Um passeio despretensioso pelas ruas do Rio de Janeiro transformou uma simples selfie em um registro histórico do cinema brasileiro. Em 2023, um homem decidiu tirar uma foto ao lado de um carro antigo, idêntico ao que seu pai possuía durante sua infância, sem imaginar que capturaria os bastidores de “Ainda Estou Aqui”, filme que conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2 de março de 2025. A descoberta veio à tona meses depois, quando sua sobrinha, Mariana Seibert, compartilhou a imagem no X, antigo Twitter, revelando que ao fundo da foto era possível ver a gravação de uma cena icônica com Fernanda Torres, intérprete de Eunice Paiva. A publicação, feita em 12 de março de 2025, ultrapassou 1 milhão de visualizações, surpreendendo internautas com a coincidência que conectou um momento nostálgico pessoal a um marco do audiovisual nacional. O caso rapidamente viralizou, sendo comparado a um “easter egg da vida real” por usuários das redes sociais.
A foto foi tirada no bairro da Urca, zona sul carioca, onde a casa usada como cenário principal do filme está localizada. Na imagem, o homem aparece em primeiro plano, sorrindo ao lado do veículo, enquanto ao fundo a equipe de filmagem registra o momento em que Eunice Paiva posa com os filhos para uma fotografia de revista, após o desaparecimento de Rubens Paiva, personagem vivido por Selton Mello. Mariana destacou a ingenuidade do tio na legenda: “Gente, e o meu tio que mora no Rio, que há um tempo tirou essa foto com esse carro só porque o pai dele tinha um carro igual quando ele era criança. Aí hoje foi ver e, simplesmente, tem as gravações de ‘Ainda Estou Aqui’ acontecendo no fundo da foto”. A estudante de psicologia ainda explicou que o tio, acostumado com a rotina de gravações na região, não percebeu a movimentação do set na época, tornando a revelação ainda mais inesperada.
O sucesso de “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, trouxe nova atenção à selfie acidental. Lançado após filmagens realizadas entre junho e dezembro de 2023, o longa retrata a luta de Eunice Paiva durante a ditadura militar e levou o Brasil ao topo do cinema mundial, superando concorrentes como “La Chimera” (Itália) e “The Zone of Interest” (Reino Unido) no Oscar. A cena capturada na foto, em que Eunice instrui os filhos a sorrirem apesar da tragédia, tornou-se um dos símbolos da obra, eternizando a força da personagem. A história do homem que, sem saber, registrou esse instante, adiciona uma camada curiosa à trajetória do filme, misturando o cotidiano carioca com a grandiosidade de uma produção premiada.
Um registro casual que virou fenômeno nas redes
Mariana Seibert não esperava tamanha repercussão ao postar a foto do tio no X. Publicada na noite de 12 de março, a imagem alcançava mais de 800 mil visualizações até a tarde do dia seguinte, 13 de março, quando começou a ser destaque em portais de notícias. Usuários da rede social reagiram com surpresa e humor, destacando a presença de Fernanda Torres ao fundo e brincando sobre o “flagra” inesperado. “Um easter egg da vida real! Fernanda Torres ali e o cara nem viu”, escreveu um internauta, enquanto outro comentou: “Equipe cenográfica, câmeras, e ele focado só no carro do pai”. A naturalidade do momento registrado transformou a selfie em um fenômeno viral, conectando a memória afetiva do fotógrafo ao sucesso global de “Ainda Estou Aqui”.
A sobrinha do homem reforçou a autenticidade da história em respostas aos comentários. “Ele mora na Urca, lá é comum ter gravações. Provavelmente viu a movimentação e achou que era algo corriqueiro”, explicou Mariana, afastando dúvidas de quem questionava como o tio não notou o set de filmagem. A Urca, bairro conhecido por sua tranquilidade e proximidade com pontos turísticos como o Pão de Açúcar, também é um local frequente para produções audiovisuais no Rio, o que torna plausível a desatenção do fotógrafo. A descoberta tardia, feita meses após o clique, só veio à tona com a recente vitória do filme no Oscar, quando o tio revisitou a foto e percebeu o que havia capturado sem querer.

