Um produto que imita o sabor do café, apelidado de “café fake” ou “cafake”, tem chamado atenção no Brasil, mas na Europa já é uma tradição consolidada desde o século 18, especialmente na Alemanha, onde é conhecido como kaffeeersatz. Feito à base de ingredientes tostados como chicória e cevada, o substituto surgiu em tempos de escassez do grão original, que é nativo da África, e hoje se mantém como uma alternativa econômica e sem cafeína. No Brasil, o “café fake” entrou em cena em meio à alta dos preços do café, que alcança quase R$ 50 por quilo, enquanto um pacote de 500 gramas do pó alternativo pode custar apenas R$ 13,99 nos supermercados. Contudo, o produto brasileiro enfrenta polêmica por embalagens que confundem consumidores e está sob investigação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que apura irregularidades como o uso de cascas, grãos defeituosos e aromatizantes. Enquanto na Europa o “cafake” é celebrado como uma opção cultural, aqui ele levanta debates sobre transparência e qualidade.
A popularidade do “café fake” na Europa reflete uma adaptação histórica às dificuldades de acesso ao café verdadeiro. Na Alemanha do século 18, a chicória, uma planta nativa, foi torrada para replicar o aroma e o sabor do grão, criando o kaffeeersatz que se espalhou pelo continente. Hoje, além da chicória, ingredientes como cevada e até beterraba são usados, oferecendo uma bebida mais acessível e livre de cafeína, ideal para quem busca reduzir o consumo do estimulante. No Brasil, o cenário é diferente: o produto surge como resposta à inflação, mas gera controvérsia por imitar marcas famosas, com rótulos que escondem em letras pequenas a descrição “pó para preparo de bebida sabor café”, dificultando a identificação pelos consumidores.
Enquanto o “cafake” europeu é um costume enraizado, no Brasil as autoridades intensificaram a fiscalização. Em fevereiro de 2025, o Mapa apreendeu produtos de três fábricas suspeitas de irregularidades, encontrando matérias-primas como cascas e grãos quebrados, além da ausência de polpa de café declarada nas embalagens. A investigação segue para determinar se o produto configura fraude, mas já acende um alerta sobre a necessidade de clareza nas prateleiras dos supermercados.
Origem e evolução do “café fake”
Tradição europeia nasceu da escassez no século 18
A história do “café fake” na Europa remonta ao século 18, quando o acesso ao café, originário da Etiópia, era limitado por questões logísticas e econômicas. Na Alemanha, a chicória emergiu como protagonista do kaffeeersatz, uma solução criativa para replicar o sabor da bebida em tempos de crise. Torrada e moída, a raiz da planta oferecia um aroma semelhante ao do café, embora com um perfil mais terroso e sem o teor de cafeína. Com o passar dos anos, o produto ganhou adeptos em outros países, como França e Polônia, onde também se misturavam cevada e até raízes de beterraba, dependendo da disponibilidade local. Essa tradição se solidificou ao longo do tempo, especialmente durante períodos de guerra e bloqueios comerciais, como na Primeira e Segunda Guerra Mundial, quando o café verdadeiro tornou-se ainda mais escasso.
Hoje, o kaffeeersatz é mais do que uma alternativa de emergência na Europa; ele se transformou em uma escolha consciente para muitos. Vendido em supermercados e cafeterias, o produto atrai consumidores que evitam cafeína por motivos de saúde ou preferem opções mais baratas. Em países como a Alemanha, marcas tradicionais mantêm a receita clássica com chicória, enquanto outras inovam com blends que incluem cereais e até frutas secas, ampliando o apelo da bebida. A aceitação cultural do “café fake” europeu contrasta com a desconfiança que ele enfrenta no Brasil, onde a falta de transparência nas embalagens tem gerado críticas e ações regulatórias.
