By rikififi90 
Sucesso na TV e com novo papel no cinema, atriz recorda infância humilde e celebra avanço da representatividade: “A única boneca que ganhei era branquinha de olho azul” Heslaine Vieira, 29 anos de idade, gosta de celebrar cada conquista. Depois de participar do Falas Femininas, exibido pela TV Globo em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, neste ano, a atriz está na expectativa para a estreia do filme Pecadora, previsto para chegar aos cinemas ainda em 2025, em que vive Sara, uma jovem religiosa.
Saiba-mais taboola
Nascida na cidade mineira de Ipatinga, Heslaine conta que ela e o irmão, o também ator Land Vieira, foram incentivados a ter contato com as artes ainda crianças. Ela avalia que a representatividade ainda não era discutida na sociedade. ” Nasci em 1995. A criança negra que via na TV era o Sérgio Malheiros em Da Cor do Pecado [2004]. Hoje, temos três protagonistas negras em novelas. Estamos avançando no debate e mostrando que tramas com a protagonistas negros também são comercialmente atraentes”, afirma.
No bate-papo com a Quem, a atriz, que conquistou visibilidade nacional ao ser uma das protagonistas de Malhação – Viva a Diferença, em 2017, recorda a infância humilde e as conquistas pessoais, como a compra do primeiro apartamento. “Sinto que estou realizando um sonho dos meus ancestrais”, afirma.
Quem: Você vem de um ano muito bom de trabalho e, agora, em 2025, já esteve no Falas Femininas. O que pode adiantar do que podemos aguarda para o seu novo ano?
Heslaine Vieira: Tive um 2024 movimentado mesmo. Terminei a novela Fuzuê e a Soraia, minha personagem, foi um presente. Sei que pode parecer clichê dizer que foi um presente, mas ela era tudo o que eu precisava e veio no momento certo. Sou uma atriz que pode fazer diversos personagens. Soraia e Elen são opostas. Além disso, tive a chance de trabalhar com comédia. Vinha de personagens de drama, personagens mais densas.
Heslaine Vieira
Vinicius Mochizuki
Você chegou a se sentir intimidada ao entrar para um seriado de humor como o Tô Nessa?
Quando chego em um trabalho, chego com respeito. Estou sempre nessa posição de muito respeito. Gosto de observar e aprender. Tenho muito respeito por quem tem mais experiência. Tô Nessa foi o maior desafio da minha carreira. Eram páginas e páginas de texto e gravávamos em um dia. Tive a chance de trabalhar com feras da comédia. Luana Martau, Valentina Bandeira, Regina Casé… Eu me sinto preparada para novos desafios e estou confiante para as novas oportunidades que vierem.
Na década de 1990, contávamos nos dedos os atores negros em papéis relevantes na TV. Em atrações infantis, tínhamos a Biba (Cynthia Rachel) no Castelo Rá Tim Bum e a Pata (Aretha Oliveira) em Chiquititas. Quando era criança como você se enxergava?
Nasci em 1995. Quando cresci, a criança negra que via na TV era o Sérgio Malheiros em Da Cor do Pecado [2004]. Mais tarde, pude ver a primeira negra de Malhação, a Aline Dias, em 2016. A representatividade não era tão debatida como hoje. Hoje, temos três protagonistas negras em novelas. Estamos avançando no debate e mostrando que tramas com a protagonistas negros também são comercialmente atraentes.
Como foi sua infância? Você teve bonecas negras?
Não tinha. Tive uma infância muito simples, nunca tive muitos brinquedos. Brincava com os das minhas coleguinhas. A única boneca que ganhei era branquinha de olho azul.
Heslaine Vieira
Vinicius Mochizuki
Como foram os primeiros passos na carreira?
Era muito tímida. Eu e meu irmão fomos modelos e manequins ainda crianças. Em Ipatinga, o governo oferecia aulas de teatro e dança. Minha mãe nos levava. Na minha cabeça, era muito nítido que não havia uma menina como eu na TV. Na minha cabeça de criança, faltava. Então, esse alguém seria eu. Sempre falei que eu ia caber na televisão.
Que poderosa!
Eu achava que estava faltando, então eu entraria. Não entendia todos os fatores que estavam envolvidos na ausência.
Seu irmão também começou novinho, fez novelas e chegou a morar nos Estados Unidos. A carreira artística ainda é o objetivo dele?
