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12 Mar 2025, Wed

Noitada da fé: tradicional balada de música eletrônica em SP troca techno por louvor e recebe culto evangélico com Baby do Brasil




Em SP desde 2003, a D-Edge, que virou um dos locais voltados para a música eletrônica mais tradicionais da capital, cedeu seu espaço em uma segunda-feira (11) para a realização de um culto de cerca de 3 horas com muita música, luz de LED e fé. Famoso balada eletrônica de SP é palco de culto evangélico
Deslange Paiva/g1
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A emblemática “caixa preta” de 800 metros quadrados, iluminada por LEDs e conhecida por receber alguns dos maiores DJs do mundo, viveu uma noite diferente na segunda-feira (10). A D-Edge, na Barra Funda, uma das casas de música eletrônica mais tradicionais de São Paulo, trocou o techno pelos louvores ao receber um culto evangélico.
O ambiente de balada na Zona Oeste permaneceu quase inalterado: o bar continuava no mesmo lugar, os sofás onde os frequentadores costumam descansar ainda estavam lá, as luzes vibrantes seguiam piscando e até a cabine do DJ permaneceu montada. Mas, desta vez, fileiras de cadeiras foram adicionadas para acomodar um público bem distinto do habitual.
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A segunda-feira, que nos anos 2010 era marcada pelo rock indie na casa, deu lugar ao evento “Frequência de Deus”, idealizado pelo DJ e proprietário da boate, Renato Ratier, com a participação da cantora Baby do Brasil e dos pastores Pedro e Samuel Santana, que são pai e filho.
O g1 acompanhou de perto o chamado “culto profético”, que começou às 19h34 e reuniu mais de 150 pessoas, entre fiéis já familiarizados e curiosos atraídos pela proposta. O evento durou cerca de três horas.
‘Noitada de fé’
Baby do Brasil se apresentou no culto realizado na boate.
Deslange Paiva/ g1
A tradicional pista da D-Edge foi transformada em um auditório improvisado, com dezenas de cadeiras voltadas para um palco onde Baby do Brasil – pastora pentecostal e ex-vocalista dos Novos Baianos – conduziu a parte musical do culto. Durante toda a cerimônia, funcionários registravam o evento com fotos e vídeos.
O público era formado, em sua maioria, por pessoas brancas entre 30 e 40 anos, vestindo desde trajes casuais, como camisetas e tênis, até roupas mais sofisticadas, como saltos altos e camisas sociais. Muitos dos fiéis fugiam do estereótipo atribuído a evangélicos, exibindo tatuagens e roupas mais ousadas, como saias com fendas e blusas decotadas.
De DJ a pregador
Durante culto, algumas estruturas da balada como o bar, ao lado das cadeiras, os bancos estofados e as luzes de LED foram mantidas
Letícia Dauer/g1
Antes da apresentação de Baby, o anfitrião da noite, Renato Ratier, subiu ao palco para compartilhar seu testemunho. Convertido há três anos, o DJ se declarou cristão evangélico e revelou estar enfrentando um momento pessoal difícil: sua esposa está em coma há oito meses, e ele tem encontrado na fé uma fonte de conforto.
Vestindo uma camiseta preta com a palavra “Aleluia” estampada nas costas, Ratier explicou suas motivações para transformar a boate em um espaço de culto.
Esta, aliás, não foi a primeira iniciativa do tipo. Em fevereiro, o DJ promoveu um ato religioso dentro do festival de música eletrônica Surreal Park, em Camboriú (SC), realizado no mesmo espaço em que aconteceu um DJ set.
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Após o testemunho do DJ, foi a vez de Baby do Brasil assumir o comando do culto, transformando-o num pocket show de rock. A música se unia às luzes da D-Edge, que piscavam conformo o ritmo do que era tocado. Uma das canções que agitaram o público foi “Ruja o Leão”, de Talita Catanzaro.
“Que ruja o Leão/E que a terra estremeça/Diante da majestade de Jesus”, cantavam os fiéis em pé e com os braços esticados para o alto num momento de intensa devoção.
