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20 Mar 2025, Thu

Toninho assume culpa por Paulistão do Botafogo-SP e explica saídas no elenco




Campanha foi a pior do clube desde início da SAF; seis atletas deixam o Tricolor após o estadual Botafogo-SP apresenta o primeiro reforço para a Série B
O executivo de futebol do Botafogo-SP, Toninho Cecílio, assumiu a culpa pelo desempenho ruim do time no Paulistão deste ano. Segundo ele, as condições para contratações e treinamentos não condizem com as expectativas que a direção tinha para o trabalho de Márcio Zanardi e os jogadores no início da temporada.
– O orçamento que nos foi dado pelo presidente para o Paulistão foi um orçamento que, na minha expectativa e do jeito que trabalho, gostaria de ter classificado. Tínhamos ferramentas para isso proporcionadas pela empresa. Então, foi aquém da minha expectativa como profissional sério, com muita experiência dentro desse marcado. Foi o 18º Paulista que participei. Já fui campeão, já fui semifinalista como treinador em 2010 com o Grêmio Prudente, quando classificavam só quatro, tive vários trabalhos em várias funções. Não estou contente com o meu trabalho nesse Paulista. Não fiquei contente com o resultado, mas também entendo as dificuldades da competição, as alterações feitas em dezembro – disse em coletiva de imprensa de quase uma hora de duração nesta quarta-feira após apresentação do atacante Jefferson Nem, um dos três reforços oficializados para a Série B.
Na visão do dirigente, o elenco poderia ter se saído melhor no estadual. Além disso, apesar de ter destacado negativamente a derrota por 2 a 0 para o Guarani na estreia e o primeiro tempo do revés por 3 a 2 para a Portuguesa, ele também lamentou a falta de capricho nas finalizações em determinadas partidas em que, na visão de Cecílio, o Botafogo foi melhor.
– Não significa que os jogadores não se entregaram. Uma coisa é uma coisa, outra coisa e outra coisa. Não gostei de um jogo e meio tempo. Nos outros nós performamos, competimos, respeitamos a camisa, o presidente, a torcida e a história do Botafogo, que é um clube gigante no futebol brasileiro. Teve muita seriedade no trabalho aqui, honestidade, cara limpa e entrega de todos. O Botafogo foi o time que mais deu bola na trave na competição. “Ah, mas é desculpinha, papinho”. Não é. Estou aqui sério, passando alguns dados, porque ninguém defende a gente nesses detalhes. Isso significa que a gente criou chances, oportunidades e, por um detalhe na finalização, não tivemos dois, três pontos a mais, um ponto a mais. Água Santa aqui tivemos 20 finalizações. Mesmo assim estou aqui reconhecendo que a gente tinha que ir melhor.
Toninho Cecílio, executivo de futebol do Botafogo-SP
João Victor Cristovão/Agência Botafogo
A primeira vitória, no entanto, só saiu na oitava rodada, quando o time bateu o Velo Clube em casa. Com o triunfo diante do Bragantino, na sequência, e tropeços do Mirassol, o time chegou nas rodadas finais com chances de classificação, feito exaltado pelo diretor.
– Fico com a sensação de que, como dirigente, eu poderia ter entregue um trabalho melhor ao torcedor e ao presidente, que confiam em mim, mas nada desastroso. Um time que a duas rodadas para o final poder se classificar, desastroso isso não é. Vamos analisar com profissionalismo, razão e corrigir, tentar fazer uma Série B importante, brigando no grupo de cima, não deixando o pelotão de cima fugir. Sabemos das dificuldades, do poderio das outras equipes, mas o que a gente faz aqui no Botafogo, casando gestão administrativa com elenco, isso dá oportunidade para o tempo corrido longo. Isso ajuda a competitividade ser grande. Isso é o que a gente espera que aconteça e vamos trabalhar.
Pelo segundo ano seguido fora do mata-mata, o Tricolor terminou o Paulistão na 13ª posição com 11 pontos. Foram apenas duas vitórias e o ataque foi o pior entre os 16 clubes, com 12 gols marcados. É o pior desempenho desde o início da SAF no Pantera e desde a mudança de regulamento da competição.
– Corremos um risco maior do que poderíamos correr. Não tínhamos elenco para passar esse risco que passamos. Eles conseguiriam ter feito melhor do que isso, e a comissão técnica também. A gente fez uma programação prevendo todas as dificuldades. Ninguém foi pego de surpresa. Fomos pegos pelo esforço dos nossos adversários, pelo alto nível de competitividade.
