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15 Mar 2025, Sat

Cinco anos depois, veja impacto da pandemia no futebol e o que ficou do período




Há cinco anos, CBF anunciava no dia 15 de março a suspensão das competições nacionais no país, transformando a vida de milhares e moldando novo jeito de praticar o esporte; relembre Estádios vazios: veja como estava o futebol um ano depois de retorno após paralisação
Há cinco anos, a vida mudaria por completo em função da pandemia de Covid-19. Milhares de vítimas fatais e outros tantos adoecidos pelo vírus no Brasil e no mundo. E, no futebol, houve um marco temporal. A sentença: aquele 15 de março de 2020, quando as competições nacionais eram oficialmente suspensas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
De lá para cá, muita coisa se transformou. A principal delas, a chegada da vacina – para irromper com o avanço da doença, trazendo doses de esperança. O ge, nessa pegada, recorda os impactos do período e mostra o que se estabeleceu como (nova) regra pelos efeitos da doença.
Jogadores de máscara
Pedro Souza
Paralisações no calendário
Em vigor, a suspensão de todos os campeonatos chancelados pela CBF começou mesmo no dia 16 daquele março de 2020. Copa do Brasil, Campeonatos Brasileiros Femininos A1 e A2, Campeonato Brasileiro Sub-17 e Copa do Brasil Sub-20.
Sabemos e assumimos a responsabilidade do futebol na luta contra a expansão da COVID-19 no Brasil”
Os Estaduais, por outro lado, tiveram autonomia de suas respectivas federações para tomada de decisão, se paralisavam ou não. Todas decidiram pela suspensão, embora com particularidades.
Dos principais torneios, o Campeonato Pernambucano e o Mineiro, por exemplo, ficaram suspensos por tempo indeterminado, enquanto o Carioca e o Gauchão, por 15 dias, na época.
Naturalmente, competições internacionais também foram afetadas pela pandemia, como a Eurocopa, postergada por um ano, e a Copa América, que seria realizada na Argentina. Àquela altura, a Conmembol estudava até a chance de cancelar o campeonato.
+Coronavírus: veja como pandemia afetou o futebol pelo mundo
Meia-atacante Nathan recebe segunda dose da vacina CoronaVac, fornecida pela Conmebol na época
Divulgação/Conmebol
A Eurocopa de 2020 seria a 16ª da história, especial pela comemoração de 60 anos da competição. Por isso, pela primeira vez o torneio teria diversas sedes espalhadas por todo o continente: 12 cidades em 12 diferentes países receberiam as partidas.
Público zero
Ligar a televisão para assistir a um jogo de futebol durante a pandemia era sinônimo de perceber melhor as nuances das partidas sob a nova realidade: dos sons emitidos no jogo às arquibancadas vazias.
Clubes customizaram as arquibancadas para amenizar o vazio da falta de torcida
Fred Huber
Assim, os clubes sobreviveram até a retomada gradual das atividades. Tentando inovar para tornar mais “humana” a experiência de uma partida, aos moldes dos tempos com público.
Eram comuns ‘totens’ de torcedores posicionados nas arquibancadas e caixas de som emulando os cânticos de cada time, na tentativa de incentivar os jogadores dentro de campo.
A reboque do enorme desafio, veio a crise financeira. Sem receita oriunda da venda de ingressos, os clubes encontraram dificuldades para honrar com compromissos de atletas, funcionários e parceiros.
+Futebol brasileiro enfrenta uma das piores crises da história com pandemia do coronavírus
Em meio à pandemia, amantes do futebol encontraram um novo jeito de torcer
Uma proposta apresentada pela Comissão Nacional de Clubes chegou a sugerir que os jogadores recebessem férias até o dia 21 de abril, e caso os torneios não retornassem após o período, o salário seria reduzido em 50% por 30 dias.
Sem mudança de cenário no mês seguinte, o contrato de trabalho ficaria suspenso até o retorno das atividades, com os vínculos prorrogados pelo tempo de suspensão.
Protocolos rígidos
Todos que fazem o futebol, do menor ao mais alto escalão, de alguma maneira foram impactados pela pandemia de covid-19. Em especial, pelos protocolos de segurança e higiene anunciados através das organizações do esporte para que as partidas fossem realizadas.
Unidos durante a pandemia, clubes paulistas entregam à federação protocolo para retomada do futebol
Distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos com álcool, além da exigência de testes para a detecção do vírus e vacinação plena dos torcedores (quando o futebol retornou) eram regra.
