Interdição é temporária. Paloma Lopes Alves teve parada cardiorrespiratória durante procedimento em clínica na Zona Leste de SP em novembro de 2024; clínica foi autuada e interditada. Paloma Lopes Alves morreu após procedimento estético em SP
Arquivo Pessoal
O médico Josias Caetano dos Santos, que teve a prisão preventiva decretada pela morte da paciente Paloma Lopes Alves durante uma hidrolipo em São Paulo, teve o CRM interditado cautelarmente pelo Conselho Federal de Medicina.
Segundo a TV Globo apurou, a interdição é de seis meses, mas pode ser prorrogada por mais seis meses enquanto o processo no conselho continuar.
Paloma teve uma parada cardiorrespiratória durante o procedimento estético em novembro de 2024. Ela foi socorrida pelo Samu e encaminhada ao Hospital Municipal do Tatuapé, mas chegou sem vida.
A clínica foi autuada e totalmente interditada pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Prefeitura de São Paulo (leia mais abaixo).
Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Justiça decretou a prisão preventiva de Josias em janeiro deste ano, além de outras quatro pessoas que faziam parte da equipe.
A proprietária da clínica em que a cirurgia foi realizada está presa. Ela foi capturada por policiais militares em 17 de janeiro em Guarulhos. As investigações estão sendo conduzidas pelo 31º Distrito Policial (Vila Carrão).
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Morte
Prefeitura de SP interdita clínica onde mulher fez hidrolipo antes de morrer
Segundo o marido relatou à TV Globo na época, Paloma deu entrada no período da manhã na clínica de estética Maná Day.
O procedimento seria feito na região das costas e do abdome, e a paciente tinha previsão de alta no fim da tarde. Porém, ela passou mal e teve uma parada cardíaca.
“A gente foi fazer o procedimento, e eu estava lá. Fizeram uma negligência enorme. Demoraram muito para chamar o Samu. A hora que eu vi que o Samu estava lá, eu saí correndo. Eles não me informaram o que estava acontecendo. Uma situação muito triste, delicada. Nossa, fora do comum. No hospital, tentaram reanimar, mas ela veio a óbito”, afirmou Everton Silveira,
Paloma Lopes Alves morreu após procedimento estético em SP
Arquivo Pessoal
Ainda conforme Everton, a esposa conheceu o médico pessoalmente apenas no dia da cirurgia e pagou R$ 10 mil pelo procedimento.
“Paloma contratou o procedimento através das redes sociais, e o pagamento da consulta foi realizado por transferências bancárias a uma empresa em nome do médico no valor de R$ 10 mil.”
“Eu quero justiça pela Paloma. O médico fechou a clínica, sumiu e não falou nada. A justiça precisa ser feita. Eu levei minha esposa para fazer a realização do sonho e agora temos que enterrá-la. Estou sem acreditar.”
A clínica estética foi autuada e interditada pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Prefeitura de São Paulo. Segundo o órgão, a Maná Day exercia atividade irregular, já que não possuía a licença sanitária necessária para realizar procedimentos invasivos, como lipoaspirações.
O que diz o médico
‘Foi coisa de segundos’, diz médico sobre piora da mulher que morreu em hidrolipo
Em entrevista à TV Globo em novembro de 2024, o médico Josias Caetano dos Santos disse que a paciente teve falta de ar e ficou inconsciente quando já estava na sala de recuperação pós-operatória e piorou muito rapidamente.
“A paciente piorou muito a angústia respiratória e ficou inconsciente, mas, assim, foi coisa de segundos. A gente começou a fazer a massagem cardíaca. A gente começou a ventilar com aquela máscara de O2. Quando você tem um sofrimento por falta de oxigênio, é esperado que, com essas manobras, isso já recupere rapidamente. Não foi o que aconteceu”.
O advogado de defesa dele, Lairon Joe, disse que todos os esclarecimentos devidos serão prestados.
Condenação anterior
O médico Josias Caetano dos Santos já foi condenado a indenizar por danos estéticos e morais uma paciente que teve o seio necrosado em 2022.
Segundo levantamento da TV Globo, o médico já foi processado 21 vezes por danos morais em erros médicos.
