O mercado de chocolates no Brasil enfrenta um momento de tensão em 2025, com os preços dos ovos de Páscoa refletindo a escalada vertiginosa no custo do cacau, principal matéria-prima do setor. Nos últimos 12 meses, o preço de barras e bombons subiu 16,53%, conforme dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), marcando a maior alta desde janeiro de 2023. No Rio de Janeiro, o aumento foi ainda mais acentuado, alcançando 18,63%, o que coloca os consumidores diante de um cenário de Páscoa mais cara e as empresas em busca de soluções para equilibrar custos e vendas. A crise global na produção de cacau, agravada por fatores climáticos e problemas estruturais em países produtores, é apontada como a grande responsável por esse impacto, que já se reflete nas gôndolas e promete influenciar as escolhas dos brasileiros na data sazonal.
A Associação Nacional da Indústria Processadora de Cacau (AIPC) revelou que a cotação do cacau no mercado internacional disparou mais de 180% em apenas um ano, um salto que reflete a combinação de adversidades enfrentadas pelas lavouras africanas, responsáveis por 70% da oferta mundial. No Brasil, a dependência de importações agrava a situação, já que a produção nacional, estimada em 190 mil toneladas anuais, não acompanha o consumo interno, que atinge 230 mil toneladas. Diante disso, especialistas e empresas tentam adaptar estratégias, enquanto os consumidores se preparam para desembolsar mais ou receber menos chocolate em seus ovos tradicionais.
Com a Páscoa se aproximando, o impacto da alta do cacau não passa despercebido. Fabricantes como Nestlé, Mondelēz, Cacau Show e Arcor, gigantes do setor, foram questionados sobre possíveis ajustes em seus produtos, mas as respostas variam entre silêncio e declarações genéricas. A incerteza sobre o tamanho e o preço dos ovos de Páscoa em 2025 levanta debates sobre como o setor lidará com a pressão de custos sem comprometer a tradição que movimenta bilhões de reais anualmente no país.
Crise global pressiona o mercado brasileiro de chocolates
A produção mundial de cacau vive um período de escassez que já dura duas safras consecutivas, com o déficit saltando de 200 mil toneladas em 2023-2024 para 700 mil toneladas em 2024-2025. Esse desequilíbrio entre oferta e demanda tem raízes em problemas climáticos e estruturais, especialmente na África, onde países como Gana e Costa do Marfim enfrentam desafios severos. O fenômeno El Niño, com suas chuvas intensas e secas prolongadas, prejudicou as lavouras em 2024, reduzindo drasticamente a colheita. Além disso, a doença viral conhecida como “broto inchado” dizimou plantações, enquanto a mineração ilegal em Gana transformou áreas cultiváveis em zonas de garimpo, comprometendo ainda mais a capacidade produtiva do segundo maior fornecedor global de cacau.
No Brasil, que ocupa a quinta posição entre os produtores mundiais, a situação não é menos preocupante. Apesar de contar com uma produção significativa, o país depende de importações para suprir cerca de 40 mil toneladas anuais, o que o torna vulnerável às oscilações do mercado internacional. A presidente da AIPC, Anna Paula Losi, destaca que a crise climática e os problemas em nações africanas criaram um efeito dominó, elevando os custos em toda a cadeia produtiva. Para as indústrias brasileiras, isso significa um desafio duplo: absorver os aumentos sem repassá-los integralmente aos consumidores ou buscar alternativas que mantenham os produtos acessíveis.
Embora o cacau seja o protagonista dessa crise, outros fatores também pesam no bolso do consumidor. Custos com embalagens, transporte e mão de obra acompanham a inflação geral, mas é a matéria-prima que dita o ritmo dos reajustes. No mercado nacional, o chocolate se consolidou como um dos alimentos com maior alta nos últimos 12 meses, superando até mesmo itens essenciais como arroz e feijão em algumas regiões.
Fabricantes buscam saídas para conter os custos
Diante da disparada nos preços do cacau, as grandes fabricantes de chocolate no Brasil enfrentam um dilema: como manter a competitividade sem sacrificar a qualidade ou o volume dos produtos? A Nestlé, que controla marcas como Kopenhagen e Brasil Cacau, optou por uma abordagem discreta, afirmando apenas que investe em inovações para garantir um portfólio variado e preços competitivos. No entanto, a empresa evitou detalhar se os ovos de Páscoa terão seu tamanho reduzido ou se haverá ajustes significativos nas receitas.
