Em um domingo eletrizante nas ondas de Supertubos, Yago Dora conquistou o título da etapa de Peniche da World Surf League (WSL), superando Italo Ferreira em uma final brasileira emocionante. O confronto, marcado por aéreos impressionantes e uma disputa acirrada até os segundos finais, terminou com o somatório de 13,37 (6,70 + 6,67) para Yago contra 12,43 (7,43 + 5,00) de Italo. A vitória, alcançada no último dia da janela de competição, após quatro dias de espera por condições favoráveis, consagrou o segundo troféu da carreira do surfista paranaense radicado em Santa Catarina. Com o resultado, Yago subiu 11 posições no ranking mundial, alcançando o quarto lugar e entrando no top-5, enquanto Italo, mesmo com o vice-campeonato, manteve a liderança e seguirá com a lycra amarela na próxima etapa, em El Salvador, a partir de 2 de abril.
A torcida brasileira, presente em peso nas areias portuguesas, vibrou com o duelo que reeditou a final de Saquarema de 2024, quando Italo levou a melhor. Desta vez, however, Yago encontrou o caminho para a vitória, interrompendo um jejum que durava desde seu primeiro título, conquistado em 2023, também em Saquarema. A etapa de Peniche, conhecida como a “segunda casa” do Brasil no circuito devido à proximidade cultural e à grande comunidade brasileira em Portugal, foi palco de uma verdadeira maratona no domingo, com as fases de oitavas, quartas, semifinais e final disputadas em sequência.
Filipe Toledo, outro brasileiro de destaque no evento, também competiu no dia decisivo, mas parou nas quartas de final, eliminado pelo australiano Ethan Ewing. Apesar da derrota, a presença de três brasileiros entre os principais competidores reforça o domínio da chamada “Brazilian Storm” no surfe mundial. O dia foi repleto de manobras aéreas, aproveitando as condições desafiadoras de Supertubos, que, embora não tenha oferecido os tubos característicos, proporcionou ondas ideais para o espetáculo de voos e rotações.
BRAZILIAN STORM NO TOPO!!! PARABÉNS YAGO DORA E ITALO FERREIRA!!!
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— Surf News Brasil 🌊 (@SurfNewsBrasil) March 23, 2025
Destaques da final em Peniche
- Yago Dora: Abriu a bateria com um aéreo full rotation, recebendo 6,67, e consolidou a vitória com outro aéreo de 6,70.
- Italo Ferreira: Respondeu com um combo de tubo e aéreo, alcançando a maior nota da final, 7,43, mas não conseguiu a virada.
- Momento decisivo: Nos segundos finais, Italo precisava de 5,94 e, apesar de um último aéreo, somou apenas 5,00, ficando a 0,94 da vitória.
Um domingo de maratona nas ondas portuguesas
Após quatro dias de interrupção devido às condições climáticas desfavoráveis, o domingo marcou a retomada da competição em Peniche com uma agenda intensa. A WSL optou por concentrar as fases finais no último dia da janela, que ia de 15 a 23 de março, aproveitando a melhoria nas ondas de Supertubos. A decisão exigiu preparo físico e mental dos atletas, especialmente de Yago Dora e Italo Ferreira, que disputaram quatro baterias cada ao longo do dia, desde as oitavas de final até a grande decisão.
Yago começou sua campanha nas oitavas enfrentando o havaiano Imaikalani deVault. Com um desempenho sólido, alcançou 12,17 (7,00 + 5,17) contra 6,33 do adversário, avançando com facilidade. Nas quartas, o brasileiro enfrentou Jack Robinson, australiano treinado por seu pai, Leandro Dora. Em um confronto que misturou rivalidade esportiva e laços familiares, Yago dominou com 15,50 (8,00 + 7,50), enquanto Robinson somou apenas 8,50. A semifinal colocou Yago contra Ethan Ewing, responsável por eliminar Filipe Toledo. Mesmo com condições difíceis, que levaram a um reinício da bateria após 10 minutos sem ondas, Yago brilhou com um aéreo de 7,50 e um 5,33, totalizando 12,83 contra 3,50 do australiano.