A ex-vocalista dos Novos Baianos também trouxe toques de reggae, ao interpretar um verso de “No Woman, No Cry”, de Bob Marley, em português. O som alto, característico da balada, reverberava por todo o ambiente, fazendo com que até os bancos estofados vibrassem.
Durante a apresentação, Baby destacou algumas vezes que não usa drogas e que carrega o Espírito Santo. A artista também comentou as críticas que o evento recebeu por ser promovido num ambiente tradicionalmente associado ao consumo de álcool e entorpecentes.
“A luz sempre vence as trevas. A luz é Jesus, e Jesus te leva pelas mãos e entra na sua casa, trabalha em cada quadrante da sua vida”, afirmou a cantora.
Baby também fez alguns comentários durante as apresentações, como quando citou uma situação de violência sexual e recomendou: “Se sofreu abuso sexual, perdoa. Se foi da família, perdoa”.
Membro da igreja Pura Fé, Ratier frisou que o espaço estava aberto para acolher as pessoas, até mesmo de outras religiões. “O culto é para falar sobre o nosso amor e fé. Não é para falar sobre outras religiões, não julgamos outras religiões”, declarou.
Para o público, um dos pontos mais envolventes foi o testemunho do pastor Pedrinho, recebido com muitos aplausos. Ele compartilhou ter sido uma travesti na década de 1980, quando trabalhava como prostituta na Rua Augusta, no Centro de São Paulo.
Dando sequência ao relato sobre sua sexualidade, ele contou ter contraído uma doença que não tinha cura e pensou em tirar a própria vida. Contudo, após uma “intervenção divina”, ele desistiu do ato e se converteu a uma igreja evangélica. Atualmente, ele é casado há quase 40 anos e tem três filhos.
Desde 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista de doenças. No Brasil, desde 1999 o Conselho Federal de Psicologia (CFP) tornou proibidos os supostos tratamentos contra a homossexualidade, conhecidos popularmente como “cura gay”.
Na D-Edge, o culto seguiu com o pastor Samuel Santana, filho de Pedro, conduzindo o momento mais catártico da noite. Ele começou seu discurso bem-humorado, agradecendo às pessoas que estavam fora de seus locais “habituais” e por diversos momentos repetiu que o culto não “era sobre um DJ que virou evangélico”, “uma balada que recebeu um culto” ou “um grupo que tenta invadir o lugar de outro”, mas sim “sobre a luz, que sempre vence as trevas”.
Como em todas as noites da D-Edge, a música ditou o ritmo do público e naquela atípica segunda não foi diferente. Todos os sermões foram acompanhados pela banda: quanto mais baixo Samuel falava, mais baixa a música, e vice-versa.
A estrutura de som de alta qualidade que o local oferece deixou o som ainda mais potente, conduzindo os frequentadores ao sentimento de euforia no instante correto.
Em um dos momentos do culto, Samuel direcionou sua atenção a um idoso com mobilidade reduzida que estava na plateia. Vindo de Sorocaba, no interior paulista, ele chegou à casa noturna de muletas.
Emocionado, o idoso começou a chorar e a falar em línguas — prática religiosa que leva a pessoa a se comunicar temporariamente em um idioma desconhecido para ela num momento de oração ou louvor. O ato é conhecido como uma forma de comunicação direta com Deus.
O momento criou uma catarse no ambiente. Os fiéis se uniram ao pastor e começaram a orar com os braços levantados e clamando “aleluia” e “glória”. Muitos dos presentes também se emocionaram.
O g1 procurou Ratier para conversar sobre a entrada da religião em um ambiente inteiramente voltado para a música eletrônica. Mas não conseguiu contato.
Alguns dias antes de o culto ser realizado, ele publicou um vídeo no Instagram respondendo a críticas feitas ao evento religioso nas redes sociais, algumas delas relacionando a D-Edge com o uso de drogas. Ele rebateu.
“Eu montei [a D-Edge] sempre pelo meu amor à música e para reunir as pessoas, para ter felicidade. Agora, se as pessoas usam drogas, se as pessoas bebem… Meus amigos, bebida vende em qualquer lugar. Droga? Você anda pela cidade de São Paulo, o que mais você vê? Infelizmente, são pessoas fumando crack”, afirmou.
