A etapa de Peniche da World Surf League (WSL) terminou com um espetáculo brasileiro nas ondas de Supertubos, em Portugal. Yago Dora, surfista paranaense radicado em Santa Catarina, superou Italo Ferreira, atual líder do ranking mundial, em uma final eletrizante disputada no dia 23 de março. O confronto, marcado por aéreos impressionantes e uma torcida vibrante nas areias portuguesas, coroou Yago com seu segundo título na carreira no circuito de elite do surfe. Com um somatório de 13,37, resultado de notas 6,70 e 6,67, ele deixou Italo, que alcançou 12,43 com 7,43 e 5,00, em segundo lugar. A bateria foi decidida nos segundos finais, com os dois atletas mostrando o melhor do surfe moderno em condições desafiadoras. A vitória impulsionou Yago 11 posições no ranking, colocando-o no quarto lugar e no cobiçado top-5, enquanto Italo segue na liderança e mantém a lycra amarela para a próxima etapa, em El Salvador, a partir de 2 de abril.
Após quatro dias de espera devido a condições adversas do mar, o domingo foi intenso em Peniche. A organização da WSL concentrou as fases decisivas do masculino — oitavas, quartas, semifinais e final — em um único dia, conhecido como Finals Day. A praia de Supertubos, famosa por seus tubos rápidos e consistentes, atraiu mais de 150 mil espectadores ao longo da janela do evento, que começou no dia 15 de março. Entre os brasileiros, além de Yago e Italo, Filipe Toledo também chegou ao Finals Day, mas caiu nas quartas de final diante do australiano Ethan Ewing, que surfou um tubo de 9,17, uma das maiores notas do dia.
O sucesso de Yago Dora reforça a hegemonia brasileira em Peniche, um palco que já viu sete títulos masculinos conquistados por surfistas do país desde que a etapa entrou no circuito, em 2009. Adriano de Souza venceu em 2011, seguido por Filipe Toledo em 2015, Gabriel Medina em 2017, Italo Ferreira em 2018 e 2019, João Chianca em 2023 e, agora, Yago em 2025. No feminino, a americana Caroline Marks levou o título ao derrotar a havaiana Gabriela Bryan por 7,90 a 6,97, consolidando seu bicampeonato em Portugal e subindo para a terceira posição no ranking.
- Oitavas de final masculinas: Yago Dora 12,17 x 6,33 Imaikalani deVault; Filipe Toledo 9,43 x 8,47 Jordy Smith; Italo Ferreira 12,84 x 9,00 Joel Vaughan.
Um domingo de maratona nas ondas de Supertubos
O último dia da janela em Peniche foi marcado por uma verdadeira maratona de surfe. Com o mar flat e ventos fortes entre os dias 20 e 22 de março, a WSL adiou as disputas masculinas, apostando no domingo para encerrar o evento. A decisão se provou acertada, já que as ondas de Supertubos entregaram condições variadas, com momentos de tubos e picos ideais para aéreos. Yago Dora aproveitou o cenário para mostrar consistência e versatilidade, vencendo suas baterias com autoridade desde as oitavas de final até a decisão contra Italo Ferreira.
Filipe Toledo, outro destaque brasileiro, também teve uma jornada sólida no Finals Day. Nas oitavas, ele superou o sul-africano Jordy Smith em uma bateria de notas baixas, avançando com 9,43 contra 8,47. Já nas quartas, o bicampeão mundial enfrentou Ethan Ewing, que abriu o confronto com um tubo impressionante. Toledo respondeu com um aéreo de 7,83, mas não encontrou a segunda onda necessária para virar o placar, encerrando sua participação com 8,96 contra 12,50 do australiano.
Italo Ferreira, por sua vez, chegou à final com uma campanha impecável. Nas oitavas, ele cravou um aéreo de 9,17 contra Joel Vaughan, garantindo 12,84 contra 9,00 do adversário. Nas quartas, enfrentou o indonésio Rio Waida, repetindo a final da etapa de Abu Dhabi, e venceu com 9,87 a 6,43. Na semifinal, diante do havaiano Barron Mamiya, Italo segurou a pressão em condições difíceis e avançou com 11,04 contra 9,93.
