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26 Mar 2025, Wed

Assistente da CBF é afastado após denúncia de assédio contra jogadoras do América-MG na estreia do Brasileiro feminino

Juventude x América


Quatro jogadoras do América-MG registraram um boletim de ocorrência contra o assistente de arbitragem Claiton Timm, do Rio Grande do Sul, acusando-o de assédio sexual durante a partida contra o Juventude, válida pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro Feminino A1. O jogo, disputado no último sábado, em Bento Gonçalves, terminou empatado em 1 a 1, mas o resultado em campo foi ofuscado por um episódio que gerou revolta e colocou em xeque a segurança das atletas no futebol nacional. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou o afastamento imediato do profissional até a conclusão das investigações, que podem levar à sua exclusão definitiva do esporte.

O caso ocorreu antes mesmo do apito inicial, quando Timm, utilizando o rádio comunicador para falar com outros membros da equipe de arbitragem, teria feito comentários e piadas de cunho sexual sobre as atletas do América-MG. As jogadoras, que não tiveram suas identidades reveladas para preservação, tomaram a iniciativa de denunciar o ocorrido assim que a partida terminou, dirigindo-se à Oitava Delegacia Regional de Bento Gonçalves ainda na noite de sábado. O registro foi encaminhado à Delegacia da Mulher da cidade, que dará prosseguimento às apurações a partir desta segunda-feira.

Diante da gravidade da situação, o América-MG emitiu uma nota oficial expressando indignação e cobrando rigor nas investigações. O clube mineiro informou que enviará um ofício à CBF para relatar o caso e oferecer colaboração, além de propor medidas que evitem a repetição de episódios semelhantes. A denúncia reacende o debate sobre o ambiente enfrentado por mulheres no futebol, expondo a vulnerabilidade das atletas mesmo em competições oficiais.

Detalhes do episódio em Bento Gonçalves

  • Local e data: Estádio Montanha dos Vinhedos, Bento Gonçalves (RS), sábado, 22 de março.
  • Envolvidos: Quatro jogadoras do América-MG e o assistente Claiton Timm.
  • Ocorrência: Comentários de cunho sexual via rádio comunicador antes do jogo.
  • Ação imediata: Registro de boletim de ocorrência na delegacia local.

Repercussão imediata no futebol feminino

A denúncia feita pelas jogadoras do América-MG não demorou a ganhar destaque no cenário esportivo nacional. A partida, que marcava a estreia do Juventude na elite do futebol feminino, acabou sendo eclipsada por um incidente que evidencia os desafios enfrentados pelas atletas em um ambiente historicamente dominado por homens. O empate em 1 a 1 no Estádio Montanha dos Vinhedos tornou-se secundário diante da gravidade das acusações contra Claiton Timm.

No domingo, a CBF reagiu rapidamente ao caso, anunciando o afastamento do assistente de arbitragem até que as investigações sejam concluídas. A entidade informou que, se a culpa de Timm for confirmada, ele será banido do futebol, uma medida que reflete a seriedade com que a confederação diz tratar casos de assédio. Além disso, a CBF prometeu acionar o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e as autoridades policiais para garantir uma apuração detalhada.

O Juventude, adversário do América-MG na partida, também se pronunciou. Em nota, o clube gaúcho prestou solidariedade às atletas mineiras, condenou os atos relatados e pediu rigor na investigação. A manifestação do time reforça a pressão para que o caso não seja esquecido ou tratado com leniência, como já ocorreu em situações semelhantes no passado.

O que dizem as atletas e o clube

Após o término do jogo, as quatro jogadoras do América-MG procuraram a equipe de Força Tática que fazia a segurança no estádio para relatar o ocorrido. Encaminhadas à delegacia, elas prestaram depoimento detalhando os comentários ouvidos pelo rádio comunicador, que incluíam insinuações sobre a aparência física das atletas. Um dos relatos aponta que Timm teria dito que “pegaria o WhatsApp de algumas jogadoras porque elas estavam lisinhas”, em referência à depilação das atletas, segundo apuração do portal GZH.

