O governo brasileiro deu um passo significativo na reformulação do Imposto de Renda (IR) ao enviar ao Congresso Nacional, em 18 de março de 2025, um projeto que promete aliviar o bolso de milhões de trabalhadores. A proposta, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estabelece isenção total para quem ganha até R$ 5 mil por mês e descontos graduais para rendas de até R$ 7 mil, beneficiando cerca de 10 milhões de pessoas. Esse movimento, que entra em vigor apenas em 2026, caso aprovado, reflete uma promessa de campanha de Lula e busca atender à classe média em um momento de desafios econômicos e queda na popularidade do governo. Para compensar a perda de arrecadação, estimada em R$ 27 bilhões anuais, o texto prevê taxação mínima de até 10% para rendas superiores a R$ 600 mil por ano, afetando 141 mil contribuintes de alta renda.
Atualmente, a faixa de isenção do IR está em R$ 2.824, resultado de ajustes progressivos feitos desde 2023, que incluíram um desconto simplificado de R$ 564,80 sobre o limite oficial de R$ 2.259,20. Com a nova proposta, o salto para R$ 5 mil representa a maior alteração na tabela do imposto em décadas, eliminando a tributação para uma parcela significativa da população trabalhadora. Entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, a chamada “escadinha” tributária garante reduções parciais, suavizando a transição para as faixas mais altas, que permanecem inalteradas com alíquotas de até 27,5%.
A iniciativa chega em um contexto de pressões fiscais e debates sobre justiça tributária. Enquanto o governo defende que a medida injetará mais dinheiro na economia, críticos apontam possíveis impactos inflacionários e questionam a sustentabilidade do plano. O projeto agora depende da aprovação no Congresso, onde pode sofrer ajustes antes de se tornar lei.
O que muda com a proposta de isenção do IR
A reforma proposta redefine as regras do Imposto de Renda para milhões de brasileiros. Quem ganha até R$ 5 mil mensais ficará completamente livre do tributo, um benefício que hoje alcança apenas aqueles com renda até R$ 2.824. Para rendas entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, haverá abatimentos progressivos, reduzindo o valor pago em comparação com o sistema atual.
Dados da Receita Federal mostram que, sem a reforma, alguém com salário de R$ 6 mil paga cerca de R$ 574,29 por mês de IR. Com o novo modelo, esse valor cai para R$ 417,85, uma economia de mais de R$ 156 mensais. Acima de R$ 7 mil, nada muda: a tabela progressiva segue intacta, com alíquotas que variam de 7,5% a 27,5%.
Justiça tributária em foco
A ideia de ampliar a isenção do IR vem sendo discutida desde 2023, quando o governo começou a corrigir a tabela, defasada há anos. Historicamente, a falta de ajustes acompanhando a inflação fez com que mais trabalhadores entrassem na faixa de tributação, mesmo sem aumento real de poder aquisitivo. Com o novo limite de R$ 5 mil, o governo estima que 10 milhões de pessoas deixarão de pagar o imposto, somando-se aos 10 milhões já beneficiados por mudanças anteriores.
Entenda a “escadinha” e os novos cálculos
Com a proposta em tramitação, o governo introduz um mecanismo inovador para suavizar a tributação entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Diferente da tabela atual, que aplica alíquotas fixas por faixas de renda, a “escadinha” oferece abatimentos proporcionais, garantindo alívio gradual. Isso evita que trabalhadores com salários ligeiramente acima de R$ 5 mil sejam penalizados com uma carga tributária abrupta.
Para ilustrar, quem ganha R$ 5.500 por mês terá um desconto de 75% no IR, pagando R$ 202,13 em vez dos atuais R$ 436,79. Já para uma renda de R$ 6.500, o abatimento será de 25%, reduzindo o imposto de R$ 711,79 para R$ 633,57. Acima de R$ 7 mil, os valores seguem o modelo tradicional, sem alterações. A tabela atual, com deduções fixas por faixa, será substituída por essa lógica mais flexível até o limite proposto.