Ratier defende que o propósito do culto não tem relação com isso e que o evento é uma oportunidade para levar uma mensagem de fé e espiritualidade a um público que talvez não frequentaria uma igreja tradicional.
A D-Edge
Localizada na Barra Funda, a D-Edge é uma das casas de música eletrônica mais populares da cidade de São Paulo
Reprodução/D-Edge
Inaugurada em 2003, em São Paulo, a D-Edge já foi considerada por revistas nacionais e internacionais – como a “DJ Mag”, uma publicação mensal britânica dedicada à música eletrônica – um dos melhores clubes do mundo.
Entrar nela é como se perder na noite. A caixa preta, durante as festas, fica completamente apagada, sendo iluminada somente pelos pontos de luz de LED dispostos em vários cantos do espaço e que são integrados ao sistema de som. A iluminação e a música, juntos, criam uma estética futurista que busca se alinhar ao som que estiver tocando.
A casa conta com duas pistas de dança, um terraço e um lounge. Nos anos 2010, o local recebia a festa On The Rocks toda segunda-feira. Atualmente, funciona de quinta a domingo, 100% focada na música eletrônica e em suas vertentes, como house e techno.
Por lá, já passaram nomes como Mochakk, Tiga, Jeff Mills e outros nomes não muito conhecidos do grande público, mas que são verdadeiras estrelas da música eletrônica.
A boate já foi até alvo de protestos. Em 2017, Ratier agiu contra festas de rua na capital, principalmente a Mamba Negra – um dos coletivos mais importantes da noite paulistana -, quando acionou a Prefeitura de São Paulo para que passasse a exigir alvará de funcionamento em festas do tipo, que geralmente ocorrem em galpões.
Na época, uma edição da Mamba Negra foi impedida de acontecer pela gestão municipal, que lacrou o espaço onde a festa ocorreria. O coletivo então se juntou a outros e organizou, via Facebook, uma manifestação em frente à D-Edge.
Público em culto na D-edge.
Deslange Paiva/ g1
Mochakk na D-edge.
Divulgação/ D-edge
Público dentro da D-edge.
Divulgação/ D-edge


Em SP desde 2003, a D-Edge, que virou um dos locais voltados para a música eletrônica mais tradicionais da capital, cedeu seu espaço em uma segunda-feira (11) para a realização de um culto de cerca de 3 horas com muita música, luz de LED e fé. Famoso balada eletrônica de SP é palco de culto evangélico
Deslange Paiva/g1
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A emblemática “caixa preta” de 800 metros quadrados, iluminada por LEDs e conhecida por receber alguns dos maiores DJs do mundo, viveu uma noite diferente na segunda-feira (10). A D-Edge, na Barra Funda, uma das casas de música eletrônica mais tradicionais de São Paulo, trocou o techno pelos louvores ao receber um culto evangélico.
O ambiente de balada na Zona Oeste permaneceu quase inalterado: o bar continuava no mesmo lugar, os sofás onde os frequentadores costumam descansar ainda estavam lá, as luzes vibrantes seguiam piscando e até a cabine do DJ permaneceu montada. Mas, desta vez, fileiras de cadeiras foram adicionadas para acomodar um público bem distinto do habitual.
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A segunda-feira, que nos anos 2010 era marcada pelo rock indie na casa, deu lugar ao evento “Frequência de Deus”, idealizado pelo DJ e proprietário da boate, Renato Ratier, com a participação da cantora Baby do Brasil e dos pastores Pedro e Samuel Santana, que são pai e filho.
O g1 acompanhou de perto o chamado “culto profético”, que começou às 19h34 e reuniu mais de 150 pessoas, entre fiéis já familiarizados e curiosos atraídos pela proposta. O evento durou cerca de três horas.
‘Noitada de fé’
Baby do Brasil se apresentou no culto realizado na boate.
Deslange Paiva/ g1
A tradicional pista da D-Edge foi transformada em um auditório improvisado, com dezenas de cadeiras voltadas para um palco onde Baby do Brasil – pastora pentecostal e ex-vocalista dos Novos Baianos – conduziu a parte musical do culto. Durante toda a cerimônia, funcionários registravam o evento com fotos e vídeos.