O América-MG, em seu comunicado oficial, classificou o episódio como “repugnante” e destacou que o comportamento do assistente é “absolutamente inaceitável”. O clube informou que as palavras de cunho sexual foram proferidas antes do início da partida, em uma troca entre os membros da arbitragem, mas que chegaram ao conhecimento das jogadoras. A instituição mineira espera que as autoridades ajam com firmeza e anunciou que enviará um documento formal à CBF nesta segunda-feira, dia 24 de março, para reforçar sua posição e oferecer suporte às investigações.

A ação imediata das atletas em registrar a ocorrência reflete uma mudança de postura no futebol feminino, onde casos de assédio e discriminação muitas vezes eram silenciados. A coragem das jogadoras do América-MG em expor o incidente pode incentivar outras profissionais a denunciarem situações semelhantes, ampliando a luta por um ambiente mais seguro e respeitoso no esporte.

Cronologia do caso

  • Sábado, 22 de março: Jogo entre Juventude e América-MG termina em 1 a 1; atletas denunciam assédio antes do apito inicial e registram boletim de ocorrência à noite.
  • Domingo, 23 de março: CBF afasta Claiton Timm e promete investigação rigorosa; América-MG e Juventude emitem notas oficiais.
  • Segunda-feira, 24 de março: Início das apurações pela Delegacia da Mulher de Bento Gonçalves; América-MG enviará ofício à CBF.

Histórico de assédio no futebol feminino brasileiro

Casos de assédio no futebol feminino não são novidade no Brasil, embora muitas vezes sejam subnotificados ou tratados com pouca atenção. O episódio envolvendo Claiton Timm e as jogadoras do América-MG soma-se a uma lista de incidentes que expõem a fragilidade das atletas em um esporte que ainda luta por igualdade e respeito. Em 2021, por exemplo, denúncias de assédio moral e sexual contra dirigentes de clubes como Santos e Corinthians chocaram o cenário esportivo, resultando em afastamentos e processos.

No âmbito internacional, a situação também preocupa. Um relatório da Fifa, divulgado em 2023, apontou que 1 em cada 5 jogadoras de futebol já sofreu algum tipo de assédio ou abuso em suas carreiras. No Brasil, a falta de dados oficiais dificulta a dimensão exata do problema, mas a recorrência de casos sugere que o ambiente ainda é hostil para muitas mulheres. A denúncia das atletas do América-MG reforça a necessidade de políticas mais efetivas para proteger as jogadoras e punir os responsáveis.

A CBF, em sua nota, reiterou o compromisso de combater o assédio e o preconceito no futebol. Contudo, a eficácia dessas medidas depende de ações concretas, como treinamentos para árbitros e dirigentes, canais de denúncia acessíveis e punições exemplares. O caso de Bento Gonçalves pode ser um marco para mudanças, mas também escancara como o problema está enraizado mesmo em competições oficiais.

Reação da arbitragem e próximos passos

A arbitragem da partida foi liderada por Jenifer Alves de Freitas, do Rio de Janeiro, com Cassio Pires Dornelles e Claiton Timm como assistentes, ambos do Rio Grande do Sul. Na súmula do jogo, Jenifer relatou que a equipe foi abordada por policiais após o término da partida, devido ao desejo de uma atleta do América-MG de registrar a ocorrência. A arbitragem acompanhou os agentes até a delegacia para prestar esclarecimentos, mas o relato da outra parte não foi disponibilizado no momento, conforme informou o escrivão de plantão.

Até agora, Claiton Timm não se manifestou publicamente sobre as acusações. Seu afastamento pela CBF é uma medida cautelar, mas a decisão final sobre seu futuro no futebol dependerá das investigações conduzidas pela polícia e pelo STJD. A Delegacia da Mulher de Bento Gonçalves, sob o comando da delegada Deise Salton Brancher, começará a apurar o caso nesta segunda-feira, ouvindo testemunhas e analisando provas, como eventuais gravações do rádio comunicador.

Enquanto isso, a CBF enfrenta pressão para garantir que o caso não caia no esquecimento. A entidade já sinalizou que solicitará uma investigação rigorosa, mas a rapidez e a transparência no processo serão fundamentais para manter a credibilidade diante das atletas e do público.