– A responsabilidade é totalmente minha, até porque sou o responsável pelo departamento de futebol. Não gostei do que eu produzi e vou procurar melhorar mais, estudar mais. Vou reconhecer as deficiências que apresentamos, tentar corrigir e fazer uma Série B muito mais consistente do que 2024. Me coloco junto ao torcedor de uma forma muito firme no sentido de que o resultado não diz o que foi o trabalho. Era para ter pontuado mais e correr menos riscos. Com o elenco que eu tinha, e eu confio nesse grupo, em que ficou e em que está chegando, tenho certeza que vão performar melhor. Fizemos 11 contratações [no fim do ano], liberamos 14 atletas, e tivemos 30 dias para treinar. Não gosto de colocar isso como desculpa porque acho que temos condições de passar por cima disso e criar entrosamento em cima dessas dificuldades, até porque muitas equipes também formam equipes pouco tempo antes do Paulistão.
Botafogo-SP antes de enfrentar o Velo Clube no Paulistão
João Victor Menezes de Souza/Agência Botafogo
Saída de jogadores
Na coletiva de imprensa desta quarta, Toninho também confirmou a saída de seis jogadores do elenco atual. Eles seguem treinando no Botafogo, mas separado do grupo que vai disputar a Série B.
São eles o volante Jean Mangabeira, o zagueiro Allyson, os meias Luquinha e Arthur Mosca, o lateral-direito Jeampaul Herrera e o atacante Silvinho. Desses, apenas Mangabeira tinha contrato com término em abril.
– Tenho respeito por esses atletas. Em nenhum momento teve questão disciplinar, foram questões técnicas. Tem jogador que não jogou o Paulista, como o Luquinha, que está livre para encontrar uma oportunidade que possa jogar mais. No caso dele não foi análise técnica do Paulista, foi outra coisa que a gente entendeu que pudesse fazer esse movimento (…) Recebi um por um. Olhei no olho deles, conversei. É uma situação que não é agradável, não gosto de fazer isso.
Silvinho não faz parte dos planos do Tricolor
João Victor Menezes de Souza/Agência Botafogo
Ainda segundo ele, os jogadores estão trabalhando separado por questões estruturais do próprio clube.
– Crescemos muito em estrutura, mas não temos um campo de apoio que dê margem para treino. Se o nosso treinador está usando o campo, não posso fazer um treino em paralelo. Um dia o Bebeto [auxiliar do Zanardi] deu treino para eles, outro dia o Ivan Izzo [auxiliar da casa], para deixar claro que estamos dando o mesmo tratamento que damos ao grupo principal. Isso mostra respeito à carreira deles. Não é porque um jogador hoje não vai ficar no Botafogo que ele é ruim, estou jogando no lixo a carreira dele. De maneira nenhuma. Acho jogadores consistentes. Foram decisões, algumas com unanimidade, outras não. Foi uma decisão do Botafogo, sempre ouvindo treinador. Isso é normal. Eles treinam separados por questões de espaço e também porque não posso deixá-los fazer trabalhos de confronto, o que pode ocasionar uma lesão de LCA, problema de tornozelo, e prejudico o atleta porque não vai conseguir uma realocação. São treinos sem confronto, são mais analíticos, sem muito contato, mas que dá para treinar bastante. Além disso, tem os trabalhos de força na academia.
Allyson, zagueiro que não seguirá no Botafogo-SP
João Victor Cristovão / Agência Botafogo
Os jogadores que não ficarão no Tricolor devem ser negociados, segundo Cecílio.
– Preciso também entender onde esse atleta vai jogar, se vem uma proposta X, Y. Preciso ver como fazer a rescisão. Se ele já está empregado, para o clube é melhor fazer uma rescisão. Dá para se discutir melhor. Temos a janela correndo até dia 11 de abril e a gente está trabalhando para ajuda-los. Por enquanto, ainda estão conosco. O Allyson é do Sport. Nos contratos de empréstimos, geralmente é dito que é proibida a devolução, porque o clube tira o orçamento dele e coloca em outro jogador. Tem questão de contrato, de respeito entre os clubes, porque imagina fazer o contrato de um ano e depois do Paulistão não usar mais? Mas o Sport já aceitou e está colaborando para a recolocação. Ninguém está pressionando a saída. Tem que ser algo interessante para ambas as partes e estamos torcendo para que eles performem e me mostrem que estou errado. Já fui atleta e passar por isso que estão passando não é legal. Eu sei disso, não gosto.