A cena icônica eternizada por acidente
A selfie acidental registrou um dos momentos mais marcantes de “Ainda Estou Aqui”. Na cena, Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres, reúne seus cinco filhos na entrada da casa para uma foto encomendada por uma revista, logo após o desaparecimento de Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello. O jornalista presente pede que a família não sorria, refletindo o luto pelo ex-deputado sequestrado pela ditadura militar em 1971. Eunice, porém, responde com firmeza: “Nós vamos sorrir. Sorriam!”, em uma demonstração de resiliência que se tornou emblemática no longa. A imagem capturada pelo homem na Urca mostra exatamente esse instante, com a atriz e o elenco infantil posicionados na porta da residência, cercados pela equipe de filmagem.
O cenário da gravação é uma casa de 600 metros quadrados no bairro carioca, com quatro quartos e piscina, que serviu como residência fictícia da família Paiva no filme. Após a vitória no Oscar, a Prefeitura do Rio anunciou, em 5 de março, a compra do imóvel para transformá-lo em um espaço cultural, preservando sua relevância histórica e cinematográfica. A selfie do homem, tirada durante as filmagens entre junho e dezembro de 2023, ganhou ainda mais valor com essa decisão, funcionando como um registro espontâneo de um momento que hoje é parte do legado cultural brasileiro. A coincidência encanta por unir o trivial – uma foto nostálgica de um carro – ao extraordinário sucesso de uma obra premiada internacionalmente.
Cronologia da selfie que conectou passado e cinema
A história da foto tem uma linha do tempo que mistura acaso e reconhecimento tardio. Veja os principais marcos do episódio:
- 2023 (junho a dezembro): Filmagens de “Ainda Estou Aqui” ocorrem no Rio de Janeiro, incluindo a cena na Urca capturada na selfie.
- 2023 (data exata incerta): Homem tira a foto ao lado de um carro antigo, sem perceber a gravação ao fundo.
- 2 de março de 2025: “Ainda Estou Aqui” vence o Oscar de Melhor Filme Internacional em Los Angeles.
- 12 de março de 2025: Mariana Seibert posta a selfie no X, revelando a descoberta do tio.
- 13 de março de 2025: Publicação viraliza, alcançando mais de 1 milhão de visualizações em menos de 24 horas.
Esse cronograma mostra como uma imagem guardada por meses ganhou vida nova com o sucesso do filme, transformando um clique casual em um fenômeno das redes sociais.
Bastidores de “Ainda Estou Aqui” revelados pela selfie
As filmagens de “Ainda Estou Aqui” começaram a ser preparadas em fevereiro de 2023, com ensaios do elenco liderado por Fernanda Torres e Selton Mello. Bárbara Luz, que interpreta Nalu Paiva, uma das filhas de Eunice, revelou que o processo de imersão durou até maio, antes do início oficial das gravações em junho. A produção, comandada por Walter Salles, passou meses capturando cenas em locações como a casa da Urca, onde o homem fez sua selfie. A foto acidental oferece um raro vislumbre dos bastidores, mostrando a equipe técnica e os atores em ação, algo que poucos registros espontâneos conseguiram capturar durante aquele período.
A cena registrada na imagem é central para a narrativa do filme, que aborda o impacto do desaparecimento de Rubens Paiva, engenheiro e ex-deputado sequestrado em 1971 pelo regime militar. Fernanda Torres, indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua atuação, entrega uma performance poderosa como Eunice, enquanto Selton Mello dá vida ao marido ausente em flashbacks emocionantes. A selfie, tirada sem pretensão, acabou se tornando um documento visual desse processo criativo, eternizando um instante que, na época, passou despercebido pelo fotógrafo, mas que hoje é celebrado como parte de uma obra histórica.
Reação do público e da família ao flagrante inesperado
A postagem de Mariana Seibert no X gerou uma onda de comentários que misturam surpresa, humor e admiração. Internautas destacaram a presença de Fernanda Torres ao fundo, com frases como “Olha a Fernanda ali casualmente na foto do tio!” e “Isso é melhor que qualquer making of”. Alguns questionaram como o homem não notou a movimentação do set, com câmeras, refletores e equipe, mas Mariana explicou que o tio, morador da Urca, provavelmente viu as gravações como algo rotineiro na região, sem imaginar a magnitude do que estava acontecendo. “Ele ligou para minha mãe todo animado quando percebeu”, contou ela, reforçando a emoção da descoberta tardia.
