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12 Mar 2025, Wed

400 milhões buscam purificação em festival na Índia

Kumbh


A cada 12 anos, a Índia se transforma no palco do maior festival religioso do mundo, o Kumbh Mela, que em 2025 reúne cerca de 400 milhões de devotos em Prayagraj, às margens do Rio Ganges. Durante 45 dias, a cidade se torna o epicentro de uma peregrinação hinduísta marcada por rituais de purificação, devoção intensa e uma logística desafiadora para acomodar a multidão. Nos primeiros dias do evento, iniciado em janeiro, a superlotação já resultou em 30 mortes por pisoteamento, evidenciando os riscos de um festival que combina espiritualidade e densidade populacional em escala sem precedentes. Milhões percorrem longas distâncias, enfrentando estradas congestionadas e transportes lotados, para mergulhar nas águas sagradas do Ganges, um ato que, segundo a tradição, limpa os pecados e renova a alma. A infraestrutura montada inclui acampamentos improvisados, pontes temporárias e barreiras de segurança, mas o volume de participantes testa os limites da organização, enquanto cenas do cotidiano indiano, como encantadores de serpentes e casamentos coloridos, se misturam à jornada.

O trajeto até Prayagraj, muitas vezes iniciado em cidades como Nova Déli, reflete o caos e a diversidade do país mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de habitantes. A viagem pode levar mais de 24 horas, marcada por metrôs abarrotados e um trânsito repleto de acidentes.

Para os peregrinos, o objetivo é claro: alcançar o Ganges e participar de um dos maiores rituais coletivos da humanidade. A edição de 2025, porém, já registra desafios que vão além da celebração espiritual, com autoridades mobilizando esforços para conter os incidentes.

Multidão transforma Prayagraj em epicentro espiritual

Durante o Kumbh Mela, Prayagraj deixa de ser apenas uma cidade para se tornar um símbolo de fé e resistência. Cerca de 10 milhões de pessoas chegam diariamente ao local, com picos ainda maiores nos dias considerados mais propícios para os banhos sagrados, conforme o calendário hindu. A densidade de devotos é tão elevada que praças públicas foram convertidas em dormitórios improvisados, e barracas se espalham por quilômetros ao redor do Rio Ganges. Nos primeiros dias do festival, a tragédia marcou o evento: 30 peregrinos morreram pisoteados em uma das entradas principais, onde a multidão avançava sem controle em direção às águas. Esse tipo de incidente não é inédito, já que edições anteriores, como a de 2013, também registraram perdas em circunstâncias semelhantes, destacando a dificuldade de gerenciar tamanha concentração humana.

A resposta das autoridades inclui a presença de mais de 30 mil policiais, além de equipes de emergência posicionadas estrategicamente ao longo do festival. Drones e câmeras de monitoramento foram instalados para acompanhar o fluxo de pessoas, enquanto pontes temporárias ajudam a direcionar os peregrinos às áreas de banho.

O esforço logístico é monumental, mas a combinação de fervor religioso e infraestrutura limitada continua a gerar cenas de caos, especialmente nas proximidades do rio, onde os rituais atingem seu ápice.

Raízes históricas do Kumbh Mela revelam tradição milenar

O Kumbh Mela carrega uma história que atravessa séculos e está profundamente enraizada na mitologia hindu. A origem do festival remonta a um relato épico sobre a disputa entre deuses e demônios por um jarro contendo o néctar da imortalidade, conhecido como “amrita”. Durante o confronto, gotas desse elixir teriam caído em quatro cidades indianas – Prayagraj, Haridwar, Nashik e Ujjain –, que desde então se tornaram os locais sagrados onde o evento é realizado em ciclos. A versão mais grandiosa, chamada Maha Kumbh Mela, ocorre a cada 12 anos em Prayagraj, enquanto edições menores, conhecidas como Ardh Kumbh Mela, acontecem a cada seis anos em outras cidades. Em 2025, a celebração em Prayagraj reforça essa tradição, atraindo 400 milhões de pessoas ao longo de 45 dias, um número que supera a população de muitos países.

A crença central do festival é o poder purificador do Rio Ganges, que, segundo o hinduísmo, absorve os pecados de quem nele mergulha. Historicamente, o evento também serviu como ponto de encontro para líderes religiosos, ascetas e devotos, consolidando sua relevância cultural e espiritual na Índia. Dados apontam que, em edições passadas, como a de 2001, cerca de 70 milhões de pessoas participaram em um único dia de banho sagrado, um recorde que reflete a escala do Kumbh Mela.

