Um episódio de violência marcou a final do Campeonato Catarinense, disputada na Ressacada, em Florianópolis, entre Avaí e Chapecoense. Após o empate em 1 a 1 que garantiu o 19º título estadual ao Avaí, o volante paraguaio Jorge Jiménez, da Chapecoense, protagonizou cenas lamentáveis ao agredir fisicamente dois torcedores adversários que invadiram o gramado para celebrar a conquista. O jogador, que já havia sido expulso durante o jogo, voltou ao campo e desferiu uma voadora nas costas de um torcedor, além de tentar outros golpes, gerando revolta e debates sobre segurança e comportamento no futebol.
A partida, realizada no sábado, dia 22 de março, foi marcada por polêmicas dentro e fora das quatro linhas. O Avaí, que tinha a vantagem do empate por conta da melhor campanha na fase inicial e do resultado de 2 a 2 no jogo de ida, em Xanxerê, segurou a pressão da Chapecoense e levantou a taça diante de 17.711 torcedores, recorde de público do torneio. No entanto, o que deveria ser uma festa para o Leão da Ilha foi ofuscado pelo comportamento de Jiménez, que transformou a comemoração em um cenário de tensão e violência.
Imagens captadas por torcedores mostram o exato momento em que o volante, visivelmente irritado, empurra um torcedor avaiano com força e, em seguida, acerta uma voadora nas costas de outro, que estava de costas e não parecia oferecer ameaça direta. O jogador ainda tentou chutar a cabeça da vítima caída, mas foi contido pela presença de policiais militares que já estavam no gramado para controlar a invasão do campo. A atitude gerou indignação imediata entre os presentes e rapidamente viralizou nas redes sociais.
Detalhes da agressão em campo
- Primeiro ataque: Jiménez empurra um torcedor do Avaí que se aproximava, aparentemente sem intenções hostis, enquanto caminhava pelo gramado.
- Voadora: Em seguida, o jogador pega impulso e acerta um chute nas costas de outro torcedor, que cai no chão com o impacto.
- Tentativa de golpe adicional: Após a queda, o volante tenta atingir a cabeça do torcedor caído com um chute, mas é impedido pela movimentação no local.
Contexto tenso da partida decisiva
A final do Campeonato Catarinense já carregava um clima de rivalidade acirrada antes mesmo do apito inicial. O jogo de ida, disputado no Estádio Josué Annoni, em Xanxerê, terminou empatado em 2 a 2, com lances polêmicos e reclamações de ambos os lados sobre a arbitragem. Na Ressacada, a expectativa era de um confronto equilibrado, e a renda superior a R$ 700 mil, a maior do campeonato, refletiu o interesse do público na decisão. A Chapecoense abriu o placar aos 4 minutos do segundo tempo com Bruno Matias, mas o Avaí empatou aos 29 minutos, em um pênalti convertido por Eduardo Brock após revisão de sete minutos no VAR.
A marcação do pênalti gerou revolta no time da Chapecoense, culminando na expulsão de dois jogadores: Giovanni Augusto, por reclamação direta ao árbitro Gustavo Ervino Bauermann, e o próprio Jorge Jiménez, que, mesmo no banco de reservas, protestou de forma veemente contra a decisão. A tensão no gramado exigiu a intervenção da Polícia Militar para conter os ânimos, e o jogo terminou com 107 minutos de duração, incluindo 17 minutos de acréscimos. O empate assegurou o título ao Avaí, mas o desfecho da partida foi rapidamente eclipsado pelo incidente envolvendo Jiménez.
O comportamento do volante não foi um fato isolado em termos de confusão. Após o apito final, diretores da Chapecoense invadiram o gramado enquanto a arbitragem era escoltada pela polícia, e o técnico Gilmar Dal Pozzo foi acusado de agredir o quarto árbitro William Machado Steffen e o lateral Mário Sérgio, do Avaí. Esses episódios reforçam a percepção de que a final foi marcada por descontrole emocional e falhas na segurança do evento.