Esse sistema foi desenhado para beneficiar diretamente a classe média baixa, que hoje sente o peso do IR mesmo com salários modestos. Em 2024, cerca de 42,4 milhões de brasileiros declararam o imposto, e a expectativa é que a reforma reduza significativamente esse número a partir de 2026.
Quanto você pode economizar com a reforma
A economia gerada pela proposta varia conforme a renda mensal. Veja exemplos práticos de quanto será pago a menos:
- R$ 5.000: Isenção total; economia de R$ 312,89 por mês.
- R$ 5.500: Redução de R$ 436,79 para R$ 202,13; economia de R$ 234,66.
- R$ 6.000: Queda de R$ 574,29 para R$ 417,85; economia de R$ 156,44.
- R$ 6.500: De R$ 711,79 para R$ 633,57; economia de R$ 78,22.
- R$ 7.000: Sem desconto; segue pagando R$ 849,29.
Esses números mostram o impacto direto no bolso dos trabalhadores, especialmente para quem está na faixa intermediária. O governo destaca que a medida aumenta a renda disponível, estimulando o consumo e aquecendo a economia local.
Compensação para os mais ricos
Para bancar a isenção e os descontos, o projeto prevê uma contrapartida: uma alíquota mínima de até 10% para quem ganha mais de R$ 600 mil por ano. Essa taxação, que atinge apenas 0,06% da população (cerca de 141 mil pessoas), será progressiva, começando com valores menores e alcançando o teto para rendas acima de R$ 1,2 milhão anuais. A medida considera todos os rendimentos, como salários, aluguéis e dividendos, mas exclui itens como poupança e heranças.
O custo estimado da isenção, R$ 27 bilhões, será quase integralmente compensado por essa nova arrecadação, que deve gerar R$ 25,22 bilhões, além de R$ 8,9 bilhões com a tributação de dividendos enviados ao exterior. Assim, o governo busca um equilíbrio fiscal, redistribuindo a carga tributária para os mais ricos.
Cronograma da reforma do Imposto de Renda
A implementação da proposta segue um calendário definido:
- Março de 2025: Projeto enviado ao Congresso Nacional.
- 2025: Tramitação na Câmara e no Senado, com possível aprovação até o fim do ano.
- Janeiro de 2026: Início da vigência, impactando a declaração de 2027.
Por regras constitucionais, mudanças tributárias aprovadas em um ano só valem no seguinte, o que explica o atraso até 2026. Até lá, a faixa de isenção deve subir para R$ 3.036 ainda em 2025, acompanhando o reajuste do salário mínimo.
Impactos econômicos da nova política
A ampliação da isenção do IR deve injetar bilhões na economia, já que os trabalhadores terão mais dinheiro para gastar. Isso pode aumentar a arrecadação de impostos indiretos, como ICMS e ISS, beneficiando estados e municípios. Em 2023, o consumo já representava 63% do PIB brasileiro, e medidas como essa tendem a reforçar esse peso.
Por outro lado, a renúncia fiscal preocupa economistas, que alertam para possíveis pressões inflacionárias. Com o Orçamento de 2025 ainda pendente de votação, o governo precisa garantir que a compensação dos mais ricos seja suficiente para evitar desequilíbrios nas contas públicas. A tramitação no Congresso será decisiva para definir o alcance final da reforma.
Desafios e expectativas no Congresso
Aprovar o projeto não será tarefa simples. O Congresso, que já discute o Orçamento de 2025 com atraso de três meses, pode propor alterações, como a sugestão do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que defende isenção até R$ 10 mil, mas sem indicar fontes de compensação. Líderes parlamentares sinalizam apoio ao conceito de justiça tributária, mas querem garantias de que estados e municípios não perderão receita indireta.
O governo aposta na reforma como um trunfo político para 2026, ano eleitoral. A popularidade de Lula, abalada por inflação e crise fiscal, pode se beneficiar da medida, que tem aprovação de 75% da população, segundo pesquisas recentes. Enquanto isso, o mercado financeiro acompanha de perto, receoso de impactos no câmbio e na dívida pública, como visto em novembro de 2024, quando o dólar ultrapassou R$ 6 após o anúncio inicial.