O público era formado, em sua maioria, por pessoas brancas entre 30 e 40 anos, vestindo desde trajes casuais, como camisetas e tênis, até roupas mais sofisticadas, como saltos altos e camisas sociais. Muitos dos fiéis fugiam do estereótipo atribuído a evangélicos, exibindo tatuagens e roupas mais ousadas, como saias com fendas e blusas decotadas.
De DJ a pregador
Durante culto, algumas estruturas da balada como o bar, ao lado das cadeiras, os bancos estofados e as luzes de LED foram mantidas
Letícia Dauer/g1
Antes da apresentação de Baby, o anfitrião da noite, Renato Ratier, subiu ao palco para compartilhar seu testemunho. Convertido há três anos, o DJ se declarou cristão evangélico e revelou estar enfrentando um momento pessoal difícil: sua esposa está em coma há oito meses, e ele tem encontrado na fé uma fonte de conforto.
Vestindo uma camiseta preta com a palavra “Aleluia” estampada nas costas, Ratier explicou suas motivações para transformar a boate em um espaço de culto.
Esta, aliás, não foi a primeira iniciativa do tipo. Em fevereiro, o DJ promoveu um ato religioso dentro do festival de música eletrônica Surreal Park, em Camboriú (SC), realizado no mesmo espaço em que aconteceu um DJ set.
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Fé e folia: 1° bloco gospel de SP aposta em samba, zero álcool nem pegação para divulgar Evangelho
Após o testemunho do DJ, foi a vez de Baby do Brasil assumir o comando do culto, transformando-o num pocket show de rock. A música se unia às luzes da D-Edge, que piscavam conformo o ritmo do que era tocado. Uma das canções que agitaram o público foi “Ruja o Leão”, de Talita Catanzaro.
“Que ruja o Leão/E que a terra estremeça/Diante da majestade de Jesus”, cantavam os fiéis em pé e com os braços esticados para o alto num momento de intensa devoção.
A ex-vocalista dos Novos Baianos também trouxe toques de reggae, ao interpretar um verso de “No Woman, No Cry”, de Bob Marley, em português. O som alto, característico da balada, reverberava por todo o ambiente, fazendo com que até os bancos estofados vibrassem.
Durante a apresentação, Baby destacou algumas vezes que não usa drogas e que carrega o Espírito Santo. A artista também comentou as críticas que o evento recebeu por ser promovido num ambiente tradicionalmente associado ao consumo de álcool e entorpecentes.
“A luz sempre vence as trevas. A luz é Jesus, e Jesus te leva pelas mãos e entra na sua casa, trabalha em cada quadrante da sua vida”, afirmou a cantora.
Baby também fez alguns comentários durante as apresentações, como quando citou uma situação de violência sexual e recomendou: “Se sofreu abuso sexual, perdoa. Se foi da família, perdoa”.
Membro da igreja Pura Fé, Ratier frisou que o espaço estava aberto para acolher as pessoas, até mesmo de outras religiões. “O culto é para falar sobre o nosso amor e fé. Não é para falar sobre outras religiões, não julgamos outras religiões”, declarou.
Para o público, um dos pontos mais envolventes foi o testemunho do pastor Pedrinho, recebido com muitos aplausos. Ele compartilhou ter sido uma travesti na década de 1980, quando trabalhava como prostituta na Rua Augusta, no Centro de São Paulo.
Dando sequência ao relato sobre sua sexualidade, ele contou ter contraído uma doença que não tinha cura e pensou em tirar a própria vida. Contudo, após uma “intervenção divina”, ele desistiu do ato e se converteu a uma igreja evangélica. Atualmente, ele é casado há quase 40 anos e tem três filhos.
Desde 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista de doenças. No Brasil, desde 1999 o Conselho Federal de Psicologia (CFP) tornou proibidos os supostos tratamentos contra a homossexualidade, conhecidos popularmente como “cura gay”.
Na D-Edge, o culto seguiu com o pastor Samuel Santana, filho de Pedro, conduzindo o momento mais catártico da noite. Ele começou seu discurso bem-humorado, agradecendo às pessoas que estavam fora de seus locais “habituais” e por diversos momentos repetiu que o culto não “era sobre um DJ que virou evangélico”, “uma balada que recebeu um culto” ou “um grupo que tenta invadir o lugar de outro”, mas sim “sobre a luz, que sempre vence as trevas”.