A final brasileira que parou Peniche
Reeditando a decisão da etapa de Saquarema de 2024, Yago Dora e Italo Ferreira protagonizaram um duelo memorável em Peniche. A final começou com Yago decolando em um full rotation, recebendo 6,67 apesar de um leve desequilíbrio na finalização. Italo respondeu rápido, combinando um tubo com um aéreo que lhe rendeu 7,43, a maior nota da bateria. O embate seguiu equilibrado, com os dois brasileiros trocando a liderança em um festival de manobras aéreas que empolgou a torcida presente nas areias portuguesas.
Nos minutos finais, Yago encontrou sua segunda onda decisiva. Com outro full rotation, dessa vez concluído com uma manobra de borda, ele alcançou 6,70, consolidando o somatório de 13,37. Italo, com a prioridade, precisava de 5,94 para virar. O potiguar tentou até o último segundo, dropando uma onda no estouro do relógio e completando um aéreo, mas a nota 5,00 não foi suficiente. A disputa terminou com uma diferença de menos de um ponto, evidenciando o alto nível técnico dos dois surfistas.
A torcida brasileira, que lotou as areias de Supertubos, vibrou com o show de aéreos e a vitória de Yago. O paranaense, emocionado, destacou a dificuldade de enfrentar Italo, um adversário que ele já havia perdido em finais anteriores. Para Italo, o vice-campeonato em Peniche mantém sua liderança no ranking, com 23.885 pontos acumulados na temporada.
Caminho até a glória: Yago brilha em todas as fases
Yago Dora chegou à final com uma campanha dominante em Peniche. Nas oitavas de final, ele enfrentou o havaiano Imaikalani deVault e venceu com facilidade, somando 12,17 contra 6,33 do adversário. O brasileiro mostrou consistência desde o início, aproveitando as ondas para executar aéreos e manobras de borda que impressionaram os juízes.
Nas quartas, Yago teve um confronto especial contra Jack Robinson, australiano treinado por seu pai, Leandro Dora. O duelo entre aluno e filho terminou com vitória convincente de Yago, que anotou 15,50, a maior somatória do dia até então, contra 8,50 de Robinson. A bateria destacou a superioridade do brasileiro em condições variáveis, com ondas que exigiam adaptação rápida.
A semifinal colocou Yago diante de Ethan Ewing, algoz de Filipe Toledo. O australiano não conseguiu repetir o desempenho das quartas e somou apenas 3,50, enquanto Yago brilhou com um aéreo de 7,50 e um combo de manobras que garantiu 12,83. A vitória em combinação selou a vaga na final e mostrou a confiança do surfista rumo ao título.
Italo Ferreira: revanches e consistência até a decisão
Italo Ferreira também trilhou um caminho sólido até a final em Peniche. Nas oitavas de final, ele enfrentou o australiano Joel Vaughan e cravou um aéreo impressionante de 9,17, a maior nota individual do Finals Day até aquele momento. Com 12,84 contra 9,00, Italo avançou sem dificuldades, mostrando o porquê de ser o líder do ranking mundial.
Nas quartas, o brasileiro reencontrou Rio Waida, adversário da final em Abu Dhabi. Assim como na etapa anterior, Italo levou a melhor, vencendo por 9,87 a 6,43 em uma bateria disputada em condições de poucas ondas. A revanche reforçou a boa fase do campeão olímpico, que chegou às semifinais com moral elevado.
O confronto semifinal contra Barron Mamiya foi mais um teste de paciência. Repetindo o embate da etapa de Pipeline, onde o havaiano havia levado a melhor, Italo dessa vez saiu vitorioso. Com ondas medianas e um somatório de 11,04 contra 9,93, ele garantiu sua vaga na final, pronto para o duelo brasileiro que definiria o campeão.