Reação imediata dos envolvidos
Após o incidente, a Chapecoense emitiu uma nota oficial lamentando os acontecimentos e afirmando que não compactua com qualquer tipo de violência ou agressão. O clube informou que procurou Jorge Jiménez, que se mostrou arrependido pela conduta. A nota também criticou a invasão de torcedores do Avaí ao gramado, apontando que o ato colocou em risco a integridade de atletas, comissão técnica e demais presentes. A instituição destacou que está apurando os fatos internamente, mas não detalhou possíveis punições ao jogador.
Jorge Jiménez, por sua vez, pronunciou-se publicamente em um vídeo divulgado no dia seguinte à partida. Visivelmente abalado, o paraguaio pediu desculpas aos torcedores do Avaí e reconheceu que perdeu o controle após provocações recebidas enquanto saía do campo. Ele afirmou que não tinha intenção de causar um incidente tão grave e que estava sofrendo ameaças de morte após o ocorrido, o que intensificou seu arrependimento. A declaração do jogador, no entanto, não apaziguou a revolta de muitos torcedores, que exigem uma punição exemplar.
O Avaí também se manifestou por meio de nota oficial, repudiando os atos de violência registrados após o jogo. O clube expressou solidariedade aos torcedores agredidos e colocou-se à disposição das autoridades para esclarecer os fatos. Curiosamente, o comunicado não abordou a invasão de campo por parte de seus próprios torcedores, um ponto que foi registrado na súmula pelo árbitro Gustavo Ervino Bauermann e criticado pela Chapecoense.
Escalada da violência e suas consequências
Casos de violência no futebol não são novidade, mas o episódio envolvendo Jorge Jiménez reacende o debate sobre a segurança em estádios e a responsabilidade dos atletas como figuras públicas. A agressão ocorreu em um momento de vulnerabilidade, quando torcedores comemoravam a conquista do Avaí e a presença policial ainda não havia conseguido conter completamente a invasão do gramado. A voadora desferida por Jiménez, em especial, foi classificada como covarde por muitos observadores, já que o torcedor atingido estava de costas e não representava uma ameaça imediata.
A Polícia Militar de Santa Catarina estava presente no local, mas a ação rápida do jogador dificultou uma intervenção instantânea. Imagens mostram agentes próximos ao incidente, porém sem tempo de evitar o ataque. A situação levanta questões sobre o planejamento de segurança para eventos de grande porte como a final do Catarinense, especialmente em um estádio como a Ressacada, que recebeu um público expressivo e já esperava uma partida de alta tensão.
Especialistas em direito desportivo apontam que Jiménez pode enfrentar sérias consequências disciplinares. O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de Santa Catarina deve analisar o caso, e o jogador corre o risco de ser suspenso por várias partidas, além de pagar multas. A Chapecoense, por sua vez, pode ser penalizada por falhas na conduta de seus profissionais, embora o clube tenha se posicionado contra o ato. A gravidade da agressão, captada em vídeo, dificulta qualquer tentativa de defesa por parte do atleta.
Histórico de Jiménez e impacto no clube
Jorge Jiménez, de 32 anos, é um volante paraguaio com passagem por diversos clubes antes de chegar à Chapecoense. Em 2023, ele defendeu o Paysandu na Série C do Campeonato Brasileiro, disputando 15 jogos sem marcar gols ou dar assistências. No mesmo ano, integrou o elenco do Amazonas FC, onde participou da campanha que garantiu o acesso à Série B e o título da terceira divisão, com 50 partidas, um gol e duas assistências. Sua trajetória no futebol brasileiro, até então, não havia registrado episódios de violência tão explícitos quanto o ocorrido na Ressacada.