“Café fake” brasileiro enfrenta polêmica e fiscalização
No Brasil, o “café fake” surgiu como uma resposta direta à disparada dos preços do café, que em 2025 atingiu valores próximos de R$ 50 por quilo devido a fatores como seca e aumento da demanda global. Com um pacote de 500 gramas custando R$ 13,99, o produto se apresenta como uma alternativa acessível, mas sua composição e marketing levantaram suspeitas. Diferente do kaffeeersatz europeu, que exibe com clareza seus ingredientes, o “cafake” brasileiro muitas vezes omite informações detalhadas nos rótulos, indicando apenas “pó para bebida sabor café” em letras miúdas. Análises iniciais apontam o uso de cevada, milho, cascas e grãos defeituosos, como os pretos e ardidos, além de aromatizantes artificiais para simular o sabor do café.
A polêmica ganhou força em fevereiro de 2025, quando o Ministério da Agricultura e Pecuária realizou operações em três fábricas suspeitas de produzir o “café fake”. As fiscalizações revelaram irregularidades graves: matérias-primas apreendidas incluíam cascas e grãos quebrados, mas não a polpa de café declarada nas embalagens. O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Hugo Caruso, informou que os produtos finais estão em análise para determinar se configuram fraude. A situação expôs a vulnerabilidade dos consumidores, que podem levar para casa um produto bem diferente do café tradicional sem perceber.
Impactos e perspectivas do “cafake”
Cronologia da ascensão do “café fake” no Brasil e na Europa
O “café fake” tem trajetórias distintas em cada região, mas sua evolução reflete contextos econômicos e culturais. Veja os principais marcos:
- Século 18: Na Alemanha, a chicória é usada para criar o kaffeeersatz devido à escassez de café, iniciando uma tradição na Europa.
- Séculos 19 e 20: O produto se populariza no continente, especialmente em tempos de guerra, com adição de cevada e outros ingredientes.
- 2025, janeiro: No Brasil, o “café fake” surge nos supermercados como alternativa ao café caro, vendido a R$ 13,99 por 500 g.
- 2025, fevereiro: O Mapa apreende produtos de três fábricas suspeitas, iniciando investigações sobre sua composição e rotulagem.
Esse cronograma mostra como o “cafake” passou de uma solução histórica na Europa a um ponto de controvérsia no Brasil em poucos meses.
Números revelam o mercado e os desafios do produto
A ascensão do “café fake” no Brasil coincide com a alta do café tradicional, que subiu de R$ 30 por quilo em 2023 para quase R$ 50 em 2025, segundo dados do mercado. Em contrapartida, o preço médio do “cafake” é de R$ 27,98 por quilo, tornando-o uma opção 44% mais barata. Na Europa, o kaffeeersatz representa uma fatia significativa do mercado de bebidas alternativas, com vendas anuais estimadas em milhões de euros, especialmente na Alemanha, onde é consumido por cerca de 10% da população regularmente. A chicória, principal ingrediente, é cultivada em larga escala no continente, com produção anual ultrapassando 100 mil toneladas.
No Brasil, a polêmica afeta diretamente os consumidores: em uma pesquisa recente, 60% dos entrevistados disseram ter dificuldade em distinguir o “café fake” do café verdadeiro nas prateleiras devido à semelhança das embalagens. As apreensões de fevereiro envolveram toneladas de matéria-prima irregular, incluindo 500 quilos de cascas e grãos defeituosos em uma única fábrica. Esses números destacam tanto o apelo econômico do produto quanto os riscos de confusão e possível fraude no mercado nacional.
Dicas para identificar o “café fake” nas compras
Com a presença crescente do “café fake” nos supermercados, os consumidores podem adotar algumas estratégias para evitar surpresas:
- Leia atentamente o rótulo: procure por “pó para bebida sabor café” em vez de “café moído” ou “café torrado”.
- Verifique os ingredientes: café verdadeiro contém apenas o grão; cevada, milho ou aromatizantes indicam um substituto.
- Desconfie de preços muito baixos: um pacote bem abaixo do valor médio do café pode ser um sinal de “cafake”.
- Observe a embalagem: marcas famosas não usam letras miúdas para esconder a descrição do produto.
Essas medidas ajudam a garantir que os consumidores façam escolhas conscientes, enquanto o Mapa define o futuro regulatório do “café fake” no Brasil.

Um produto que imita o sabor do café, apelidado de “café fake” ou “cafake”, tem chamado atenção no Brasil, mas na Europa já é uma tradição consolidada desde o século 18, especialmente na Alemanha, onde é conhecido como kaffeeersatz. Feito à base de ingredientes tostados como chicória e cevada, o substituto surgiu em tempos de escassez do grão original, que é nativo da África, e hoje se mantém como uma alternativa econômica e sem cafeína. No Brasil, o “café fake” entrou em cena em meio à alta dos preços do café, que alcança quase R$ 50 por quilo, enquanto um pacote de 500 gramas do pó alternativo pode custar apenas R$ 13,99 nos supermercados. Contudo, o produto brasileiro enfrenta polêmica por embalagens que confundem consumidores e está sob investigação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que apura irregularidades como o uso de cascas, grãos defeituosos e aromatizantes. Enquanto na Europa o “cafake” é celebrado como uma opção cultural, aqui ele levanta debates sobre transparência e qualidade.
A popularidade do “café fake” na Europa reflete uma adaptação histórica às dificuldades de acesso ao café verdadeiro. Na Alemanha do século 18, a chicória, uma planta nativa, foi torrada para replicar o aroma e o sabor do grão, criando o kaffeeersatz que se espalhou pelo continente. Hoje, além da chicória, ingredientes como cevada e até beterraba são usados, oferecendo uma bebida mais acessível e livre de cafeína, ideal para quem busca reduzir o consumo do estimulante. No Brasil, o cenário é diferente: o produto surge como resposta à inflação, mas gera controvérsia por imitar marcas famosas, com rótulos que escondem em letras pequenas a descrição “pó para preparo de bebida sabor café”, dificultando a identificação pelos consumidores.
Enquanto o “cafake” europeu é um costume enraizado, no Brasil as autoridades intensificaram a fiscalização. Em fevereiro de 2025, o Mapa apreendeu produtos de três fábricas suspeitas de irregularidades, encontrando matérias-primas como cascas e grãos quebrados, além da ausência de polpa de café declarada nas embalagens. A investigação segue para determinar se o produto configura fraude, mas já acende um alerta sobre a necessidade de clareza nas prateleiras dos supermercados.
Origem e evolução do “café fake”
Tradição europeia nasceu da escassez no século 18
A história do “café fake” na Europa remonta ao século 18, quando o acesso ao café, originário da Etiópia, era limitado por questões logísticas e econômicas. Na Alemanha, a chicória emergiu como protagonista do kaffeeersatz, uma solução criativa para replicar o sabor da bebida em tempos de crise. Torrada e moída, a raiz da planta oferecia um aroma semelhante ao do café, embora com um perfil mais terroso e sem o teor de cafeína. Com o passar dos anos, o produto ganhou adeptos em outros países, como França e Polônia, onde também se misturavam cevada e até raízes de beterraba, dependendo da disponibilidade local. Essa tradição se solidificou ao longo do tempo, especialmente durante períodos de guerra e bloqueios comerciais, como na Primeira e Segunda Guerra Mundial, quando o café verdadeiro tornou-se ainda mais escasso.
Hoje, o kaffeeersatz é mais do que uma alternativa de emergência na Europa; ele se transformou em uma escolha consciente para muitos. Vendido em supermercados e cafeterias, o produto atrai consumidores que evitam cafeína por motivos de saúde ou preferem opções mais baratas. Em países como a Alemanha, marcas tradicionais mantêm a receita clássica com chicória, enquanto outras inovam com blends que incluem cereais e até frutas secas, ampliando o apelo da bebida. A aceitação cultural do “café fake” europeu contrasta com a desconfiança que ele enfrenta no Brasil, onde a falta de transparência nas embalagens tem gerado críticas e ações regulatórias.