- Momentos decisivos de Italo:
- Oitavas: aéreo de 9,17 contra Joel Vaughan.
- Quartas: vitória sobre Rio Waida com 9,87.
- Semifinal: superação de Barron Mamiya com 11,04.
Filipe Toledo para nas quartas em duelo de gigantes
Filipe Toledo entrou no Finals Day com a missão de repetir o título de 2015 em Peniche. Nas oitavas de final, ele enfrentou Jordy Smith em uma bateria marcada por condições difíceis e notas baixas. O brasileiro conseguiu se adaptar melhor, vencendo por 9,43 a 8,47 e avançando para as quartas com a confiança de quem já conhece o sabor da vitória em Supertubos.
O confronto seguinte, porém, foi fatal. Diante de Ethan Ewing, Toledo viu o australiano abrir a bateria com um tubo de 9,17, colocando pressão desde o início. O bicampeão mundial respondeu com um aéreo de 7,83 em sua sexta tentativa, mas precisava de 4,67 para virar. Com a prioridade nos minutos finais, ele esperou por uma onda salvadora que não veio, encerrando sua campanha com 8,96 contra 12,50 do adversário.
A eliminação de Toledo abriu caminho para Ewing nas semifinais, mas o australiano não conseguiu manter o ritmo contra Yago Dora. Apesar da derrota, Filipinho segue entre os dez primeiros do ranking, mantendo-se como um dos principais nomes do surfe brasileiro na temporada.
Caroline Marks domina o feminino e leva o bicampeonato
No feminino, Caroline Marks confirmou seu favoritismo em Peniche ao conquistar o bicampeonato. A americana superou a havaiana Gabriela Bryan na final, somando 7,90 contra 6,97 da adversária. A vitória veio após uma campanha consistente no Finals Day, que incluiu semifinais e final disputadas no domingo.
Nas semifinais, Marks deixou para trás a australiana Molly Picklum, enquanto Gabriela Bryan eliminou a jovem canadense Erin Brooks. As brasileiras Tatiana Weston-Webb e Luana Silva, únicas representantes do país no feminino, já haviam sido eliminadas em fases anteriores, sem chances de brigar pelo título em Portugal.
Com o resultado, Caroline Marks subiu para a terceira posição no ranking mundial, atrás da líder Caitlin Simmers e de Brisa Hennessy. A conquista reforça a boa relação da americana com Supertubos, onde ela também venceu em 2019, consolidando seu nome entre as favoritas ao título mundial.
Supertubos: o palco perfeito para o surfe brasileiro
A praia de Supertubos, em Peniche, é conhecida como o “Pipeline português” por suas ondas tubulares e rápidas. Desde 2009, quando passou a fazer parte do circuito da WSL, o local tem sido um terreno fértil para os surfistas brasileiros. Dos 16 eventos masculinos realizados até agora, sete foram vencidos por atletas do Brasil, uma marca que reflete o domínio da chamada Brazilian Storm.
Yago Dora, com sua vitória em 2025, junta-se a uma lista de campeões que inclui nomes como Adriano de Souza, Filipe Toledo, Gabriel Medina, Italo Ferreira e João Chianca. A etapa deste ano atraiu um público recorde, com mais de 150 mil pessoas acompanhando as disputas ao vivo, muitas delas torcendo com bandeiras verde e amarelas.
A presença brasileira em Portugal vai além das ondas. A proximidade cultural, com o idioma e a grande comunidade de imigrantes, transforma Peniche em uma espécie de segunda casa para os surfistas do Brasil, algo que ficou evidente no apoio maciço da torcida durante o evento.
Cronograma da etapa de Peniche: como tudo aconteceu
A janela do MEO Rip Curl Pro Portugal começou no dia 15 de março e se estendeu até o dia 23, com uma programação marcada por desafios climáticos. O mar flat e os ventos fortes paralisaram as disputas por quatro dias, concentrando a ação no domingo decisivo. Veja como foi o calendário da competição:
- 15 de março: início da janela com poucas ondas e baterias iniciais adiadas.
- 19 de março: primeiras disputas masculinas, com Italo e Yago avançando.
- 20 a 22 de março: paralisação devido a condições adversas.
- 23 de março: Finals Day com oitavas, quartas, semifinais e finais; Yago Dora campeão.
Impacto no ranking: Yago sobe, Italo lidera
A vitória de Yago Dora em Peniche teve reflexos imediatos no ranking da WSL. Com o título, ele saltou da 15ª para a quarta posição, acumulando 15.010 pontos e entrando no top-5. O resultado o coloca como um forte candidato ao WSL Finals, evento que reúne os cinco melhores do ano para definir o campeão mundial.
Italo Ferreira, apesar do vice-campeonato, manteve a liderança com 23.885 pontos. O potiguar segue com a lycra amarela para a próxima etapa, em El Salvador, entre 2 e 11 de abril. Filipe Toledo, eliminado nas quartas, permanece entre os dez primeiros, mas perdeu a chance de encostar no líder. No feminino, Caroline Marks subiu para o terceiro lugar, enquanto Tatiana Weston-Webb e Luana Silva buscam recuperação nas próximas paradas do circuito.
A terceira etapa do ano intensifica a disputa pelas vagas no WSL Finals, com os brasileiros mantendo protagonismo no masculino. A combinação de talento, adaptação às condições e apoio da torcida coloca o Brasil como força dominante no surfe mundial, especialmente em palcos como Peniche.
Curiosidades sobre a etapa de Peniche
O evento em Supertubos trouxe momentos marcantes e números impressionantes que valem destaque:
- Maior nota do dia: 9,17, conquistada por Ethan Ewing (quartas) e Italo Ferreira (oitavas).
- Maior somatória: 15,50, de Yago Dora nas quartas contra Jack Robinson.
- Público recorde: mais de 150 mil espectadores ao longo da janela.
- Sétima vitória brasileira: Peniche segue como um dos picos mais favoráveis ao Brasil no circuito.

A etapa de Peniche da World Surf League (WSL) terminou com um espetáculo brasileiro nas ondas de Supertubos, em Portugal. Yago Dora, surfista paranaense radicado em Santa Catarina, superou Italo Ferreira, atual líder do ranking mundial, em uma final eletrizante disputada no dia 23 de março. O confronto, marcado por aéreos impressionantes e uma torcida vibrante nas areias portuguesas, coroou Yago com seu segundo título na carreira no circuito de elite do surfe. Com um somatório de 13,37, resultado de notas 6,70 e 6,67, ele deixou Italo, que alcançou 12,43 com 7,43 e 5,00, em segundo lugar. A bateria foi decidida nos segundos finais, com os dois atletas mostrando o melhor do surfe moderno em condições desafiadoras. A vitória impulsionou Yago 11 posições no ranking, colocando-o no quarto lugar e no cobiçado top-5, enquanto Italo segue na liderança e mantém a lycra amarela para a próxima etapa, em El Salvador, a partir de 2 de abril.
Após quatro dias de espera devido a condições adversas do mar, o domingo foi intenso em Peniche. A organização da WSL concentrou as fases decisivas do masculino — oitavas, quartas, semifinais e final — em um único dia, conhecido como Finals Day. A praia de Supertubos, famosa por seus tubos rápidos e consistentes, atraiu mais de 150 mil espectadores ao longo da janela do evento, que começou no dia 15 de março. Entre os brasileiros, além de Yago e Italo, Filipe Toledo também chegou ao Finals Day, mas caiu nas quartas de final diante do australiano Ethan Ewing, que surfou um tubo de 9,17, uma das maiores notas do dia.
O sucesso de Yago Dora reforça a hegemonia brasileira em Peniche, um palco que já viu sete títulos masculinos conquistados por surfistas do país desde que a etapa entrou no circuito, em 2009. Adriano de Souza venceu em 2011, seguido por Filipe Toledo em 2015, Gabriel Medina em 2017, Italo Ferreira em 2018 e 2019, João Chianca em 2023 e, agora, Yago em 2025. No feminino, a americana Caroline Marks levou o título ao derrotar a havaiana Gabriela Bryan por 7,90 a 6,97, consolidando seu bicampeonato em Portugal e subindo para a terceira posição no ranking.