Em fevereiro de 2019, a paciente realizou uma mamoplastia redutora — procedimento cirúrgico que reduz o tamanho e o volume das mamas — no Hospital São Rafael, no Paraíso, no Centro de São Paulo.
Quatro dias após a cirurgia, a mulher percebeu que a aréola esquerda do seio estava com necrose. Para remover o tecido morto, ela foi submetida em três vezes a um procedimento conhecido como “o debridamento cirúrgico”.
Contudo, a paciente alega que a revisão cirúrgica não teve o resultado esperado e que “perdeu o mamilo esquerdo”.
Na sentença condenatória, o juiz Guilherme Silveira Teixeira da 23ª Vara Cível declarou que há dúvidas em relação às condições sanitárias do ambiente, que foram realizados os procedimentos cirúrgicos.
A sentença também aponta que, ao longo do processo, não foram identificados “documentos que comprovem liberação para realização de tais procedimentos”.
O magistrado ainda reitera que a paciente era “saudável e inexistiam condições pessoais a elevarem o risco de complicação cirúrgica ou pós-cirúrgica. A perita atestou que a autora adotou os cuidados pós-operatórios devidos”.
O que é hidrolipo
A hidrolipo, também chamada de lipoaspiração tumescente, é o nome dado a uma lipoaspiração realizada com anestesia raquidiana, que torna insensível à dor apenas uma parte do corpo. O paciente, se não for sedado, mantém a consciência e fica acordado durante todo o procedimento.
A cirurgia leva o prefixo “hidro” no nome porque o médico injeta uma solução de anestésico, soro fisiológico e adrenalina com o intuito de diminuir os vasos capilares e reduzir a perda de sangue.
“Conceituou-se que a hidrolipo seria essa lipoaspiração, injetando anestésico, soro fisiológico e adrenalina feita com anestesia, no consultório médico e com o paciente acordado”, explicou em 2021 o médico Wendell Uguetto, ao g1.
A hidrolipo é uma alternativa à lipoaspiração convencional para as pessoas que desejam remover áreas de gordura de pontos específicos do corpo.
Interdição é temporária. Paloma Lopes Alves teve parada cardiorrespiratória durante procedimento em clínica na Zona Leste de SP em novembro de 2024; clínica foi autuada e interditada. Paloma Lopes Alves morreu após procedimento estético em SP
Arquivo Pessoal
O médico Josias Caetano dos Santos, que teve a prisão preventiva decretada pela morte da paciente Paloma Lopes Alves durante uma hidrolipo em São Paulo, teve o CRM interditado cautelarmente pelo Conselho Federal de Medicina.
Segundo a TV Globo apurou, a interdição é de seis meses, mas pode ser prorrogada por mais seis meses enquanto o processo no conselho continuar.
Paloma teve uma parada cardiorrespiratória durante o procedimento estético em novembro de 2024. Ela foi socorrida pelo Samu e encaminhada ao Hospital Municipal do Tatuapé, mas chegou sem vida.
A clínica foi autuada e totalmente interditada pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Prefeitura de São Paulo (leia mais abaixo).
Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Justiça decretou a prisão preventiva de Josias em janeiro deste ano, além de outras quatro pessoas que faziam parte da equipe.
A proprietária da clínica em que a cirurgia foi realizada está presa. Ela foi capturada por policiais militares em 17 de janeiro em Guarulhos. As investigações estão sendo conduzidas pelo 31º Distrito Policial (Vila Carrão).
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Prints mostram que consultoria que atende via WhatsApp recomendou médico de SP a mulher que morreu em hidrolipo
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Morte
Prefeitura de SP interdita clínica onde mulher fez hidrolipo antes de morrer
Segundo o marido relatou à TV Globo na época, Paloma deu entrada no período da manhã na clínica de estética Maná Day.
O procedimento seria feito na região das costas e do abdome, e a paciente tinha previsão de alta no fim da tarde. Porém, ela passou mal e teve uma parada cardíaca.