Italo Ferreira, por sua vez, também traçou um caminho imponente até a final. Nas oitavas, enfrentou o australiano Joel Vaughan e, com um aéreo girando 540º, anotou 9,17, fechando a bateria em 12,84 contra 9,00. Nas quartas, reencontrou o indonésio Rio Waida, adversário derrotado na final da etapa anterior, em Abu Dhabi. Apesar de dificuldades para encontrar uma segunda onda boa, Italo venceu por 9,87 a 6,43. Na semifinal, contra o havaiano Barron Mamiya, o potiguar sofreu pressão, mas garantiu a vaga com um aéreo nos instantes finais, consolidando sua presença na decisão.
A Brazilian Storm em ação
O domínio brasileiro no surfe mundial ficou evidente mais uma vez em Peniche. Além de Yago e Italo, outros representantes da “Brazilian Storm” marcaram presença nas fases decisivas. Filipe Toledo, atual nono colocado no ranking com 11.385 pontos, avançou às quartas após derrotar o sul-africano Jordy Smith por 9,43 a 8,47, mas caiu diante de Ethan Ewing, que somou 12,84 contra 11,23 do brasileiro. A força do Brasil no circuito é reforçada por nomes como Miguel Pupo, décimo no ranking com 10.820 pontos, e Ian Gouveia, 14º com 7.680 pontos, embora nenhum deles tenha chegado às quartas em Peniche.
No feminino, o cenário foi menos favorável para as brasileiras. Luana Silva, 14ª no ranking com 7.830 pontos, e Tatiana Weston-Webb, 17ª com 6.265 pontos, foram eliminadas antes das fases finais, refletindo um início de temporada irregular para as representantes do país. A final feminina foi vencida pela norte-americana Caroline Marks, que superou a havaiana Gabriela Bryan por 7,90 a 6,97, conquistando o título em Peniche pela segunda vez em sua carreira, seis anos após sua primeira vitória no evento.
Números da Brazilian Storm em Peniche
- Yago Dora subiu de 15º para 4º no ranking, com 15.050 pontos.
- Italo Ferreira segue líder com 23.885 pontos após três etapas.
- Filipe Toledo mantém a nona posição com 11.385 pontos.
O caminho de Yago até o título
A trajetória de Yago Dora em Peniche foi marcada por consistência e evolução ao longo do evento. Nas oitavas, o surfista mostrou segurança contra Imaikalani deVault, aproveitando as ondas para construir um somatório confortável. O confronto nas quartas contra Jack Robinson foi um dos momentos mais simbólicos da campanha. Treinado por Leandro Dora, pai de Yago, o australiano não conseguiu acompanhar o ritmo do brasileiro, que combinou um aéreo de 8,00 com manobras de borda para garantir 15,50, uma das maiores notas do dia.
Na semifinal, as condições adversas testaram a paciência dos competidores. Após um “recall” devido à ausência de ondas, Yago encontrou uma oportunidade e lançou um aéreo de 7,50, seguido por uma segunda nota de 5,33, colocando Ethan Ewing em combinação. A vitória na bateria consolidou a confiança de Yago para a final, onde enfrentaria Italo Ferreira, o líder do ranking e bicampeão em Peniche (2018 e 2019). A regularidade do brasileiro, com duas notas na casa dos 6, contrastou com a busca de Italo por uma onda salvadora nos instantes finais, selando o triunfo de Yago.
Italo Ferreira: líder mesmo na derrota
Apesar de não conquistar o tricampeonato em Peniche, Italo Ferreira demonstrou por que segue na liderança do ranking mundial. O potiguar, que venceu a etapa de Abu Dhabi no início da temporada, chegou à final com um repertório impressionante de aéreos. Nas oitavas, o 9,17 contra Joel Vaughan foi uma das maiores notas do evento, resultado de um giro completo de 540º. Nas quartas, a vitória sobre Rio Waida repetiu o roteiro da final em Abu Dhabi, mostrando a superioridade de Italo contra o indonésio.
A semifinal contra Barron Mamiya foi um teste de resiliência. Após um início difícil, Italo encontrou uma onda nos últimos instantes e lançou um aéreo que garantiu sua vaga na decisão. Na final, o combo de tubo e aéreo para 7,43 colocou pressão em Yago, mas a falta de uma segunda nota alta impediu a virada. Mesmo com o vice-campeonato, Italo mantém uma vantagem confortável na liderança, com 23.885 pontos, quase 9 mil à frente de Yago, seu mais novo concorrente no top-5.
Supertubos: palco de desafios e espetáculo
Localizada em Peniche, a praia de Supertubos é conhecida por suas ondas rápidas e tubulares, mas neste evento as condições favoreceram mais os aéreos do que os tubos tradicionais. Após dias de espera, o domingo trouxe ondas agitadas, embora menores do que o ideal para os tubos que dão fama ao pico. A WSL adaptou o cronograma, concentrando as disputas no último dia, o que exigiu dos surfistas uma combinação de técnica, resistência e estratégia.
A presença maciça da torcida brasileira transformou o ambiente em um caldeirão verde e amarelo. A proximidade linguística e cultural com Portugal, aliada à comunidade de brasileiros residentes no país, fez de Peniche um território quase caseiro para os atletas do Brasil. O público, que lotou as areias, celebrou cada manobra com entusiasmo, especialmente na final, quando Yago e Italo elevaram o nível da competição com seus voos.
Curiosidades sobre Supertubos em Peniche
- Supertubos já recebeu a elite do surfe mundial pela 22ª vez em 2025.
- Italo Ferreira é bicampeão no pico, com títulos em 2018 e 2019.
- As ondas rápidas do local são ideais para manobras aéreas em dias de swell menor.
Ranking atualizado e próximas etapas
Com o término da etapa de Peniche, o ranking da WSL sofreu alterações significativas. Yago Dora, que começou a temporada com resultados discretos (33º em Pipeline e quartas em Abu Dhabi), deu um salto impressionante, subindo de 15º para 4º com 15.050 pontos. Italo Ferreira, por sua vez, consolidou a liderança com 23.885 pontos, seguido pelo havaiano Barron Mamiya (segundo) e pelo australiano Ethan Ewing (terceiro). Entre os brasileiros, Filipe Toledo segue em nono, enquanto Miguel Pupo fecha o top-10.
A próxima parada do circuito será em El Salvador, com início marcado para 2 de abril. A etapa promete novas disputas acirradas, especialmente entre os brasileiros, que chegam embalados por duas vitórias em três eventos disputados na temporada. No feminino, Caitlin Simmers, dos Estados Unidos, lidera com 22.545 pontos, enquanto as brasileiras buscam recuperação após um início difícil.
Calendário das próximas etapas da WSL
- 2 a 11 de abril: El Salvador Pro, em Punta Roca.
- Maio: Etapa em Margaret River, na Austrália.
- Junho: Vivo Rio Pro, em Saquarema, Brasil.
O impacto da vitória para Yago Dora
A conquista em Peniche representa um marco na carreira de Yago Dora. Após bater na trave em duas finais na temporada passada, o surfista de 28 anos encontrou redenção em Portugal. Sua primeira vitória, em Saquarema, em 2023, já havia mostrado seu potencial, mas o triunfo sobre Italo Ferreira, atual número 1 do mundo e campeão olímpico, eleva seu status no circuito. A regularidade nas notas e a capacidade de performar sob pressão foram fundamentais para o sucesso em Supertubos.
Para Italo, o vice-campeonato não diminui sua força na temporada. Com uma vitória em Abu Dhabi e semifinais em Pipeline, o potiguar segue como favorito ao título mundial. A rivalidade com Yago, que já se enfrentaram em finais no Brasil e agora em Portugal, promete aquecer ainda mais o circuito, especialmente em Saquarema, onde o confronto pode se repetir diante da torcida brasileira.