- Oitavas de final masculinas: Yago Dora 12,17 x 6,33 Imaikalani deVault; Filipe Toledo 9,43 x 8,47 Jordy Smith; Italo Ferreira 12,84 x 9,00 Joel Vaughan.
Um domingo de maratona nas ondas de Supertubos
O último dia da janela em Peniche foi marcado por uma verdadeira maratona de surfe. Com o mar flat e ventos fortes entre os dias 20 e 22 de março, a WSL adiou as disputas masculinas, apostando no domingo para encerrar o evento. A decisão se provou acertada, já que as ondas de Supertubos entregaram condições variadas, com momentos de tubos e picos ideais para aéreos. Yago Dora aproveitou o cenário para mostrar consistência e versatilidade, vencendo suas baterias com autoridade desde as oitavas de final até a decisão contra Italo Ferreira.
Filipe Toledo, outro destaque brasileiro, também teve uma jornada sólida no Finals Day. Nas oitavas, ele superou o sul-africano Jordy Smith em uma bateria de notas baixas, avançando com 9,43 contra 8,47. Já nas quartas, o bicampeão mundial enfrentou Ethan Ewing, que abriu o confronto com um tubo impressionante. Toledo respondeu com um aéreo de 7,83, mas não encontrou a segunda onda necessária para virar o placar, encerrando sua participação com 8,96 contra 12,50 do australiano.
Italo Ferreira, por sua vez, chegou à final com uma campanha impecável. Nas oitavas, ele cravou um aéreo de 9,17 contra Joel Vaughan, garantindo 12,84 contra 9,00 do adversário. Nas quartas, enfrentou o indonésio Rio Waida, repetindo a final da etapa de Abu Dhabi, e venceu com 9,87 a 6,43. Na semifinal, diante do havaiano Barron Mamiya, Italo segurou a pressão em condições difíceis e avançou com 11,04 contra 9,93.
A final brasileira que parou Peniche
Reeditando a decisão da etapa de Saquarema de 2024, Yago Dora e Italo Ferreira protagonizaram um duelo memorável em Peniche. A final começou com Yago decolando em um full rotation, recebendo 6,67 apesar de um leve desequilíbrio na finalização. Italo respondeu rápido, combinando um tubo com um aéreo que lhe rendeu 7,43, a maior nota da bateria. O embate seguiu equilibrado, com os dois brasileiros trocando a liderança em um festival de manobras aéreas que empolgou a torcida presente nas areias portuguesas.
Nos minutos finais, Yago encontrou sua segunda onda decisiva. Com outro full rotation, dessa vez concluído com uma manobra de borda, ele alcançou 6,70, consolidando o somatório de 13,37. Italo, com a prioridade, precisava de 5,94 para virar. O potiguar tentou até o último segundo, dropando uma onda no estouro do relógio e completando um aéreo, mas a nota 5,00 não foi suficiente. A disputa terminou com uma diferença de menos de um ponto, evidenciando o alto nível técnico dos dois surfistas.
A torcida brasileira, que lotou as areias de Supertubos, vibrou com o show de aéreos e a vitória de Yago. O paranaense, emocionado, destacou a dificuldade de enfrentar Italo, um adversário que ele já havia perdido em finais anteriores. Para Italo, o vice-campeonato em Peniche mantém sua liderança no ranking, com 23.885 pontos acumulados na temporada.
Caminho até a glória: Yago brilha em todas as fases
Yago Dora chegou à final com uma campanha dominante em Peniche. Nas oitavas de final, ele enfrentou o havaiano Imaikalani deVault e venceu com facilidade, somando 12,17 contra 6,33 do adversário. O brasileiro mostrou consistência desde o início, aproveitando as ondas para executar aéreos e manobras de borda que impressionaram os juízes.