Impacto no Campeonato Brasileiro Feminino

A estreia do Campeonato Brasileiro Feminino A1, que reúne 16 clubes na elite do futebol nacional, foi marcada por esse escândalo logo na primeira rodada. O torneio, que começou no sábado, tinha como objetivo destacar o crescimento da modalidade no país, mas o incidente em Bento Gonçalves desviou o foco para questões estruturais que ainda prejudicam as jogadoras. O América-MG, um dos clubes tradicionais na competição, agora lida com as consequências de um episódio que transcende o resultado em campo.

Outros jogos da rodada inaugural, como Palmeiras x Bragantino, passaram despercebidos diante da gravidade do caso envolvendo o América-MG. A situação levanta questionamentos sobre a preparação dos árbitros e a segurança das atletas em todas as partidas do campeonato. Com a competição apenas começando, a CBF terá o desafio de evitar que novos casos comprometam a imagem do torneio.

O futebol feminino brasileiro tem crescido nos últimos anos, com maior visibilidade e investimento, mas episódios como esse mostram que o caminho para a igualdade e o respeito ainda é longo. As jogadoras do América-MG, ao denunciarem o assédio, colocaram luz sobre um problema que não pode mais ser ignorado.

Medidas propostas pelo América-MG

Determinado a transformar o incidente em uma oportunidade de mudança, o América-MG anunciou que enviará um ofício à CBF nesta segunda-feira. O documento trará um relato detalhado do ocorrido e sugestões para prevenir situações semelhantes no futuro. Entre as possíveis medidas, estão a implementação de treinamentos obrigatórios sobre assédio para árbitros e a criação de protocolos mais claros para denúncias durante os jogos.

O clube mineiro também se colocou à disposição para colaborar com as investigações, oferecendo suporte às autoridades e às próprias atletas envolvidas. A postura ativa do América-MG contrasta com o silêncio de outros envolvidos e pode servir como exemplo para demais equipes da competição.

A iniciativa do clube reflete uma preocupação crescente com o bem-estar das jogadoras, que muitas vezes enfrentam não apenas os desafios do esporte, mas também um ambiente marcado por machismo e falta de proteção. A resposta do América-MG ao caso pode influenciar outras instituições a adotarem medidas mais firmes contra o assédio no futebol.

Solidariedade no esporte

A solidariedade às jogadoras do América-MG não se limitou ao Juventude. Nas redes sociais, torcedores, jornalistas e outros clubes manifestaram apoio às atletas e cobraram punição ao assistente acusado. O caso gerou uma onda de indignação, com hashtags e mensagens destacando a necessidade de um futebol mais seguro para as mulheres.

Jogadoras de outros times também se pronunciaram, compartilhando experiências semelhantes e reforçando a importância de dar voz às vítimas. Esse movimento espontâneo mostra como o episódio de Bento Gonçalves ressoou além do jogo, tocando em uma ferida aberta no esporte brasileiro.

A pressão popular pode ser um fator determinante para que as investigações avancem com rapidez e para que a CBF implemente mudanças efetivas. O apoio às atletas do América-MG evidencia que o futebol feminino não aceitará mais silenciar diante de abusos.

Próximos passos da investigação

Com o início das apurações pela Delegacia da Mulher de Bento Gonçalves, o caso entra em uma fase crucial. A polícia ouvirá as jogadoras, o assistente Claiton Timm e possíveis testemunhas, como outros membros da arbitragem que estavam no rádio comunicador. A existência de gravações ou registros do equipamento pode ser decisiva para comprovar as acusações.

Paralelamente, o STJD deve abrir um procedimento para analisar o caso sob a ótica do regulamento esportivo. Se considerado culpado, Timm enfrentará não apenas as consequências legais, mas também a exclusão definitiva do futebol, como prometido pela CBF. O desfecho da investigação será acompanhado de perto por clubes, atletas e torcedores.

A rapidez na resolução do caso será essencial para evitar que a confiança das jogadoras no sistema seja abalada. O futebol feminino brasileiro, em um momento de ascensão, não pode permitir que episódios como esse comprometam seu desenvolvimento.

Fatos principais do caso

  • Quatro jogadoras do América-MG denunciaram assédio sexual por Claiton Timm.
  • O incidente ocorreu antes da partida contra o Juventude, via rádio comunicador.
  • A CBF afastou o assistente e prometeu bani-lo se a culpa for confirmada.
  • O América-MG cobra punição e propõe medidas preventivas.



Quatro jogadoras do América-MG registraram um boletim de ocorrência contra o assistente de arbitragem Claiton Timm, do Rio Grande do Sul, acusando-o de assédio sexual durante a partida contra o Juventude, válida pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro Feminino A1. O jogo, disputado no último sábado, em Bento Gonçalves, terminou empatado em 1 a 1, mas o resultado em campo foi ofuscado por um episódio que gerou revolta e colocou em xeque a segurança das atletas no futebol nacional. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou o afastamento imediato do profissional até a conclusão das investigações, que podem levar à sua exclusão definitiva do esporte.

O caso ocorreu antes mesmo do apito inicial, quando Timm, utilizando o rádio comunicador para falar com outros membros da equipe de arbitragem, teria feito comentários e piadas de cunho sexual sobre as atletas do América-MG. As jogadoras, que não tiveram suas identidades reveladas para preservação, tomaram a iniciativa de denunciar o ocorrido assim que a partida terminou, dirigindo-se à Oitava Delegacia Regional de Bento Gonçalves ainda na noite de sábado. O registro foi encaminhado à Delegacia da Mulher da cidade, que dará prosseguimento às apurações a partir desta segunda-feira.

Diante da gravidade da situação, o América-MG emitiu uma nota oficial expressando indignação e cobrando rigor nas investigações. O clube mineiro informou que enviará um ofício à CBF para relatar o caso e oferecer colaboração, além de propor medidas que evitem a repetição de episódios semelhantes. A denúncia reacende o debate sobre o ambiente enfrentado por mulheres no futebol, expondo a vulnerabilidade das atletas mesmo em competições oficiais.

Detalhes do episódio em Bento Gonçalves

  • Local e data: Estádio Montanha dos Vinhedos, Bento Gonçalves (RS), sábado, 22 de março.
  • Envolvidos: Quatro jogadoras do América-MG e o assistente Claiton Timm.
  • Ocorrência: Comentários de cunho sexual via rádio comunicador antes do jogo.
  • Ação imediata: Registro de boletim de ocorrência na delegacia local.

Repercussão imediata no futebol feminino

A denúncia feita pelas jogadoras do América-MG não demorou a ganhar destaque no cenário esportivo nacional. A partida, que marcava a estreia do Juventude na elite do futebol feminino, acabou sendo eclipsada por um incidente que evidencia os desafios enfrentados pelas atletas em um ambiente historicamente dominado por homens. O empate em 1 a 1 no Estádio Montanha dos Vinhedos tornou-se secundário diante da gravidade das acusações contra Claiton Timm.

No domingo, a CBF reagiu rapidamente ao caso, anunciando o afastamento do assistente de arbitragem até que as investigações sejam concluídas. A entidade informou que, se a culpa de Timm for confirmada, ele será banido do futebol, uma medida que reflete a seriedade com que a confederação diz tratar casos de assédio. Além disso, a CBF prometeu acionar o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e as autoridades policiais para garantir uma apuração detalhada.

O Juventude, adversário do América-MG na partida, também se pronunciou. Em nota, o clube gaúcho prestou solidariedade às atletas mineiras, condenou os atos relatados e pediu rigor na investigação. A manifestação do time reforça a pressão para que o caso não seja esquecido ou tratado com leniência, como já ocorreu em situações semelhantes no passado.

O que dizem as atletas e o clube

Após o término do jogo, as quatro jogadoras do América-MG procuraram a equipe de Força Tática que fazia a segurança no estádio para relatar o ocorrido. Encaminhadas à delegacia, elas prestaram depoimento detalhando os comentários ouvidos pelo rádio comunicador, que incluíam insinuações sobre a aparência física das atletas. Um dos relatos aponta que Timm teria dito que “pegaria o WhatsApp de algumas jogadoras porque elas estavam lisinhas”, em referência à depilação das atletas, segundo apuração do portal GZH.

