Um incêndio devastador na boate Pulse, em Kocani, na Macedônia do Norte, ocorrido na madrugada de 16 de março de 2025, deixou 59 mortos e chocou o mundo ao revelar semelhanças impressionantes com a tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que vitimou 242 pessoas em 2013. As chamas, iniciadas por um show pirotécnico durante a apresentação de uma banda, se alastraram rapidamente pelo teto da casa noturna europeia, assim como ocorreu no Brasil há mais de uma década. O caso expôs, mais uma vez, os riscos de materiais inflamáveis e a falta de medidas preventivas em locais de grande circulação, reacendendo debates sobre segurança em ambientes fechados. Autoridades locais já prenderam quatro suspeitos, enquanto a investigação busca esclarecer as causas e responsabilidades do desastre.
O fogo na Pulse começou quando faíscas de artefatos pirotécnicos atingiram o teto, revestido por espuma de isolamento altamente inflamável. Em poucos minutos, a estrutura foi consumida, liberando fumaça tóxica que sufocou dezenas de jovens presentes no local. Testemunhas relatam cenas de pânico, com pessoas correndo em direção às saídas, muitas delas bloqueadas ou insuficientes para a quantidade de frequentadores. A rápida propagação das chamas e a toxicidade do ambiente remetem diretamente ao que foi registrado em Santa Maria, onde a espuma acústica no teto da Kiss potencializou o incêndio e a emissão de gases letais.
Imagens captadas por câmeras de segurança na boate macedônica mostram o exato momento em que o fogo começou, com labaredas se espalhando pelo teto em questão de segundos. O hospital local informou que as vítimas tinham entre 14 e 24 anos, destacando o perfil jovem do público, semelhante ao da tragédia brasileira, composta majoritariamente por universitários na faixa dos 20 anos. A identificação das vítimas ainda está em andamento, mas o impacto na pequena cidade de Kocani, de cerca de 38 mil habitantes, já é comparado à comoção nacional gerada no Brasil após o incêndio de 2013.
Veja semelhanças do incêndio que matou jovens na Macedônia do Norte com tragédia da Kiss https://t.co/I786tRbktk #g1RS pic.twitter.com/VHDtmxVPhe
— g1 RS (@g1rs) March 16, 2025
Origem das chamas expõe falhas recorrentes em casas noturnas
Na Macedônia do Norte, a tragédia da Pulse escancarou problemas estruturais que parecem atravessar fronteiras e décadas. O uso de materiais inflamáveis no acabamento interno da boate, como a espuma de isolamento, foi apontado como um dos principais fatores para a rápida escalada do incêndio. Relatórios preliminares indicam que o local não possuía saídas de emergência adequadas nem sistemas de ventilação eficientes, agravando a situação. Esses elementos ecoam as condições encontradas na Boate Kiss, onde o revestimento acústico, feito de poliuretano, liberou cianeto e monóxido de carbono ao queimar, intoxicando as vítimas antes mesmo que as chamas as alcançassem.
A dinâmica do fogo em ambos os casos seguiu um padrão semelhante. Em Santa Maria, faíscas de um artefato pirotécnico usado pela banda Gurizada Fandangueira atingiram o teto, desencadeando o inferno que matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos. Na Pulse, o mesmo tipo de efeito visual, planejado para animar a noite, tornou-se o estopim da tragédia. Especialistas em segurança contra incêndios destacam que a combinação de pirotecnia com materiais combustíveis é uma receita conhecida para desastres, mas que continua sendo ignorada por muitos estabelecimentos ao redor do mundo.
Além das causas materiais, a falta de fiscalização também chama atenção. Na Macedônia, autoridades ainda investigam se a boate operava dentro das normas de segurança exigidas, mas a ausência de alvarás atualizados já foi levantada como possibilidade. No Brasil, a Kiss funcionava com documentação vencida, e os extintores disponíveis estavam inoperantes. Esses descuidos, aliados à superlotação – a Pulse estava acima de sua capacidade máxima, assim como a Kiss –, transformaram o que deveria ser uma noite de diversão em uma catástrofe evitável.
Perfil das vítimas e prisões marcam os dois desastres
Jovens em busca de entretenimento foram as principais vítimas nas duas tragédias, evidenciando a vulnerabilidade desse público em espaços mal preparados. Na Macedônia do Norte, o hospital de Kocani informou que a maioria dos 59 mortos tinha menos de 24 anos, com alguns ainda na adolescência. O cenário é quase um espelho do que ocorreu em Santa Maria, onde estudantes universitários, muitos em início de carreira acadêmica, perderam a vida. A semelhança no perfil etário reforça a necessidade de regulamentações mais rígidas para proteger frequentadores de casas noturnas, especialmente os mais jovens.
Quatro pessoas foram detidas em conexão com o incêndio da Pulse, incluindo suspeitos ligados à gestão da boate e à banda que se apresentava. Até o momento, as identidades não foram reveladas, mas a polícia local trabalha para determinar o grau de responsabilidade de cada um. No caso da Kiss, a Justiça brasileira condenou dois sócios do estabelecimento, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, além de dois integrantes da banda, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, por homicídio com dolo eventual. As penas, que variam entre 18 e 22 anos de prisão, foram aplicadas após um longo processo que durou quase nove anos.
A resposta imediata das autoridades macedônicas contrasta com a lentidão inicial no Brasil, onde investigações e punições demoraram a avançar. Contudo, em ambos os países, as tragédias deixaram marcas profundas nas comunidades locais. Em Kocani, moradores organizaram vigílias em memória das vítimas, enquanto em Santa Maria, o terreno onde funcionava a Kiss hoje abriga um memorial, palco de homenagens anuais que mantêm viva a luta por justiça e prevenção.
Lei Kiss e os avanços na prevenção de incêndios
A tragédia de Santa Maria impulsionou mudanças significativas na legislação brasileira sobre segurança em locais públicos. Em 2013, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou a Lei Kiss, que estabelece normas rigorosas para prevenção e combate a incêndios em imóveis não residenciais. A legislação classifica edificações por níveis de risco, considerando fatores como área construída, altura, lotação máxima e capacidade de controle de fumaça. Estabelecimentos que cumprem as exigências recebem um alvará dos bombeiros, renovável periodicamente.
Antes da lei, as regras no estado eram vagas e datavam dos anos 1990, sem especificações sobre materiais de revestimento ou controle de fumaça. Com a nova norma, o uso de espumas inflamáveis, como a da Kiss, passou a ser proibido, e a compartimentação de ambientes foi detalhada para limitar a propagação do fogo. Apesar dos avanços, a flexibilização de prazos para inspeções e renovações de alvarás tem sido alvo de críticas, com especialistas alertando para o risco de retrocessos na segurança.
Na Macedônia do Norte, ainda não há informações sobre a existência de uma legislação específica semelhante à Lei Kiss, mas o incêndio da Pulse já pressiona o governo local a revisar suas políticas. Autoridades prometeram uma investigação rigorosa e medidas para evitar novos desastres, enquanto a população cobra ações concretas. A comparação entre os dois casos destaca como tragédias podem servir de catalisador para mudanças, mas também como a implementação efetiva dessas medidas permanece um desafio global.
Cronologia das tragédias em casas noturnas
Os incêndios na Kiss e na Pulse não são casos isolados, mas parte de uma série de desastres que expõem falhas recorrentes em casas noturnas. Confira uma linha do tempo com eventos marcantes:
- 2003: Incêndio na boate The Station, em Rhode Island, EUA, mata 100 pessoas após faíscas de pirotecnia atingirem espuma inflamável.
- 2013: Tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, Brasil, deixa 242 mortos e mais de 600 feridos.
- 2025: Incêndio na boate Pulse, em Kocani, Macedônia do Norte, resulta em 59 mortes.
Esses episódios, separados por anos e continentes, compartilham causas como o uso de pirotecnia e materiais combustíveis, além da falta de saídas de emergência adequadas.
Medidas de segurança que podem salvar vidas
Prevenir tragédias como as da Kiss e da Pulse exige ações práticas e fiscalização constante. Veja algumas recomendações baseadas em análises de especialistas:
- Proibição de pirotecnia em ambientes fechados com materiais inflamáveis.
- Instalação de saídas de emergência amplas e bem sinalizadas.
- Uso de revestimentos antichamas em tetos e paredes.
- Treinamento de equipes para evacuação rápida e eficiente.
- Fiscalização regular para garantir alvarás atualizados e extintores funcionais.
A adoção dessas medidas poderia ter reduzido o número de vítimas em ambos os casos, segundo peritos em segurança contra incêndios.

Um incêndio devastador na boate Pulse, em Kocani, na Macedônia do Norte, ocorrido na madrugada de 16 de março de 2025, deixou 59 mortos e chocou o mundo ao revelar semelhanças impressionantes com a tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que vitimou 242 pessoas em 2013. As chamas, iniciadas por um show pirotécnico durante a apresentação de uma banda, se alastraram rapidamente pelo teto da casa noturna europeia, assim como ocorreu no Brasil há mais de uma década. O caso expôs, mais uma vez, os riscos de materiais inflamáveis e a falta de medidas preventivas em locais de grande circulação, reacendendo debates sobre segurança em ambientes fechados. Autoridades locais já prenderam quatro suspeitos, enquanto a investigação busca esclarecer as causas e responsabilidades do desastre.
O fogo na Pulse começou quando faíscas de artefatos pirotécnicos atingiram o teto, revestido por espuma de isolamento altamente inflamável. Em poucos minutos, a estrutura foi consumida, liberando fumaça tóxica que sufocou dezenas de jovens presentes no local. Testemunhas relatam cenas de pânico, com pessoas correndo em direção às saídas, muitas delas bloqueadas ou insuficientes para a quantidade de frequentadores. A rápida propagação das chamas e a toxicidade do ambiente remetem diretamente ao que foi registrado em Santa Maria, onde a espuma acústica no teto da Kiss potencializou o incêndio e a emissão de gases letais.
Imagens captadas por câmeras de segurança na boate macedônica mostram o exato momento em que o fogo começou, com labaredas se espalhando pelo teto em questão de segundos. O hospital local informou que as vítimas tinham entre 14 e 24 anos, destacando o perfil jovem do público, semelhante ao da tragédia brasileira, composta majoritariamente por universitários na faixa dos 20 anos. A identificação das vítimas ainda está em andamento, mas o impacto na pequena cidade de Kocani, de cerca de 38 mil habitantes, já é comparado à comoção nacional gerada no Brasil após o incêndio de 2013.
Veja semelhanças do incêndio que matou jovens na Macedônia do Norte com tragédia da Kiss https://t.co/I786tRbktk #g1RS pic.twitter.com/VHDtmxVPhe
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Origem das chamas expõe falhas recorrentes em casas noturnas
Na Macedônia do Norte, a tragédia da Pulse escancarou problemas estruturais que parecem atravessar fronteiras e décadas. O uso de materiais inflamáveis no acabamento interno da boate, como a espuma de isolamento, foi apontado como um dos principais fatores para a rápida escalada do incêndio. Relatórios preliminares indicam que o local não possuía saídas de emergência adequadas nem sistemas de ventilação eficientes, agravando a situação. Esses elementos ecoam as condições encontradas na Boate Kiss, onde o revestimento acústico, feito de poliuretano, liberou cianeto e monóxido de carbono ao queimar, intoxicando as vítimas antes mesmo que as chamas as alcançassem.
A dinâmica do fogo em ambos os casos seguiu um padrão semelhante. Em Santa Maria, faíscas de um artefato pirotécnico usado pela banda Gurizada Fandangueira atingiram o teto, desencadeando o inferno que matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos. Na Pulse, o mesmo tipo de efeito visual, planejado para animar a noite, tornou-se o estopim da tragédia. Especialistas em segurança contra incêndios destacam que a combinação de pirotecnia com materiais combustíveis é uma receita conhecida para desastres, mas que continua sendo ignorada por muitos estabelecimentos ao redor do mundo.
Além das causas materiais, a falta de fiscalização também chama atenção. Na Macedônia, autoridades ainda investigam se a boate operava dentro das normas de segurança exigidas, mas a ausência de alvarás atualizados já foi levantada como possibilidade. No Brasil, a Kiss funcionava com documentação vencida, e os extintores disponíveis estavam inoperantes. Esses descuidos, aliados à superlotação – a Pulse estava acima de sua capacidade máxima, assim como a Kiss –, transformaram o que deveria ser uma noite de diversão em uma catástrofe evitável.
Perfil das vítimas e prisões marcam os dois desastres
Jovens em busca de entretenimento foram as principais vítimas nas duas tragédias, evidenciando a vulnerabilidade desse público em espaços mal preparados. Na Macedônia do Norte, o hospital de Kocani informou que a maioria dos 59 mortos tinha menos de 24 anos, com alguns ainda na adolescência. O cenário é quase um espelho do que ocorreu em Santa Maria, onde estudantes universitários, muitos em início de carreira acadêmica, perderam a vida. A semelhança no perfil etário reforça a necessidade de regulamentações mais rígidas para proteger frequentadores de casas noturnas, especialmente os mais jovens.
Quatro pessoas foram detidas em conexão com o incêndio da Pulse, incluindo suspeitos ligados à gestão da boate e à banda que se apresentava. Até o momento, as identidades não foram reveladas, mas a polícia local trabalha para determinar o grau de responsabilidade de cada um. No caso da Kiss, a Justiça brasileira condenou dois sócios do estabelecimento, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, além de dois integrantes da banda, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, por homicídio com dolo eventual. As penas, que variam entre 18 e 22 anos de prisão, foram aplicadas após um longo processo que durou quase nove anos.
A resposta imediata das autoridades macedônicas contrasta com a lentidão inicial no Brasil, onde investigações e punições demoraram a avançar. Contudo, em ambos os países, as tragédias deixaram marcas profundas nas comunidades locais. Em Kocani, moradores organizaram vigílias em memória das vítimas, enquanto em Santa Maria, o terreno onde funcionava a Kiss hoje abriga um memorial, palco de homenagens anuais que mantêm viva a luta por justiça e prevenção.
Lei Kiss e os avanços na prevenção de incêndios
A tragédia de Santa Maria impulsionou mudanças significativas na legislação brasileira sobre segurança em locais públicos. Em 2013, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou a Lei Kiss, que estabelece normas rigorosas para prevenção e combate a incêndios em imóveis não residenciais. A legislação classifica edificações por níveis de risco, considerando fatores como área construída, altura, lotação máxima e capacidade de controle de fumaça. Estabelecimentos que cumprem as exigências recebem um alvará dos bombeiros, renovável periodicamente.
Antes da lei, as regras no estado eram vagas e datavam dos anos 1990, sem especificações sobre materiais de revestimento ou controle de fumaça. Com a nova norma, o uso de espumas inflamáveis, como a da Kiss, passou a ser proibido, e a compartimentação de ambientes foi detalhada para limitar a propagação do fogo. Apesar dos avanços, a flexibilização de prazos para inspeções e renovações de alvarás tem sido alvo de críticas, com especialistas alertando para o risco de retrocessos na segurança.
Na Macedônia do Norte, ainda não há informações sobre a existência de uma legislação específica semelhante à Lei Kiss, mas o incêndio da Pulse já pressiona o governo local a revisar suas políticas. Autoridades prometeram uma investigação rigorosa e medidas para evitar novos desastres, enquanto a população cobra ações concretas. A comparação entre os dois casos destaca como tragédias podem servir de catalisador para mudanças, mas também como a implementação efetiva dessas medidas permanece um desafio global.
Cronologia das tragédias em casas noturnas
Os incêndios na Kiss e na Pulse não são casos isolados, mas parte de uma série de desastres que expõem falhas recorrentes em casas noturnas. Confira uma linha do tempo com eventos marcantes:
- 2003: Incêndio na boate The Station, em Rhode Island, EUA, mata 100 pessoas após faíscas de pirotecnia atingirem espuma inflamável.
- 2013: Tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, Brasil, deixa 242 mortos e mais de 600 feridos.
- 2025: Incêndio na boate Pulse, em Kocani, Macedônia do Norte, resulta em 59 mortes.
Esses episódios, separados por anos e continentes, compartilham causas como o uso de pirotecnia e materiais combustíveis, além da falta de saídas de emergência adequadas.
Medidas de segurança que podem salvar vidas
Prevenir tragédias como as da Kiss e da Pulse exige ações práticas e fiscalização constante. Veja algumas recomendações baseadas em análises de especialistas:
- Proibição de pirotecnia em ambientes fechados com materiais inflamáveis.
- Instalação de saídas de emergência amplas e bem sinalizadas.
- Uso de revestimentos antichamas em tetos e paredes.
- Treinamento de equipes para evacuação rápida e eficiente.
- Fiscalização regular para garantir alvarás atualizados e extintores funcionais.
A adoção dessas medidas poderia ter reduzido o número de vítimas em ambos os casos, segundo peritos em segurança contra incêndios.
