Breaking
14 Mar 2025, Fri

Brasileiro de 80 anos explorou mais de 20 destinos de aventura após câncer


O arquiteto aposentado Lauro Andrade, 80, descobriu uma nova paixão na terceira idade: o turismo de aventura e a fotografia artística. A união desses fatores resultou em mais de 20 viagens para locais remotos só na última década, além de uma exposição em Santa Catarina e a publicação de um livro com as imagens.

Pai de três filhos e viúvo há mais de duas décadas, Lauro começou essa jornada sozinho com cerca de 69 anos. Ele fotografou cenários extremos: tornados, a boca de um vulcão ativo, ursos no norte do Alasca e a famosa Aurora Boreal — que já avistou mais de uma vez.

A primeira aventura foi para a Tanzânia, que ele definiu ao CNN Viagem&Gastronomia como um lugar incrível. O país é conhecido pela cultura, beleza natural, praias e por ter as montanhas mais altas do continente africano.

Quando voltou, no entanto, um susto: “Descobri que estava com câncer no rim e tive que remover um dos órgãos.”

Mesmo com o imprevisto de saúde, Lauro dizia para o médico que tinha uma viagem marcada para a Índia e não poderia perder o passeio. Dito e feito: não perdeu.

“45 dias depois da cirurgia, eu estava em Nova Delhi. Todo mundo arregalava os olhos quando ouvia que eu havia acabado de tirar um rim”, disse rindo.


Lauro Andrade
Lauro visitou a Índia apenas 45 dias após tirar um rim • Arquivo pessoal/Lauro Andrade

No entanto, Lauro garante que as viagens dele sempre foram muito seguras. Para isso, contrata a mesma agência turística para ser acompanhado por um guia durante as aventuras.

Foram os profissionais especializados, inclusive, que os socorreram em momentos de apuros. Ele viveu uma dessas situações na Etiópia, considerado o país mais antigo da África, onde se sentiu mais inseguro.

Lá, Lauro era vigiado o tempo todo por pessoas com metralhadoras. “A gente estava com uma milícia armada para poder fotografar”, contou.

Mesmo assim, o antigo arquiteto montou em um camelo e partiu para um passeio de quatro horas até a boca de um vulcão ativo. O tour precisava ser feito à noite devido às altas temperaturas — quase 50°C na base do deserto.


Boca de um vulcão ativo na Etiópia • Lauro Andrade

O fotógrafo começou o trajeto às 19h, mas pausou diversas vezes durante o caminho. “Tínhamos que chegar até meia-noite na boca do vulcão, fotografar, descansar por uma hora e retornar”, contou ele.

Na volta, Lauro passou mal. “Foi um sacrifício muito grande, porque andar em cima de camelo, só com um tipo de colchãozinho, [foi muito complicado]”, pontuou ele.

E continuou, brincando: “Não sabia se tinha sido frito ou virado uma omelete. Desmaiei, mas fotografei a boca do vulcão”.

O mais inusitado é que Lauro não define esse momento como um perrengue. Ao ser questionado sobre o maior apuro em terras estrangeiras, o antigo arquiteto aponta um caso que viveu na Islândia.

“Tropecei em um fio, caí com a máquina no peito e o encaixe da lente da câmera quebrou. Tinha uma médica na equipe, ela me examinou e viu que eu não tinha me machucado. Foi o maior perrengue que tive em viagem”, contou Lauro, que precisou fazer as fotos do celular.


islândia
Aurora Boreal na Islândia • Lauro Andrade

Lauro também viveu outras aventuras, como quando fotografou um tornado nos Estados Unidos. Mas como se preparar para esse tipo de passeio? Antes de ir, ele recebeu um briefing de como agir.

“Tínhamos dois técnicos americanos que tinham computadores para controlar da onde vinha a direção do tornado, de tal forma que a gente fica em uma margem de segurança do tornado. Além disso, conhecendo a direção do vento, eles têm uma estrada de fuga”, disse.


tornados nos EUA
Computador que acompanhava os tornados nos EUA • Lauro Andrade

Outra viagem que Lauro fez e o marcou muito foi para o Irã. Ele disse ter que seguir as restrições do país, como não fotografar nenhuma mulher, mas, mesmo assim, garante que voltaria para lá. “Um dos lugares mais seguros que já fui”, exclamou.