O América-MG, em seu comunicado oficial, classificou o episódio como “repugnante” e destacou que o comportamento do assistente é “absolutamente inaceitável”. O clube informou que as palavras de cunho sexual foram proferidas antes do início da partida, em uma troca entre os membros da arbitragem, mas que chegaram ao conhecimento das jogadoras. A instituição mineira espera que as autoridades ajam com firmeza e anunciou que enviará um documento formal à CBF nesta segunda-feira, dia 24 de março, para reforçar sua posição e oferecer suporte às investigações.

A ação imediata das atletas em registrar a ocorrência reflete uma mudança de postura no futebol feminino, onde casos de assédio e discriminação muitas vezes eram silenciados. A coragem das jogadoras do América-MG em expor o incidente pode incentivar outras profissionais a denunciarem situações semelhantes, ampliando a luta por um ambiente mais seguro e respeitoso no esporte.

Cronologia do caso

  • Sábado, 22 de março: Jogo entre Juventude e América-MG termina em 1 a 1; atletas denunciam assédio antes do apito inicial e registram boletim de ocorrência à noite.
  • Domingo, 23 de março: CBF afasta Claiton Timm e promete investigação rigorosa; América-MG e Juventude emitem notas oficiais.
  • Segunda-feira, 24 de março: Início das apurações pela Delegacia da Mulher de Bento Gonçalves; América-MG enviará ofício à CBF.

Histórico de assédio no futebol feminino brasileiro

Casos de assédio no futebol feminino não são novidade no Brasil, embora muitas vezes sejam subnotificados ou tratados com pouca atenção. O episódio envolvendo Claiton Timm e as jogadoras do América-MG soma-se a uma lista de incidentes que expõem a fragilidade das atletas em um esporte que ainda luta por igualdade e respeito. Em 2021, por exemplo, denúncias de assédio moral e sexual contra dirigentes de clubes como Santos e Corinthians chocaram o cenário esportivo, resultando em afastamentos e processos.

No âmbito internacional, a situação também preocupa. Um relatório da Fifa, divulgado em 2023, apontou que 1 em cada 5 jogadoras de futebol já sofreu algum tipo de assédio ou abuso em suas carreiras. No Brasil, a falta de dados oficiais dificulta a dimensão exata do problema, mas a recorrência de casos sugere que o ambiente ainda é hostil para muitas mulheres. A denúncia das atletas do América-MG reforça a necessidade de políticas mais efetivas para proteger as jogadoras e punir os responsáveis.

A CBF, em sua nota, reiterou o compromisso de combater o assédio e o preconceito no futebol. Contudo, a eficácia dessas medidas depende de ações concretas, como treinamentos para árbitros e dirigentes, canais de denúncia acessíveis e punições exemplares. O caso de Bento Gonçalves pode ser um marco para mudanças, mas também escancara como o problema está enraizado mesmo em competições oficiais.

Reação da arbitragem e próximos passos

A arbitragem da partida foi liderada por Jenifer Alves de Freitas, do Rio de Janeiro, com Cassio Pires Dornelles e Claiton Timm como assistentes, ambos do Rio Grande do Sul. Na súmula do jogo, Jenifer relatou que a equipe foi abordada por policiais após o término da partida, devido ao desejo de uma atleta do América-MG de registrar a ocorrência. A arbitragem acompanhou os agentes até a delegacia para prestar esclarecimentos, mas o relato da outra parte não foi disponibilizado no momento, conforme informou o escrivão de plantão.

Até agora, Claiton Timm não se manifestou publicamente sobre as acusações. Seu afastamento pela CBF é uma medida cautelar, mas a decisão final sobre seu futuro no futebol dependerá das investigações conduzidas pela polícia e pelo STJD. A Delegacia da Mulher de Bento Gonçalves, sob o comando da delegada Deise Salton Brancher, começará a apurar o caso nesta segunda-feira, ouvindo testemunhas e analisando provas, como eventuais gravações do rádio comunicador.

Enquanto isso, a CBF enfrenta pressão para garantir que o caso não caia no esquecimento. A entidade já sinalizou que solicitará uma investigação rigorosa, mas a rapidez e a transparência no processo serão fundamentais para manter a credibilidade diante das atletas e do público.