Nas quartas, Yago teve um confronto especial contra Jack Robinson, australiano treinado por seu pai, Leandro Dora. O duelo entre aluno e filho terminou com vitória convincente de Yago, que anotou 15,50, a maior somatória do dia até então, contra 8,50 de Robinson. A bateria destacou a superioridade do brasileiro em condições variáveis, com ondas que exigiam adaptação rápida.
A semifinal colocou Yago diante de Ethan Ewing, algoz de Filipe Toledo. O australiano não conseguiu repetir o desempenho das quartas e somou apenas 3,50, enquanto Yago brilhou com um aéreo de 7,50 e um combo de manobras que garantiu 12,83. A vitória em combinação selou a vaga na final e mostrou a confiança do surfista rumo ao título.
Italo Ferreira: revanches e consistência até a decisão
Italo Ferreira também trilhou um caminho sólido até a final em Peniche. Nas oitavas de final, ele enfrentou o australiano Joel Vaughan e cravou um aéreo impressionante de 9,17, a maior nota individual do Finals Day até aquele momento. Com 12,84 contra 9,00, Italo avançou sem dificuldades, mostrando o porquê de ser o líder do ranking mundial.
Nas quartas, o brasileiro reencontrou Rio Waida, adversário da final em Abu Dhabi. Assim como na etapa anterior, Italo levou a melhor, vencendo por 9,87 a 6,43 em uma bateria disputada em condições de poucas ondas. A revanche reforçou a boa fase do campeão olímpico, que chegou às semifinais com moral elevado.
O confronto semifinal contra Barron Mamiya foi mais um teste de paciência. Repetindo o embate da etapa de Pipeline, onde o havaiano havia levado a melhor, Italo dessa vez saiu vitorioso. Com ondas medianas e um somatório de 11,04 contra 9,93, ele garantiu sua vaga na final, pronto para o duelo brasileiro que definiria o campeão.
- Momentos decisivos de Italo:
- Oitavas: aéreo de 9,17 contra Joel Vaughan.
- Quartas: vitória sobre Rio Waida com 9,87.
- Semifinal: superação de Barron Mamiya com 11,04.
Filipe Toledo para nas quartas em duelo de gigantes
Filipe Toledo entrou no Finals Day com a missão de repetir o título de 2015 em Peniche. Nas oitavas de final, ele enfrentou Jordy Smith em uma bateria marcada por condições difíceis e notas baixas. O brasileiro conseguiu se adaptar melhor, vencendo por 9,43 a 8,47 e avançando para as quartas com a confiança de quem já conhece o sabor da vitória em Supertubos.
O confronto seguinte, porém, foi fatal. Diante de Ethan Ewing, Toledo viu o australiano abrir a bateria com um tubo de 9,17, colocando pressão desde o início. O bicampeão mundial respondeu com um aéreo de 7,83 em sua sexta tentativa, mas precisava de 4,67 para virar. Com a prioridade nos minutos finais, ele esperou por uma onda salvadora que não veio, encerrando sua campanha com 8,96 contra 12,50 do adversário.
A eliminação de Toledo abriu caminho para Ewing nas semifinais, mas o australiano não conseguiu manter o ritmo contra Yago Dora. Apesar da derrota, Filipinho segue entre os dez primeiros do ranking, mantendo-se como um dos principais nomes do surfe brasileiro na temporada.
Caroline Marks domina o feminino e leva o bicampeonato
No feminino, Caroline Marks confirmou seu favoritismo em Peniche ao conquistar o bicampeonato. A americana superou a havaiana Gabriela Bryan na final, somando 7,90 contra 6,97 da adversária. A vitória veio após uma campanha consistente no Finals Day, que incluiu semifinais e final disputadas no domingo.
Nas semifinais, Marks deixou para trás a australiana Molly Picklum, enquanto Gabriela Bryan eliminou a jovem canadense Erin Brooks. As brasileiras Tatiana Weston-Webb e Luana Silva, únicas representantes do país no feminino, já haviam sido eliminadas em fases anteriores, sem chances de brigar pelo título em Portugal.