“A gente foi fazer o procedimento, e eu estava lá. Fizeram uma negligência enorme. Demoraram muito para chamar o Samu. A hora que eu vi que o Samu estava lá, eu saí correndo. Eles não me informaram o que estava acontecendo. Uma situação muito triste, delicada. Nossa, fora do comum. No hospital, tentaram reanimar, mas ela veio a óbito”, afirmou Everton Silveira,
Paloma Lopes Alves morreu após procedimento estético em SP
Arquivo Pessoal
Ainda conforme Everton, a esposa conheceu o médico pessoalmente apenas no dia da cirurgia e pagou R$ 10 mil pelo procedimento.
“Paloma contratou o procedimento através das redes sociais, e o pagamento da consulta foi realizado por transferências bancárias a uma empresa em nome do médico no valor de R$ 10 mil.”
“Eu quero justiça pela Paloma. O médico fechou a clínica, sumiu e não falou nada. A justiça precisa ser feita. Eu levei minha esposa para fazer a realização do sonho e agora temos que enterrá-la. Estou sem acreditar.”
A clínica estética foi autuada e interditada pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Prefeitura de São Paulo. Segundo o órgão, a Maná Day exercia atividade irregular, já que não possuía a licença sanitária necessária para realizar procedimentos invasivos, como lipoaspirações.
O que diz o médico
‘Foi coisa de segundos’, diz médico sobre piora da mulher que morreu em hidrolipo
Em entrevista à TV Globo em novembro de 2024, o médico Josias Caetano dos Santos disse que a paciente teve falta de ar e ficou inconsciente quando já estava na sala de recuperação pós-operatória e piorou muito rapidamente.
“A paciente piorou muito a angústia respiratória e ficou inconsciente, mas, assim, foi coisa de segundos. A gente começou a fazer a massagem cardíaca. A gente começou a ventilar com aquela máscara de O2. Quando você tem um sofrimento por falta de oxigênio, é esperado que, com essas manobras, isso já recupere rapidamente. Não foi o que aconteceu”.
O advogado de defesa dele, Lairon Joe, disse que todos os esclarecimentos devidos serão prestados.
Condenação anterior
O médico Josias Caetano dos Santos já foi condenado a indenizar por danos estéticos e morais uma paciente que teve o seio necrosado em 2022.
Segundo levantamento da TV Globo, o médico já foi processado 21 vezes por danos morais em erros médicos.
Em fevereiro de 2019, a paciente realizou uma mamoplastia redutora — procedimento cirúrgico que reduz o tamanho e o volume das mamas — no Hospital São Rafael, no Paraíso, no Centro de São Paulo.
Quatro dias após a cirurgia, a mulher percebeu que a aréola esquerda do seio estava com necrose. Para remover o tecido morto, ela foi submetida em três vezes a um procedimento conhecido como “o debridamento cirúrgico”.
Contudo, a paciente alega que a revisão cirúrgica não teve o resultado esperado e que “perdeu o mamilo esquerdo”.
Na sentença condenatória, o juiz Guilherme Silveira Teixeira da 23ª Vara Cível declarou que há dúvidas em relação às condições sanitárias do ambiente, que foram realizados os procedimentos cirúrgicos.
A sentença também aponta que, ao longo do processo, não foram identificados “documentos que comprovem liberação para realização de tais procedimentos”.
O magistrado ainda reitera que a paciente era “saudável e inexistiam condições pessoais a elevarem o risco de complicação cirúrgica ou pós-cirúrgica. A perita atestou que a autora adotou os cuidados pós-operatórios devidos”.
O que é hidrolipo
A hidrolipo, também chamada de lipoaspiração tumescente, é o nome dado a uma lipoaspiração realizada com anestesia raquidiana, que torna insensível à dor apenas uma parte do corpo. O paciente, se não for sedado, mantém a consciência e fica acordado durante todo o procedimento.
A cirurgia leva o prefixo “hidro” no nome porque o médico injeta uma solução de anestésico, soro fisiológico e adrenalina com o intuito de diminuir os vasos capilares e reduzir a perda de sangue.
“Conceituou-se que a hidrolipo seria essa lipoaspiração, injetando anestésico, soro fisiológico e adrenalina feita com anestesia, no consultório médico e com o paciente acordado”, explicou em 2021 o médico Wendell Uguetto, ao g1.
A hidrolipo é uma alternativa à lipoaspiração convencional para as pessoas que desejam remover áreas de gordura de pontos específicos do corpo.