Além da dimensão espiritual, o festival tem impacto econômico significativo, movimentando comércio local e atraindo turistas curiosos sobre a cultura indiana. Em 2025, a presença internacional também é notável, com visitantes de diversas partes do mundo acompanhando os rituais.

Logística e desafios do maior festival religioso do planeta

Coordenar um evento que reúne 400 milhões de pessoas exige uma operação que vai além do imaginável. Em Prayagraj, a preparação para o Kumbh Mela 2025 começou meses antes, com a construção de acampamentos temporários, hospitais de campanha e sistemas de saneamento para atender à multidão. Mais de 30 mil policiais foram destacados para garantir a segurança, enquanto equipes médicas permanecem em alerta para lidar com emergências, como os casos de pisoteamento registrados logo no início. A infraestrutura inclui ainda cerca de 150 quilômetros de estradas temporárias e pontes flutuantes sobre o Ganges, projetadas para facilitar o acesso aos pontos de banho. Apesar disso, a superlotação em áreas específicas, como as entradas principais, expõe as fragilidades do planejamento diante de um fluxo humano tão intenso.

Os números impressionam: estima-se que 10 milhões de peregrinos cheguem diariamente, muitos deles permanecendo por dias ou semanas em condições precárias. A gestão de resíduos também é um desafio, com toneladas de lixo geradas durante o festival, especialmente nas margens do rio. Para mitigar os riscos, as autoridades implementaram medidas como:

  • Instalação de mais de 100 mil banheiros temporários ao longo do perímetro do evento.
  • Uso de drones para monitorar áreas de maior concentração de pessoas.
  • Reforço nas barreiras de contenção próximas aos locais de banho sagrado.
  • Equipes de limpeza trabalhando 24 horas para manter a higiene no local.

Ainda assim, incidentes como as 30 mortes por pisoteamento mostram que a combinação de devoção e volume de participantes pode superar até mesmo os esforços mais robustos de organização.

Calendário dos banhos sagrados atrai multidões

Os 45 dias do Kumbh Mela são estruturados em torno de datas específicas consideradas auspiciosas para os banhos no Ganges, determinadas por cálculos astrológicos hindus. Em 2025, o festival começou em janeiro e segue até meados de março, com momentos de pico que atraem milhões em um único dia. Essas ocasiões, chamadas de “shahi snan” (banho real), são lideradas por ascetas e líderes religiosos, que abrem caminho para os devotos comuns. O calendário inclui:

  • 14 de janeiro: início oficial com o primeiro shahi snan.
  • 29 de janeiro: segundo banho real, um dos dias mais movimentados.
  • 10 de fevereiro: terceiro shahi snan, com expectativa de recorde de participantes.
  • 4 de março: último banho principal antes do encerramento.

Esses dias são os mais críticos em termos de segurança, pois a concentração de peregrinos atinge níveis extremos, aumentando o risco de tumultos.

A escolha das datas reflete a posição dos astros, especialmente de Júpiter, que, segundo a tradição, influencia a potência espiritual do ritual. Para muitos devotos, participar desses banhos é a realização de uma promessa ou o cumprimento de uma jornada de fé planejada por anos.

Impacto cultural e cotidiano na Índia durante o festival

Enquanto o Kumbh Mela domina a atenção em Prayagraj, seus efeitos se espalham por todo o país. O deslocamento de 400 milhões de pessoas altera a dinâmica das cidades próximas, com estradas e sistemas de transporte operando no limite. Em Nova Déli, por exemplo, metrôs e trens registram superlotação semanas antes do início do evento, enquanto o trânsito caótico ganha ainda mais intensidade com os peregrinos em movimento. Ao longo do caminho, a cultura indiana se revela em detalhes: encantadores de serpentes entretêm turistas, casamentos tradicionais enchem as ruas de cores e músicas, e vendedores aproveitam o fluxo para oferecer comida e itens religiosos.

A presença de acampamentos improvisados transforma o cenário de Prayagraj, com barracas coloridas e fogueiras iluminando as noites. Ascetas, conhecidos como sadhus, circulam entre os devotos, muitos cobertos de cinzas ou carregando tridentes, símbolos de sua renúncia material.

O festival também atrai olhares internacionais, com visitantes de outros países buscando entender a magnitude do evento e sua importância para o hinduísmo, uma das religiões mais antigas e praticadas do mundo.