As viagens de Lauro são várias. Em solo estrangeiro, ele passou por países como os Emirados Árabes Unidos, Myanmar e Japão, onde andou em um avião monomotor de quatro lugares, cujo pouso acontecia na água, para chegar até um parque onde ficavam os macacos-da-neve.

Para fotografar, também visitou a Tailândia, Camboja, Laos, Butão, Noruega e muitos outros. No Brasil, conheceu desde o Pantanal e o norte do país até o sertão de Pernambuco. “Cada foto tem uma história”, garantiu ele sobre os registros.

Como fazer viagens seguras?


lauro andrade
No Japão, Lauro Andrade andou em um avião monomotor para chegar até um parque e fotografar o macaco-da-neve • Arquivo pessoal/Lauro Andrade

Quais são os cuidados que Lauro toma na hora de escolher um destino? Ele sempre faz viagens de cerca de 10 dias com um guia e uma agência turística de confiança que, no caso, é Pedro Coelho, da Borealis.

Para Pedro, o fotógrafo é um grande exemplo de vida e superação. “Sempre usando sua próxima aventura como motivação para se manter ativo e preparado fisicamente. Ele prova que a paixão por viajar e explorar não tem idade, apenas exige preparo, vontade e o parceiro certo para tornar a experiência possível”, contou ele.

Em 2021, Lauro reuniu as fotografias favoritas e fez uma exposição na Galeria de Arte do Instituto Internacional Juarez Machado, em Joinville. Ele também lançou o livro “Viva a Vida” com as imagens das aventuras dele.

Por que ele continua se aventurando? A resposta é simples — e bonita. “Viajar me faz sentir mais jovem e com vontade de fazer a próxima viagem. Gosto muito de viver”, finalizou ele.

Como lidar com o medo de voar? Veja dicas de especialista

O arquiteto aposentado Lauro Andrade, 80, descobriu uma nova paixão na terceira idade: o turismo de aventura e a fotografia artística. A união desses fatores resultou em mais de 20 viagens para locais remotos só na última década, além de uma exposição em Santa Catarina e a publicação de um livro com as imagens.

Pai de três filhos e viúvo há mais de duas décadas, Lauro começou essa jornada sozinho com cerca de 69 anos. Ele fotografou cenários extremos: tornados, a boca de um vulcão ativo, ursos no norte do Alasca e a famosa Aurora Boreal — que já avistou mais de uma vez.

A primeira aventura foi para a Tanzânia, que ele definiu ao CNN Viagem&Gastronomia como um lugar incrível. O país é conhecido pela cultura, beleza natural, praias e por ter as montanhas mais altas do continente africano.

Quando voltou, no entanto, um susto: “Descobri que estava com câncer no rim e tive que remover um dos órgãos.”

Mesmo com o imprevisto de saúde, Lauro dizia para o médico que tinha uma viagem marcada para a Índia e não poderia perder o passeio. Dito e feito: não perdeu.

“45 dias depois da cirurgia, eu estava em Nova Delhi. Todo mundo arregalava os olhos quando ouvia que eu havia acabado de tirar um rim”, disse rindo.


Lauro Andrade
Lauro visitou a Índia apenas 45 dias após tirar um rim • Arquivo pessoal/Lauro Andrade

No entanto, Lauro garante que as viagens dele sempre foram muito seguras. Para isso, contrata a mesma agência turística para ser acompanhado por um guia durante as aventuras.

Foram os profissionais especializados, inclusive, que os socorreram em momentos de apuros. Ele viveu uma dessas situações na Etiópia, considerado o país mais antigo da África, onde se sentiu mais inseguro.

Lá, Lauro era vigiado o tempo todo por pessoas com metralhadoras. “A gente estava com uma milícia armada para poder fotografar”, contou.

