O ator e escritor Lázaro Ramos está prestes a lançar “Na Nossa Pele”, continuação de seu best-seller, no dia 18 de março, trazendo à tona histórias marcantes de sua vida, com foco em racismo e preconceito. Logo nas primeiras páginas, ele aborda um episódio doloroso de sua infância: uma agressão sofrida por sua mãe, Célia Maria, por parte de uma patroa, em Salvador, Bahia. O relato, escrito com sensibilidade, reflete a revolta e a impotência que Lázaro sentiu ao relembrar o ocorrido, misturadas a um desejo de justiça que ainda ecoa em suas palavras. O livro, que chega às lojas online na próxima semana, promete mergulhar fundo nas vivências do artista, conectando passado e presente em uma narrativa potente. Além disso, o autor transformou o local da agressão em um espaço de acolhimento, comprando o apartamento em 2022 para criar uma associação que apoia profissionais resgatados de trabalho escravo.
Aos 46 anos, Lázaro Ramos construiu uma carreira sólida no audiovisual brasileiro, com papéis memoráveis como Foguinho, de “Cobras & Lagartos”, e uma trajetória que vai além da atuação, incluindo direção e escrita. Filho de Célia Maria, que faleceu quando ele tinha 18 anos, o ator cresceu em um contexto de desafios sociais na Bahia, experiências que moldaram sua visão de mundo e agora ganham vida em “Na Nossa Pele”. O episódio da agressão, nunca discutido com a mãe na época, é descrito como um marco que o fez refletir sobre as injustiças enfrentadas por ela e por tantas outras pessoas negras no Brasil. A decisão de comprar o imóvel onde o fato aconteceu, durante um passeio com os filhos em Salvador, simboliza um gesto de reparação e resistência.
Salvador, cidade natal de Lázaro, é um cenário recorrente em sua narrativa. Foi lá que ele testemunhou as dificuldades da mãe, que trabalhava como empregada doméstica, e onde hoje ele busca ressignificar memórias dolorosas. O lançamento do livro, marcado para lojas físicas em São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro entre 19 e 26 de março, reforça essa conexão com suas raízes. A obra não se limita ao passado: Lázaro também aborda sua crise de burnout em 2024, quando foi internado por esgotamento emocional, oferecendo um olhar contemporâneo sobre os impactos do trabalho excessivo e das pressões sociais que enfrentou ao longo da vida.
Episódio marcante da infância ganha destaque
Relembrar a agressão sofrida por Célia Maria foi um processo visceral para Lázaro. No livro, ele descreve como chorou e se revoltou ao escrever sobre o incidente, sentindo uma mistura de vingança, justiça e insegurança. A patroa, figura de autoridade na época, agrediu a mãe do ator, que optou por não reagir, uma escolha que reflete as dinâmicas de poder e silêncio impostas a trabalhadores negros em décadas passadas. A falta de diálogo entre mãe e filho sobre o ocorrido deixou marcas profundas, que Lázaro só conseguiu externalizar anos depois, agora transformadas em palavras que buscam dar voz a essa experiência.
A transformação do apartamento em Salvador é um dos pontos altos da narrativa. Durante uma visita à cidade em 2022, acompanhado dos filhos, João Vicente e Maria Antônia, frutos de seu casamento com Taís Araujo, Lázaro tomou a decisão de adquirir o imóvel. Hoje, o espaço abriga uma associação dedicada a apoiar profissionais resgatados de condições análogas à escravidão, uma realidade que ainda persiste no Brasil. Dados recentes apontam que, entre 1995 e 2023, mais de 60 mil pessoas foram libertadas de trabalho escravo no país, com a Bahia entre os estados mais afetados, o que torna a iniciativa de Lázaro ainda mais significativa.
A escrita de “Na Nossa Pele” também reflete a maturidade do ator como contador de histórias. Diferente de seu primeiro livro, “Na Minha Pele”, lançado em 2017 e que já abordava racismo e identidade, esta nova obra aprofunda camadas pessoais e familiares, conectando a trajetória de Célia Maria às lutas coletivas do povo negro. O lançamento ocorre em um momento em que Lázaro se consolida como uma voz influente na cultura brasileira, seja na literatura, no cinema ou na televisão.
