A executando A televisão brasileira vive uma transformação histórica com a parceria entre Daniela Beyruti, presidente do SBT, e Boninho, ex-diretor da Globo com 40 anos de carreira. Anunciada em março de 2025, a colaboração visa reposicionar o canal, que enfrenta queda de audiência e prejuízos financeiros desde a morte de Silvio Santos, em agosto de 2024. Após anos de negociações frustradas entre as famílias Abravanel e Oliveira Sobrinho, o acordo firmado em 20 de fevereiro de 2025 aposta em realities como “The Voice” e um novo programa de confinamento para reconquistar a vice-liderança, perdida para a Record. Com Boninho trazendo sua expertise em formatos de sucesso e Daniela liderando a nova gestão, o SBT busca atrair o público jovem, que migrou para o streaming, e alcançar 6 pontos de média no Ibope ainda em 2025.
A emissora, que registrou 4,2 pontos de audiência em 2024 contra 5,8 da Record e 12,5 da Globo, vê na dupla uma chance de recuperação. O mercado publicitário já reage à movimentação, enquanto a programação ganha fôlego com produções locais de alto impacto. A parceria também carrega um simbolismo histórico, revisitando uma tentativa fracassada de 2003, quando Boni, pai de Boninho, quase assumiu um cargo no SBT, mas foi barrado por Silvio Santos.
Passado e presente se cruzam nessa nova fase. Daniela, que assumiu o comando após o falecimento do pai, une forças com Boninho, que deixou a Globo em setembro de 2024, para concretizar um sonho antigo das duas famílias. O resultado promete ser uma grade reformulada, com estreias previstas para o segundo semestre de 2025 e um foco claro em inovação e entretenimento.
Um novo capítulo para o SBT
Resgatando a essência do canal
Daniela Beyruti assumiu a presidência do SBT em um momento delicado, com o canal enfrentando desafios financeiros e uma audiência em declínio. Em 2024, 30% da programação foi ocupada por novelas estrangeiras, custando R$ 50 milhões, enquanto a produção local perdeu espaço. A chegada de Boninho marca uma virada, com foco em realities que resgatem a identidade do canal, conhecida por entretenimento leve e familiar. O “The Voice”, que retorna à TV aberta após deixar a Globo em 2023, está entre os destaques, com produção acelerada para o terceiro trimestre de 2025.

A parceria também reflete uma estratégia para reduzir a dependência de conteúdos importados. Em 2003, o SBT exibia 40 horas semanais de programas próprios, número que caiu para 25 em 2024. Agora, a emissora planeja reverter essa tendência, investindo em formatos que gerem engajamento e receita. Boninho, com mais de 20 edições do “Big Brother Brasil” no currículo, traz a experiência necessária para adaptar realities ao perfil do público do canal.
O objetivo é claro: atingir médias de 6 pontos em 2025, superando a Record e reduzindo a distância para a Globo. A meta exige produções capazes de atrair mais de 10 milhões de telespectadores por episódio, algo que o histórico de Boninho sugere ser possível. O mercado publicitário, que viu o SBT perder terreno nos últimos anos, já demonstra interesse nos projetos anunciados.
Lições de um passado inacabado
A colaboração entre Daniela e Boninho tem raízes em um episódio marcante de 2003. Naquele ano, Boni, então um dos maiores nomes da TV brasileira, assinou um contrato com o SBT em uma reunião na sede de Anhanguera. Acompanhado de Edwaldo Pacote e recebido por José Roberto Maluf, o acordo parecia selado. Silvio Santos, porém, voltou atrás na madrugada seguinte, cancelando tudo em um telefonema curto. O episódio ficou na memória como um “quase” na história da emissora.
Mais de duas décadas depois, Daniela transforma essa frustração em oportunidade. A saída de Boninho da Globo abriu as portas para a aliança, que ganhou forma em fevereiro de 2025. Um encontro familiar, com a presença de Boni, Daniela, Boninho e as irmãs Abravanel, Patrícia e Rebeca, simbolizou o início dessa nova era. A foto do momento, publicada em 23 de fevereiro, trouxe a legenda “Que encontro especial”, reforçando a união entre os legados de Silvio e Boni.
A história das duas famílias se entrelaça em uma narrativa única. Boninho, que dirigiu “Casa dos Artistas” no SBT em 2001 antes de brilhar na Globo, agora retorna ao canal com a missão de repetir o sucesso. Daniela, aos 47 anos a mais jovem filha de Silvio a assumir a presidência, lidera a transformação com visão estratégica e um olhar para o futuro.
Realities que prometem agitar 2025
“The Voice” e um novo confinamento em foco
Boninho chega ao SBT com um currículo impressionante, incluindo “No Limite” e o “Big Brother Brasil”, que alcançava picos de 25 pontos na Globo. Seu primeiro grande projeto no canal é o retorno do “The Voice”, reality musical que deixou a Globo após 12 temporadas. Com estreia prevista para o segundo semestre de 2025, o programa terá Boninho na direção, enquanto a escolha do apresentador segue em aberto. Nomes como Tiago Leifert foram ventilados, mas ele sinalizou foco em projetos esportivos.
O formato, que já foi um dos pilares da Globo, ganha nova vida no SBT, mirando médias entre 15 e 20 pontos, ajustadas ao alcance do canal. A produção acelerada reflete a urgência de Daniela em entregar resultados rápidos, enquanto Boninho adapta sua experiência ao orçamento e à identidade da emissora. O programa é visto como uma ponte entre o passado na Globo e o futuro no SBT, marcando a 13ª temporada do reality no Brasil.
Paralelamente, um novo reality de confinamento está em desenvolvimento, com potencial para estrear entre o final de 2025 e o início de 2026. Diferente de “A Fazenda” ou do “BBB”, o projeto pode trazer uma abordagem inédita, inspirada em formatos como “House of Villains”, com participantes polêmicos de outros programas. O custo estimado de R$ 10 milhões por temporada é competitivo frente aos R$ 50 milhões gastos com novelas em 2024, priorizando inovação e retorno financeiro.
Cronograma das estreias no ar
Os planos de Daniela e Boninho seguem um calendário bem definido para garantir impacto e qualidade. Confira as etapas previstas:
- Fevereiro de 2025: Assinatura dos contratos e alinhamento das produções, oficializados em 20 de fevereiro.
- Março a junho de 2025: Desenvolvimento do “The Voice” e do reality de confinamento, com seleção de elenco e apresentadores.
- Segundo semestre de 2025: Estreia do “The Voice” no terceiro trimestre, possivelmente acompanhada de uma revista matinal.
- Primeiro semestre de 2026: Lançamento do reality de confinamento, caso demande mais preparação.
A cautela na execução evita estreias precipitadas, priorizando acabamento e conexão com o público. Uma revista eletrônica matinal, com Ana Furtado cotada para o comando, pode complementar a grade, desafiando programas como “Mais Você” e “Hoje em Dia”. A diversificação busca capturar o público que dedicou 28% de seu tempo em 2024 a plataformas como Netflix e Disney+, segundo a Kantar Ibope Media.
Impactos no mercado e na audiência
Reposicionando o SBT na TV aberta
A parceria chega em um momento crítico para o SBT, que fechou 2024 com 4,2 pontos de média anual, atrás da Record (5,8) e da Globo (12,5). A meta de 6 pontos em 2025 exige formatos que gerem picos de audiência e atraiam anunciantes, algo que o “The Voice” e o novo reality têm potencial para entregar. A estratégia visa reconquistar o público jovem, cada vez mais distante da TV aberta, e recuperar a relevância perdida nos últimos anos.
Daniela enfrenta o desafio de equilibrar o legado de Silvio Santos com as demandas de um mercado em evolução. A redução das novelas estrangeiras, que dominaram a grade em 2024, abre espaço para realities e programas matinais, enquanto Boninho adapta seu estilo grandioso à realidade do SBT. A movimentação já impacta o mercado publicitário, que vê no canal uma chance de retorno com formatos de alto engajamento.
O público jovem, que migrou para o streaming, é um foco central. Em 2024, 28% do tempo de consumo de mídia foi dedicado a plataformas digitais, enquanto a TV aberta perdeu terreno. A combinação de realities inovadores e uma grade diversificada busca reverter essa tendência, trazendo o SBT de volta à disputa pela atenção dos telespectadores.
Curiosidades que marcam a parceria
A colaboração entre Daniela e Boninho é enriquecida por fatos históricos únicos. Veja alguns destaques:
- O contrato de Boni com o SBT em 2003 foi assinado em menos de duas horas, mas desfeito em um telefonema de três minutos.
- Boninho dirigiu o primeiro reality do SBT, “Casa dos Artistas”, em 2001, antes de se consolidar na Globo.
- Daniela é a mais jovem filha de Silvio Santos a assumir a presidência, com 47 anos.
- O “The Voice” chega à sua 13ª temporada no Brasil, agora no SBT, sob a direção de Boninho.
Esses detalhes reforçam a singularidade da parceria, que une tradição e inovação em um momento decisivo para a televisão brasileira. A história das duas famílias se reflete em uma colaboração que promete deixar sua marca na grade do SBT e no mercado de entretenimento.