Campanha foi a pior do clube desde início da SAF; seis atletas deixam o Tricolor após o estadual Botafogo-SP apresenta o primeiro reforço para a Série B
O executivo de futebol do Botafogo-SP, Toninho Cecílio, assumiu a culpa pelo desempenho ruim do time no Paulistão deste ano. Segundo ele, as condições para contratações e treinamentos não condizem com as expectativas que a direção tinha para o trabalho de Márcio Zanardi e os jogadores no início da temporada.
– O orçamento que nos foi dado pelo presidente para o Paulistão foi um orçamento que, na minha expectativa e do jeito que trabalho, gostaria de ter classificado. Tínhamos ferramentas para isso proporcionadas pela empresa. Então, foi aquém da minha expectativa como profissional sério, com muita experiência dentro desse marcado. Foi o 18º Paulista que participei. Já fui campeão, já fui semifinalista como treinador em 2010 com o Grêmio Prudente, quando classificavam só quatro, tive vários trabalhos em várias funções. Não estou contente com o meu trabalho nesse Paulista. Não fiquei contente com o resultado, mas também entendo as dificuldades da competição, as alterações feitas em dezembro – disse em coletiva de imprensa de quase uma hora de duração nesta quarta-feira após apresentação do atacante Jefferson Nem, um dos três reforços oficializados para a Série B.
Na visão do dirigente, o elenco poderia ter se saído melhor no estadual. Além disso, apesar de ter destacado negativamente a derrota por 2 a 0 para o Guarani na estreia e o primeiro tempo do revés por 3 a 2 para a Portuguesa, ele também lamentou a falta de capricho nas finalizações em determinadas partidas em que, na visão de Cecílio, o Botafogo foi melhor.
– Não significa que os jogadores não se entregaram. Uma coisa é uma coisa, outra coisa e outra coisa. Não gostei de um jogo e meio tempo. Nos outros nós performamos, competimos, respeitamos a camisa, o presidente, a torcida e a história do Botafogo, que é um clube gigante no futebol brasileiro. Teve muita seriedade no trabalho aqui, honestidade, cara limpa e entrega de todos. O Botafogo foi o time que mais deu bola na trave na competição. “Ah, mas é desculpinha, papinho”. Não é. Estou aqui sério, passando alguns dados, porque ninguém defende a gente nesses detalhes. Isso significa que a gente criou chances, oportunidades e, por um detalhe na finalização, não tivemos dois, três pontos a mais, um ponto a mais. Água Santa aqui tivemos 20 finalizações. Mesmo assim estou aqui reconhecendo que a gente tinha que ir melhor.
Toninho Cecílio, executivo de futebol do Botafogo-SP
João Victor Cristovão/Agência Botafogo
A primeira vitória, no entanto, só saiu na oitava rodada, quando o time bateu o Velo Clube em casa. Com o triunfo diante do Bragantino, na sequência, e tropeços do Mirassol, o time chegou nas rodadas finais com chances de classificação, feito exaltado pelo diretor.
– Fico com a sensação de que, como dirigente, eu poderia ter entregue um trabalho melhor ao torcedor e ao presidente, que confiam em mim, mas nada desastroso. Um time que a duas rodadas para o final poder se classificar, desastroso isso não é. Vamos analisar com profissionalismo, razão e corrigir, tentar fazer uma Série B importante, brigando no grupo de cima, não deixando o pelotão de cima fugir. Sabemos das dificuldades, do poderio das outras equipes, mas o que a gente faz aqui no Botafogo, casando gestão administrativa com elenco, isso dá oportunidade para o tempo corrido longo. Isso ajuda a competitividade ser grande. Isso é o que a gente espera que aconteça e vamos trabalhar.
Pelo segundo ano seguido fora do mata-mata, o Tricolor terminou o Paulistão na 13ª posição com 11 pontos. Foram apenas duas vitórias e o ataque foi o pior entre os 16 clubes, com 12 gols marcados. É o pior desempenho desde o início da SAF no Pantera e desde a mudança de regulamento da competição.
– Corremos um risco maior do que poderíamos correr. Não tínhamos elenco para passar esse risco que passamos. Eles conseguiriam ter feito melhor do que isso, e a comissão técnica também. A gente fez uma programação prevendo todas as dificuldades. Ninguém foi pego de surpresa. Fomos pegos pelo esforço dos nossos adversários, pelo alto nível de competitividade.