Burnout de 2024 revela vulnerabilidades
Além das memórias da infância, Lázaro Ramos compartilha em “Na Nossa Pele” um capítulo recente de sua vida: a crise de burnout que o levou a uma internação em janeiro de 2024. O esgotamento veio após anos de trabalho intenso, combinado com a repressão de sentimentos diante de abusos e humilhações que enfrentou. Ele descreve o diagnóstico inicial como uma mistura de ansiedade e angústia, mas logo reconheceu que era mais do que isso: uma “crise de silêncio”, resultado de conviver com pressões e pequenas agressões acumuladas ao longo do tempo.
A recuperação envolveu terapia intensiva e um retorno às raízes. Visitar Salvador, onde nasceu e cresceu, tornou-se uma forma de autocuidado, assim como a escrita, que ele já usava como ferramenta de reflexão. Lázaro relata que a necessidade de “olhar para dentro” o ajudou a superar o momento crítico, um aprendizado que ele agora divide com os leitores. A internação, seguida de sua volta às redes sociais com a mensagem “Me recuperando”, mostrou um lado vulnerável do ator, que costuma ser visto como símbolo de força e sucesso.
O burnout de Lázaro reflete uma realidade comum entre artistas e profissionais negros, que muitas vezes enfrentam expectativas elevadas e barreiras estruturais. Estudos apontam que o Brasil registra cerca de 13 milhões de casos de esgotamento profissional por ano, com impacto significativo em pessoas expostas a preconceitos recorrentes. A experiência do ator, portanto, não é apenas pessoal, mas também um espelho de questões sociais mais amplas, que ele aborda com honestidade em seu novo livro.
Agenda de lançamentos movimenta fãs
O lançamento de “Na Nossa Pele” está programado para alcançar leitores em diferentes cidades. Confira as datas e locais confirmados por Lázaro nas redes sociais:
- 18 de março: Disponível em lojas online a partir deste dia.
- 19 de março: Lançamento presencial em São Paulo, na Livraria da Vila, em Pinheiros, às 18h.
- 22 de março: Evento em Salvador, no bairro do Valéria, na Livraria LDM – Vitória Boulevard, às 15h.
- 26 de março: Encontro no Rio de Janeiro, na Livraria da Travessa, no Leblon, às 18h.
Os eventos presenciais prometem atrair fãs e leitores interessados em ouvir Lázaro falar sobre o livro e suas inspirações. A escolha de Salvador, além de São Paulo e Rio, reforça o vínculo do ator com sua terra natal, onde ele também realizou o gesto simbólico de transformar o apartamento da infância em um espaço de acolhimento. A expectativa é que os lançamentos lotem as livrarias, repetindo o sucesso de sua obra anterior.
Racismo e resistência na trajetória de Lázaro
Abordar o racismo é uma constante na vida e na obra de Lázaro Ramos. Desde o início da carreira, com papéis que desafiaram estereótipos, como o Foguinho de “Cobras & Lagartos”, até projetos mais recentes, como a direção de filmes e a escrita de livros, ele usa sua visibilidade para discutir questões raciais. Em “Na Nossa Pele”, o tema ganha contornos ainda mais íntimos, com o relato da agressão à mãe servindo como ponto de partida para reflexões sobre as violências enfrentadas por gerações de negros no Brasil.
A transformação do apartamento em Salvador é um exemplo prático de como Lázaro transforma dor em ação. A associação que agora ocupa o espaço oferece suporte a trabalhadores resgatados, muitos dos quais são negros e migrantes, grupos historicamente vulneráveis à exploração. A iniciativa dialoga com o aumento de operações contra o trabalho escravo no país, que em 2023 alcançaram mais de 3 mil resgates, segundo dados oficiais. O gesto do ator, portanto, vai além do simbolismo, impactando diretamente vidas reais.
A infância humilde em Salvador, marcada por dificuldades e pela força de Célia Maria, também é um fio condutor da narrativa. Lázaro já havia explorado sua identidade negra em “Na Minha Pele”, mas agora amplia o olhar para incluir a mãe e os filhos, criando uma ponte entre passado, presente e futuro. A obra reforça sua posição como um dos artistas mais engajados de sua geração, com uma voz que ressoa tanto na arte quanto na sociedade.
Carreira multifacetada ganha novo capítulo
Aos 46 anos, Lázaro Ramos acumula conquistas que vão além da escrita. Sua participação na apresentação do Oscar 2025, transmitido pela TNT e Max, mostrou seu alcance internacional, enquanto papéis em novelas, filmes e peças teatrais consolidaram seu nome no Brasil. Casado com Taís Araujo desde 2006, ele forma com a atriz um dos casais mais admirados do meio artístico, com quem divide a criação de João Vicente, de 12 anos, e Maria Antônia, de 9 anos.