A Cacau Show, por sua vez, foi mais direta ao admitir um aumento médio de 10% nos preços de seus produtos em 2025. A companhia informou que está otimizando processos internos e revisando materiais de embalagem para mitigar os impactos, mas não esclareceu se os ovos terão menos chocolate ou gramaturas menores. Já Mondelēz, dona de Lacta e Bis, e Arcor, conhecida por suas linhas populares, preferiram não se pronunciar, deixando o mercado sem uma visão clara de suas estratégias para a Páscoa.
O economista Gilberto Braga, professor do Ibmec, prevê que a redução no tamanho dos ovos será uma tendência inevitável. Ele explica que as empresas tendem a adotar essa prática para evitar repasses integrais ao consumidor, preservando a percepção de valor do produto. Essa estratégia, conhecida no varejo como “reduflação”, já foi observada em anos anteriores e pode se intensificar em 2025, especialmente em um contexto de inflação persistente e poder de compra reduzido.
Impactos da alta do cacau no consumo brasileiro
O Brasil é um dos maiores mercados de chocolate da América Latina, com um faturamento projetado de 4,2 bilhões de dólares em 2025, segundo estimativas do setor. A Páscoa, principal período de vendas sazonais, responde por uma fatia expressiva desse montante, mas a alta do cacau ameaça alterar os hábitos de consumo. Com os preços de barras e bombons subindo 16,53% em um ano, e os ovos de Páscoa acompanhando essa tendência, os brasileiros podem optar por alternativas mais baratas ou reduzir a quantidade de produtos adquiridos.
Em 2022, o consumo per capita de chocolate no país foi de 2,2 quilos, um número que reflete a paixão nacional pelo doce. No entanto, o aumento de 18,63% no preço do chocolate no Rio de Janeiro e a média nacional de 16,53% podem frear esse entusiasmo. Pequenos comerciantes e chocolaterias artesanais, que dependem de cacau de alta qualidade, também sentem o impacto, enfrentando dificuldades para manter margens de lucro sem elevar os preços ao ponto de afastar clientes.
Algumas estratégias já começam a surgir no mercado. Marcas premium, como Kopenhagen, apostam em ovos de maior valor agregado, com recheios diferenciados e parcerias com licenças infantis, enquanto redes como Cacau Show ampliam a oferta de lojas temporárias para capturar vendas sazonais. Essas iniciativas mostram que, apesar dos desafios, o setor busca se adaptar para não perder o fôlego na Páscoa.
Cronograma da crise do cacau e suas consequências
A crise na produção de cacau segue um calendário que ajuda a entender sua evolução e os impactos no Brasil. Veja os principais marcos recentes:
- 2023-2024: O déficit global de cacau foi de 200 mil toneladas, marcando o início de uma escassez que já pressionava os preços internacionais.
- 2024: O El Niño atinge as lavouras africanas, enquanto a doença “broto inchado” e a mineração ilegal em Gana agravam a oferta, elevando os custos em mais de 180%.
- 2024-2025: O déficit salta para 700 mil toneladas, consolidando a crise e impactando diretamente o mercado brasileiro, com aumento de 16,53% nos preços de chocolates.
Esse cenário reflete um problema de longo prazo, que exige soluções estruturais tanto no Brasil quanto no exterior. A dependência de importações e a falta de incentivos robustos para a produção nacional mantêm o país refém das oscilações globais.
Estratégias das gigantes do chocolate para a Páscoa
Entre as gigantes do setor, a Nestlé se destaca por sua recente aquisição do Grupo CRM, dono de Kopenhagen e Brasil Cacau, em um negócio avaliado em cerca de 4,5 bilhões de reais, concluído em 2024. A compra reforça sua posição no segmento premium, mas também aumenta a pressão para entregar resultados em um ano de custos elevados. Para a Páscoa, a empresa lançou edições especiais de ovos trufados, como versões de Prestígio e Lollo, vendidas a 87,90 reais nas lojas Brasil Cacau, enquanto mantém opções mais acessíveis no varejo tradicional.
