Boninho estreia no SBT com Tiago Leifert à frente do The Voice e promete revolucionar a TV aberta

Em um movimento que agitou o mercado televisivo brasileiro, Boninho, figura icônica da TV Globo por mais de quatro décadas, deu um passo ousado ao anunciar sua chegada ao SBT em 14 de março de 2025. Durante um evento interno voltado para o mercado publicitário, realizado na sede da emissora em Osasco, São Paulo, o diretor revelou planos ambiciosos que incluem a reestreia do reality musical “The Voice” sob sua direção, com Tiago Leifert confirmado como apresentador. A competição, que fez história na Globo com 21 temporadas, retorna à TV aberta em uma nova casa, trazendo inovações prometidas que devem surpreender o público e reacender o interesse pelo formato.

A transição de Boninho para o SBT marca uma reviravolta significativa na carreira do profissional, conhecido por sucessos como “Big Brother Brasil” e “No Limite”. Após recusar uma oferta milionária da Globo, que incluía um termo de não competição, ele optou por liberdade criativa e agora lidera uma parceria estratégica com a emissora de Silvio Santos, falecido em 2024. Além do “The Voice”, outros projetos como o retorno do “Vem pra Cá” e a possível volta do “Fábrica de Casamentos” com Ana Furtado foram confirmados, sinalizando uma reformulação robusta na grade do SBT.

Com estreia prevista para entre junho e julho de 2025, as novidades chegam em um momento crucial para a emissora, que busca reverter uma crise histórica de audiência e fortalecer sua posição no mercado. A presença de nomes consagrados como Boninho e Leifert, aliados a formatos conhecidos e ajustes inovadores, pode ser o trunfo necessário para atrair anunciantes e telespectadores.

Uma nova era para o SBT

A chegada de Boninho ao SBT não é apenas uma mudança de emissora, mas um sinal de transformação. Durante o evento, ele apresentou suas ideias com entusiasmo, destacando o potencial de revitalizar programas que já têm apelo popular. O “The Voice”, por exemplo, será produzido por meio de sua recém-criada produtora, em um modelo de parceria que divide lucros e utiliza os estúdios da emissora, semelhante ao que já ocorre com Ratinho.

Tiago Leifert, que comandou o reality musical na Globo entre 2012 e 2021, retorna ao formato com a promessa de novidades que a antiga emissora nunca explorou. A experiência do apresentador, somada à visão de Boninho, sugere uma abordagem renovada para um programa que, apesar de cancelado em 2023 por desgaste, ainda é visto como um ativo valioso no entretenimento brasileiro.

O impacto de nomes consagrados

Escolher Tiago Leifert para apresentar o “The Voice” no SBT não foi uma decisão aleatória. O jornalista, que também estreou na emissora como narrador da UEFA Champions League em janeiro de 2025, traz consigo um carisma reconhecido e uma conexão estabelecida com o público da TV aberta. Sua saída da Globo, após 15 anos, e a posterior entrada no SBT já haviam gerado expectativas, mas agora, com o comando do reality, ele se consolida como peça-chave na estratégia da emissora.

Por que Boninho escolheu o SBT?

Deixar a Globo após 40 anos não foi uma decisão simples para Boninho. Em setembro de 2024, ao ser dispensado da emissora carioca, ele abriu mão de um pacote financeiro conhecido como “Love Letter”, oferecido a profissionais com mais de duas décadas de casa. A recusa veio acompanhada de um objetivo claro: evitar cláusulas que o impediriam de produzir formatos similares em outras emissoras. Assim, ele ganhou autonomia para negociar com o SBT e outras plataformas, como canais pagos e serviços de streaming.

A parceria com o SBT começou a ganhar forma no final de 2024, quando rumores sobre a compra dos direitos do “The Voice” surgiram. Daniela Beyruti, presidente da emissora, viu na experiência de Boninho uma oportunidade de ouro. O diretor, por sua vez, enxergou no canal uma chance de executar projetos sem as amarras de uma estrutura corporativa rígida. O resultado é uma colaboração que une o “know-how” de um veterano da TV com a necessidade de reinvenção de uma emissora em busca de relevância.

Embora Boninho permaneça contratado pela Globo até 31 de dezembro de 2024, seu último compromisso com a antiga casa será o especial de Natal de Roberto Carlos. A partir de 2025, seu foco estará inteiramente no SBT, onde planeja não apenas resgatar formatos consagrados, mas também criar algo novo por meio de sua produtora.