O sucesso de “Na Minha Pele”, lançado em 2017 e que vendeu dezenas de milhares de exemplares, abriu caminho para esta nova obra. A escrita, para Lázaro, é mais do que uma extensão de sua carreira: é um espaço de catarse e conexão com o público. Em “Na Nossa Pele”, ele mistura memórias familiares com reflexões sobre saúde mental e racismo, temas que dialogam com diferentes gerações de leitores.
A versatilidade do ator também aparece em sua capacidade de transitar entre gêneros. Da comédia de “Cobras & Lagartos” ao drama de filmes como “Madame Satã”, ele construiu uma trajetória que combina entretenimento e crítica social. O novo livro reforça essa dualidade, oferecendo uma leitura acessível, mas carregada de significado, que deve ampliar ainda mais seu impacto cultural.
Impacto pessoal e coletivo da obra
Escrever sobre a agressão sofrida por Célia Maria foi, para Lázaro, uma forma de honrar a memória da mãe e confrontar as cicatrizes deixadas por aquele momento. A decisão de não apenas relembrar o episódio, mas também de transformar o local em um ponto de apoio a vítimas de injustiças, mostra como ele une o pessoal ao coletivo. A associação em Salvador já começou a receber trabalhadores resgatados, oferecendo cursos e assistência para reinserção no mercado de trabalho.
A crise de burnout, por sua vez, traz um Lázaro mais introspectivo, que reflete sobre os custos de uma carreira intensa em um país marcado por desigualdades. A terapia, mencionada como essencial em sua recuperação, é um recurso que ele recomenda abertamente, quebrando tabus sobre saúde mental, especialmente entre homens negros. A combinação desses temas em “Na Nossa Pele” cria uma obra que fala tanto de luta quanto de cura.
O livro chega em um momento em que o Brasil discute cada vez mais racismo estrutural e bem-estar emocional. Com eventos de lançamento em três capitais, Lázaro deve atrair um público diverso, de leitores fiéis a novos admiradores, todos interessados em entender como ele transforma vivências difíceis em arte e ação. A expectativa é que “Na Nossa Pele” repita o sucesso de seu antecessor, consolidando o ator como um dos grandes narradores de sua geração.

O ator e escritor Lázaro Ramos está prestes a lançar “Na Nossa Pele”, continuação de seu best-seller, no dia 18 de março, trazendo à tona histórias marcantes de sua vida, com foco em racismo e preconceito. Logo nas primeiras páginas, ele aborda um episódio doloroso de sua infância: uma agressão sofrida por sua mãe, Célia Maria, por parte de uma patroa, em Salvador, Bahia. O relato, escrito com sensibilidade, reflete a revolta e a impotência que Lázaro sentiu ao relembrar o ocorrido, misturadas a um desejo de justiça que ainda ecoa em suas palavras. O livro, que chega às lojas online na próxima semana, promete mergulhar fundo nas vivências do artista, conectando passado e presente em uma narrativa potente. Além disso, o autor transformou o local da agressão em um espaço de acolhimento, comprando o apartamento em 2022 para criar uma associação que apoia profissionais resgatados de trabalho escravo.
Aos 46 anos, Lázaro Ramos construiu uma carreira sólida no audiovisual brasileiro, com papéis memoráveis como Foguinho, de “Cobras & Lagartos”, e uma trajetória que vai além da atuação, incluindo direção e escrita. Filho de Célia Maria, que faleceu quando ele tinha 18 anos, o ator cresceu em um contexto de desafios sociais na Bahia, experiências que moldaram sua visão de mundo e agora ganham vida em “Na Nossa Pele”. O episódio da agressão, nunca discutido com a mãe na época, é descrito como um marco que o fez refletir sobre as injustiças enfrentadas por ela e por tantas outras pessoas negras no Brasil. A decisão de comprar o imóvel onde o fato aconteceu, durante um passeio com os filhos em Salvador, simboliza um gesto de reparação e resistência.
Salvador, cidade natal de Lázaro, é um cenário recorrente em sua narrativa. Foi lá que ele testemunhou as dificuldades da mãe, que trabalhava como empregada doméstica, e onde hoje ele busca ressignificar memórias dolorosas. O lançamento do livro, marcado para lojas físicas em São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro entre 19 e 26 de março, reforça essa conexão com suas raízes. A obra não se limita ao passado: Lázaro também aborda sua crise de burnout em 2024, quando foi internado por esgotamento emocional, oferecendo um olhar contemporâneo sobre os impactos do trabalho excessivo e das pressões sociais que enfrentou ao longo da vida.