Dentro da família, o caso virou motivo de orgulho. O tio, descrito por Mariana como um senhor de “vista ruim” e pouco atento a detalhes, ficou surpreso ao revisitar a foto e reconhecer a cena após o sucesso do filme no Oscar. A ligação para a irmã, mãe de Mariana, foi o estopim para que a história chegasse às redes, transformando um registro pessoal em um evento coletivo. A viralização da selfie também trouxe à tona a conexão afetiva do homem com o carro, que o levou a tirar a foto por pura nostalgia, sem saber que capturaria um pedaço da história do cinema brasileiro.
O impacto cultural de “Ainda Estou Aqui” e da selfie viral
“Ainda Estou Aqui” marcou o cinema nacional ao vencer o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025, sendo o segundo longa brasileiro a conquistar a categoria, após “O Pagador de Promessas” em 1963. Com um elenco estelar, incluindo Fernanda Torres, Selton Mello e Valentina Herszage, o filme arrecadou mais de 10 milhões de reais nas bilheterias brasileiras e foi elogiado por sua abordagem sensível à ditadura militar. Walter Salles, diretor da obra, improvisou seu discurso no Oscar após perder o papel com as falas preparadas, um momento que também viralizou e destacou a emoção da vitória. A selfie do homem da Urca adiciona uma camada curiosa a essa narrativa, mostrando como o filme transcendeu as telas e se entrelaçou com a vida cotidiana.
A casa da Urca, cenário da foto, tornou-se um símbolo após o anúncio da Prefeitura do Rio, em 5 de março, de sua compra por 3,5 milhões de reais para transformá-la em um espaço cultural. O imóvel, com 600 metros quadrados e vista para a Baía de Guanabara, já era conhecido pelos moradores locais, mas ganhou projeção mundial com o longa. A selfie acidental agora funciona como um registro histórico desse local, capturado antes mesmo de sua consagração. O caso reflete o poder do cinema de conectar pessoas e histórias, unindo a memória de um carro antigo à celebração de uma obra que emocionou o mundo.
Curiosidades sobre o filme e o flagrante acidental
O sucesso de “Ainda Estou Aqui” e a selfie viral trazem fatos interessantes que enriquecem a história. Confira algumas curiosidades:
- O filme foi gravado entre junho e dezembro de 2023, com ensaios iniciados em fevereiro.
- Fernanda Torres perdeu por pouco o Oscar de Melhor Atriz para Colman Domingo, mas foi aplaudida de pé.
- A casa da Urca tem 600 metros quadrados, quatro quartos e uma piscina usada em cenas do longa.
- A selfie foi tirada em um dia comum de 2023, mas só foi notada após o Oscar, em março de 2025.
- Walter Salles dedicou o prêmio à memória das vítimas da ditadura militar brasileira.
Esses detalhes mostram como o acaso da foto se alinha ao impacto cultural do filme, criando uma ponte entre o passado pessoal do fotógrafo e o presente glorioso da obra.
gente e o meu tio que mora no rio que ha um tempo tirou essa foto com esse carro, so pq o pai dele tinha um carro igual quando ele era criança. ai hoje foi ver e simplesmente tem as GRAVAÇÕES DE AINDA ESTOU AQUI acontecendo no fundo da foto pic.twitter.com/rbvkPZS600
— grande reservatório da libido (@_mariseibert) March 13, 2025
Um marco do cinema capturado por um clique despretensioso
A selfie do homem da Urca é mais do que um registro casual: é um testemunho de como o cinema pode se infiltrar na vida cotidiana sem alarde. Enquanto ele posava ao lado do carro que remetia à infância, a equipe de “Ainda Estou Aqui” trabalhava para criar uma obra que levaria o Brasil ao Oscar. A descoberta, feita meses depois, transformou a imagem em um símbolo da intersecção entre o trivial e o extraordinário, ganhando vida própria nas redes sociais e na imprensa. Mariana Seibert, ao compartilhar a história, deu voz a esse momento único, que agora faz parte da trajetória do filme.
O bairro da Urca, com sua atmosfera tranquila e histórica, serviu como pano de fundo perfeito para a gravação e para a foto. A casa, agora um futuro espaço cultural, carrega as marcas de uma narrativa real e fictícia, eternizada tanto pelo longa quanto pelo clique acidental. A vitória de “Ainda Estou Aqui” no Oscar, celebrada em Los Angeles, encontra eco nesse registro espontâneo, que une a nostalgia de um carioca à consagração de uma obra que emocionou milhões. A selfie, com Fernanda Torres ao fundo, é um lembrete de que o cinema, mesmo em seus bastidores, pode tocar a vida de quem menos espera.