Mesmo assim, o antigo arquiteto montou em um camelo e partiu para um passeio de quatro horas até a boca de um vulcão ativo. O tour precisava ser feito à noite devido às altas temperaturas — quase 50°C na base do deserto.


Boca de um vulcão ativo na Etiópia • Lauro Andrade

O fotógrafo começou o trajeto às 19h, mas pausou diversas vezes durante o caminho. “Tínhamos que chegar até meia-noite na boca do vulcão, fotografar, descansar por uma hora e retornar”, contou ele.

Na volta, Lauro passou mal. “Foi um sacrifício muito grande, porque andar em cima de camelo, só com um tipo de colchãozinho, [foi muito complicado]”, pontuou ele.

E continuou, brincando: “Não sabia se tinha sido frito ou virado uma omelete. Desmaiei, mas fotografei a boca do vulcão”.

O mais inusitado é que Lauro não define esse momento como um perrengue. Ao ser questionado sobre o maior apuro em terras estrangeiras, o antigo arquiteto aponta um caso que viveu na Islândia.

“Tropecei em um fio, caí com a máquina no peito e o encaixe da lente da câmera quebrou. Tinha uma médica na equipe, ela me examinou e viu que eu não tinha me machucado. Foi o maior perrengue que tive em viagem”, contou Lauro, que precisou fazer as fotos do celular.


islândia
Aurora Boreal na Islândia • Lauro Andrade

Lauro também viveu outras aventuras, como quando fotografou um tornado nos Estados Unidos. Mas como se preparar para esse tipo de passeio? Antes de ir, ele recebeu um briefing de como agir.

“Tínhamos dois técnicos americanos que tinham computadores para controlar da onde vinha a direção do tornado, de tal forma que a gente fica em uma margem de segurança do tornado. Além disso, conhecendo a direção do vento, eles têm uma estrada de fuga”, disse.


tornados nos EUA
Computador que acompanhava os tornados nos EUA • Lauro Andrade

Outra viagem que Lauro fez e o marcou muito foi para o Irã. Ele disse ter que seguir as restrições do país, como não fotografar nenhuma mulher, mas, mesmo assim, garante que voltaria para lá. “Um dos lugares mais seguros que já fui”, exclamou.

As viagens de Lauro são várias. Em solo estrangeiro, ele passou por países como os Emirados Árabes Unidos, Myanmar e Japão, onde andou em um avião monomotor de quatro lugares, cujo pouso acontecia na água, para chegar até um parque onde ficavam os macacos-da-neve.

Para fotografar, também visitou a Tailândia, Camboja, Laos, Butão, Noruega e muitos outros. No Brasil, conheceu desde o Pantanal e o norte do país até o sertão de Pernambuco. “Cada foto tem uma história”, garantiu ele sobre os registros.

Como fazer viagens seguras?


lauro andrade
No Japão, Lauro Andrade andou em um avião monomotor para chegar até um parque e fotografar o macaco-da-neve • Arquivo pessoal/Lauro Andrade

Quais são os cuidados que Lauro toma na hora de escolher um destino? Ele sempre faz viagens de cerca de 10 dias com um guia e uma agência turística de confiança que, no caso, é Pedro Coelho, da Borealis.

Para Pedro, o fotógrafo é um grande exemplo de vida e superação. “Sempre usando sua próxima aventura como motivação para se manter ativo e preparado fisicamente. Ele prova que a paixão por viajar e explorar não tem idade, apenas exige preparo, vontade e o parceiro certo para tornar a experiência possível”, contou ele.

Em 2021, Lauro reuniu as fotografias favoritas e fez uma exposição na Galeria de Arte do Instituto Internacional Juarez Machado, em Joinville. Ele também lançou o livro “Viva a Vida” com as imagens das aventuras dele.

Por que ele continua se aventurando? A resposta é simples — e bonita. “Viajar me faz sentir mais jovem e com vontade de fazer a próxima viagem. Gosto muito de viver”, finalizou ele.

Como lidar com o medo de voar? Veja dicas de especialista



Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *