Antes de começarmos, é essencial entender a definição do puerpério. Afinal, o que é puerpério? Essa é uma fase que se inicia logo após o parto, quando a mãe se encontra com um bebê parcialmente nos braços, enquanto seu corpo passa por intensas transformações: os seios começam a produzir leite, os hormônios estão em ebulição, o humor oscila, o choro do bebê se torna constante e as noites de sono parecem um luxo distante.
Enfrentar o turbilhão do puerpério nem sempre é simples, mas compreender essa fase pode tornar o processo um pouco mais leve. Por isso, pedimos ajuda à ginecologista e obstetra Ana Paula Beck, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), para tirar as principais dúvidas sobre o assunto.
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Introdução ao puerpério
O puerpério ou período pós-parto começa logo depois da chegada do recém-nascido e da expulsão da placenta. E quanto tempo dura o puerpério? “Neste intervalo, que pode se estender de 6 a 8 semanas, ocorrem mudanças fisiológicas significativas no útero e em outros sistemas do corpo da mulher, que, gradualmente, retornam ao estado pré-gestacional”, explica a médica.
Embora seja desafiador, o pós-parto é um período crucial para o estabelecimento do vínculo entre mãe e bebê e para a adaptação de ambos à nova vida. Neste intervalo, mudanças significativas acontecem para facilitar o desenvolvimento do apego materno-infantil.
“O puerpério é caracterizado por mudanças comportamentais e emocionais que aumentam a empatia e a capacidade de resposta emocional dos pais, o que é essencial para o cuidado e a proteção do recém-nascido”, diz Ana Paula.
Além da adaptação fisiológica e emocional da mãe, durante este período, também são estabelecidas as bases para um relacionamento saudável e duradouro entre mãe e filho, de acordo com a médica.
Depois de entender o que é puerpério, quais os tipos? O puerpério costuma ser dividido em três fases distintas, cada uma com as próprias características. São elas:
- Puerpério imediato: Abrange as primeiras 24 horas após o parto. Durante este período, a vigilância é crucial para identificar complicações agudas, como hemorragias e distúrbios hipertensivos, que são mais comuns logo após o parto.
- Puerpério precoce: Fase que se estende até a primeira semana após o parto. É um período em que o risco de infecções pode estar aumentado.
- Puerpério tardio: Vai da segunda semana até cerca de 6 a 8 semanas após o parto. Durante este tempo, o corpo da mulher continua o processo de retorno ao estado pré-gestacional. As principais preocupações são possíveis complicações como distúrbios do assoalho pélvico e problemas de saúde mental.
Mudanças físicas no corpo da mulher no puerpério
Sua barriga, que estava enorme e pesada, enquanto o bebê estava lá dentro, fica mais leve. Porém, não volta, imediatamente, a ser como era antes. Lá dentro, o útero sofre um processo conhecido como involução, pelo qual, vagarosamente, retoma ao tamanho que tinha antes da gravidez.
“Durante o puerpério, o corpo da mulher passa por várias mudanças físicas significativas, especialmente em órgãos internos como o útero, hormônios, cicatrização e as mamas devido à amamentação”, diz Ana Paula.
Nos hormônios, há uma queda nos níveis de estrogênio e progesterona após o parto, o que permite o início da lactação. “A prolactina, estimulada pela sucção do bebê, é responsável pela produção de leite, enquanto a ocitocina facilita a ejeção do leite”, explica a médica. Ela lembra que as mamas também passam por mudanças significativas.
Ao longo dessas primeiras semanas, acontece também a cicatrização, que é a recuperação de tecidos danificados durante o parto vaginal ou na cesárea.
Alterações emocionais no puerpério
Não é nada fácil! Tanto que, como lembra Ana Paula, o puerpério é frequentemente associado a um aumento do risco de sintomas depressivos e de ansiedade, com uma prevalência de depressão pós-parto em cerca de 10 a 15% das mulheres.
“Muitas mulheres experimentam o que é conhecido como ‘blues’ pós-parto, caracterizado por alterações de humor transitórias e leves nos primeiros dias após o nascimento do bebê”, explica a ginecologista. Estas mudanças emocionais são comuns e podem variar de leves e transitórias a mais graves, como a depressão pós-parto.
“Identificar quando algo é mais preocupante envolve observar a persistência e a intensidade dos sintomas”, explica a médica.
Alguns sintomas podem indicar que é hora de buscar ajuda profissional:
- Tristeza profunda
- Perda de interesse em atividades
- Alterações significativas no apetite ou no sono
- Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva
- Pensamentos de autolesão ou que envolvam prejudicar o bebê
“A educação sobre os sintomas de depressão e ansiedade e os riscos de condições de saúde mental não tratadas é uma prática clínica recomendada”, afirma a obstetra.
Por isso, é importante que a mãe conte com uma rede de apoio não apenas para auxiliar nos cuidados com o bebê, com a rotina e com a casa, mas para observar se há sinais preocupantes nela, que requeiram atenção de especialistas.
“A literatura médica destaca que o suporte social pode atuar como um fator protetor contra sintomas de depressão e ansiedade pós-parto, que são comuns durante o puerpério”, afirma a especialista.
“Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, a diminuição do suporte social foi associada a um aumento no risco de depressão e ansiedade pós-parto”, lembra a médica.
Alimentação no puerpério
O prato da mãe deve incluir uma variedade de alimentos que forneçam proteínas, carboidratos complexos, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais.
A ingestão adequada de calorias é essencial, especialmente para mães que estão amamentando, já que a produção de leite requer energia adicional.
A quantidade pode variar de acordo com cada organismo e, por isso, consultar um nutricionista especializado em gestação e maternidade pode ajudar a elaborar um cardápio adequado para o seu caso.
Exercícios pós-parto e recuperação física
Depois de nove meses de gestação e de um evento grandioso como o parto, o corpo materno tenta se recuperar. Será que, nesta fase, os exercícios físicos são aliados ou podem ser perigosos?
A ginecologista e obstetra do Einstein explica que, em geral, é seguro para a maioria das mulheres praticar exercícios leves após o parto, desde que não haja complicações médicas ou obstétricas.
“A atividade física no pós-parto não só ajuda na recuperação física, mas também pode melhorar a saúde mental, reduzindo sintomas de depressão e ansiedade”, orienta.
Quando o corpo vai “voltar ao normal”?
De novo, é importante lembrar do trabalho incrível que seu corpo acabou de realizar, adaptando-se para gerar e trazer ao mundo um ser humano. Assim como tudo isso levou tempo, também é importante ter calma na fase de recuperação.
Ana Paula reforça que é essencial ter cuidado com as expectativas, que podem não ser realistas. “É um processo individual, que pode variar significativamente entre as mulheres”, diz ela.
“A literatura médica sugere que o retorno ao estado pré-gravidez pode levar mais de seis semanas e não há consenso sobre a duração exata da recuperação. É essencial que as mulheres sejam pacientes consigo mesmas durante esse período de transição”, aponta.
Cuidados com a saúde sexual pós-parto
Seu corpo atravessou – e ainda atravessa – um momento de transformações intensas. Além da recuperação dos órgãos internos, como a involução do útero, há os processos de cicatrização, seja do parto vaginal ou da cesárea.
Complicações comuns no puerpério
É muito comum que a família toda se preocupe com o bebê que acaba de chegar. Os pais ficam tensos com cada choro, cada fralda, com a frequência de mamadas, se o sono é suficiente, qualquer mudança, datas de vacinas, consultas com o pediatra…
De fato, é uma carga enorme de responsabilidade. Porém, não dá para esquecer de cuidar de perto também da saúde materna, que deve retornar a uma consulta com o ginecologista obstetra entre uma e duas semanas depois do parto e, novamente, depois de 40 dias, no final do puerpério.
Além disso, é fundamental ficar de olho em qualquer sinal de problema, pois existem algumas complicações que precisam de atenção médica no puerpério. Você sabia que não é normal ter febre no puerpério. Veja outros sintomas e alguns dos principais problemas que merecem atenção:
- Infecção pós-parto: Pode ocorrer em locais como o útero, as feridas da cesariana (se houver), ou episiotomia (corte feito na região vaginal). Os sintomas podem incluir febre, dor ou secreção incomum.
- Hemorragia excessiva: Embora seja normal perder sangue durante o parto, afinal, os lóquios no puerpério fazem parte do processo de recuperação do útero, um sangramento excessivo após o nascimento pode ser um sinal de complicações, como retenção de parte da placenta ou distúrbios de coagulação. É importante ficar atento a sangramentos muito intensos ou contínuos.
- Problemas de amamentação: Dores nos seios, fissuras, mastite (infecção nas glândulas mamárias) e dificuldades com a pega do bebê podem ocorrer. Se não forem tratadas, podem dificultar a amamentação e aumentar o risco de infecção.
- Trombose venosa profunda (TVP): A gestação e o parto podem aumentar o risco de coágulos sanguíneos, que podem se formar nas pernas e viajar para os pulmões, causando embolia pulmonar. Os sintomas incluem inchaço, dor e calor nas pernas.
- Depressão pós-parto: Sinais de alterações na saúde mental materna devem ser tratados com seriedade. Não hesite em buscar ajuda profissional!
Como lidar com o puerpério?
Depois de ler tudo isso, será que dá para se preparar e passar por esse período de uma forma mais tranquila? Dá, sim para ter alguns cuidados pós-parto. E buscar informações, como você está fazendo, se leu tudo até aqui, já é um primeiro passo.
Entender o que vai acontecer com o seu corpo e com a sua saúde física e mental ao longo destas semanas ajuda a lidar com os principais desafios. Informe-se o quanto puder sobre os desafios, como a amamentação.
Antecipe as dificuldades e prepare-se para elas. Cozinhar ou pedir ajuda a alguém para fazer isso, antes mesmo de o bebê nascer, e deixar marmitas prontas no freezer parece pouco, mas faz muita diferença.
Crie uma rede de apoio sólida, com pessoas com quem você realmente pode contar e com as quais se sente confortável. Um último – e não menos importante – conselho da médica é: mantenha suas expectativas realistas.
Nada de achar que tudo vai ser fácil e perfeito. Você está aprendendo a ser mãe e, embora seja lindo e recompensador, é muito difícil e não deve ser romantizado.
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Acompanhamos as principais tendências e atualizações em saúde da mulher, para que você possa tomar melhores decisões sobre seu puerpério
Referência no mercado
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Antes de começarmos, é essencial entender a definição do puerpério. Afinal, o que é puerpério? Essa é uma fase que se inicia logo após o parto, quando a mãe se encontra com um bebê parcialmente nos braços, enquanto seu corpo passa por intensas transformações: os seios começam a produzir leite, os hormônios estão em ebulição, o humor oscila, o choro do bebê se torna constante e as noites de sono parecem um luxo distante.
Enfrentar o turbilhão do puerpério nem sempre é simples, mas compreender essa fase pode tornar o processo um pouco mais leve. Por isso, pedimos ajuda à ginecologista e obstetra Ana Paula Beck, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), para tirar as principais dúvidas sobre o assunto.
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Introdução ao puerpério
O puerpério ou período pós-parto começa logo depois da chegada do recém-nascido e da expulsão da placenta. E quanto tempo dura o puerpério? “Neste intervalo, que pode se estender de 6 a 8 semanas, ocorrem mudanças fisiológicas significativas no útero e em outros sistemas do corpo da mulher, que, gradualmente, retornam ao estado pré-gestacional”, explica a médica.
Embora seja desafiador, o pós-parto é um período crucial para o estabelecimento do vínculo entre mãe e bebê e para a adaptação de ambos à nova vida. Neste intervalo, mudanças significativas acontecem para facilitar o desenvolvimento do apego materno-infantil.
“O puerpério é caracterizado por mudanças comportamentais e emocionais que aumentam a empatia e a capacidade de resposta emocional dos pais, o que é essencial para o cuidado e a proteção do recém-nascido”, diz Ana Paula.
Além da adaptação fisiológica e emocional da mãe, durante este período, também são estabelecidas as bases para um relacionamento saudável e duradouro entre mãe e filho, de acordo com a médica.
Depois de entender o que é puerpério, quais os tipos? O puerpério costuma ser dividido em três fases distintas, cada uma com as próprias características. São elas:
- Puerpério imediato: Abrange as primeiras 24 horas após o parto. Durante este período, a vigilância é crucial para identificar complicações agudas, como hemorragias e distúrbios hipertensivos, que são mais comuns logo após o parto.
- Puerpério precoce: Fase que se estende até a primeira semana após o parto. É um período em que o risco de infecções pode estar aumentado.
- Puerpério tardio: Vai da segunda semana até cerca de 6 a 8 semanas após o parto. Durante este tempo, o corpo da mulher continua o processo de retorno ao estado pré-gestacional. As principais preocupações são possíveis complicações como distúrbios do assoalho pélvico e problemas de saúde mental.
Mudanças físicas no corpo da mulher no puerpério
Sua barriga, que estava enorme e pesada, enquanto o bebê estava lá dentro, fica mais leve. Porém, não volta, imediatamente, a ser como era antes. Lá dentro, o útero sofre um processo conhecido como involução, pelo qual, vagarosamente, retoma ao tamanho que tinha antes da gravidez.
“Durante o puerpério, o corpo da mulher passa por várias mudanças físicas significativas, especialmente em órgãos internos como o útero, hormônios, cicatrização e as mamas devido à amamentação”, diz Ana Paula.
Nos hormônios, há uma queda nos níveis de estrogênio e progesterona após o parto, o que permite o início da lactação. “A prolactina, estimulada pela sucção do bebê, é responsável pela produção de leite, enquanto a ocitocina facilita a ejeção do leite”, explica a médica. Ela lembra que as mamas também passam por mudanças significativas.
Ao longo dessas primeiras semanas, acontece também a cicatrização, que é a recuperação de tecidos danificados durante o parto vaginal ou na cesárea.
Alterações emocionais no puerpério
Não é nada fácil! Tanto que, como lembra Ana Paula, o puerpério é frequentemente associado a um aumento do risco de sintomas depressivos e de ansiedade, com uma prevalência de depressão pós-parto em cerca de 10 a 15% das mulheres.
“Muitas mulheres experimentam o que é conhecido como ‘blues’ pós-parto, caracterizado por alterações de humor transitórias e leves nos primeiros dias após o nascimento do bebê”, explica a ginecologista. Estas mudanças emocionais são comuns e podem variar de leves e transitórias a mais graves, como a depressão pós-parto.
“Identificar quando algo é mais preocupante envolve observar a persistência e a intensidade dos sintomas”, explica a médica.
Alguns sintomas podem indicar que é hora de buscar ajuda profissional:
- Tristeza profunda
- Perda de interesse em atividades
- Alterações significativas no apetite ou no sono
- Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva
- Pensamentos de autolesão ou que envolvam prejudicar o bebê
“A educação sobre os sintomas de depressão e ansiedade e os riscos de condições de saúde mental não tratadas é uma prática clínica recomendada”, afirma a obstetra.
Por isso, é importante que a mãe conte com uma rede de apoio não apenas para auxiliar nos cuidados com o bebê, com a rotina e com a casa, mas para observar se há sinais preocupantes nela, que requeiram atenção de especialistas.
“A literatura médica destaca que o suporte social pode atuar como um fator protetor contra sintomas de depressão e ansiedade pós-parto, que são comuns durante o puerpério”, afirma a especialista.
“Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, a diminuição do suporte social foi associada a um aumento no risco de depressão e ansiedade pós-parto”, lembra a médica.
Alimentação no puerpério
O prato da mãe deve incluir uma variedade de alimentos que forneçam proteínas, carboidratos complexos, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais.
A ingestão adequada de calorias é essencial, especialmente para mães que estão amamentando, já que a produção de leite requer energia adicional.
A quantidade pode variar de acordo com cada organismo e, por isso, consultar um nutricionista especializado em gestação e maternidade pode ajudar a elaborar um cardápio adequado para o seu caso.
Exercícios pós-parto e recuperação física
Depois de nove meses de gestação e de um evento grandioso como o parto, o corpo materno tenta se recuperar. Será que, nesta fase, os exercícios físicos são aliados ou podem ser perigosos?
A ginecologista e obstetra do Einstein explica que, em geral, é seguro para a maioria das mulheres praticar exercícios leves após o parto, desde que não haja complicações médicas ou obstétricas.
“A atividade física no pós-parto não só ajuda na recuperação física, mas também pode melhorar a saúde mental, reduzindo sintomas de depressão e ansiedade”, orienta.
Quando o corpo vai “voltar ao normal”?
De novo, é importante lembrar do trabalho incrível que seu corpo acabou de realizar, adaptando-se para gerar e trazer ao mundo um ser humano. Assim como tudo isso levou tempo, também é importante ter calma na fase de recuperação.
Ana Paula reforça que é essencial ter cuidado com as expectativas, que podem não ser realistas. “É um processo individual, que pode variar significativamente entre as mulheres”, diz ela.
“A literatura médica sugere que o retorno ao estado pré-gravidez pode levar mais de seis semanas e não há consenso sobre a duração exata da recuperação. É essencial que as mulheres sejam pacientes consigo mesmas durante esse período de transição”, aponta.
Cuidados com a saúde sexual pós-parto
Seu corpo atravessou – e ainda atravessa – um momento de transformações intensas. Além da recuperação dos órgãos internos, como a involução do útero, há os processos de cicatrização, seja do parto vaginal ou da cesárea.
Complicações comuns no puerpério
É muito comum que a família toda se preocupe com o bebê que acaba de chegar. Os pais ficam tensos com cada choro, cada fralda, com a frequência de mamadas, se o sono é suficiente, qualquer mudança, datas de vacinas, consultas com o pediatra…
De fato, é uma carga enorme de responsabilidade. Porém, não dá para esquecer de cuidar de perto também da saúde materna, que deve retornar a uma consulta com o ginecologista obstetra entre uma e duas semanas depois do parto e, novamente, depois de 40 dias, no final do puerpério.
Além disso, é fundamental ficar de olho em qualquer sinal de problema, pois existem algumas complicações que precisam de atenção médica no puerpério. Você sabia que não é normal ter febre no puerpério. Veja outros sintomas e alguns dos principais problemas que merecem atenção:
- Infecção pós-parto: Pode ocorrer em locais como o útero, as feridas da cesariana (se houver), ou episiotomia (corte feito na região vaginal). Os sintomas podem incluir febre, dor ou secreção incomum.
- Hemorragia excessiva: Embora seja normal perder sangue durante o parto, afinal, os lóquios no puerpério fazem parte do processo de recuperação do útero, um sangramento excessivo após o nascimento pode ser um sinal de complicações, como retenção de parte da placenta ou distúrbios de coagulação. É importante ficar atento a sangramentos muito intensos ou contínuos.
- Problemas de amamentação: Dores nos seios, fissuras, mastite (infecção nas glândulas mamárias) e dificuldades com a pega do bebê podem ocorrer. Se não forem tratadas, podem dificultar a amamentação e aumentar o risco de infecção.
- Trombose venosa profunda (TVP): A gestação e o parto podem aumentar o risco de coágulos sanguíneos, que podem se formar nas pernas e viajar para os pulmões, causando embolia pulmonar. Os sintomas incluem inchaço, dor e calor nas pernas.
- Depressão pós-parto: Sinais de alterações na saúde mental materna devem ser tratados com seriedade. Não hesite em buscar ajuda profissional!
Como lidar com o puerpério?
Depois de ler tudo isso, será que dá para se preparar e passar por esse período de uma forma mais tranquila? Dá, sim para ter alguns cuidados pós-parto. E buscar informações, como você está fazendo, se leu tudo até aqui, já é um primeiro passo.
Entender o que vai acontecer com o seu corpo e com a sua saúde física e mental ao longo destas semanas ajuda a lidar com os principais desafios. Informe-se o quanto puder sobre os desafios, como a amamentação.
Antecipe as dificuldades e prepare-se para elas. Cozinhar ou pedir ajuda a alguém para fazer isso, antes mesmo de o bebê nascer, e deixar marmitas prontas no freezer parece pouco, mas faz muita diferença.
Crie uma rede de apoio sólida, com pessoas com quem você realmente pode contar e com as quais se sente confortável. Um último – e não menos importante – conselho da médica é: mantenha suas expectativas realistas.
Nada de achar que tudo vai ser fácil e perfeito. Você está aprendendo a ser mãe e, embora seja lindo e recompensador, é muito difícil e não deve ser romantizado.
Por que confiar nos conteúdos da CRESCER?
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Fontes confiáveis
Todos os nossos conteúdos são validados por especialistas e baseados em estudos científicos e recomendações de organizações médicas
Equipe especializada
Nossa equipe é composta por jornalistas especializados em saúde da mulher, com foco em conteúdos sobre grávidas e puérperas
Informações atualizadas
Acompanhamos as principais tendências e atualizações em saúde da mulher, para que você possa tomar melhores decisões sobre seu puerpério
Referência no mercado
Com mais de três décadas de existência, a CRESCER é reconhecida como uma das principais fontes de informação para puérperas no Brasil