Um passeio despretensioso pelas ruas do Rio de Janeiro transformou uma simples selfie em um registro histórico do cinema brasileiro. Em 2023, um homem decidiu tirar uma foto ao lado de um carro antigo, idêntico ao que seu pai possuía durante sua infância, sem imaginar que capturaria os bastidores de “Ainda Estou Aqui”, filme que conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2 de março de 2025. A descoberta veio à tona meses depois, quando sua sobrinha, Mariana Seibert, compartilhou a imagem no X, antigo Twitter, revelando que ao fundo da foto era possível ver a gravação de uma cena icônica com Fernanda Torres, intérprete de Eunice Paiva. A publicação, feita em 12 de março de 2025, ultrapassou 1 milhão de visualizações, surpreendendo internautas com a coincidência que conectou um momento nostálgico pessoal a um marco do audiovisual nacional. O caso rapidamente viralizou, sendo comparado a um “easter egg da vida real” por usuários das redes sociais.
A foto foi tirada no bairro da Urca, zona sul carioca, onde a casa usada como cenário principal do filme está localizada. Na imagem, o homem aparece em primeiro plano, sorrindo ao lado do veículo, enquanto ao fundo a equipe de filmagem registra o momento em que Eunice Paiva posa com os filhos para uma fotografia de revista, após o desaparecimento de Rubens Paiva, personagem vivido por Selton Mello. Mariana destacou a ingenuidade do tio na legenda: “Gente, e o meu tio que mora no Rio, que há um tempo tirou essa foto com esse carro só porque o pai dele tinha um carro igual quando ele era criança. Aí hoje foi ver e, simplesmente, tem as gravações de ‘Ainda Estou Aqui’ acontecendo no fundo da foto”. A estudante de psicologia ainda explicou que o tio, acostumado com a rotina de gravações na região, não percebeu a movimentação do set na época, tornando a revelação ainda mais inesperada.
O sucesso de “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, trouxe nova atenção à selfie acidental. Lançado após filmagens realizadas entre junho e dezembro de 2023, o longa retrata a luta de Eunice Paiva durante a ditadura militar e levou o Brasil ao topo do cinema mundial, superando concorrentes como “La Chimera” (Itália) e “The Zone of Interest” (Reino Unido) no Oscar. A cena capturada na foto, em que Eunice instrui os filhos a sorrirem apesar da tragédia, tornou-se um dos símbolos da obra, eternizando a força da personagem. A história do homem que, sem saber, registrou esse instante, adiciona uma camada curiosa à trajetória do filme, misturando o cotidiano carioca com a grandiosidade de uma produção premiada.
Um registro casual que virou fenômeno nas redes
Mariana Seibert não esperava tamanha repercussão ao postar a foto do tio no X. Publicada na noite de 12 de março, a imagem alcançava mais de 800 mil visualizações até a tarde do dia seguinte, 13 de março, quando começou a ser destaque em portais de notícias. Usuários da rede social reagiram com surpresa e humor, destacando a presença de Fernanda Torres ao fundo e brincando sobre o “flagra” inesperado. “Um easter egg da vida real! Fernanda Torres ali e o cara nem viu”, escreveu um internauta, enquanto outro comentou: “Equipe cenográfica, câmeras, e ele focado só no carro do pai”. A naturalidade do momento registrado transformou a selfie em um fenômeno viral, conectando a memória afetiva do fotógrafo ao sucesso global de “Ainda Estou Aqui”.
A sobrinha do homem reforçou a autenticidade da história em respostas aos comentários. “Ele mora na Urca, lá é comum ter gravações. Provavelmente viu a movimentação e achou que era algo corriqueiro”, explicou Mariana, afastando dúvidas de quem questionava como o tio não notou o set de filmagem. A Urca, bairro conhecido por sua tranquilidade e proximidade com pontos turísticos como o Pão de Açúcar, também é um local frequente para produções audiovisuais no Rio, o que torna plausível a desatenção do fotógrafo. A descoberta tardia, feita meses após o clique, só veio à tona com a recente vitória do filme no Oscar, quando o tio revisitou a foto e percebeu o que havia capturado sem querer.