Projetos confirmados e especulações no ar

Além do “The Voice”, o retorno do “Vem pra Cá” foi oficializado durante o evento em Osasco. O programa, que já passou pelo SBT em temporadas anteriores, ganhará ajustes para se alinhar à nova fase da emissora. Outro destaque é o “Fábrica de Casamentos”, que teve três temporadas de sucesso com Chris Flores entre 2017 e 2019. Desta vez, Ana Furtado, esposa de Boninho, é cotada para assumir a apresentação, trazendo um toque pessoal ao projeto.

A possibilidade de um novo reality show de confinamento também foi mencionada, embora sem detalhes concretos. A expertise de Boninho no gênero, evidenciada por sucessos como o “BBB”, alimenta expectativas de que algo inovador possa estar a caminho. Por enquanto, o foco imediato está nas estreias previstas para o meio do ano, mas o diretor já sinalizou que sua produtora trabalhará em múltiplas frentes.

Cronograma das estreias no SBT

O planejamento para 2025 está em pleno andamento, com datas estratégicas definidas para as novidades do SBT. Confira o calendário inicial:

• Janeiro: Tiago Leifert estreia como narrador da UEFA Champions League, marcando sua primeira aparição oficial na emissora.
• Abril: Apresentação do plano comercial do “The Voice” para agências de publicidade, detalhando formatos e oportunidades de patrocínio.
• Junho ou julho: Estreia do “The Voice” com Tiago Leifert, seguida pelo retorno do “Vem pra Cá” e, possivelmente, do “Fábrica de Casamentos”.

Esse cronograma reflete a intenção do SBT de concentrar seus lançamentos no segundo semestre, aproveitando o período para consolidar audiência e atrair investimentos publicitários.

O que esperar do novo “The Voice”?

Diferente das 21 temporadas exibidas pela Globo, o “The Voice” no SBT promete inovações que vão além de uma simples troca de canal. Boninho adiantou que o formato ganhará elementos inéditos no Brasil, embora não tenha revelado detalhes específicos. A promessa é manter a essência do reality – a descoberta de talentos musicais – enquanto se adapta às demandas de um público que busca frescor em programas de entretenimento.

A audiência do reality na Globo, que caiu nos últimos anos, levou ao seu cancelamento em 2023, após versões como “The Voice Kids” e “The Voice +60”. No entanto, Boninho acredita que o formato ainda tem potencial, especialmente com ajustes que podem atrair tanto os fãs antigos quanto novos telespectadores. A presença de Leifert, descrito como “um dos apresentadores mais amados do país” em um vídeo promocional, reforça essa aposta.

O programa também será um teste para o modelo de parceria entre a produtora de Boninho e o SBT. Com a divisão de lucros e a utilização dos estúdios da emissora, a produção busca equilibrar custos e qualidade, algo essencial em um mercado competitivo onde anunciantes exigem retorno garantido.

Outros nomes no radar do SBT

A reformulação do SBT não se limita a Boninho e Leifert. Nomes como José Luiz Datena, que deixou a Band em 2024 após um incidente polêmico, estão cotados para reforçar a grade em 2025. Datena pode assumir um programa vespertino, competindo diretamente com seu filho, Joel Datena, no “Brasil Urgente”. Além disso, Ana Furtado e Carlos Tramontina, que já atuaram juntos no “Teleton 2024”, são especulados para um projeto matinal.

Essas contratações refletem a estratégia da emissora de apostar em figuras conhecidas para recuperar o Ibope, que atingiu níveis críticos desde sua fundação em 1981. A saída de apresentadores como Eliana, Chris Flores e Regina Volpato nos últimos anos deixou lacunas que agora começam a ser preenchidas.

Os desafios e as expectativas pela frente

Implementar mudanças na grade do SBT exige mais do que nomes de peso. A emissora enfrenta a concorrência feroz da Globo e da Record, além de um cenário em que o streaming ganha cada vez mais espaço. O “The Voice”, por exemplo, terá que provar que ainda pode engajar o público após anos de desgaste, enquanto o “Fábrica de Casamentos” precisará se reinventar para não parecer uma repetição do passado.

Para Boninho, o desafio é manter sua marca de qualidade em um ambiente com menos recursos do que a Globo oferecia. Sua experiência, no entanto, é um diferencial: foram 22 edições do “The Voice” no Brasil, incluindo as versões “Kids” e “+60”, todas sob seu comando. A expectativa é que ele consiga adaptar formatos consagrados ao perfil do SBT, que sempre teve um apelo popular distinto.

Com a estreia das novidades marcada para o meio de 2025, o mercado publicitário já demonstra interesse. O sucesso dependerá da execução impecável e da capacidade de Boninho e Leifert de entregar o que prometem: entretenimento renovado e relevante para a TV aberta brasileira.