Um forte temporal atingiu São Paulo na tarde de quarta-feira, 12 de março, trazendo consequências devastadoras para a capital paulista. Chuvas intensas, ventos superiores a 60 km/h e queda de granizo transformaram ruas em rios, derrubaram árvores centenárias e deixaram cerca de 57 mil imóveis sem energia elétrica até a manhã seguinte, quase 19 horas após o início da tempestade. A zona oeste, especialmente os bairros de Pinheiros, Butantã e Vila Madalena, concentrou os maiores prejuízos, enquanto o centro da cidade registrou a morte de um taxista, vítima da queda de uma árvore. Equipes da prefeitura e da concessionária Enel seguem mobilizadas para conter os danos, mas a previsão de mais chuvas nas próximas horas mantém a população em alerta.
A tempestade, impulsionada por uma frente fria que chegou ao litoral paulista no início da semana, revelou a vulnerabilidade da infraestrutura urbana. Na zona oeste, árvores de grande porte desabaram sobre carros e fiação elétrica, enquanto parte do teto de um restaurante na Rua Artur de Azevedo cedeu, ferindo três pessoas. No centro, a tragédia marcou o dia com a morte de Elton Ferreira de Oliveira, de 44 anos, que trabalhava na Avenida Senador Queirós quando seu táxi foi atingido. Passageiros que estavam no veículo sofreram ferimentos leves e foram socorridos. O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) apontou a Sé como o local com maior acumulado de chuva, registrando 23,2 mm.
Diante do caos, a Defesa Civil contabilizou 343 chamados por quedas de árvores nas últimas 24 horas, sendo 321 concentrados no centro e na zona oeste. A prefeitura mobilizou equipes de poda, limpeza e zeladoria, além de 400 agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para tentar normalizar a circulação nas vias afetadas. Mesmo assim, 42 semáforos permaneciam apagados na manhã de quinta-feira, e 63 ruas tinham faixas bloqueadas, incluindo trechos das avenidas Doutor Arnaldo e Tiradentes. A Enel, responsável pelo fornecimento de energia, informou que 57,8 mil clientes, equivalente a 0,7% dos 8 milhões atendidos na região metropolitana, ainda estavam sem luz até o meio-dia.
Impactos nas ruas e transtornos para a população
Os ventos fortes e as chuvas intensas transformaram a rotina dos paulistanos em um cenário de transtornos e perigo. Na zona oeste, os bairros de Pinheiros e Butantã acumularam 22,4 mm e 18,6 mm de chuva, respectivamente, resultando em quedas de árvores que danificaram a rede elétrica e veículos estacionados. Moradores relataram cenas de destruição, com galhos bloqueando ruas e postes inclinados, evidenciando a força da tempestade que, no pico, deixou 170 mil imóveis sem energia. A rápida resposta das equipes de emergência evitou um número maior de vítimas, mas não foi suficiente para evitar os prejuízos materiais.
No Largo do Arouche, região central, uma árvore típica da Mata Atlântica, com cerca de 30 metros e 200 anos de existência, partiu-se ao meio e caiu sobre um carro estacionado. Felizmente, não havia ocupantes no veículo no momento do incidente. Já na Rua Ana Cintra, próxima dali, outro ponto de alagamento dificultou o tráfego e expôs a fragilidade do sistema de drenagem urbana. Relatos de comerciantes e moradores da área apontam que os alagamentos são recorrentes em dias de chuva forte, o que levanta questionamentos sobre a manutenção da infraestrutura.
A morte de Elton Ferreira de Oliveira, no entanto, foi o episódio mais marcante. O taxista, que trabalhava em um ponto fixo na Avenida Senador Queirós, havia acabado de iniciar uma corrida com dois passageiros quando a tragédia ocorreu. A árvore que o atingiu era monitorada, mas não houve ação preventiva que evitasse o desfecho fatal. Os passageiros foram encaminhados a um hospital com ferimentos leves, enquanto colegas de profissão e moradores lamentaram a perda, destacando a falta de medidas efetivas para evitar acidentes desse tipo.
Previsão do tempo mantém cidade em alerta
A instabilidade climática não dá trégua aos moradores de São Paulo. O CGE prevê novas pancadas de chuva na tarde de quinta-feira, 13 de março, com potencial para intensidade forte, acompanhadas de rajadas de vento e risco de alagamentos. Amanhã, sexta-feira, a expectativa é de precipitações igualmente intensas, porém de curta duração, com temperaturas variando entre 20°C e 27°C. Uma nova frente fria deve chegar no fim de semana, trazendo queda nas temperaturas e mantendo o tempo instável, o que aumenta a preocupação com novos incidentes.