A cena icônica eternizada por acidente
A selfie acidental registrou um dos momentos mais marcantes de “Ainda Estou Aqui”. Na cena, Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres, reúne seus cinco filhos na entrada da casa para uma foto encomendada por uma revista, logo após o desaparecimento de Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello. O jornalista presente pede que a família não sorria, refletindo o luto pelo ex-deputado sequestrado pela ditadura militar em 1971. Eunice, porém, responde com firmeza: “Nós vamos sorrir. Sorriam!”, em uma demonstração de resiliência que se tornou emblemática no longa. A imagem capturada pelo homem na Urca mostra exatamente esse instante, com a atriz e o elenco infantil posicionados na porta da residência, cercados pela equipe de filmagem.
O cenário da gravação é uma casa de 600 metros quadrados no bairro carioca, com quatro quartos e piscina, que serviu como residência fictícia da família Paiva no filme. Após a vitória no Oscar, a Prefeitura do Rio anunciou, em 5 de março, a compra do imóvel para transformá-lo em um espaço cultural, preservando sua relevância histórica e cinematográfica. A selfie do homem, tirada durante as filmagens entre junho e dezembro de 2023, ganhou ainda mais valor com essa decisão, funcionando como um registro espontâneo de um momento que hoje é parte do legado cultural brasileiro. A coincidência encanta por unir o trivial – uma foto nostálgica de um carro – ao extraordinário sucesso de uma obra premiada internacionalmente.
Cronologia da selfie que conectou passado e cinema
A história da foto tem uma linha do tempo que mistura acaso e reconhecimento tardio. Veja os principais marcos do episódio:
- 2023 (junho a dezembro): Filmagens de “Ainda Estou Aqui” ocorrem no Rio de Janeiro, incluindo a cena na Urca capturada na selfie.
- 2023 (data exata incerta): Homem tira a foto ao lado de um carro antigo, sem perceber a gravação ao fundo.
- 2 de março de 2025: “Ainda Estou Aqui” vence o Oscar de Melhor Filme Internacional em Los Angeles.
- 12 de março de 2025: Mariana Seibert posta a selfie no X, revelando a descoberta do tio.
- 13 de março de 2025: Publicação viraliza, alcançando mais de 1 milhão de visualizações em menos de 24 horas.
Esse cronograma mostra como uma imagem guardada por meses ganhou vida nova com o sucesso do filme, transformando um clique casual em um fenômeno das redes sociais.
Bastidores de “Ainda Estou Aqui” revelados pela selfie
As filmagens de “Ainda Estou Aqui” começaram a ser preparadas em fevereiro de 2023, com ensaios do elenco liderado por Fernanda Torres e Selton Mello. Bárbara Luz, que interpreta Nalu Paiva, uma das filhas de Eunice, revelou que o processo de imersão durou até maio, antes do início oficial das gravações em junho. A produção, comandada por Walter Salles, passou meses capturando cenas em locações como a casa da Urca, onde o homem fez sua selfie. A foto acidental oferece um raro vislumbre dos bastidores, mostrando a equipe técnica e os atores em ação, algo que poucos registros espontâneos conseguiram capturar durante aquele período.
A cena registrada na imagem é central para a narrativa do filme, que aborda o impacto do desaparecimento de Rubens Paiva, engenheiro e ex-deputado sequestrado em 1971 pelo regime militar. Fernanda Torres, indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua atuação, entrega uma performance poderosa como Eunice, enquanto Selton Mello dá vida ao marido ausente em flashbacks emocionantes. A selfie, tirada sem pretensão, acabou se tornando um documento visual desse processo criativo, eternizando um instante que, na época, passou despercebido pelo fotógrafo, mas que hoje é celebrado como parte de uma obra histórica.
Reação do público e da família ao flagrante inesperado
A postagem de Mariana Seibert no X gerou uma onda de comentários que misturam surpresa, humor e admiração. Internautas destacaram a presença de Fernanda Torres ao fundo, com frases como “Olha a Fernanda ali casualmente na foto do tio!” e “Isso é melhor que qualquer making of”. Alguns questionaram como o homem não notou a movimentação do set, com câmeras, refletores e equipe, mas Mariana explicou que o tio, morador da Urca, provavelmente viu as gravações como algo rotineiro na região, sem imaginar a magnitude do que estava acontecendo. “Ele ligou para minha mãe todo animado quando percebeu”, contou ela, reforçando a emoção da descoberta tardia.