Na Chapecoense, Jiménez vinha sendo peça importante no meio-campo, mas sua participação na final foi limitada. Substituído no intervalo por Pedro Martins, ele acompanhou o segundo tempo do banco de reservas até ser expulso aos 19 minutos, após protestar contra o pênalti marcado a favor do Avaí. A expulsão já indicava um descontrole emocional, que culminou na agressão aos torcedores após o fim do jogo. O incidente mancha sua reputação e coloca a Chapecoense em uma posição delicada diante de patrocinadores e da torcida.
O clube do oeste catarinense, que buscava o título estadual para coroar uma campanha competitiva, agora lida com as repercussões negativas do caso. A diretoria enfrenta pressão para tomar medidas internas, enquanto o presidente Alex Passos já havia expressado indignação com a arbitragem da partida, chegando a cogitar a saída da Chapecoense da Federação Catarinense de Futebol. A combinação de polêmicas dentro e fora de campo torna o vice-campeonato ainda mais amargo para o Verdão do Oeste.
Cronologia dos eventos na final
A seguir, um resumo dos principais momentos que marcaram a decisão do Campeonato Catarinense na Ressacada:
- Início do jogo: Avaí e Chapecoense entram em campo às 16h30, com 17.711 torcedores presentes.
- Primeiro tempo: Jiménez é titular, mas é substituído no intervalo por Pedro Martins; placar segue 0 a 0.
- Segundo tempo: Bruno Matias abre o placar para a Chapecoense aos 4 minutos; aos 19 minutos, Jiménez e Giovanni Augusto são expulsos após confusão no banco.
- Pênalti polêmico: Aos 29 minutos, Eduardo Brock empata para o Avaí após sete minutos de revisão no VAR.
- Apito final: Jogo termina em 1 a 1 após 107 minutos; Avaí é campeão.
- Agressão: Após o fim da partida, Jiménez volta ao gramado e agride torcedores do Avaí.
Polêmica da arbitragem e reações institucionais
Além da violência protagonizada por Jiménez, a final foi marcada por controvérsias relacionadas à arbitragem. O árbitro Gustavo Ervino Bauermann relatou em súmula ter sofrido ameaças de morte por um dirigente da Chapecoense após o jogo. Ele também descreveu agressões do técnico Gilmar Dal Pozzo contra o quarto árbitro William Machado Steffen e o lateral Mário Sérgio, do Avaí. A marcação do pênalti, que demandou longa revisão no VAR, foi o estopim para a revolta do time visitante, que considerou a decisão tendenciosa.
O presidente da Chapecoense, Alex Passos, chegou a sugerir que o clube poderia deixar a Federação Catarinense de Futebol e disputar campeonatos estaduais em outros estados, como o Gauchão ou o Paranaense. Ele criticou a escolha de Bauermann para apitar a partida, alegando que o árbitro já teve problemas com o clube no passado, inclusive sendo dispensado das categorias de base da Chape por Gilmar Dal Pozzo, hoje treinador do time. A declaração reflete o grau de insatisfação da diretoria com os eventos da final.
Por outro lado, o Avaí celebrou o título com entusiasmo, mas evitou se posicionar sobre a invasão de campo por seus torcedores, um ponto que também foi destacado na súmula e pode gerar investigações adicionais. A festa do Leão da Ilha, que agora soma 19 conquistas estaduais, foi parcialmente ofuscada pela confusão, mas o clube manteve o foco na conquista e na solidariedade aos torcedores agredidos.
Debate sobre segurança e comportamento no futebol
Incidentes como o de Jorge Jiménez reacendem discussões sobre a segurança nos estádios brasileiros. A invasão de campo, embora motivada pela euforia da torcida do Avaí, expôs falhas no controle de acesso ao gramado, permitindo que jogadores e torcedores ficassem vulneráveis a confrontos. A presença da Polícia Militar foi insuficiente para evitar a ação do volante, que agiu rapidamente e sem aviso, pegando todos desprevenidos.