Impacto no Campeonato Brasileiro Feminino

A estreia do Campeonato Brasileiro Feminino A1, que reúne 16 clubes na elite do futebol nacional, foi marcada por esse escândalo logo na primeira rodada. O torneio, que começou no sábado, tinha como objetivo destacar o crescimento da modalidade no país, mas o incidente em Bento Gonçalves desviou o foco para questões estruturais que ainda prejudicam as jogadoras. O América-MG, um dos clubes tradicionais na competição, agora lida com as consequências de um episódio que transcende o resultado em campo.

Outros jogos da rodada inaugural, como Palmeiras x Bragantino, passaram despercebidos diante da gravidade do caso envolvendo o América-MG. A situação levanta questionamentos sobre a preparação dos árbitros e a segurança das atletas em todas as partidas do campeonato. Com a competição apenas começando, a CBF terá o desafio de evitar que novos casos comprometam a imagem do torneio.

O futebol feminino brasileiro tem crescido nos últimos anos, com maior visibilidade e investimento, mas episódios como esse mostram que o caminho para a igualdade e o respeito ainda é longo. As jogadoras do América-MG, ao denunciarem o assédio, colocaram luz sobre um problema que não pode mais ser ignorado.

Medidas propostas pelo América-MG

Determinado a transformar o incidente em uma oportunidade de mudança, o América-MG anunciou que enviará um ofício à CBF nesta segunda-feira. O documento trará um relato detalhado do ocorrido e sugestões para prevenir situações semelhantes no futuro. Entre as possíveis medidas, estão a implementação de treinamentos obrigatórios sobre assédio para árbitros e a criação de protocolos mais claros para denúncias durante os jogos.

O clube mineiro também se colocou à disposição para colaborar com as investigações, oferecendo suporte às autoridades e às próprias atletas envolvidas. A postura ativa do América-MG contrasta com o silêncio de outros envolvidos e pode servir como exemplo para demais equipes da competição.

A iniciativa do clube reflete uma preocupação crescente com o bem-estar das jogadoras, que muitas vezes enfrentam não apenas os desafios do esporte, mas também um ambiente marcado por machismo e falta de proteção. A resposta do América-MG ao caso pode influenciar outras instituições a adotarem medidas mais firmes contra o assédio no futebol.

Solidariedade no esporte

A solidariedade às jogadoras do América-MG não se limitou ao Juventude. Nas redes sociais, torcedores, jornalistas e outros clubes manifestaram apoio às atletas e cobraram punição ao assistente acusado. O caso gerou uma onda de indignação, com hashtags e mensagens destacando a necessidade de um futebol mais seguro para as mulheres.

Jogadoras de outros times também se pronunciaram, compartilhando experiências semelhantes e reforçando a importância de dar voz às vítimas. Esse movimento espontâneo mostra como o episódio de Bento Gonçalves ressoou além do jogo, tocando em uma ferida aberta no esporte brasileiro.

A pressão popular pode ser um fator determinante para que as investigações avancem com rapidez e para que a CBF implemente mudanças efetivas. O apoio às atletas do América-MG evidencia que o futebol feminino não aceitará mais silenciar diante de abusos.

Próximos passos da investigação

Com o início das apurações pela Delegacia da Mulher de Bento Gonçalves, o caso entra em uma fase crucial. A polícia ouvirá as jogadoras, o assistente Claiton Timm e possíveis testemunhas, como outros membros da arbitragem que estavam no rádio comunicador. A existência de gravações ou registros do equipamento pode ser decisiva para comprovar as acusações.

Paralelamente, o STJD deve abrir um procedimento para analisar o caso sob a ótica do regulamento esportivo. Se considerado culpado, Timm enfrentará não apenas as consequências legais, mas também a exclusão definitiva do futebol, como prometido pela CBF. O desfecho da investigação será acompanhado de perto por clubes, atletas e torcedores.

A rapidez na resolução do caso será essencial para evitar que a confiança das jogadoras no sistema seja abalada. O futebol feminino brasileiro, em um momento de ascensão, não pode permitir que episódios como esse comprometam seu desenvolvimento.

Fatos principais do caso

  • Quatro jogadoras do América-MG denunciaram assédio sexual por Claiton Timm.
  • O incidente ocorreu antes da partida contra o Juventude, via rádio comunicador.
  • A CBF afastou o assistente e prometeu bani-lo se a culpa for confirmada.
  • O América-MG cobra punição e propõe medidas preventivas.



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