O governo brasileiro deu um passo significativo na reformulação do Imposto de Renda (IR) ao enviar ao Congresso Nacional, em 18 de março de 2025, um projeto que promete aliviar o bolso de milhões de trabalhadores. A proposta, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estabelece isenção total para quem ganha até R$ 5 mil por mês e descontos graduais para rendas de até R$ 7 mil, beneficiando cerca de 10 milhões de pessoas. Esse movimento, que entra em vigor apenas em 2026, caso aprovado, reflete uma promessa de campanha de Lula e busca atender à classe média em um momento de desafios econômicos e queda na popularidade do governo. Para compensar a perda de arrecadação, estimada em R$ 27 bilhões anuais, o texto prevê taxação mínima de até 10% para rendas superiores a R$ 600 mil por ano, afetando 141 mil contribuintes de alta renda.
Atualmente, a faixa de isenção do IR está em R$ 2.824, resultado de ajustes progressivos feitos desde 2023, que incluíram um desconto simplificado de R$ 564,80 sobre o limite oficial de R$ 2.259,20. Com a nova proposta, o salto para R$ 5 mil representa a maior alteração na tabela do imposto em décadas, eliminando a tributação para uma parcela significativa da população trabalhadora. Entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, a chamada “escadinha” tributária garante reduções parciais, suavizando a transição para as faixas mais altas, que permanecem inalteradas com alíquotas de até 27,5%.
A iniciativa chega em um contexto de pressões fiscais e debates sobre justiça tributária. Enquanto o governo defende que a medida injetará mais dinheiro na economia, críticos apontam possíveis impactos inflacionários e questionam a sustentabilidade do plano. O projeto agora depende da aprovação no Congresso, onde pode sofrer ajustes antes de se tornar lei.
O que muda com a proposta de isenção do IR
A reforma proposta redefine as regras do Imposto de Renda para milhões de brasileiros. Quem ganha até R$ 5 mil mensais ficará completamente livre do tributo, um benefício que hoje alcança apenas aqueles com renda até R$ 2.824. Para rendas entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, haverá abatimentos progressivos, reduzindo o valor pago em comparação com o sistema atual.
Dados da Receita Federal mostram que, sem a reforma, alguém com salário de R$ 6 mil paga cerca de R$ 574,29 por mês de IR. Com o novo modelo, esse valor cai para R$ 417,85, uma economia de mais de R$ 156 mensais. Acima de R$ 7 mil, nada muda: a tabela progressiva segue intacta, com alíquotas que variam de 7,5% a 27,5%.
Justiça tributária em foco
A ideia de ampliar a isenção do IR vem sendo discutida desde 2023, quando o governo começou a corrigir a tabela, defasada há anos. Historicamente, a falta de ajustes acompanhando a inflação fez com que mais trabalhadores entrassem na faixa de tributação, mesmo sem aumento real de poder aquisitivo. Com o novo limite de R$ 5 mil, o governo estima que 10 milhões de pessoas deixarão de pagar o imposto, somando-se aos 10 milhões já beneficiados por mudanças anteriores.
Entenda a “escadinha” e os novos cálculos
Com a proposta em tramitação, o governo introduz um mecanismo inovador para suavizar a tributação entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Diferente da tabela atual, que aplica alíquotas fixas por faixas de renda, a “escadinha” oferece abatimentos proporcionais, garantindo alívio gradual. Isso evita que trabalhadores com salários ligeiramente acima de R$ 5 mil sejam penalizados com uma carga tributária abrupta.
Para ilustrar, quem ganha R$ 5.500 por mês terá um desconto de 75% no IR, pagando R$ 202,13 em vez dos atuais R$ 436,79. Já para uma renda de R$ 6.500, o abatimento será de 25%, reduzindo o imposto de R$ 711,79 para R$ 633,57. Acima de R$ 7 mil, os valores seguem o modelo tradicional, sem alterações. A tabela atual, com deduções fixas por faixa, será substituída por essa lógica mais flexível até o limite proposto.
Esse sistema foi desenhado para beneficiar diretamente a classe média baixa, que hoje sente o peso do IR mesmo com salários modestos. Em 2024, cerca de 42,4 milhões de brasileiros declararam o imposto, e a expectativa é que a reforma reduza significativamente esse número a partir de 2026.
Quanto você pode economizar com a reforma
A economia gerada pela proposta varia conforme a renda mensal. Veja exemplos práticos de quanto será pago a menos:
- R$ 5.000: Isenção total; economia de R$ 312,89 por mês.
- R$ 5.500: Redução de R$ 436,79 para R$ 202,13; economia de R$ 234,66.
- R$ 6.000: Queda de R$ 574,29 para R$ 417,85; economia de R$ 156,44.
- R$ 6.500: De R$ 711,79 para R$ 633,57; economia de R$ 78,22.
- R$ 7.000: Sem desconto; segue pagando R$ 849,29.
Esses números mostram o impacto direto no bolso dos trabalhadores, especialmente para quem está na faixa intermediária. O governo destaca que a medida aumenta a renda disponível, estimulando o consumo e aquecendo a economia local.
Compensação para os mais ricos
Para bancar a isenção e os descontos, o projeto prevê uma contrapartida: uma alíquota mínima de até 10% para quem ganha mais de R$ 600 mil por ano. Essa taxação, que atinge apenas 0,06% da população (cerca de 141 mil pessoas), será progressiva, começando com valores menores e alcançando o teto para rendas acima de R$ 1,2 milhão anuais. A medida considera todos os rendimentos, como salários, aluguéis e dividendos, mas exclui itens como poupança e heranças.
O custo estimado da isenção, R$ 27 bilhões, será quase integralmente compensado por essa nova arrecadação, que deve gerar R$ 25,22 bilhões, além de R$ 8,9 bilhões com a tributação de dividendos enviados ao exterior. Assim, o governo busca um equilíbrio fiscal, redistribuindo a carga tributária para os mais ricos.
Cronograma da reforma do Imposto de Renda
A implementação da proposta segue um calendário definido:
- Março de 2025: Projeto enviado ao Congresso Nacional.
- 2025: Tramitação na Câmara e no Senado, com possível aprovação até o fim do ano.
- Janeiro de 2026: Início da vigência, impactando a declaração de 2027.
Por regras constitucionais, mudanças tributárias aprovadas em um ano só valem no seguinte, o que explica o atraso até 2026. Até lá, a faixa de isenção deve subir para R$ 3.036 ainda em 2025, acompanhando o reajuste do salário mínimo.
Impactos econômicos da nova política
A ampliação da isenção do IR deve injetar bilhões na economia, já que os trabalhadores terão mais dinheiro para gastar. Isso pode aumentar a arrecadação de impostos indiretos, como ICMS e ISS, beneficiando estados e municípios. Em 2023, o consumo já representava 63% do PIB brasileiro, e medidas como essa tendem a reforçar esse peso.
Por outro lado, a renúncia fiscal preocupa economistas, que alertam para possíveis pressões inflacionárias. Com o Orçamento de 2025 ainda pendente de votação, o governo precisa garantir que a compensação dos mais ricos seja suficiente para evitar desequilíbrios nas contas públicas. A tramitação no Congresso será decisiva para definir o alcance final da reforma.
Desafios e expectativas no Congresso
Aprovar o projeto não será tarefa simples. O Congresso, que já discute o Orçamento de 2025 com atraso de três meses, pode propor alterações, como a sugestão do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que defende isenção até R$ 10 mil, mas sem indicar fontes de compensação. Líderes parlamentares sinalizam apoio ao conceito de justiça tributária, mas querem garantias de que estados e municípios não perderão receita indireta.
O governo aposta na reforma como um trunfo político para 2026, ano eleitoral. A popularidade de Lula, abalada por inflação e crise fiscal, pode se beneficiar da medida, que tem aprovação de 75% da população, segundo pesquisas recentes. Enquanto isso, o mercado financeiro acompanha de perto, receoso de impactos no câmbio e na dívida pública, como visto em novembro de 2024, quando o dólar ultrapassou R$ 6 após o anúncio inicial.