Meu irmão é muito talentoso. Um dos melhores atores da geração dele. Ele voltou ao Brasil em 2024. Nunca vi meu irmão fora da profissão. Acho que estamos em um momento de muitas oportunidades, personagens com camadas. Vemos nosso cinema novamente em um bom momento e espero que, em breve, ele tenha novidades na carreira para contar.
Heslaine Vieira e o irmão, o ator Land Vieira
Arquivo pessoal
A família sempre incentivou a carreira de vocês?
Sempre, sempre, sempre. Minha avó, Dona Maria, tem 88 anos e assiste a tudo, guarda revistas… Minha mãe colocou nosso sonho à frente de qualquer coisa. Minha mãe é uma mulher de muita fé. Acredito que Deus foi colocando pessoas certas em nosso caminho. Além da fé em Deus, minha mãe sempre foi muito positiva. Acho que carrego isso dela.
A religiosidade faz parte da sua vida?
Sou uma pessoa de muita fé. A fé me alimenta nos momentos de vitória e me dá força nos momentos difíceis, me coloca com os pés no chão. Tudo é passageiro nessa carreira. Posso estar no auge hoje e já não ser tão relevante amanhã. Tenho pé no chão, tenho uma base muito forte que é a minha família.
Essa base familiar é importante para evitar derrapadas. O meio artístico é competitivo?
Eu gosto de competir comigo mesma. Sou extremamente perfeccionista. Estudo muito para entregar o meu melhor. Sou detalhista. Acredito que o que é para ser meu, vai ser meu.
Heslaine Vieira
Vinicius Mochizuki
Religião é um dos temas abordados em seu próximo trabalho, não?
Sim. Estou no elenco do filme Pecadora. Queria muito voltar a fazer cinema. Sara, minha personagem, é uma mulher evangélica, mas tento fazer as personagens humanas, sem estigmatizar. Meu interesse artístico é poder estar em vários lugares, como novela, cinema, Tô Nessa…
Hoje temos as três novelas da TV Globo com protagonistas negras. Essa é uma conquista histórica! Porém, algumas pessoas sob o anonimato das redes sociais fazem comentários racistas do tipo “agora é moda só ter negro”… Como reage a esse tipo de mensagem? Ou não chegam até você?
O curioso é que, antes, esses comentários não existiam, né? Já tivemos uma sequência tão grande de protagonistas loiras, mulheres brancas, homens brancos… E isso nunca foi uma questão. O que sei é que as atrizes que estão à frente das novelas de hoje são lindas, estão excelentes em seus papéis e as tramas fazem sucesso. Os comentários não são sobre o talento. A questão é o racismo. Hoje em dia, o racismo não é mais mascarado. Acho que nunca foi, mas as pessoas o expõe ainda mais por trás das telas. Porém, é inquestionável o sucesso comercial e artístico. Léa Garcia, Ruth de Souza, Zezé Motta lutaram muito para que a gente pudesse estar aqui.
Com mais de dez anos de profissão e sucesso como protagonista de Malhação – Viva a Diferença e As Five, os testes ainda estão presentes na carreira. Como lida com eles?
O teste tem muitas variáveis. Às vezes, o autor é diretor adoram seu trabalho, mas você não encaixa na personagem. Temos que respeitar esses processos. A forma como você pensou no personagem. Penso que, na carreira, é importante ter um trabalho sólido.
Heslaine Vieira
Vinicius Mochizuki
Você recentemente falou sobre a compra do seu primeiro apartamento. Foi a realização de um sonho de menina?
Sim. Economizava diariamente pensando no apartamento. Via todo mundo trocar de carro, mas foquei em comprar um apartamento. E eu com o mesmo carrinho… Desde que acabou o período de escravidão no Brasil, meus ancestrais não tinha acesso à terra. Até hoje reparo em quanto de nós temos casa própria? É dignidade ter seu espaço, um lugar para chamar de seu. Sinto que estou realizando um sonho dos meus ancestrais. Todo mundo que vejo no Instagram falando que comprou um apartamento, eu comento e celebro junto.
Você e o Gustavo Xavier, seu namorado, estão juntos há um tempo. Já se consideram casados?
Estamos juntos há três anos. Ele é meu noivo, mas já chamo de marido. A gente já mora juntos. Ainda não fizemos uma festa para celebrar.
É uma vontade?
Vivo um dia de cada vez. Sou tranquila, good vibes… A gente é muito companheiro, parceiro, temos uma relação muito saudável.