– A responsabilidade é totalmente minha, até porque sou o responsável pelo departamento de futebol. Não gostei do que eu produzi e vou procurar melhorar mais, estudar mais. Vou reconhecer as deficiências que apresentamos, tentar corrigir e fazer uma Série B muito mais consistente do que 2024. Me coloco junto ao torcedor de uma forma muito firme no sentido de que o resultado não diz o que foi o trabalho. Era para ter pontuado mais e correr menos riscos. Com o elenco que eu tinha, e eu confio nesse grupo, em que ficou e em que está chegando, tenho certeza que vão performar melhor. Fizemos 11 contratações [no fim do ano], liberamos 14 atletas, e tivemos 30 dias para treinar. Não gosto de colocar isso como desculpa porque acho que temos condições de passar por cima disso e criar entrosamento em cima dessas dificuldades, até porque muitas equipes também formam equipes pouco tempo antes do Paulistão.
Botafogo-SP antes de enfrentar o Velo Clube no Paulistão
João Victor Menezes de Souza/Agência Botafogo
Saída de jogadores
Na coletiva de imprensa desta quarta, Toninho também confirmou a saída de seis jogadores do elenco atual. Eles seguem treinando no Botafogo, mas separado do grupo que vai disputar a Série B.
São eles o volante Jean Mangabeira, o zagueiro Allyson, os meias Luquinha e Arthur Mosca, o lateral-direito Jeampaul Herrera e o atacante Silvinho. Desses, apenas Mangabeira tinha contrato com término em abril.
– Tenho respeito por esses atletas. Em nenhum momento teve questão disciplinar, foram questões técnicas. Tem jogador que não jogou o Paulista, como o Luquinha, que está livre para encontrar uma oportunidade que possa jogar mais. No caso dele não foi análise técnica do Paulista, foi outra coisa que a gente entendeu que pudesse fazer esse movimento (…) Recebi um por um. Olhei no olho deles, conversei. É uma situação que não é agradável, não gosto de fazer isso.
Silvinho não faz parte dos planos do Tricolor
João Victor Menezes de Souza/Agência Botafogo
Ainda segundo ele, os jogadores estão trabalhando separado por questões estruturais do próprio clube.
– Crescemos muito em estrutura, mas não temos um campo de apoio que dê margem para treino. Se o nosso treinador está usando o campo, não posso fazer um treino em paralelo. Um dia o Bebeto [auxiliar do Zanardi] deu treino para eles, outro dia o Ivan Izzo [auxiliar da casa], para deixar claro que estamos dando o mesmo tratamento que damos ao grupo principal. Isso mostra respeito à carreira deles. Não é porque um jogador hoje não vai ficar no Botafogo que ele é ruim, estou jogando no lixo a carreira dele. De maneira nenhuma. Acho jogadores consistentes. Foram decisões, algumas com unanimidade, outras não. Foi uma decisão do Botafogo, sempre ouvindo treinador. Isso é normal. Eles treinam separados por questões de espaço e também porque não posso deixá-los fazer trabalhos de confronto, o que pode ocasionar uma lesão de LCA, problema de tornozelo, e prejudico o atleta porque não vai conseguir uma realocação. São treinos sem confronto, são mais analíticos, sem muito contato, mas que dá para treinar bastante. Além disso, tem os trabalhos de força na academia.
Allyson, zagueiro que não seguirá no Botafogo-SP
João Victor Cristovão / Agência Botafogo
Os jogadores que não ficarão no Tricolor devem ser negociados, segundo Cecílio.
– Preciso também entender onde esse atleta vai jogar, se vem uma proposta X, Y. Preciso ver como fazer a rescisão. Se ele já está empregado, para o clube é melhor fazer uma rescisão. Dá para se discutir melhor. Temos a janela correndo até dia 11 de abril e a gente está trabalhando para ajuda-los. Por enquanto, ainda estão conosco. O Allyson é do Sport. Nos contratos de empréstimos, geralmente é dito que é proibida a devolução, porque o clube tira o orçamento dele e coloca em outro jogador. Tem questão de contrato, de respeito entre os clubes, porque imagina fazer o contrato de um ano e depois do Paulistão não usar mais? Mas o Sport já aceitou e está colaborando para a recolocação. Ninguém está pressionando a saída. Tem que ser algo interessante para ambas as partes e estamos torcendo para que eles performem e me mostrem que estou errado. Já fui atleta e passar por isso que estão passando não é legal. Eu sei disso, não gosto.



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