“Café fake” brasileiro enfrenta polêmica e fiscalização
No Brasil, o “café fake” surgiu como uma resposta direta à disparada dos preços do café, que em 2025 atingiu valores próximos de R$ 50 por quilo devido a fatores como seca e aumento da demanda global. Com um pacote de 500 gramas custando R$ 13,99, o produto se apresenta como uma alternativa acessível, mas sua composição e marketing levantaram suspeitas. Diferente do kaffeeersatz europeu, que exibe com clareza seus ingredientes, o “cafake” brasileiro muitas vezes omite informações detalhadas nos rótulos, indicando apenas “pó para bebida sabor café” em letras miúdas. Análises iniciais apontam o uso de cevada, milho, cascas e grãos defeituosos, como os pretos e ardidos, além de aromatizantes artificiais para simular o sabor do café.
A polêmica ganhou força em fevereiro de 2025, quando o Ministério da Agricultura e Pecuária realizou operações em três fábricas suspeitas de produzir o “café fake”. As fiscalizações revelaram irregularidades graves: matérias-primas apreendidas incluíam cascas e grãos quebrados, mas não a polpa de café declarada nas embalagens. O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Hugo Caruso, informou que os produtos finais estão em análise para determinar se configuram fraude. A situação expôs a vulnerabilidade dos consumidores, que podem levar para casa um produto bem diferente do café tradicional sem perceber.
Impactos e perspectivas do “cafake”
Cronologia da ascensão do “café fake” no Brasil e na Europa
O “café fake” tem trajetórias distintas em cada região, mas sua evolução reflete contextos econômicos e culturais. Veja os principais marcos:
- Século 18: Na Alemanha, a chicória é usada para criar o kaffeeersatz devido à escassez de café, iniciando uma tradição na Europa.
- Séculos 19 e 20: O produto se populariza no continente, especialmente em tempos de guerra, com adição de cevada e outros ingredientes.
- 2025, janeiro: No Brasil, o “café fake” surge nos supermercados como alternativa ao café caro, vendido a R$ 13,99 por 500 g.
- 2025, fevereiro: O Mapa apreende produtos de três fábricas suspeitas, iniciando investigações sobre sua composição e rotulagem.
Esse cronograma mostra como o “cafake” passou de uma solução histórica na Europa a um ponto de controvérsia no Brasil em poucos meses.
Números revelam o mercado e os desafios do produto
A ascensão do “café fake” no Brasil coincide com a alta do café tradicional, que subiu de R$ 30 por quilo em 2023 para quase R$ 50 em 2025, segundo dados do mercado. Em contrapartida, o preço médio do “cafake” é de R$ 27,98 por quilo, tornando-o uma opção 44% mais barata. Na Europa, o kaffeeersatz representa uma fatia significativa do mercado de bebidas alternativas, com vendas anuais estimadas em milhões de euros, especialmente na Alemanha, onde é consumido por cerca de 10% da população regularmente. A chicória, principal ingrediente, é cultivada em larga escala no continente, com produção anual ultrapassando 100 mil toneladas.
No Brasil, a polêmica afeta diretamente os consumidores: em uma pesquisa recente, 60% dos entrevistados disseram ter dificuldade em distinguir o “café fake” do café verdadeiro nas prateleiras devido à semelhança das embalagens. As apreensões de fevereiro envolveram toneladas de matéria-prima irregular, incluindo 500 quilos de cascas e grãos defeituosos em uma única fábrica. Esses números destacam tanto o apelo econômico do produto quanto os riscos de confusão e possível fraude no mercado nacional.
Dicas para identificar o “café fake” nas compras
Com a presença crescente do “café fake” nos supermercados, os consumidores podem adotar algumas estratégias para evitar surpresas:
- Leia atentamente o rótulo: procure por “pó para bebida sabor café” em vez de “café moído” ou “café torrado”.
- Verifique os ingredientes: café verdadeiro contém apenas o grão; cevada, milho ou aromatizantes indicam um substituto.
- Desconfie de preços muito baixos: um pacote bem abaixo do valor médio do café pode ser um sinal de “cafake”.
- Observe a embalagem: marcas famosas não usam letras miúdas para esconder a descrição do produto.
Essas medidas ajudam a garantir que os consumidores façam escolhas conscientes, enquanto o Mapa define o futuro regulatório do “café fake” no Brasil.