Episódio marcante da infância ganha destaque
Relembrar a agressão sofrida por Célia Maria foi um processo visceral para Lázaro. No livro, ele descreve como chorou e se revoltou ao escrever sobre o incidente, sentindo uma mistura de vingança, justiça e insegurança. A patroa, figura de autoridade na época, agrediu a mãe do ator, que optou por não reagir, uma escolha que reflete as dinâmicas de poder e silêncio impostas a trabalhadores negros em décadas passadas. A falta de diálogo entre mãe e filho sobre o ocorrido deixou marcas profundas, que Lázaro só conseguiu externalizar anos depois, agora transformadas em palavras que buscam dar voz a essa experiência.
A transformação do apartamento em Salvador é um dos pontos altos da narrativa. Durante uma visita à cidade em 2022, acompanhado dos filhos, João Vicente e Maria Antônia, frutos de seu casamento com Taís Araujo, Lázaro tomou a decisão de adquirir o imóvel. Hoje, o espaço abriga uma associação dedicada a apoiar profissionais resgatados de condições análogas à escravidão, uma realidade que ainda persiste no Brasil. Dados recentes apontam que, entre 1995 e 2023, mais de 60 mil pessoas foram libertadas de trabalho escravo no país, com a Bahia entre os estados mais afetados, o que torna a iniciativa de Lázaro ainda mais significativa.
A escrita de “Na Nossa Pele” também reflete a maturidade do ator como contador de histórias. Diferente de seu primeiro livro, “Na Minha Pele”, lançado em 2017 e que já abordava racismo e identidade, esta nova obra aprofunda camadas pessoais e familiares, conectando a trajetória de Célia Maria às lutas coletivas do povo negro. O lançamento ocorre em um momento em que Lázaro se consolida como uma voz influente na cultura brasileira, seja na literatura, no cinema ou na televisão.
Burnout de 2024 revela vulnerabilidades
Além das memórias da infância, Lázaro Ramos compartilha em “Na Nossa Pele” um capítulo recente de sua vida: a crise de burnout que o levou a uma internação em janeiro de 2024. O esgotamento veio após anos de trabalho intenso, combinado com a repressão de sentimentos diante de abusos e humilhações que enfrentou. Ele descreve o diagnóstico inicial como uma mistura de ansiedade e angústia, mas logo reconheceu que era mais do que isso: uma “crise de silêncio”, resultado de conviver com pressões e pequenas agressões acumuladas ao longo do tempo.
A recuperação envolveu terapia intensiva e um retorno às raízes. Visitar Salvador, onde nasceu e cresceu, tornou-se uma forma de autocuidado, assim como a escrita, que ele já usava como ferramenta de reflexão. Lázaro relata que a necessidade de “olhar para dentro” o ajudou a superar o momento crítico, um aprendizado que ele agora divide com os leitores. A internação, seguida de sua volta às redes sociais com a mensagem “Me recuperando”, mostrou um lado vulnerável do ator, que costuma ser visto como símbolo de força e sucesso.
O burnout de Lázaro reflete uma realidade comum entre artistas e profissionais negros, que muitas vezes enfrentam expectativas elevadas e barreiras estruturais. Estudos apontam que o Brasil registra cerca de 13 milhões de casos de esgotamento profissional por ano, com impacto significativo em pessoas expostas a preconceitos recorrentes. A experiência do ator, portanto, não é apenas pessoal, mas também um espelho de questões sociais mais amplas, que ele aborda com honestidade em seu novo livro.
Agenda de lançamentos movimenta fãs
O lançamento de “Na Nossa Pele” está programado para alcançar leitores em diferentes cidades. Confira as datas e locais confirmados por Lázaro nas redes sociais:
- 18 de março: Disponível em lojas online a partir deste dia.
- 19 de março: Lançamento presencial em São Paulo, na Livraria da Vila, em Pinheiros, às 18h.
- 22 de março: Evento em Salvador, no bairro do Valéria, na Livraria LDM – Vitória Boulevard, às 15h.
- 26 de março: Encontro no Rio de Janeiro, na Livraria da Travessa, no Leblon, às 18h.
Os eventos presenciais prometem atrair fãs e leitores interessados em ouvir Lázaro falar sobre o livro e suas inspirações. A escolha de Salvador, além de São Paulo e Rio, reforça o vínculo do ator com sua terra natal, onde ele também realizou o gesto simbólico de transformar o apartamento da infância em um espaço de acolhimento. A expectativa é que os lançamentos lotem as livrarias, repetindo o sucesso de sua obra anterior.