Funcionários terceirizados ou não, comissão técnica, atletas, gestores, jornalistas, todos precisavam, na época, aferir a temperatura corporal (desde que inferior a 37,5) para trabalhar nos jogos.
Funcionário do Náutico desinfeta bola em volta aos treinos durante pandemia do novo coronavírus
Caio Falcão/CNC
Também era obrigatório realização do teste RT-PCR para detecção do vírus SARS-CoV-2 em até 3 dias antes da partida, ou o teste “Pesquisa de Antígenos”, desde que realizado em até 2 dias antes.
Mais à frente, com o futebol de volta, a vacinação plena contra a Covid-19 (duas doses ou dose única, tendo o ciclo vacinal completo) seria suficiente para acessar o estádio. Outros procedimentos foram adotados:
Tradição do “Boxing Day” enfrenta as restrições da pandemia de Covid-19 em 2020
Getty Images
Bolas constantemente desinfetadas pelos gandulas;
Estádios limpos e higienizados 24 horas antes dos jogos (até as traves!!!);
Sem permissão de troca de camisas ou demais peças do uniforme entre atletas da mesma equipe ou da equipe adversária, em qualquer momento;
Entrevistas com técnicos e atletas antes dos jogos, intervalo e após os jogos, realizadas pelos repórteres de TV ao vivo, seriam feitas com microfone à distância;
Clubes atendendo a imprensa somente por meio de entrevistas coletivas/exclusivas on-line com jogadores e treinadores;
Protocolo de entrada no campo sem crianças ou mascotes;
Sem execução do hino nacional, perfilamento e cumprimento entre as equipes;
Quarto árbitro usando máscara durante toda a partida;
Teclados e botões da sala do árbitro de vídeo cobertos por plástico filme;
Fones usados pelos árbitros cobertos com capa protetora.

Desfalques… por contaminação
Diego Pituca, do Santos, passa por teste de Covid-19
Ivan Storti/Santos FC
A razão das ausências de jogadores não seria mais tão só por lesões, comuns à prática do futebol, mas por contágio do vírus. Resultado: quarentena de 14 dias – o equivalente, por exemplo, a uma lesão leve, de grau um, quando normalmente se estipula este prazo para o atleta se recuperar.
Em reportagem produzida pelo Esporte Espetacular em fevereiro de 2021, o Brasileirão havia registrado 320 casos de Covid-19 – entre atletas e técnicos.
Entre os clubes da Primeira Divisão, Vasco e Fluminense lideraram o número de casos no período de 10 dias antes do início da competição até a data da última rodada. Ambos tiveram 26 casos. O Palmeiras, 24.
Ituano monta “Casa Covid” para isolar infectados pelo coronavírus
Divulgação/Ituano FC
São Paulo e Sport – agora de volta à elite em 2025 -, em contrapartida, obtiveram sucesso na rigidez de seus protocolos, com pouquíssimos casos da doença no elenco: apenas três.
Aos infectados, a “receita” era o isolamento social, acompanhamento diário pelo departamento médico do clube – quando, por vezes, a comissão técnica passava treinos por videochamada, recurso muito utilizado nos tempos pandêmicos.
O que ficou
Adotado como regra pela International Football Association Board (IFAB) na temporada 2022/2023, o aumento das substituições – de três para cinco jogadores – foi uma “sequela” diretamente concebida pela pandemia do coronavírus.
Regra das cinco substituições veio para ficar
GloboEsporte.com
Em um primeiro momento – em 2021 – houve determinação provisória da entidade internacional para diminuir o impacto provocado aos atletas pela paralisação das atividades físicas. Depois, as cinco substituições passaram a integrar o que se chama de “texto da regra do jogo”.
+Três paradas, cinco mudanças… Entenda como funciona a regra das substituições no futebol
A mudança começou a valer, efetivamente, a partir de 1º de julho de 2022, quando as atividades do futebol voltaram.
Circular da International Board sobre aumento das cinco substituições
ge
– Esta decisão é o resultado do apoio esmagador de toda a comunidade do futebol e também à recomendação inequívoca dos painéis consultivos técnicos e de futebol do IFAB, e que posteriormente, foi apoiado na última reunião anual de trabalho do IFAB – descreve a circular emitida pelo órgão em 25 de março de 2022, a qual o ge teve acesso.
Cabe lembrar: cada equipe terá no máximo três oportunidades para realizar as trocas. As substituições podem ser feitas no intervalo e, no caso de ambos os times fazerem uma substituição ao mesmo tempo, uma substituição será subtraída de cada um deles.
Se a bola não estiver em jogo, as trocas contarão como uma única substituição.


Há cinco anos, CBF anunciava no dia 15 de março a suspensão das competições nacionais no país, transformando a vida de milhares e moldando novo jeito de praticar o esporte; relembre Estádios vazios: veja como estava o futebol um ano depois de retorno após paralisação
Há cinco anos, a vida mudaria por completo em função da pandemia de Covid-19. Milhares de vítimas fatais e outros tantos adoecidos pelo vírus no Brasil e no mundo. E, no futebol, houve um marco temporal. A sentença: aquele 15 de março de 2020, quando as competições nacionais eram oficialmente suspensas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
De lá para cá, muita coisa se transformou. A principal delas, a chegada da vacina – para irromper com o avanço da doença, trazendo doses de esperança. O ge, nessa pegada, recorda os impactos do período e mostra o que se estabeleceu como (nova) regra pelos efeitos da doença.
Jogadores de máscara
Pedro Souza
Paralisações no calendário
Em vigor, a suspensão de todos os campeonatos chancelados pela CBF começou mesmo no dia 16 daquele março de 2020. Copa do Brasil, Campeonatos Brasileiros Femininos A1 e A2, Campeonato Brasileiro Sub-17 e Copa do Brasil Sub-20.
Sabemos e assumimos a responsabilidade do futebol na luta contra a expansão da COVID-19 no Brasil”
Os Estaduais, por outro lado, tiveram autonomia de suas respectivas federações para tomada de decisão, se paralisavam ou não. Todas decidiram pela suspensão, embora com particularidades.
Dos principais torneios, o Campeonato Pernambucano e o Mineiro, por exemplo, ficaram suspensos por tempo indeterminado, enquanto o Carioca e o Gauchão, por 15 dias, na época.
Naturalmente, competições internacionais também foram afetadas pela pandemia, como a Eurocopa, postergada por um ano, e a Copa América, que seria realizada na Argentina. Àquela altura, a Conmembol estudava até a chance de cancelar o campeonato.
+Coronavírus: veja como pandemia afetou o futebol pelo mundo
Meia-atacante Nathan recebe segunda dose da vacina CoronaVac, fornecida pela Conmebol na época
Divulgação/Conmebol
A Eurocopa de 2020 seria a 16ª da história, especial pela comemoração de 60 anos da competição. Por isso, pela primeira vez o torneio teria diversas sedes espalhadas por todo o continente: 12 cidades em 12 diferentes países receberiam as partidas.
Público zero
Ligar a televisão para assistir a um jogo de futebol durante a pandemia era sinônimo de perceber melhor as nuances das partidas sob a nova realidade: dos sons emitidos no jogo às arquibancadas vazias.
Clubes customizaram as arquibancadas para amenizar o vazio da falta de torcida
Fred Huber
Assim, os clubes sobreviveram até a retomada gradual das atividades. Tentando inovar para tornar mais “humana” a experiência de uma partida, aos moldes dos tempos com público.
Eram comuns ‘totens’ de torcedores posicionados nas arquibancadas e caixas de som emulando os cânticos de cada time, na tentativa de incentivar os jogadores dentro de campo.
A reboque do enorme desafio, veio a crise financeira. Sem receita oriunda da venda de ingressos, os clubes encontraram dificuldades para honrar com compromissos de atletas, funcionários e parceiros.
+Futebol brasileiro enfrenta uma das piores crises da história com pandemia do coronavírus
Em meio à pandemia, amantes do futebol encontraram um novo jeito de torcer
Uma proposta apresentada pela Comissão Nacional de Clubes chegou a sugerir que os jogadores recebessem férias até o dia 21 de abril, e caso os torneios não retornassem após o período, o salário seria reduzido em 50% por 30 dias.
Sem mudança de cenário no mês seguinte, o contrato de trabalho ficaria suspenso até o retorno das atividades, com os vínculos prorrogados pelo tempo de suspensão.
Protocolos rígidos
Todos que fazem o futebol, do menor ao mais alto escalão, de alguma maneira foram impactados pela pandemia de covid-19. Em especial, pelos protocolos de segurança e higiene anunciados através das organizações do esporte para que as partidas fossem realizadas.
Unidos durante a pandemia, clubes paulistas entregam à federação protocolo para retomada do futebol
Distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos com álcool, além da exigência de testes para a detecção do vírus e vacinação plena dos torcedores (quando o futebol retornou) eram regra.