A Cacau Show, maior rede de chocolates finos do mundo, planeja abrir 95 novas lojas em 2025, além de pontos temporários em shoppings e supermercados. A estratégia visa ampliar o alcance durante a Páscoa, mas os 10% de aumento nos preços indicam que o consumidor sentirá o peso da crise do cacau. Já a Mondelēz, com marcas como Lacta, foca em ovos licenciados, como Barbie e Hot Wheels, para atrair o público infantil, enquanto a Arcor reforça sua linha Tortuguita com brindes exclusivos.
Essas ações mostram que, mesmo sob pressão, as empresas apostam na diversificação e na inovação para manter as vendas aquecidas, ainda que o tamanho dos ovos e os preços finais permaneçam como incógnitas para o consumidor.
O que esperar do mercado de chocolates em 2025
Com a Páscoa marcada para 20 de abril de 2025, o mercado de chocolates no Brasil se prepara para um teste de resiliência. A projeção de crescimento do setor, que deve alcançar 5,23 bilhões de dólares até 2030, com uma taxa anual de 4,49%, pode ser ameaçada caso os preços continuem a subir e o consumo recue. A alta do cacau, combinada com a inflação geral, força as empresas a buscar um equilíbrio delicado entre custo e acessibilidade, enquanto os consumidores avaliam se vale a pena investir em ovos mais caros ou optar por alternativas.
No campo da produção nacional, especialistas sugerem que o Brasil invista em políticas de incentivo à cacauicultura, como crédito para agricultores e tecnologias para aumentar a produtividade. Atualmente, estados como Pará e Bahia lideram a produção, mas os 190 mil toneladas anuais ainda estão longe de atender à demanda interna. Sem medidas concretas, a dependência de importações deve persistir, mantendo os preços vulneráveis às crises globais.
Para os brasileiros, a Páscoa de 2025 será um reflexo direto desse cenário. O chocolate, símbolo da celebração, pode chegar às mesas em porções menores ou a custos mais altos, desafiando uma tradição que mistura afeto e consumo em quantidades generosas.

O mercado de chocolates no Brasil enfrenta um momento de tensão em 2025, com os preços dos ovos de Páscoa refletindo a escalada vertiginosa no custo do cacau, principal matéria-prima do setor. Nos últimos 12 meses, o preço de barras e bombons subiu 16,53%, conforme dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), marcando a maior alta desde janeiro de 2023. No Rio de Janeiro, o aumento foi ainda mais acentuado, alcançando 18,63%, o que coloca os consumidores diante de um cenário de Páscoa mais cara e as empresas em busca de soluções para equilibrar custos e vendas. A crise global na produção de cacau, agravada por fatores climáticos e problemas estruturais em países produtores, é apontada como a grande responsável por esse impacto, que já se reflete nas gôndolas e promete influenciar as escolhas dos brasileiros na data sazonal.
A Associação Nacional da Indústria Processadora de Cacau (AIPC) revelou que a cotação do cacau no mercado internacional disparou mais de 180% em apenas um ano, um salto que reflete a combinação de adversidades enfrentadas pelas lavouras africanas, responsáveis por 70% da oferta mundial. No Brasil, a dependência de importações agrava a situação, já que a produção nacional, estimada em 190 mil toneladas anuais, não acompanha o consumo interno, que atinge 230 mil toneladas. Diante disso, especialistas e empresas tentam adaptar estratégias, enquanto os consumidores se preparam para desembolsar mais ou receber menos chocolate em seus ovos tradicionais.
Com a Páscoa se aproximando, o impacto da alta do cacau não passa despercebido. Fabricantes como Nestlé, Mondelēz, Cacau Show e Arcor, gigantes do setor, foram questionados sobre possíveis ajustes em seus produtos, mas as respostas variam entre silêncio e declarações genéricas. A incerteza sobre o tamanho e o preço dos ovos de Páscoa em 2025 levanta debates sobre como o setor lidará com a pressão de custos sem comprometer a tradição que movimenta bilhões de reais anualmente no país.