Racismo e resistência na trajetória de Lázaro
Abordar o racismo é uma constante na vida e na obra de Lázaro Ramos. Desde o início da carreira, com papéis que desafiaram estereótipos, como o Foguinho de “Cobras & Lagartos”, até projetos mais recentes, como a direção de filmes e a escrita de livros, ele usa sua visibilidade para discutir questões raciais. Em “Na Nossa Pele”, o tema ganha contornos ainda mais íntimos, com o relato da agressão à mãe servindo como ponto de partida para reflexões sobre as violências enfrentadas por gerações de negros no Brasil.
A transformação do apartamento em Salvador é um exemplo prático de como Lázaro transforma dor em ação. A associação que agora ocupa o espaço oferece suporte a trabalhadores resgatados, muitos dos quais são negros e migrantes, grupos historicamente vulneráveis à exploração. A iniciativa dialoga com o aumento de operações contra o trabalho escravo no país, que em 2023 alcançaram mais de 3 mil resgates, segundo dados oficiais. O gesto do ator, portanto, vai além do simbolismo, impactando diretamente vidas reais.
A infância humilde em Salvador, marcada por dificuldades e pela força de Célia Maria, também é um fio condutor da narrativa. Lázaro já havia explorado sua identidade negra em “Na Minha Pele”, mas agora amplia o olhar para incluir a mãe e os filhos, criando uma ponte entre passado, presente e futuro. A obra reforça sua posição como um dos artistas mais engajados de sua geração, com uma voz que ressoa tanto na arte quanto na sociedade.
Carreira multifacetada ganha novo capítulo
Aos 46 anos, Lázaro Ramos acumula conquistas que vão além da escrita. Sua participação na apresentação do Oscar 2025, transmitido pela TNT e Max, mostrou seu alcance internacional, enquanto papéis em novelas, filmes e peças teatrais consolidaram seu nome no Brasil. Casado com Taís Araujo desde 2006, ele forma com a atriz um dos casais mais admirados do meio artístico, com quem divide a criação de João Vicente, de 12 anos, e Maria Antônia, de 9 anos.
O sucesso de “Na Minha Pele”, lançado em 2017 e que vendeu dezenas de milhares de exemplares, abriu caminho para esta nova obra. A escrita, para Lázaro, é mais do que uma extensão de sua carreira: é um espaço de catarse e conexão com o público. Em “Na Nossa Pele”, ele mistura memórias familiares com reflexões sobre saúde mental e racismo, temas que dialogam com diferentes gerações de leitores.
A versatilidade do ator também aparece em sua capacidade de transitar entre gêneros. Da comédia de “Cobras & Lagartos” ao drama de filmes como “Madame Satã”, ele construiu uma trajetória que combina entretenimento e crítica social. O novo livro reforça essa dualidade, oferecendo uma leitura acessível, mas carregada de significado, que deve ampliar ainda mais seu impacto cultural.
Impacto pessoal e coletivo da obra
Escrever sobre a agressão sofrida por Célia Maria foi, para Lázaro, uma forma de honrar a memória da mãe e confrontar as cicatrizes deixadas por aquele momento. A decisão de não apenas relembrar o episódio, mas também de transformar o local em um ponto de apoio a vítimas de injustiças, mostra como ele une o pessoal ao coletivo. A associação em Salvador já começou a receber trabalhadores resgatados, oferecendo cursos e assistência para reinserção no mercado de trabalho.
A crise de burnout, por sua vez, traz um Lázaro mais introspectivo, que reflete sobre os custos de uma carreira intensa em um país marcado por desigualdades. A terapia, mencionada como essencial em sua recuperação, é um recurso que ele recomenda abertamente, quebrando tabus sobre saúde mental, especialmente entre homens negros. A combinação desses temas em “Na Nossa Pele” cria uma obra que fala tanto de luta quanto de cura.
O livro chega em um momento em que o Brasil discute cada vez mais racismo estrutural e bem-estar emocional. Com eventos de lançamento em três capitais, Lázaro deve atrair um público diverso, de leitores fiéis a novos admiradores, todos interessados em entender como ele transforma vivências difíceis em arte e ação. A expectativa é que “Na Nossa Pele” repita o sucesso de seu antecessor, consolidando o ator como um dos grandes narradores de sua geração.