Como em todas as noites da D-Edge, a música ditou o ritmo do público e naquela atípica segunda não foi diferente. Todos os sermões foram acompanhados pela banda: quanto mais baixo Samuel falava, mais baixa a música, e vice-versa.
A estrutura de som de alta qualidade que o local oferece deixou o som ainda mais potente, conduzindo os frequentadores ao sentimento de euforia no instante correto.
Em um dos momentos do culto, Samuel direcionou sua atenção a um idoso com mobilidade reduzida que estava na plateia. Vindo de Sorocaba, no interior paulista, ele chegou à casa noturna de muletas.
Emocionado, o idoso começou a chorar e a falar em línguas — prática religiosa que leva a pessoa a se comunicar temporariamente em um idioma desconhecido para ela num momento de oração ou louvor. O ato é conhecido como uma forma de comunicação direta com Deus.
O momento criou uma catarse no ambiente. Os fiéis se uniram ao pastor e começaram a orar com os braços levantados e clamando “aleluia” e “glória”. Muitos dos presentes também se emocionaram.
O g1 procurou Ratier para conversar sobre a entrada da religião em um ambiente inteiramente voltado para a música eletrônica. Mas não conseguiu contato.
Alguns dias antes de o culto ser realizado, ele publicou um vídeo no Instagram respondendo a críticas feitas ao evento religioso nas redes sociais, algumas delas relacionando a D-Edge com o uso de drogas. Ele rebateu.
“Eu montei [a D-Edge] sempre pelo meu amor à música e para reunir as pessoas, para ter felicidade. Agora, se as pessoas usam drogas, se as pessoas bebem… Meus amigos, bebida vende em qualquer lugar. Droga? Você anda pela cidade de São Paulo, o que mais você vê? Infelizmente, são pessoas fumando crack”, afirmou.
Ratier defende que o propósito do culto não tem relação com isso e que o evento é uma oportunidade para levar uma mensagem de fé e espiritualidade a um público que talvez não frequentaria uma igreja tradicional.
A D-Edge
Localizada na Barra Funda, a D-Edge é uma das casas de música eletrônica mais populares da cidade de São Paulo
Reprodução/D-Edge
Inaugurada em 2003, em São Paulo, a D-Edge já foi considerada por revistas nacionais e internacionais – como a “DJ Mag”, uma publicação mensal britânica dedicada à música eletrônica – um dos melhores clubes do mundo.
Entrar nela é como se perder na noite. A caixa preta, durante as festas, fica completamente apagada, sendo iluminada somente pelos pontos de luz de LED dispostos em vários cantos do espaço e que são integrados ao sistema de som. A iluminação e a música, juntos, criam uma estética futurista que busca se alinhar ao som que estiver tocando.
A casa conta com duas pistas de dança, um terraço e um lounge. Nos anos 2010, o local recebia a festa On The Rocks toda segunda-feira. Atualmente, funciona de quinta a domingo, 100% focada na música eletrônica e em suas vertentes, como house e techno.
Por lá, já passaram nomes como Mochakk, Tiga, Jeff Mills e outros nomes não muito conhecidos do grande público, mas que são verdadeiras estrelas da música eletrônica.
A boate já foi até alvo de protestos. Em 2017, Ratier agiu contra festas de rua na capital, principalmente a Mamba Negra – um dos coletivos mais importantes da noite paulistana -, quando acionou a Prefeitura de São Paulo para que passasse a exigir alvará de funcionamento em festas do tipo, que geralmente ocorrem em galpões.
Na época, uma edição da Mamba Negra foi impedida de acontecer pela gestão municipal, que lacrou o espaço onde a festa ocorreria. O coletivo então se juntou a outros e organizou, via Facebook, uma manifestação em frente à D-Edge.
Público em culto na D-edge.
Deslange Paiva/ g1
Mochakk na D-edge.
Divulgação/ D-edge
Público dentro da D-edge.
Divulgação/ D-edge



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