Em um domingo eletrizante nas ondas de Supertubos, Yago Dora conquistou o título da etapa de Peniche da World Surf League (WSL), superando Italo Ferreira em uma final brasileira emocionante. O confronto, marcado por aéreos impressionantes e uma disputa acirrada até os segundos finais, terminou com o somatório de 13,37 (6,70 + 6,67) para Yago contra 12,43 (7,43 + 5,00) de Italo. A vitória, alcançada no último dia da janela de competição, após quatro dias de espera por condições favoráveis, consagrou o segundo troféu da carreira do surfista paranaense radicado em Santa Catarina. Com o resultado, Yago subiu 11 posições no ranking mundial, alcançando o quarto lugar e entrando no top-5, enquanto Italo, mesmo com o vice-campeonato, manteve a liderança e seguirá com a lycra amarela na próxima etapa, em El Salvador, a partir de 2 de abril.
A torcida brasileira, presente em peso nas areias portuguesas, vibrou com o duelo que reeditou a final de Saquarema de 2024, quando Italo levou a melhor. Desta vez, however, Yago encontrou o caminho para a vitória, interrompendo um jejum que durava desde seu primeiro título, conquistado em 2023, também em Saquarema. A etapa de Peniche, conhecida como a “segunda casa” do Brasil no circuito devido à proximidade cultural e à grande comunidade brasileira em Portugal, foi palco de uma verdadeira maratona no domingo, com as fases de oitavas, quartas, semifinais e final disputadas em sequência.
Filipe Toledo, outro brasileiro de destaque no evento, também competiu no dia decisivo, mas parou nas quartas de final, eliminado pelo australiano Ethan Ewing. Apesar da derrota, a presença de três brasileiros entre os principais competidores reforça o domínio da chamada “Brazilian Storm” no surfe mundial. O dia foi repleto de manobras aéreas, aproveitando as condições desafiadoras de Supertubos, que, embora não tenha oferecido os tubos característicos, proporcionou ondas ideais para o espetáculo de voos e rotações.
BRAZILIAN STORM NO TOPO!!! PARABÉNS YAGO DORA E ITALO FERREIRA!!!
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— Surf News Brasil 🌊 (@SurfNewsBrasil) March 23, 2025
Destaques da final em Peniche
- Yago Dora: Abriu a bateria com um aéreo full rotation, recebendo 6,67, e consolidou a vitória com outro aéreo de 6,70.
- Italo Ferreira: Respondeu com um combo de tubo e aéreo, alcançando a maior nota da final, 7,43, mas não conseguiu a virada.
- Momento decisivo: Nos segundos finais, Italo precisava de 5,94 e, apesar de um último aéreo, somou apenas 5,00, ficando a 0,94 da vitória.
Um domingo de maratona nas ondas portuguesas
Após quatro dias de interrupção devido às condições climáticas desfavoráveis, o domingo marcou a retomada da competição em Peniche com uma agenda intensa. A WSL optou por concentrar as fases finais no último dia da janela, que ia de 15 a 23 de março, aproveitando a melhoria nas ondas de Supertubos. A decisão exigiu preparo físico e mental dos atletas, especialmente de Yago Dora e Italo Ferreira, que disputaram quatro baterias cada ao longo do dia, desde as oitavas de final até a grande decisão.
Yago começou sua campanha nas oitavas enfrentando o havaiano Imaikalani deVault. Com um desempenho sólido, alcançou 12,17 (7,00 + 5,17) contra 6,33 do adversário, avançando com facilidade. Nas quartas, o brasileiro enfrentou Jack Robinson, australiano treinado por seu pai, Leandro Dora. Em um confronto que misturou rivalidade esportiva e laços familiares, Yago dominou com 15,50 (8,00 + 7,50), enquanto Robinson somou apenas 8,50. A semifinal colocou Yago contra Ethan Ewing, responsável por eliminar Filipe Toledo. Mesmo com condições difíceis, que levaram a um reinício da bateria após 10 minutos sem ondas, Yago brilhou com um aéreo de 7,50 e um 5,33, totalizando 12,83 contra 3,50 do australiano.
Italo Ferreira, por sua vez, também traçou um caminho imponente até a final. Nas oitavas, enfrentou o australiano Joel Vaughan e, com um aéreo girando 540º, anotou 9,17, fechando a bateria em 12,84 contra 9,00. Nas quartas, reencontrou o indonésio Rio Waida, adversário derrotado na final da etapa anterior, em Abu Dhabi. Apesar de dificuldades para encontrar uma segunda onda boa, Italo venceu por 9,87 a 6,43. Na semifinal, contra o havaiano Barron Mamiya, o potiguar sofreu pressão, mas garantiu a vaga com um aéreo nos instantes finais, consolidando sua presença na decisão.
A Brazilian Storm em ação
O domínio brasileiro no surfe mundial ficou evidente mais uma vez em Peniche. Além de Yago e Italo, outros representantes da “Brazilian Storm” marcaram presença nas fases decisivas. Filipe Toledo, atual nono colocado no ranking com 11.385 pontos, avançou às quartas após derrotar o sul-africano Jordy Smith por 9,43 a 8,47, mas caiu diante de Ethan Ewing, que somou 12,84 contra 11,23 do brasileiro. A força do Brasil no circuito é reforçada por nomes como Miguel Pupo, décimo no ranking com 10.820 pontos, e Ian Gouveia, 14º com 7.680 pontos, embora nenhum deles tenha chegado às quartas em Peniche.
No feminino, o cenário foi menos favorável para as brasileiras. Luana Silva, 14ª no ranking com 7.830 pontos, e Tatiana Weston-Webb, 17ª com 6.265 pontos, foram eliminadas antes das fases finais, refletindo um início de temporada irregular para as representantes do país. A final feminina foi vencida pela norte-americana Caroline Marks, que superou a havaiana Gabriela Bryan por 7,90 a 6,97, conquistando o título em Peniche pela segunda vez em sua carreira, seis anos após sua primeira vitória no evento.
Números da Brazilian Storm em Peniche
- Yago Dora subiu de 15º para 4º no ranking, com 15.050 pontos.
- Italo Ferreira segue líder com 23.885 pontos após três etapas.
- Filipe Toledo mantém a nona posição com 11.385 pontos.
O caminho de Yago até o título
A trajetória de Yago Dora em Peniche foi marcada por consistência e evolução ao longo do evento. Nas oitavas, o surfista mostrou segurança contra Imaikalani deVault, aproveitando as ondas para construir um somatório confortável. O confronto nas quartas contra Jack Robinson foi um dos momentos mais simbólicos da campanha. Treinado por Leandro Dora, pai de Yago, o australiano não conseguiu acompanhar o ritmo do brasileiro, que combinou um aéreo de 8,00 com manobras de borda para garantir 15,50, uma das maiores notas do dia.
Na semifinal, as condições adversas testaram a paciência dos competidores. Após um “recall” devido à ausência de ondas, Yago encontrou uma oportunidade e lançou um aéreo de 7,50, seguido por uma segunda nota de 5,33, colocando Ethan Ewing em combinação. A vitória na bateria consolidou a confiança de Yago para a final, onde enfrentaria Italo Ferreira, o líder do ranking e bicampeão em Peniche (2018 e 2019). A regularidade do brasileiro, com duas notas na casa dos 6, contrastou com a busca de Italo por uma onda salvadora nos instantes finais, selando o triunfo de Yago.
Italo Ferreira: líder mesmo na derrota
Apesar de não conquistar o tricampeonato em Peniche, Italo Ferreira demonstrou por que segue na liderança do ranking mundial. O potiguar, que venceu a etapa de Abu Dhabi no início da temporada, chegou à final com um repertório impressionante de aéreos. Nas oitavas, o 9,17 contra Joel Vaughan foi uma das maiores notas do evento, resultado de um giro completo de 540º. Nas quartas, a vitória sobre Rio Waida repetiu o roteiro da final em Abu Dhabi, mostrando a superioridade de Italo contra o indonésio.
A semifinal contra Barron Mamiya foi um teste de resiliência. Após um início difícil, Italo encontrou uma onda nos últimos instantes e lançou um aéreo que garantiu sua vaga na decisão. Na final, o combo de tubo e aéreo para 7,43 colocou pressão em Yago, mas a falta de uma segunda nota alta impediu a virada. Mesmo com o vice-campeonato, Italo mantém uma vantagem confortável na liderança, com 23.885 pontos, quase 9 mil à frente de Yago, seu mais novo concorrente no top-5.
Supertubos: palco de desafios e espetáculo
Localizada em Peniche, a praia de Supertubos é conhecida por suas ondas rápidas e tubulares, mas neste evento as condições favoreceram mais os aéreos do que os tubos tradicionais. Após dias de espera, o domingo trouxe ondas agitadas, embora menores do que o ideal para os tubos que dão fama ao pico. A WSL adaptou o cronograma, concentrando as disputas no último dia, o que exigiu dos surfistas uma combinação de técnica, resistência e estratégia.
A presença maciça da torcida brasileira transformou o ambiente em um caldeirão verde e amarelo. A proximidade linguística e cultural com Portugal, aliada à comunidade de brasileiros residentes no país, fez de Peniche um território quase caseiro para os atletas do Brasil. O público, que lotou as areias, celebrou cada manobra com entusiasmo, especialmente na final, quando Yago e Italo elevaram o nível da competição com seus voos.
Curiosidades sobre Supertubos em Peniche
- Supertubos já recebeu a elite do surfe mundial pela 22ª vez em 2025.
- Italo Ferreira é bicampeão no pico, com títulos em 2018 e 2019.
- As ondas rápidas do local são ideais para manobras aéreas em dias de swell menor.
Ranking atualizado e próximas etapas
Com o término da etapa de Peniche, o ranking da WSL sofreu alterações significativas. Yago Dora, que começou a temporada com resultados discretos (33º em Pipeline e quartas em Abu Dhabi), deu um salto impressionante, subindo de 15º para 4º com 15.050 pontos. Italo Ferreira, por sua vez, consolidou a liderança com 23.885 pontos, seguido pelo havaiano Barron Mamiya (segundo) e pelo australiano Ethan Ewing (terceiro). Entre os brasileiros, Filipe Toledo segue em nono, enquanto Miguel Pupo fecha o top-10.
A próxima parada do circuito será em El Salvador, com início marcado para 2 de abril. A etapa promete novas disputas acirradas, especialmente entre os brasileiros, que chegam embalados por duas vitórias em três eventos disputados na temporada. No feminino, Caitlin Simmers, dos Estados Unidos, lidera com 22.545 pontos, enquanto as brasileiras buscam recuperação após um início difícil.
Calendário das próximas etapas da WSL
- 2 a 11 de abril: El Salvador Pro, em Punta Roca.
- Maio: Etapa em Margaret River, na Austrália.
- Junho: Vivo Rio Pro, em Saquarema, Brasil.
O impacto da vitória para Yago Dora
A conquista em Peniche representa um marco na carreira de Yago Dora. Após bater na trave em duas finais na temporada passada, o surfista de 28 anos encontrou redenção em Portugal. Sua primeira vitória, em Saquarema, em 2023, já havia mostrado seu potencial, mas o triunfo sobre Italo Ferreira, atual número 1 do mundo e campeão olímpico, eleva seu status no circuito. A regularidade nas notas e a capacidade de performar sob pressão foram fundamentais para o sucesso em Supertubos.
Para Italo, o vice-campeonato não diminui sua força na temporada. Com uma vitória em Abu Dhabi e semifinais em Pipeline, o potiguar segue como favorito ao título mundial. A rivalidade com Yago, que já se enfrentaram em finais no Brasil e agora em Portugal, promete aquecer ainda mais o circuito, especialmente em Saquarema, onde o confronto pode se repetir diante da torcida brasileira.
