anora não foi linear. Após o Palma de Ouro em Cannes, o filme enfrentou um início discreto na temporada de premiações, saindo de mãos vazias do Globo de Ouro, onde Emilia Pérez brilhou. A virada veio em fevereiro, com vitórias consecutivas no Critics Choice, DGA e PGA, sinalizando uma mudança de percepção entre os votantes da Academia. Sean Baker, com sua abordagem autoral e foco em personagens marginalizados, conquistou um público que viu em Anora uma mistura única de humor ácido e crítica social. A Neon, produtora do filme, intensificou sua campanha, promovendo exibições especiais e destacando o desempenho de Mikey Madison, que passou de atriz coadjuvante em séries como Better Things a estrela premiada no Oscar.

O sucesso técnico de Anora também foi essencial. A edição ágil, premiada na categoria de Melhor Edição, trouxe dinamismo à narrativa, enquanto o roteiro original de Baker equilibrou momentos de tensão e leveza. Esses elementos, somados à queda de Emilia Pérez, garantiram ao filme um lugar entre os grandes vencedores da história do Oscar.

A vitória de Baker como Melhor Diretor marcou seu primeiro Oscar, após anos sendo celebrado no circuito independente. Seu discurso, focado na desestigmatização do trabalho sexual, foi um dos mais comentados da noite, reforçando a relevância temática do filme.

Detalhes históricos do Oscar 2025

A 97ª edição do Oscar entrou para a história por diversos motivos. Anora tornou-se o primeiro filme de Sean Baker a vencer Melhor Filme, enquanto Mikey Madison, aos 25 anos, foi uma das atrizes mais jovens a levar a estatueta de Melhor Atriz. Karla Sofía Gascón, apesar da derrota, marcou presença como a primeira transgênero indicada na categoria, um marco que, mesmo ofuscado pela controvérsia, sinaliza avanços na representatividade. A cerimônia, transmitida ao vivo por ABC e Hulu, alcançou milhões de espectadores, com Conan O’Brien trazendo humor ácido como apresentador, em um evento que também premiou blockbusters como Dune: Part Two (efeitos visuais) e Wicked (figurino).

Outros dados relevantes da noite incluem:

  • Anora: 5 prêmios (Melhor Filme, Direção, Atriz, Roteiro Original, Edição).
  • Emilia Pérez: 2 prêmios (Melhor Atriz Coadjuvante, Canção Original).
  • Total de indicações: Emilia Pérez (13), Anora (8).

O evento também destacou a força do cinema independente, com Anora seguindo os passos de filmes como Parasite e Everything Everywhere All at Once, que desafiaram o domínio de grandes estúdios.

Repercussões do embate entre os filmes

O confronto entre Anora e Emilia Pérez no Oscar 2025 revelou as tensões entre mérito artístico e contexto cultural em Hollywood. Enquanto Anora foi celebrado por sua autenticidade e direção impecável, Emilia Pérez enfrentou o peso de uma narrativa que, embora poderosa, ficou manchada pelo escândalo de Gascón. Zoe Saldaña, ao vencer como Melhor Atriz Coadjuvante, tentou resgatar o legado do filme, enfatizando nos bastidores a jornada de superação de suas personagens. A vitória, no entanto, foi um consolo diante das 11 derrotas em outras categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Atriz.

A escolha de Anora como Melhor Filme reflete uma tendência da Academia em premiar obras que combinem inovação e acessibilidade. Sean Baker, ao subir ao palco, agradeceu à equipe e ao elenco, destacando o esforço coletivo por trás do projeto. A Neon, por sua vez, consolidou sua reputação como uma força no cinema independente, repetindo o sucesso de Parasite, que também distribuiu em 2020.

A discussão levantada por Bill Maher sobre a “cancel culture” reverberou entre os espectadores, com muitos apontando que o Oscar, mais do que nunca, é um reflexo das dinâmicas sociais da era digital, onde uma única postagem pode alterar o curso de uma premiação.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *