São Paulo — A cidade de São Paulo tem 3.203 árvores em contato com fiação elétrica aguardando poda da Enel, concessionária fornecedora de luz para a capital paulista e mais 24 cidades da região metropolitana. O dado foi fornecido pela administração municipal.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que coordena ações de manejo de árvores na cidade ao longo de todo o ano, contando com um efetivo de 129 equipes. Ao todo, a capital possui 652 mil árvores registradas, de acordo com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA).
Em 2024, 163.808 árvores foram podadas, o que representa um aumento de 39% em relação a 2019. Somente nos dois primeiros meses de 2025, a prefeitura podou 23.590 árvores e removeu outras 2.835.
A Enel afirmou ao Metrópoles que realizou 638 mil podas preventivas nos 24 municípios da sua área de concessão no último ano, um aumento de 95,4% em relação a 2023.
“Em relação às solicitações da Prefeitura de São Paulo, a distribuidora tem cerca de 2,4 mil ofícios em andamento, conforme acordado em reuniões semanais com a prefeitura. Desse total, 92% estão dentro do prazo”, informou a concessionária, que possui um painel com atualizações dos trabalhos de poda na região metropolitana e na capital.
“Caso o consumidor queira solicitar poda de árvore em São Paulo, o ingresso do pedido deve ser feito pelo canal de atendimento da prefeitura, que analisa a solicitação e atua diretamente ou com o apoio da Enel, se necessário”, disse a Enel.
Importância e riscos das podas
De acordo com o pesquisador e professor titular do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Silveira Buckeridge, as podas de árvores são sim importantes para a prevenção de acidentes. No entanto, a prática apresenta riscos se feita de maneira indiscriminada.
Segundo o docente, que também é vice-diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP, cortar um galho porque ele encosta na fiação elétrica, sem o estudo adequado da árvore, pode causar um desequilíbrio no peso — e, consequentemente, uma queda.
“Existe um centro de gravidade e existem pontos fracos, vamos dizer. Se a árvore estiver com a forma perfeita, se ela cresceu diretamente no sol, ela vai ter uma única fraqueza que está lá relacionada ao centro de gravidade. Agora, se essa árvore for podada, ela pode ter mais pontos de fraqueza e tombar para o lado”, explicou.
Por isso, Buckeridge destaca a importância da poda ser feita por especialistas. Questionada, a Prefeitura de São Paulo afirmou que engenheiros agrônomos acompanham o serviço “para agir em casos preventivos e de emergência”. A mesma questão foi levada à Enel, mas a companhia não detalhou se profissionais especializados atuam na poda de troncos e galhos.
Projeto da USP auxilia nas podas de árvores
O pesquisador revelou que uma pesquisa da Escola Politécnica (Poli-USP), em parceria com o IB, desenvolveu um software que aponta onde a árvore deve ser cortada para uma poda segura. Contudo, o projeto ainda não está disponível para uso no mercado.
“Isso ainda é ciência, não é tecnologia, então a gente ainda tem que desenvolver a tecnologia, desenvolver o treinamento das equipes. Isso demora, tem que investir”, destacou.
São Paulo foi castigada por quedas de árvores durante vendaval
O vendaval que atingiu a capital paulista na última quarta (12/3) derrubou um número recorde de árvores, causando a morte de um taxista na Avenida Senador Queirós, na região central da cidade.
A Defesa Civil municipal recebeu 343 chamados de ocorrências de queda de árvore na capital, sendo sete na zona leste, nove na norte, seis na sul e 321 na zona centro-oeste.
O centro de São Paulo foi o mais castigado pela queda de árvores. No Largo do Arouche, uma árvore centenária, da espécie chichá, caiu destruindo dois carros. Na Santa Casa, uma série de troncos se partiram. O Mackenzie, a poucos metros destes dois pontos, cancelou as aulas por conta das consequências do temporal.
Árvores não são o problema
Buckeridge destaca, no entanto, que o alto número de árvores não é um problema, mas a solução. “Uma árvore protege a outra”, diz o professor.
“Se você tiver várias árvores em conjunto, as árvores que estão nas bordas sofrem mais e caem, mas aquelas que estão no meio ficam protegidas. Isso, obviamente, depende da tempestade, etc. Mas, geralmente, ficam protegidas. Então, quanto mais árvores a gente tiver, mais árvores serão protegidas”, afirmou.
Vale destacar que um volume adequado de árvores é eficiente no resfriamento das temperaturas do planeta, que sobem cada vez mais.
Um estudo da Universidade de Princeton mostrou que as áreas florestais auxiliam na produção de nuvens, o que resulta em temperaturas mais frias. O mesmo pode ocorrer na cidade, com mais espaços verdes em meio ao espaço urbano.