Com o resultado, Caroline Marks subiu para a terceira posição no ranking mundial, atrás da líder Caitlin Simmers e de Brisa Hennessy. A conquista reforça a boa relação da americana com Supertubos, onde ela também venceu em 2019, consolidando seu nome entre as favoritas ao título mundial.
Supertubos: o palco perfeito para o surfe brasileiro
A praia de Supertubos, em Peniche, é conhecida como o “Pipeline português” por suas ondas tubulares e rápidas. Desde 2009, quando passou a fazer parte do circuito da WSL, o local tem sido um terreno fértil para os surfistas brasileiros. Dos 16 eventos masculinos realizados até agora, sete foram vencidos por atletas do Brasil, uma marca que reflete o domínio da chamada Brazilian Storm.
Yago Dora, com sua vitória em 2025, junta-se a uma lista de campeões que inclui nomes como Adriano de Souza, Filipe Toledo, Gabriel Medina, Italo Ferreira e João Chianca. A etapa deste ano atraiu um público recorde, com mais de 150 mil pessoas acompanhando as disputas ao vivo, muitas delas torcendo com bandeiras verde e amarelas.
A presença brasileira em Portugal vai além das ondas. A proximidade cultural, com o idioma e a grande comunidade de imigrantes, transforma Peniche em uma espécie de segunda casa para os surfistas do Brasil, algo que ficou evidente no apoio maciço da torcida durante o evento.
Cronograma da etapa de Peniche: como tudo aconteceu
A janela do MEO Rip Curl Pro Portugal começou no dia 15 de março e se estendeu até o dia 23, com uma programação marcada por desafios climáticos. O mar flat e os ventos fortes paralisaram as disputas por quatro dias, concentrando a ação no domingo decisivo. Veja como foi o calendário da competição:
- 15 de março: início da janela com poucas ondas e baterias iniciais adiadas.
- 19 de março: primeiras disputas masculinas, com Italo e Yago avançando.
- 20 a 22 de março: paralisação devido a condições adversas.
- 23 de março: Finals Day com oitavas, quartas, semifinais e finais; Yago Dora campeão.
Impacto no ranking: Yago sobe, Italo lidera
A vitória de Yago Dora em Peniche teve reflexos imediatos no ranking da WSL. Com o título, ele saltou da 15ª para a quarta posição, acumulando 15.010 pontos e entrando no top-5. O resultado o coloca como um forte candidato ao WSL Finals, evento que reúne os cinco melhores do ano para definir o campeão mundial.
Italo Ferreira, apesar do vice-campeonato, manteve a liderança com 23.885 pontos. O potiguar segue com a lycra amarela para a próxima etapa, em El Salvador, entre 2 e 11 de abril. Filipe Toledo, eliminado nas quartas, permanece entre os dez primeiros, mas perdeu a chance de encostar no líder. No feminino, Caroline Marks subiu para o terceiro lugar, enquanto Tatiana Weston-Webb e Luana Silva buscam recuperação nas próximas paradas do circuito.
A terceira etapa do ano intensifica a disputa pelas vagas no WSL Finals, com os brasileiros mantendo protagonismo no masculino. A combinação de talento, adaptação às condições e apoio da torcida coloca o Brasil como força dominante no surfe mundial, especialmente em palcos como Peniche.
Curiosidades sobre a etapa de Peniche
O evento em Supertubos trouxe momentos marcantes e números impressionantes que valem destaque:
- Maior nota do dia: 9,17, conquistada por Ethan Ewing (quartas) e Italo Ferreira (oitavas).
- Maior somatória: 15,50, de Yago Dora nas quartas contra Jack Robinson.
- Público recorde: mais de 150 mil espectadores ao longo da janela.
- Sétima vitória brasileira: Peniche segue como um dos picos mais favoráveis ao Brasil no circuito.