A cada 12 anos, a Índia se transforma no palco do maior festival religioso do mundo, o Kumbh Mela, que em 2025 reúne cerca de 400 milhões de devotos em Prayagraj, às margens do Rio Ganges. Durante 45 dias, a cidade se torna o epicentro de uma peregrinação hinduísta marcada por rituais de purificação, devoção intensa e uma logística desafiadora para acomodar a multidão. Nos primeiros dias do evento, iniciado em janeiro, a superlotação já resultou em 30 mortes por pisoteamento, evidenciando os riscos de um festival que combina espiritualidade e densidade populacional em escala sem precedentes. Milhões percorrem longas distâncias, enfrentando estradas congestionadas e transportes lotados, para mergulhar nas águas sagradas do Ganges, um ato que, segundo a tradição, limpa os pecados e renova a alma. A infraestrutura montada inclui acampamentos improvisados, pontes temporárias e barreiras de segurança, mas o volume de participantes testa os limites da organização, enquanto cenas do cotidiano indiano, como encantadores de serpentes e casamentos coloridos, se misturam à jornada.

O trajeto até Prayagraj, muitas vezes iniciado em cidades como Nova Déli, reflete o caos e a diversidade do país mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de habitantes. A viagem pode levar mais de 24 horas, marcada por metrôs abarrotados e um trânsito repleto de acidentes.

Para os peregrinos, o objetivo é claro: alcançar o Ganges e participar de um dos maiores rituais coletivos da humanidade. A edição de 2025, porém, já registra desafios que vão além da celebração espiritual, com autoridades mobilizando esforços para conter os incidentes.

Multidão transforma Prayagraj em epicentro espiritual

Durante o Kumbh Mela, Prayagraj deixa de ser apenas uma cidade para se tornar um símbolo de fé e resistência. Cerca de 10 milhões de pessoas chegam diariamente ao local, com picos ainda maiores nos dias considerados mais propícios para os banhos sagrados, conforme o calendário hindu. A densidade de devotos é tão elevada que praças públicas foram convertidas em dormitórios improvisados, e barracas se espalham por quilômetros ao redor do Rio Ganges. Nos primeiros dias do festival, a tragédia marcou o evento: 30 peregrinos morreram pisoteados em uma das entradas principais, onde a multidão avançava sem controle em direção às águas. Esse tipo de incidente não é inédito, já que edições anteriores, como a de 2013, também registraram perdas em circunstâncias semelhantes, destacando a dificuldade de gerenciar tamanha concentração humana.

A resposta das autoridades inclui a presença de mais de 30 mil policiais, além de equipes de emergência posicionadas estrategicamente ao longo do festival. Drones e câmeras de monitoramento foram instalados para acompanhar o fluxo de pessoas, enquanto pontes temporárias ajudam a direcionar os peregrinos às áreas de banho.

O esforço logístico é monumental, mas a combinação de fervor religioso e infraestrutura limitada continua a gerar cenas de caos, especialmente nas proximidades do rio, onde os rituais atingem seu ápice.

Raízes históricas do Kumbh Mela revelam tradição milenar

O Kumbh Mela carrega uma história que atravessa séculos e está profundamente enraizada na mitologia hindu. A origem do festival remonta a um relato épico sobre a disputa entre deuses e demônios por um jarro contendo o néctar da imortalidade, conhecido como “amrita”. Durante o confronto, gotas desse elixir teriam caído em quatro cidades indianas – Prayagraj, Haridwar, Nashik e Ujjain –, que desde então se tornaram os locais sagrados onde o evento é realizado em ciclos. A versão mais grandiosa, chamada Maha Kumbh Mela, ocorre a cada 12 anos em Prayagraj, enquanto edições menores, conhecidas como Ardh Kumbh Mela, acontecem a cada seis anos em outras cidades. Em 2025, a celebração em Prayagraj reforça essa tradição, atraindo 400 milhões de pessoas ao longo de 45 dias, um número que supera a população de muitos países.

A crença central do festival é o poder purificador do Rio Ganges, que, segundo o hinduísmo, absorve os pecados de quem nele mergulha. Historicamente, o evento também serviu como ponto de encontro para líderes religiosos, ascetas e devotos, consolidando sua relevância cultural e espiritual na Índia. Dados apontam que, em edições passadas, como a de 2001, cerca de 70 milhões de pessoas participaram em um único dia de banho sagrado, um recorde que reflete a escala do Kumbh Mela.