São Paulo — A cidade de São Paulo tem 3.203 árvores em contato com fiação elétrica aguardando poda da Enel, concessionária fornecedora de luz para a capital paulista e mais 24 cidades da região metropolitana. O dado foi fornecido pela administração municipal.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que coordena ações de manejo de árvores na cidade ao longo de todo o ano, contando com um efetivo de 129 equipes. Ao todo, a capital possui 652 mil árvores registradas, de acordo com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA).
Em 2024, 163.808 árvores foram podadas, o que representa um aumento de 39% em relação a 2019. Somente nos dois primeiros meses de 2025, a prefeitura podou 23.590 árvores e removeu outras 2.835.
A Enel afirmou ao Metrópoles que realizou 638 mil podas preventivas nos 24 municípios da sua área de concessão no último ano, um aumento de 95,4% em relação a 2023.
“Em relação às solicitações da Prefeitura de São Paulo, a distribuidora tem cerca de 2,4 mil ofícios em andamento, conforme acordado em reuniões semanais com a prefeitura. Desse total, 92% estão dentro do prazo”, informou a concessionária, que possui um painel com atualizações dos trabalhos de poda na região metropolitana e na capital.
“Caso o consumidor queira solicitar poda de árvore em São Paulo, o ingresso do pedido deve ser feito pelo canal de atendimento da prefeitura, que analisa a solicitação e atua diretamente ou com o apoio da Enel, se necessário”, disse a Enel.
Importância e riscos das podas
De acordo com o pesquisador e professor titular do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Silveira Buckeridge, as podas de árvores são sim importantes para a prevenção de acidentes. No entanto, a prática apresenta riscos se feita de maneira indiscriminada.
Segundo o docente, que também é vice-diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP, cortar um galho porque ele encosta na fiação elétrica, sem o estudo adequado da árvore, pode causar um desequilíbrio no peso — e, consequentemente, uma queda.
“Existe um centro de gravidade e existem pontos fracos, vamos dizer. Se a árvore estiver com a forma perfeita, se ela cresceu diretamente no sol, ela vai ter uma única fraqueza que está lá relacionada ao centro de gravidade. Agora, se essa árvore for podada, ela pode ter mais pontos de fraqueza e tombar para o lado”, explicou.
Por isso, Buckeridge destaca a importância da poda ser feita por especialistas. Questionada, a Prefeitura de São Paulo afirmou que engenheiros agrônomos acompanham o serviço “para agir em casos preventivos e de emergência”. A mesma questão foi levada à Enel, mas a companhia não detalhou se profissionais especializados atuam na poda de troncos e galhos.
Projeto da USP auxilia nas podas de árvores
O pesquisador revelou que uma pesquisa da Escola Politécnica (Poli-USP), em parceria com o IB, desenvolveu um software que aponta onde a árvore deve ser cortada para uma poda segura. Contudo, o projeto ainda não está disponível para uso no mercado.
“Isso ainda é ciência, não é tecnologia, então a gente ainda tem que desenvolver a tecnologia, desenvolver o treinamento das equipes. Isso demora, tem que investir”, destacou.
São Paulo foi castigada por quedas de árvores durante vendaval
O vendaval que atingiu a capital paulista na última quarta (12/3) derrubou um número recorde de árvores, causando a morte de um taxista na Avenida Senador Queirós, na região central da cidade.
A Defesa Civil municipal recebeu 343 chamados de ocorrências de queda de árvore na capital, sendo sete na zona leste, nove na norte, seis na sul e 321 na zona centro-oeste.
O centro de São Paulo foi o mais castigado pela queda de árvores. No Largo do Arouche, uma árvore centenária, da espécie chichá, caiu destruindo dois carros. Na Santa Casa, uma série de troncos se partiram. O Mackenzie, a poucos metros destes dois pontos, cancelou as aulas por conta das consequências do temporal.
Árvores não são o problema
Buckeridge destaca, no entanto, que o alto número de árvores não é um problema, mas a solução. “Uma árvore protege a outra”, diz o professor.
“Se você tiver várias árvores em conjunto, as árvores que estão nas bordas sofrem mais e caem, mas aquelas que estão no meio ficam protegidas. Isso, obviamente, depende da tempestade, etc. Mas, geralmente, ficam protegidas. Então, quanto mais árvores a gente tiver, mais árvores serão protegidas”, afirmou.
Vale destacar que um volume adequado de árvores é eficiente no resfriamento das temperaturas do planeta, que sobem cada vez mais.
Um estudo da Universidade de Princeton mostrou que as áreas florestais auxiliam na produção de nuvens, o que resulta em temperaturas mais frias. O mesmo pode ocorrer na cidade, com mais espaços verdes em meio ao espaço urbano.