Crise global pressiona o mercado brasileiro de chocolates
A produção mundial de cacau vive um período de escassez que já dura duas safras consecutivas, com o déficit saltando de 200 mil toneladas em 2023-2024 para 700 mil toneladas em 2024-2025. Esse desequilíbrio entre oferta e demanda tem raízes em problemas climáticos e estruturais, especialmente na África, onde países como Gana e Costa do Marfim enfrentam desafios severos. O fenômeno El Niño, com suas chuvas intensas e secas prolongadas, prejudicou as lavouras em 2024, reduzindo drasticamente a colheita. Além disso, a doença viral conhecida como “broto inchado” dizimou plantações, enquanto a mineração ilegal em Gana transformou áreas cultiváveis em zonas de garimpo, comprometendo ainda mais a capacidade produtiva do segundo maior fornecedor global de cacau.
No Brasil, que ocupa a quinta posição entre os produtores mundiais, a situação não é menos preocupante. Apesar de contar com uma produção significativa, o país depende de importações para suprir cerca de 40 mil toneladas anuais, o que o torna vulnerável às oscilações do mercado internacional. A presidente da AIPC, Anna Paula Losi, destaca que a crise climática e os problemas em nações africanas criaram um efeito dominó, elevando os custos em toda a cadeia produtiva. Para as indústrias brasileiras, isso significa um desafio duplo: absorver os aumentos sem repassá-los integralmente aos consumidores ou buscar alternativas que mantenham os produtos acessíveis.
Embora o cacau seja o protagonista dessa crise, outros fatores também pesam no bolso do consumidor. Custos com embalagens, transporte e mão de obra acompanham a inflação geral, mas é a matéria-prima que dita o ritmo dos reajustes. No mercado nacional, o chocolate se consolidou como um dos alimentos com maior alta nos últimos 12 meses, superando até mesmo itens essenciais como arroz e feijão em algumas regiões.
Fabricantes buscam saídas para conter os custos
Diante da disparada nos preços do cacau, as grandes fabricantes de chocolate no Brasil enfrentam um dilema: como manter a competitividade sem sacrificar a qualidade ou o volume dos produtos? A Nestlé, que controla marcas como Kopenhagen e Brasil Cacau, optou por uma abordagem discreta, afirmando apenas que investe em inovações para garantir um portfólio variado e preços competitivos. No entanto, a empresa evitou detalhar se os ovos de Páscoa terão seu tamanho reduzido ou se haverá ajustes significativos nas receitas.
A Cacau Show, por sua vez, foi mais direta ao admitir um aumento médio de 10% nos preços de seus produtos em 2025. A companhia informou que está otimizando processos internos e revisando materiais de embalagem para mitigar os impactos, mas não esclareceu se os ovos terão menos chocolate ou gramaturas menores. Já Mondelēz, dona de Lacta e Bis, e Arcor, conhecida por suas linhas populares, preferiram não se pronunciar, deixando o mercado sem uma visão clara de suas estratégias para a Páscoa.
O economista Gilberto Braga, professor do Ibmec, prevê que a redução no tamanho dos ovos será uma tendência inevitável. Ele explica que as empresas tendem a adotar essa prática para evitar repasses integrais ao consumidor, preservando a percepção de valor do produto. Essa estratégia, conhecida no varejo como “reduflação”, já foi observada em anos anteriores e pode se intensificar em 2025, especialmente em um contexto de inflação persistente e poder de compra reduzido.
Impactos da alta do cacau no consumo brasileiro
O Brasil é um dos maiores mercados de chocolate da América Latina, com um faturamento projetado de 4,2 bilhões de dólares em 2025, segundo estimativas do setor. A Páscoa, principal período de vendas sazonais, responde por uma fatia expressiva desse montante, mas a alta do cacau ameaça alterar os hábitos de consumo. Com os preços de barras e bombons subindo 16,53% em um ano, e os ovos de Páscoa acompanhando essa tendência, os brasileiros podem optar por alternativas mais baratas ou reduzir a quantidade de produtos adquiridos.
Em 2022, o consumo per capita de chocolate no país foi de 2,2 quilos, um número que reflete a paixão nacional pelo doce. No entanto, o aumento de 18,63% no preço do chocolate no Rio de Janeiro e a média nacional de 16,53% podem frear esse entusiasmo. Pequenos comerciantes e chocolaterias artesanais, que dependem de cacau de alta qualidade, também sentem o impacto, enfrentando dificuldades para manter margens de lucro sem elevar os preços ao ponto de afastar clientes.