Até agora, março acumula uma média de 25,9 mm de chuva na capital, o que representa 14,6% da média histórica do mês, de 171,1 mm. Apesar de o volume estar abaixo do esperado, a concentração das precipitações em poucas horas tem potencializado os impactos. A combinação de calor, umidade e frentes frias favorece a formação de tempestades rápidas, mas destrutivas, como a registrada na quarta-feira. Especialistas apontam que a falta de manutenção preventiva em árvores e na rede elétrica agrava os danos em eventos climáticos desse tipo.
Dicas para enfrentar os próximos dias chuvosos foram divulgadas pelas autoridades, visando minimizar riscos à população:
- Evite áreas próximas a árvores altas ou postes durante ventos fortes.
- Não atravesse ruas alagadas, mesmo de carro, para evitar ser arrastado pela correnteza.
- Planeje deslocamentos com antecedência, verificando vias bloqueadas pelo número 156 da CET.
- Em caso de falta de energia prolongada, entre em contato com a Enel para registrar a ocorrência.
Cronograma climático para os próximos dias
O acompanhamento do clima será essencial para os paulistanos nos próximos dias. Um calendário básico do que esperar foi elaborado com base nas informações do CGE:
- Quinta-feira, 13 de março: Céu nublado pela manhã, com pancadas de chuva à tarde. Temperaturas entre 19°C e 28°C. Risco de alagamentos e rajadas de vento.
- Sexta-feira, 14 de março: Chuvas fortes e rápidas, com termômetros oscilando de 20°C a 27°C. Céu parcialmente nublado ao longo do dia.
- Sábado, 15 de março: Início da nova frente fria, com queda nas temperaturas máximas para cerca de 25°C e mínima de 18°C. Chuvas isoladas.
- Domingo, 16 de março: Tempo instável, com nebulosidade e possibilidade de precipitações leves. Máxima prevista de 24°C.
Esse cenário reforça a necessidade de preparação por parte da população e das autoridades. A Defesa Civil segue em estado de alerta, enquanto equipes da prefeitura intensificam os trabalhos de limpeza e desobstrução nas áreas mais afetadas.
Mobilização das autoridades e desafios estruturais
Equipes da prefeitura de São Paulo estão nas ruas desde a tarde de quarta-feira, atuando na retirada de galhos, limpeza de vias e desobstrução de bueiros. A mobilização envolve não apenas os serviços de zeladoria, mas também agentes da CET, que monitoram os 42 semáforos apagados e as 63 vias parcialmente bloqueadas. A Enel, por sua vez, mantém técnicos em campo para restabelecer a energia dos 57,8 mil clientes afetados, número que já foi bem maior no auge do temporal, quando 170 mil imóveis ficaram no escuro.
A zona oeste, principal foco dos danos, exige atenção especial. Bairros como Pinheiros e Butantã, que concentram grande densidade populacional e redes elétricas antigas, sofreram com a interrupção prolongada do fornecimento. Moradores relatam dificuldades para realizar tarefas básicas, como carregar aparelhos eletrônicos ou conservar alimentos, enquanto comerciantes enfrentam prejuízos com a paralisação de suas atividades. A lentidão na normalização do serviço elétrico levanta debates sobre a capacidade da concessionária em lidar com emergências climáticas.
No centro, a tragédia envolvendo o taxista Elton Ferreira de Oliveira escancara outro problema recorrente: a gestão das árvores urbanas. Com 343 registros de quedas nas últimas 24 horas, a maioria concentrada em áreas centrais e na zona oeste, a necessidade de um plano mais eficiente de poda e monitoramento se torna evidente. A árvore que matou o taxista, por exemplo, já apresentava sinais de comprometimento, mas não foi removida a tempo.
Danos materiais e prejuízos à população
Os impactos do temporal vão além da falta de energia e das vias bloqueadas. Em Pinheiros, o desabamento parcial do teto de um restaurante na Rua Artur de Azevedo deixou três feridos e expôs a fragilidade de construções diante de ventos fortes. Dois carros estacionados nas proximidades também foram atingidos por uma árvore, resultando em danos materiais significativos. A rápida ação do Corpo de Bombeiros evitou consequências mais graves, mas o incidente reforça a urgência de medidas preventivas em áreas comerciais.