Funcionários terceirizados ou não, comissão técnica, atletas, gestores, jornalistas, todos precisavam, na época, aferir a temperatura corporal (desde que inferior a 37,5) para trabalhar nos jogos.
Funcionário do Náutico desinfeta bola em volta aos treinos durante pandemia do novo coronavírus
Caio Falcão/CNC
Também era obrigatório realização do teste RT-PCR para detecção do vírus SARS-CoV-2 em até 3 dias antes da partida, ou o teste “Pesquisa de Antígenos”, desde que realizado em até 2 dias antes.
Mais à frente, com o futebol de volta, a vacinação plena contra a Covid-19 (duas doses ou dose única, tendo o ciclo vacinal completo) seria suficiente para acessar o estádio. Outros procedimentos foram adotados:
Tradição do “Boxing Day” enfrenta as restrições da pandemia de Covid-19 em 2020
Getty Images
Bolas constantemente desinfetadas pelos gandulas;
Estádios limpos e higienizados 24 horas antes dos jogos (até as traves!!!);
Sem permissão de troca de camisas ou demais peças do uniforme entre atletas da mesma equipe ou da equipe adversária, em qualquer momento;
Entrevistas com técnicos e atletas antes dos jogos, intervalo e após os jogos, realizadas pelos repórteres de TV ao vivo, seriam feitas com microfone à distância;
Clubes atendendo a imprensa somente por meio de entrevistas coletivas/exclusivas on-line com jogadores e treinadores;
Protocolo de entrada no campo sem crianças ou mascotes;
Sem execução do hino nacional, perfilamento e cumprimento entre as equipes;
Quarto árbitro usando máscara durante toda a partida;
Teclados e botões da sala do árbitro de vídeo cobertos por plástico filme;
Fones usados pelos árbitros cobertos com capa protetora.

Desfalques… por contaminação
Diego Pituca, do Santos, passa por teste de Covid-19
Ivan Storti/Santos FC
A razão das ausências de jogadores não seria mais tão só por lesões, comuns à prática do futebol, mas por contágio do vírus. Resultado: quarentena de 14 dias – o equivalente, por exemplo, a uma lesão leve, de grau um, quando normalmente se estipula este prazo para o atleta se recuperar.
Em reportagem produzida pelo Esporte Espetacular em fevereiro de 2021, o Brasileirão havia registrado 320 casos de Covid-19 – entre atletas e técnicos.
Entre os clubes da Primeira Divisão, Vasco e Fluminense lideraram o número de casos no período de 10 dias antes do início da competição até a data da última rodada. Ambos tiveram 26 casos. O Palmeiras, 24.
Ituano monta “Casa Covid” para isolar infectados pelo coronavírus
Divulgação/Ituano FC
São Paulo e Sport – agora de volta à elite em 2025 -, em contrapartida, obtiveram sucesso na rigidez de seus protocolos, com pouquíssimos casos da doença no elenco: apenas três.
Aos infectados, a “receita” era o isolamento social, acompanhamento diário pelo departamento médico do clube – quando, por vezes, a comissão técnica passava treinos por videochamada, recurso muito utilizado nos tempos pandêmicos.
O que ficou
Adotado como regra pela International Football Association Board (IFAB) na temporada 2022/2023, o aumento das substituições – de três para cinco jogadores – foi uma “sequela” diretamente concebida pela pandemia do coronavírus.
Regra das cinco substituições veio para ficar
GloboEsporte.com
Em um primeiro momento – em 2021 – houve determinação provisória da entidade internacional para diminuir o impacto provocado aos atletas pela paralisação das atividades físicas. Depois, as cinco substituições passaram a integrar o que se chama de “texto da regra do jogo”.
+Três paradas, cinco mudanças… Entenda como funciona a regra das substituições no futebol
A mudança começou a valer, efetivamente, a partir de 1º de julho de 2022, quando as atividades do futebol voltaram.
Circular da International Board sobre aumento das cinco substituições
ge
– Esta decisão é o resultado do apoio esmagador de toda a comunidade do futebol e também à recomendação inequívoca dos painéis consultivos técnicos e de futebol do IFAB, e que posteriormente, foi apoiado na última reunião anual de trabalho do IFAB – descreve a circular emitida pelo órgão em 25 de março de 2022, a qual o ge teve acesso.
Cabe lembrar: cada equipe terá no máximo três oportunidades para realizar as trocas. As substituições podem ser feitas no intervalo e, no caso de ambos os times fazerem uma substituição ao mesmo tempo, uma substituição será subtraída de cada um deles.
Se a bola não estiver em jogo, as trocas contarão como uma única substituição.



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