Heslaine Vieira
Vinicius Mochizuki
Heslaine Vieira
Vinicius Mochizuki
Sucesso na TV e com novo papel no cinema, atriz recorda infância humilde e celebra avanço da representatividade: “A única boneca que ganhei era branquinha de olho azul” Heslaine Vieira, 29 anos de idade, gosta de celebrar cada conquista. Depois de participar do Falas Femininas, exibido pela TV Globo em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, neste ano, a atriz está na expectativa para a estreia do filme Pecadora, previsto para chegar aos cinemas ainda em 2025, em que vive Sara, uma jovem religiosa.
Saiba-mais taboola
Nascida na cidade mineira de Ipatinga, Heslaine conta que ela e o irmão, o também ator Land Vieira, foram incentivados a ter contato com as artes ainda crianças. Ela avalia que a representatividade ainda não era discutida na sociedade. ” Nasci em 1995. A criança negra que via na TV era o Sérgio Malheiros em Da Cor do Pecado [2004]. Hoje, temos três protagonistas negras em novelas. Estamos avançando no debate e mostrando que tramas com a protagonistas negros também são comercialmente atraentes”, afirma.
No bate-papo com a Quem, a atriz, que conquistou visibilidade nacional ao ser uma das protagonistas de Malhação – Viva a Diferença, em 2017, recorda a infância humilde e as conquistas pessoais, como a compra do primeiro apartamento. “Sinto que estou realizando um sonho dos meus ancestrais”, afirma.
Quem: Você vem de um ano muito bom de trabalho e, agora, em 2025, já esteve no Falas Femininas. O que pode adiantar do que podemos aguarda para o seu novo ano?
Heslaine Vieira: Tive um 2024 movimentado mesmo. Terminei a novela Fuzuê e a Soraia, minha personagem, foi um presente. Sei que pode parecer clichê dizer que foi um presente, mas ela era tudo o que eu precisava e veio no momento certo. Sou uma atriz que pode fazer diversos personagens. Soraia e Elen são opostas. Além disso, tive a chance de trabalhar com comédia. Vinha de personagens de drama, personagens mais densas.
Heslaine Vieira
Vinicius Mochizuki
Você chegou a se sentir intimidada ao entrar para um seriado de humor como o Tô Nessa?
Quando chego em um trabalho, chego com respeito. Estou sempre nessa posição de muito respeito. Gosto de observar e aprender. Tenho muito respeito por quem tem mais experiência. Tô Nessa foi o maior desafio da minha carreira. Eram páginas e páginas de texto e gravávamos em um dia. Tive a chance de trabalhar com feras da comédia. Luana Martau, Valentina Bandeira, Regina Casé… Eu me sinto preparada para novos desafios e estou confiante para as novas oportunidades que vierem.
Na década de 1990, contávamos nos dedos os atores negros em papéis relevantes na TV. Em atrações infantis, tínhamos a Biba (Cynthia Rachel) no Castelo Rá Tim Bum e a Pata (Aretha Oliveira) em Chiquititas. Quando era criança como você se enxergava?
Nasci em 1995. Quando cresci, a criança negra que via na TV era o Sérgio Malheiros em Da Cor do Pecado [2004]. Mais tarde, pude ver a primeira negra de Malhação, a Aline Dias, em 2016. A representatividade não era tão debatida como hoje. Hoje, temos três protagonistas negras em novelas. Estamos avançando no debate e mostrando que tramas com a protagonistas negros também são comercialmente atraentes.
Como foi sua infância? Você teve bonecas negras?
Não tinha. Tive uma infância muito simples, nunca tive muitos brinquedos. Brincava com os das minhas coleguinhas. A única boneca que ganhei era branquinha de olho azul.
Heslaine Vieira
Vinicius Mochizuki
Como foram os primeiros passos na carreira?
Era muito tímida. Eu e meu irmão fomos modelos e manequins ainda crianças. Em Ipatinga, o governo oferecia aulas de teatro e dança. Minha mãe nos levava. Na minha cabeça, era muito nítido que não havia uma menina como eu na TV. Na minha cabeça de criança, faltava. Então, esse alguém seria eu. Sempre falei que eu ia caber na televisão.
Que poderosa!
Eu achava que estava faltando, então eu entraria. Não entendia todos os fatores que estavam envolvidos na ausência.
Seu irmão também começou novinho, fez novelas e chegou a morar nos Estados Unidos. A carreira artística ainda é o objetivo dele?