Na região central, alagamentos nas ruas Dona Veridiana e Alameda Barros dificultaram a locomoção de pedestres e motoristas, enquanto a queda da árvore centenária no Largo do Arouche simbolizou a perda de um marco histórico. Moradores e comerciantes da área relatam que os problemas com drenagem são antigos, agravados pela falta de limpeza regular de bueiros e galerias. A combinação de chuvas intensas e infraestrutura deficiente transformou o temporal em um teste de resistência para a cidade.
Principais transtornos enfrentados pelos paulistanos incluem:
- Falta de energia em 57 mil imóveis, com maior impacto na zona oeste.
- Bloqueio de 63 vias, afetando o tráfego em avenidas como Doutor Arnaldo e Tiradentes.
- Danos a propriedades, como o restaurante na Rua Artur de Azevedo e veículos atingidos por árvores.
A previsão de novas chuvas mantém a tensão entre os moradores, que cobram respostas mais ágeis das autoridades.
Alerta para os próximos dias e lições do temporal
A possibilidade de novas tempestades na tarde de quinta-feira mantém São Paulo em estado de atenção. O CGE alerta para pancadas de chuva com potencial para rajadas de vento e formação de alagamentos, especialmente em áreas já castigadas, como a zona oeste e o centro. A chegada de uma nova frente fria no fim de semana deve trazer alívio ao calor, mas também aumenta o risco de incidentes, com temperaturas máximas caindo para cerca de 24°C e mínimas na casa dos 18°C.
O temporal de quarta-feira expôs fragilidades que vão além do clima. A demora na restauração da energia elétrica, a quantidade expressiva de árvores caídas e os recorrentes problemas de drenagem urbana indicam a necessidade de investimentos em infraestrutura e planejamento. Bairros como Butantã e Pinheiros, que registraram altos volumes de chuva, seguem vulneráveis, enquanto o centro enfrenta o desafio de conciliar a preservação de seu patrimônio natural com a segurança pública.
Com 25,9 mm acumulados em março até agora, o mês ainda está longe da média histórica de 171,1 mm, mas os eventos extremos mostram que a intensidade das chuvas importa mais do que o volume total. A mobilização contínua das equipes de emergência é essencial para mitigar os danos, mas a população também desempenha um papel crucial ao adotar medidas de precaução nos próximos dias.

Um forte temporal atingiu São Paulo na tarde de quarta-feira, 12 de março, trazendo consequências devastadoras para a capital paulista. Chuvas intensas, ventos superiores a 60 km/h e queda de granizo transformaram ruas em rios, derrubaram árvores centenárias e deixaram cerca de 57 mil imóveis sem energia elétrica até a manhã seguinte, quase 19 horas após o início da tempestade. A zona oeste, especialmente os bairros de Pinheiros, Butantã e Vila Madalena, concentrou os maiores prejuízos, enquanto o centro da cidade registrou a morte de um taxista, vítima da queda de uma árvore. Equipes da prefeitura e da concessionária Enel seguem mobilizadas para conter os danos, mas a previsão de mais chuvas nas próximas horas mantém a população em alerta.
A tempestade, impulsionada por uma frente fria que chegou ao litoral paulista no início da semana, revelou a vulnerabilidade da infraestrutura urbana. Na zona oeste, árvores de grande porte desabaram sobre carros e fiação elétrica, enquanto parte do teto de um restaurante na Rua Artur de Azevedo cedeu, ferindo três pessoas. No centro, a tragédia marcou o dia com a morte de Elton Ferreira de Oliveira, de 44 anos, que trabalhava na Avenida Senador Queirós quando seu táxi foi atingido. Passageiros que estavam no veículo sofreram ferimentos leves e foram socorridos. O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) apontou a Sé como o local com maior acumulado de chuva, registrando 23,2 mm.
Diante do caos, a Defesa Civil contabilizou 343 chamados por quedas de árvores nas últimas 24 horas, sendo 321 concentrados no centro e na zona oeste. A prefeitura mobilizou equipes de poda, limpeza e zeladoria, além de 400 agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para tentar normalizar a circulação nas vias afetadas. Mesmo assim, 42 semáforos permaneciam apagados na manhã de quinta-feira, e 63 ruas tinham faixas bloqueadas, incluindo trechos das avenidas Doutor Arnaldo e Tiradentes. A Enel, responsável pelo fornecimento de energia, informou que 57,8 mil clientes, equivalente a 0,7% dos 8 milhões atendidos na região metropolitana, ainda estavam sem luz até o meio-dia.
Impactos nas ruas e transtornos para a população
Os ventos fortes e as chuvas intensas transformaram a rotina dos paulistanos em um cenário de transtornos e perigo. Na zona oeste, os bairros de Pinheiros e Butantã acumularam 22,4 mm e 18,6 mm de chuva, respectivamente, resultando em quedas de árvores que danificaram a rede elétrica e veículos estacionados. Moradores relataram cenas de destruição, com galhos bloqueando ruas e postes inclinados, evidenciando a força da tempestade que, no pico, deixou 170 mil imóveis sem energia. A rápida resposta das equipes de emergência evitou um número maior de vítimas, mas não foi suficiente para evitar os prejuízos materiais.
No Largo do Arouche, região central, uma árvore típica da Mata Atlântica, com cerca de 30 metros e 200 anos de existência, partiu-se ao meio e caiu sobre um carro estacionado. Felizmente, não havia ocupantes no veículo no momento do incidente. Já na Rua Ana Cintra, próxima dali, outro ponto de alagamento dificultou o tráfego e expôs a fragilidade do sistema de drenagem urbana. Relatos de comerciantes e moradores da área apontam que os alagamentos são recorrentes em dias de chuva forte, o que levanta questionamentos sobre a manutenção da infraestrutura.
A morte de Elton Ferreira de Oliveira, no entanto, foi o episódio mais marcante. O taxista, que trabalhava em um ponto fixo na Avenida Senador Queirós, havia acabado de iniciar uma corrida com dois passageiros quando a tragédia ocorreu. A árvore que o atingiu era monitorada, mas não houve ação preventiva que evitasse o desfecho fatal. Os passageiros foram encaminhados a um hospital com ferimentos leves, enquanto colegas de profissão e moradores lamentaram a perda, destacando a falta de medidas efetivas para evitar acidentes desse tipo.
Previsão do tempo mantém cidade em alerta
A instabilidade climática não dá trégua aos moradores de São Paulo. O CGE prevê novas pancadas de chuva na tarde de quinta-feira, 13 de março, com potencial para intensidade forte, acompanhadas de rajadas de vento e risco de alagamentos. Amanhã, sexta-feira, a expectativa é de precipitações igualmente intensas, porém de curta duração, com temperaturas variando entre 20°C e 27°C. Uma nova frente fria deve chegar no fim de semana, trazendo queda nas temperaturas e mantendo o tempo instável, o que aumenta a preocupação com novos incidentes.
Até agora, março acumula uma média de 25,9 mm de chuva na capital, o que representa 14,6% da média histórica do mês, de 171,1 mm. Apesar de o volume estar abaixo do esperado, a concentração das precipitações em poucas horas tem potencializado os impactos. A combinação de calor, umidade e frentes frias favorece a formação de tempestades rápidas, mas destrutivas, como a registrada na quarta-feira. Especialistas apontam que a falta de manutenção preventiva em árvores e na rede elétrica agrava os danos em eventos climáticos desse tipo.
Dicas para enfrentar os próximos dias chuvosos foram divulgadas pelas autoridades, visando minimizar riscos à população:
- Evite áreas próximas a árvores altas ou postes durante ventos fortes.
- Não atravesse ruas alagadas, mesmo de carro, para evitar ser arrastado pela correnteza.
- Planeje deslocamentos com antecedência, verificando vias bloqueadas pelo número 156 da CET.
- Em caso de falta de energia prolongada, entre em contato com a Enel para registrar a ocorrência.
Cronograma climático para os próximos dias
O acompanhamento do clima será essencial para os paulistanos nos próximos dias. Um calendário básico do que esperar foi elaborado com base nas informações do CGE:
- Quinta-feira, 13 de março: Céu nublado pela manhã, com pancadas de chuva à tarde. Temperaturas entre 19°C e 28°C. Risco de alagamentos e rajadas de vento.
- Sexta-feira, 14 de março: Chuvas fortes e rápidas, com termômetros oscilando de 20°C a 27°C. Céu parcialmente nublado ao longo do dia.
- Sábado, 15 de março: Início da nova frente fria, com queda nas temperaturas máximas para cerca de 25°C e mínima de 18°C. Chuvas isoladas.
- Domingo, 16 de março: Tempo instável, com nebulosidade e possibilidade de precipitações leves. Máxima prevista de 24°C.
Esse cenário reforça a necessidade de preparação por parte da população e das autoridades. A Defesa Civil segue em estado de alerta, enquanto equipes da prefeitura intensificam os trabalhos de limpeza e desobstrução nas áreas mais afetadas.
Mobilização das autoridades e desafios estruturais
Equipes da prefeitura de São Paulo estão nas ruas desde a tarde de quarta-feira, atuando na retirada de galhos, limpeza de vias e desobstrução de bueiros. A mobilização envolve não apenas os serviços de zeladoria, mas também agentes da CET, que monitoram os 42 semáforos apagados e as 63 vias parcialmente bloqueadas. A Enel, por sua vez, mantém técnicos em campo para restabelecer a energia dos 57,8 mil clientes afetados, número que já foi bem maior no auge do temporal, quando 170 mil imóveis ficaram no escuro.
A zona oeste, principal foco dos danos, exige atenção especial. Bairros como Pinheiros e Butantã, que concentram grande densidade populacional e redes elétricas antigas, sofreram com a interrupção prolongada do fornecimento. Moradores relatam dificuldades para realizar tarefas básicas, como carregar aparelhos eletrônicos ou conservar alimentos, enquanto comerciantes enfrentam prejuízos com a paralisação de suas atividades. A lentidão na normalização do serviço elétrico levanta debates sobre a capacidade da concessionária em lidar com emergências climáticas.
No centro, a tragédia envolvendo o taxista Elton Ferreira de Oliveira escancara outro problema recorrente: a gestão das árvores urbanas. Com 343 registros de quedas nas últimas 24 horas, a maioria concentrada em áreas centrais e na zona oeste, a necessidade de um plano mais eficiente de poda e monitoramento se torna evidente. A árvore que matou o taxista, por exemplo, já apresentava sinais de comprometimento, mas não foi removida a tempo.
Danos materiais e prejuízos à população
Os impactos do temporal vão além da falta de energia e das vias bloqueadas. Em Pinheiros, o desabamento parcial do teto de um restaurante na Rua Artur de Azevedo deixou três feridos e expôs a fragilidade de construções diante de ventos fortes. Dois carros estacionados nas proximidades também foram atingidos por uma árvore, resultando em danos materiais significativos. A rápida ação do Corpo de Bombeiros evitou consequências mais graves, mas o incidente reforça a urgência de medidas preventivas em áreas comerciais.
Na região central, alagamentos nas ruas Dona Veridiana e Alameda Barros dificultaram a locomoção de pedestres e motoristas, enquanto a queda da árvore centenária no Largo do Arouche simbolizou a perda de um marco histórico. Moradores e comerciantes da área relatam que os problemas com drenagem são antigos, agravados pela falta de limpeza regular de bueiros e galerias. A combinação de chuvas intensas e infraestrutura deficiente transformou o temporal em um teste de resistência para a cidade.
Principais transtornos enfrentados pelos paulistanos incluem:
- Falta de energia em 57 mil imóveis, com maior impacto na zona oeste.
- Bloqueio de 63 vias, afetando o tráfego em avenidas como Doutor Arnaldo e Tiradentes.
- Danos a propriedades, como o restaurante na Rua Artur de Azevedo e veículos atingidos por árvores.
A previsão de novas chuvas mantém a tensão entre os moradores, que cobram respostas mais ágeis das autoridades.
Alerta para os próximos dias e lições do temporal
A possibilidade de novas tempestades na tarde de quinta-feira mantém São Paulo em estado de atenção. O CGE alerta para pancadas de chuva com potencial para rajadas de vento e formação de alagamentos, especialmente em áreas já castigadas, como a zona oeste e o centro. A chegada de uma nova frente fria no fim de semana deve trazer alívio ao calor, mas também aumenta o risco de incidentes, com temperaturas máximas caindo para cerca de 24°C e mínimas na casa dos 18°C.
O temporal de quarta-feira expôs fragilidades que vão além do clima. A demora na restauração da energia elétrica, a quantidade expressiva de árvores caídas e os recorrentes problemas de drenagem urbana indicam a necessidade de investimentos em infraestrutura e planejamento. Bairros como Butantã e Pinheiros, que registraram altos volumes de chuva, seguem vulneráveis, enquanto o centro enfrenta o desafio de conciliar a preservação de seu patrimônio natural com a segurança pública.
Com 25,9 mm acumulados em março até agora, o mês ainda está longe da média histórica de 171,1 mm, mas os eventos extremos mostram que a intensidade das chuvas importa mais do que o volume total. A mobilização contínua das equipes de emergência é essencial para mitigar os danos, mas a população também desempenha um papel crucial ao adotar medidas de precaução nos próximos dias.