Algumas estratégias já começam a surgir no mercado. Marcas premium, como Kopenhagen, apostam em ovos de maior valor agregado, com recheios diferenciados e parcerias com licenças infantis, enquanto redes como Cacau Show ampliam a oferta de lojas temporárias para capturar vendas sazonais. Essas iniciativas mostram que, apesar dos desafios, o setor busca se adaptar para não perder o fôlego na Páscoa.
Cronograma da crise do cacau e suas consequências
A crise na produção de cacau segue um calendário que ajuda a entender sua evolução e os impactos no Brasil. Veja os principais marcos recentes:
- 2023-2024: O déficit global de cacau foi de 200 mil toneladas, marcando o início de uma escassez que já pressionava os preços internacionais.
- 2024: O El Niño atinge as lavouras africanas, enquanto a doença “broto inchado” e a mineração ilegal em Gana agravam a oferta, elevando os custos em mais de 180%.
- 2024-2025: O déficit salta para 700 mil toneladas, consolidando a crise e impactando diretamente o mercado brasileiro, com aumento de 16,53% nos preços de chocolates.
Esse cenário reflete um problema de longo prazo, que exige soluções estruturais tanto no Brasil quanto no exterior. A dependência de importações e a falta de incentivos robustos para a produção nacional mantêm o país refém das oscilações globais.
Estratégias das gigantes do chocolate para a Páscoa
Entre as gigantes do setor, a Nestlé se destaca por sua recente aquisição do Grupo CRM, dono de Kopenhagen e Brasil Cacau, em um negócio avaliado em cerca de 4,5 bilhões de reais, concluído em 2024. A compra reforça sua posição no segmento premium, mas também aumenta a pressão para entregar resultados em um ano de custos elevados. Para a Páscoa, a empresa lançou edições especiais de ovos trufados, como versões de Prestígio e Lollo, vendidas a 87,90 reais nas lojas Brasil Cacau, enquanto mantém opções mais acessíveis no varejo tradicional.
A Cacau Show, maior rede de chocolates finos do mundo, planeja abrir 95 novas lojas em 2025, além de pontos temporários em shoppings e supermercados. A estratégia visa ampliar o alcance durante a Páscoa, mas os 10% de aumento nos preços indicam que o consumidor sentirá o peso da crise do cacau. Já a Mondelēz, com marcas como Lacta, foca em ovos licenciados, como Barbie e Hot Wheels, para atrair o público infantil, enquanto a Arcor reforça sua linha Tortuguita com brindes exclusivos.
Essas ações mostram que, mesmo sob pressão, as empresas apostam na diversificação e na inovação para manter as vendas aquecidas, ainda que o tamanho dos ovos e os preços finais permaneçam como incógnitas para o consumidor.
O que esperar do mercado de chocolates em 2025
Com a Páscoa marcada para 20 de abril de 2025, o mercado de chocolates no Brasil se prepara para um teste de resiliência. A projeção de crescimento do setor, que deve alcançar 5,23 bilhões de dólares até 2030, com uma taxa anual de 4,49%, pode ser ameaçada caso os preços continuem a subir e o consumo recue. A alta do cacau, combinada com a inflação geral, força as empresas a buscar um equilíbrio delicado entre custo e acessibilidade, enquanto os consumidores avaliam se vale a pena investir em ovos mais caros ou optar por alternativas.
No campo da produção nacional, especialistas sugerem que o Brasil invista em políticas de incentivo à cacauicultura, como crédito para agricultores e tecnologias para aumentar a produtividade. Atualmente, estados como Pará e Bahia lideram a produção, mas os 190 mil toneladas anuais ainda estão longe de atender à demanda interna. Sem medidas concretas, a dependência de importações deve persistir, mantendo os preços vulneráveis às crises globais.
Para os brasileiros, a Páscoa de 2025 será um reflexo direto desse cenário. O chocolate, símbolo da celebração, pode chegar às mesas em porções menores ou a custos mais altos, desafiando uma tradição que mistura afeto e consumo em quantidades generosas.