Além da dimensão espiritual, o festival tem impacto econômico significativo, movimentando comércio local e atraindo turistas curiosos sobre a cultura indiana. Em 2025, a presença internacional também é notável, com visitantes de diversas partes do mundo acompanhando os rituais.

Logística e desafios do maior festival religioso do planeta

Coordenar um evento que reúne 400 milhões de pessoas exige uma operação que vai além do imaginável. Em Prayagraj, a preparação para o Kumbh Mela 2025 começou meses antes, com a construção de acampamentos temporários, hospitais de campanha e sistemas de saneamento para atender à multidão. Mais de 30 mil policiais foram destacados para garantir a segurança, enquanto equipes médicas permanecem em alerta para lidar com emergências, como os casos de pisoteamento registrados logo no início. A infraestrutura inclui ainda cerca de 150 quilômetros de estradas temporárias e pontes flutuantes sobre o Ganges, projetadas para facilitar o acesso aos pontos de banho. Apesar disso, a superlotação em áreas específicas, como as entradas principais, expõe as fragilidades do planejamento diante de um fluxo humano tão intenso.

Os números impressionam: estima-se que 10 milhões de peregrinos cheguem diariamente, muitos deles permanecendo por dias ou semanas em condições precárias. A gestão de resíduos também é um desafio, com toneladas de lixo geradas durante o festival, especialmente nas margens do rio. Para mitigar os riscos, as autoridades implementaram medidas como:

  • Instalação de mais de 100 mil banheiros temporários ao longo do perímetro do evento.
  • Uso de drones para monitorar áreas de maior concentração de pessoas.
  • Reforço nas barreiras de contenção próximas aos locais de banho sagrado.
  • Equipes de limpeza trabalhando 24 horas para manter a higiene no local.

Ainda assim, incidentes como as 30 mortes por pisoteamento mostram que a combinação de devoção e volume de participantes pode superar até mesmo os esforços mais robustos de organização.

Calendário dos banhos sagrados atrai multidões

Os 45 dias do Kumbh Mela são estruturados em torno de datas específicas consideradas auspiciosas para os banhos no Ganges, determinadas por cálculos astrológicos hindus. Em 2025, o festival começou em janeiro e segue até meados de março, com momentos de pico que atraem milhões em um único dia. Essas ocasiões, chamadas de “shahi snan” (banho real), são lideradas por ascetas e líderes religiosos, que abrem caminho para os devotos comuns. O calendário inclui:

  • 14 de janeiro: início oficial com o primeiro shahi snan.
  • 29 de janeiro: segundo banho real, um dos dias mais movimentados.
  • 10 de fevereiro: terceiro shahi snan, com expectativa de recorde de participantes.
  • 4 de março: último banho principal antes do encerramento.

Esses dias são os mais críticos em termos de segurança, pois a concentração de peregrinos atinge níveis extremos, aumentando o risco de tumultos.

A escolha das datas reflete a posição dos astros, especialmente de Júpiter, que, segundo a tradição, influencia a potência espiritual do ritual. Para muitos devotos, participar desses banhos é a realização de uma promessa ou o cumprimento de uma jornada de fé planejada por anos.

Impacto cultural e cotidiano na Índia durante o festival

Enquanto o Kumbh Mela domina a atenção em Prayagraj, seus efeitos se espalham por todo o país. O deslocamento de 400 milhões de pessoas altera a dinâmica das cidades próximas, com estradas e sistemas de transporte operando no limite. Em Nova Déli, por exemplo, metrôs e trens registram superlotação semanas antes do início do evento, enquanto o trânsito caótico ganha ainda mais intensidade com os peregrinos em movimento. Ao longo do caminho, a cultura indiana se revela em detalhes: encantadores de serpentes entretêm turistas, casamentos tradicionais enchem as ruas de cores e músicas, e vendedores aproveitam o fluxo para oferecer comida e itens religiosos.

A presença de acampamentos improvisados transforma o cenário de Prayagraj, com barracas coloridas e fogueiras iluminando as noites. Ascetas, conhecidos como sadhus, circulam entre os devotos, muitos cobertos de cinzas ou carregando tridentes, símbolos de sua renúncia material.

O festival também atrai olhares internacionais, com visitantes de outros países buscando entender a magnitude do evento e sua importância para o hinduísmo, uma das religiões mais antigas e praticadas do mundo.



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