Meu irmão é muito talentoso. Um dos melhores atores da geração dele. Ele voltou ao Brasil em 2024. Nunca vi meu irmão fora da profissão. Acho que estamos em um momento de muitas oportunidades, personagens com camadas. Vemos nosso cinema novamente em um bom momento e espero que, em breve, ele tenha novidades na carreira para contar.
Heslaine Vieira e o irmão, o ator Land Vieira
Arquivo pessoal
A família sempre incentivou a carreira de vocês?
Sempre, sempre, sempre. Minha avó, Dona Maria, tem 88 anos e assiste a tudo, guarda revistas… Minha mãe colocou nosso sonho à frente de qualquer coisa. Minha mãe é uma mulher de muita fé. Acredito que Deus foi colocando pessoas certas em nosso caminho. Além da fé em Deus, minha mãe sempre foi muito positiva. Acho que carrego isso dela.
A religiosidade faz parte da sua vida?
Sou uma pessoa de muita fé. A fé me alimenta nos momentos de vitória e me dá força nos momentos difíceis, me coloca com os pés no chão. Tudo é passageiro nessa carreira. Posso estar no auge hoje e já não ser tão relevante amanhã. Tenho pé no chão, tenho uma base muito forte que é a minha família.
Essa base familiar é importante para evitar derrapadas. O meio artístico é competitivo?
Eu gosto de competir comigo mesma. Sou extremamente perfeccionista. Estudo muito para entregar o meu melhor. Sou detalhista. Acredito que o que é para ser meu, vai ser meu.
Heslaine Vieira
Vinicius Mochizuki
Religião é um dos temas abordados em seu próximo trabalho, não?
Sim. Estou no elenco do filme Pecadora. Queria muito voltar a fazer cinema. Sara, minha personagem, é uma mulher evangélica, mas tento fazer as personagens humanas, sem estigmatizar. Meu interesse artístico é poder estar em vários lugares, como novela, cinema, Tô Nessa…
Hoje temos as três novelas da TV Globo com protagonistas negras. Essa é uma conquista histórica! Porém, algumas pessoas sob o anonimato das redes sociais fazem comentários racistas do tipo “agora é moda só ter negro”… Como reage a esse tipo de mensagem? Ou não chegam até você?
O curioso é que, antes, esses comentários não existiam, né? Já tivemos uma sequência tão grande de protagonistas loiras, mulheres brancas, homens brancos… E isso nunca foi uma questão. O que sei é que as atrizes que estão à frente das novelas de hoje são lindas, estão excelentes em seus papéis e as tramas fazem sucesso. Os comentários não são sobre o talento. A questão é o racismo. Hoje em dia, o racismo não é mais mascarado. Acho que nunca foi, mas as pessoas o expõe ainda mais por trás das telas. Porém, é inquestionável o sucesso comercial e artístico. Léa Garcia, Ruth de Souza, Zezé Motta lutaram muito para que a gente pudesse estar aqui.
Com mais de dez anos de profissão e sucesso como protagonista de Malhação – Viva a Diferença e As Five, os testes ainda estão presentes na carreira. Como lida com eles?
O teste tem muitas variáveis. Às vezes, o autor é diretor adoram seu trabalho, mas você não encaixa na personagem. Temos que respeitar esses processos. A forma como você pensou no personagem. Penso que, na carreira, é importante ter um trabalho sólido.
Heslaine Vieira
Vinicius Mochizuki
Você recentemente falou sobre a compra do seu primeiro apartamento. Foi a realização de um sonho de menina?
Sim. Economizava diariamente pensando no apartamento. Via todo mundo trocar de carro, mas foquei em comprar um apartamento. E eu com o mesmo carrinho… Desde que acabou o período de escravidão no Brasil, meus ancestrais não tinha acesso à terra. Até hoje reparo em quanto de nós temos casa própria? É dignidade ter seu espaço, um lugar para chamar de seu. Sinto que estou realizando um sonho dos meus ancestrais. Todo mundo que vejo no Instagram falando que comprou um apartamento, eu comento e celebro junto.
Você e o Gustavo Xavier, seu namorado, estão juntos há um tempo. Já se consideram casados?
Estamos juntos há três anos. Ele é meu noivo, mas já chamo de marido. A gente já mora juntos. Ainda não fizemos uma festa para celebrar.
É uma vontade?
Vivo um dia de cada vez. Sou tranquila, good vibes… A gente é muito companheiro, parceiro, temos uma relação muito saudável.
Heslaine Vieira
Vinicius Mochizuki
Heslaine Vieira
Vinicius Mochizuki
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