Dentro da família, o caso virou motivo de orgulho. O tio, descrito por Mariana como um senhor de “vista ruim” e pouco atento a detalhes, ficou surpreso ao revisitar a foto e reconhecer a cena após o sucesso do filme no Oscar. A ligação para a irmã, mãe de Mariana, foi o estopim para que a história chegasse às redes, transformando um registro pessoal em um evento coletivo. A viralização da selfie também trouxe à tona a conexão afetiva do homem com o carro, que o levou a tirar a foto por pura nostalgia, sem saber que capturaria um pedaço da história do cinema brasileiro.
O impacto cultural de “Ainda Estou Aqui” e da selfie viral
“Ainda Estou Aqui” marcou o cinema nacional ao vencer o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025, sendo o segundo longa brasileiro a conquistar a categoria, após “O Pagador de Promessas” em 1963. Com um elenco estelar, incluindo Fernanda Torres, Selton Mello e Valentina Herszage, o filme arrecadou mais de 10 milhões de reais nas bilheterias brasileiras e foi elogiado por sua abordagem sensível à ditadura militar. Walter Salles, diretor da obra, improvisou seu discurso no Oscar após perder o papel com as falas preparadas, um momento que também viralizou e destacou a emoção da vitória. A selfie do homem da Urca adiciona uma camada curiosa a essa narrativa, mostrando como o filme transcendeu as telas e se entrelaçou com a vida cotidiana.
A casa da Urca, cenário da foto, tornou-se um símbolo após o anúncio da Prefeitura do Rio, em 5 de março, de sua compra por 3,5 milhões de reais para transformá-la em um espaço cultural. O imóvel, com 600 metros quadrados e vista para a Baía de Guanabara, já era conhecido pelos moradores locais, mas ganhou projeção mundial com o longa. A selfie acidental agora funciona como um registro histórico desse local, capturado antes mesmo de sua consagração. O caso reflete o poder do cinema de conectar pessoas e histórias, unindo a memória de um carro antigo à celebração de uma obra que emocionou o mundo.
Curiosidades sobre o filme e o flagrante acidental
O sucesso de “Ainda Estou Aqui” e a selfie viral trazem fatos interessantes que enriquecem a história. Confira algumas curiosidades:
- O filme foi gravado entre junho e dezembro de 2023, com ensaios iniciados em fevereiro.
- Fernanda Torres perdeu por pouco o Oscar de Melhor Atriz para Colman Domingo, mas foi aplaudida de pé.
- A casa da Urca tem 600 metros quadrados, quatro quartos e uma piscina usada em cenas do longa.
- A selfie foi tirada em um dia comum de 2023, mas só foi notada após o Oscar, em março de 2025.
- Walter Salles dedicou o prêmio à memória das vítimas da ditadura militar brasileira.
Esses detalhes mostram como o acaso da foto se alinha ao impacto cultural do filme, criando uma ponte entre o passado pessoal do fotógrafo e o presente glorioso da obra.
gente e o meu tio que mora no rio que ha um tempo tirou essa foto com esse carro, so pq o pai dele tinha um carro igual quando ele era criança. ai hoje foi ver e simplesmente tem as GRAVAÇÕES DE AINDA ESTOU AQUI acontecendo no fundo da foto pic.twitter.com/rbvkPZS600
— grande reservatório da libido (@_mariseibert) March 13, 2025
Um marco do cinema capturado por um clique despretensioso
A selfie do homem da Urca é mais do que um registro casual: é um testemunho de como o cinema pode se infiltrar na vida cotidiana sem alarde. Enquanto ele posava ao lado do carro que remetia à infância, a equipe de “Ainda Estou Aqui” trabalhava para criar uma obra que levaria o Brasil ao Oscar. A descoberta, feita meses depois, transformou a imagem em um símbolo da intersecção entre o trivial e o extraordinário, ganhando vida própria nas redes sociais e na imprensa. Mariana Seibert, ao compartilhar a história, deu voz a esse momento único, que agora faz parte da trajetória do filme.
O bairro da Urca, com sua atmosfera tranquila e histórica, serviu como pano de fundo perfeito para a gravação e para a foto. A casa, agora um futuro espaço cultural, carrega as marcas de uma narrativa real e fictícia, eternizada tanto pelo longa quanto pelo clique acidental. A vitória de “Ainda Estou Aqui” no Oscar, celebrada em Los Angeles, encontra eco nesse registro espontâneo, que une a nostalgia de um carioca à consagração de uma obra que emocionou milhões. A selfie, com Fernanda Torres ao fundo, é um lembrete de que o cinema, mesmo em seus bastidores, pode tocar a vida de quem menos espera.