A responsabilidade dos atletas também entra em pauta. Como figuras públicas, jogadores têm o dever de manter o controle emocional, especialmente em situações de alta pressão como uma final de campeonato. A atitude de Jiménez contraria esse princípio e pode servir de exemplo negativo, incentivando outros casos de violência no esporte. A Chapecoense, ao optar por não punir o jogador imediatamente, deixa em aberto o debate sobre como os clubes devem lidar com esse tipo de conduta.
Outro aspecto relevante é o impacto psicológico nas vítimas. O torcedor atingido pela voadora, que estava acompanhado de uma criança em outro momento registrado por câmeras, sofreu um ataque inesperado e violento. A presença de menores no gramado durante a invasão também preocupa, evidenciando a necessidade de medidas mais rigorosas para proteger todos os envolvidos em eventos esportivos.
Próximos passos e desdobramentos
A agressão de Jorge Jiménez não deve passar despercebida pelas autoridades esportivas. O TJD de Santa Catarina já tem elementos suficientes, como vídeos e relatos na súmula, para abrir um processo contra o jogador. Suspensões prolongadas e multas são punições prováveis, e a Chapecoense pode ser responsabilizada por não conter a situação. O clube terá que decidir internamente como lidar com o volante, que agora enfrenta rejeição de parte da torcida e pressão pública.
A Polícia Civil também pode entrar em ação, caso os torcedores agredidos registrem boletim de ocorrência. A voadora e a tentativa de chute na cabeça configuram lesão corporal, o que pode levar o caso para a esfera criminal. Jiménez, que já relatou ameaças de morte, vive um momento delicado em sua carreira e pode ter sua passagem pelo futebol brasileiro comprometida por esse episódio.
Enquanto isso, o Avaí segue comemorando o título, mas a mancha deixada pela confusão pós-jogo permanece. O Campeonato Catarinense, que vinha sendo elogiado por sua competitividade, termina com um saldo negativo de violência e polêmica, desafiando organizadores, clubes e autoridades a repensarem estratégias para evitar que cenas como essas se repitam.
Fatos marcantes da final
- Público recorde de 17.711 torcedores na Ressacada.
- Renda superior a R$ 700 mil, a maior do torneio.
- Revisão de sete minutos no VAR para confirmar o pênalti do Avaí.
- Expulsão de dois jogadores da Chapecoense no segundo tempo.
- Invasão de campo por torcedores do Avaí após o apito final.

Um episódio de violência marcou a final do Campeonato Catarinense, disputada na Ressacada, em Florianópolis, entre Avaí e Chapecoense. Após o empate em 1 a 1 que garantiu o 19º título estadual ao Avaí, o volante paraguaio Jorge Jiménez, da Chapecoense, protagonizou cenas lamentáveis ao agredir fisicamente dois torcedores adversários que invadiram o gramado para celebrar a conquista. O jogador, que já havia sido expulso durante o jogo, voltou ao campo e desferiu uma voadora nas costas de um torcedor, além de tentar outros golpes, gerando revolta e debates sobre segurança e comportamento no futebol.
A partida, realizada no sábado, dia 22 de março, foi marcada por polêmicas dentro e fora das quatro linhas. O Avaí, que tinha a vantagem do empate por conta da melhor campanha na fase inicial e do resultado de 2 a 2 no jogo de ida, em Xanxerê, segurou a pressão da Chapecoense e levantou a taça diante de 17.711 torcedores, recorde de público do torneio. No entanto, o que deveria ser uma festa para o Leão da Ilha foi ofuscado pelo comportamento de Jiménez, que transformou a comemoração em um cenário de tensão e violência.
Imagens captadas por torcedores mostram o exato momento em que o volante, visivelmente irritado, empurra um torcedor avaiano com força e, em seguida, acerta uma voadora nas costas de outro, que estava de costas e não parecia oferecer ameaça direta. O jogador ainda tentou chutar a cabeça da vítima caída, mas foi contido pela presença de policiais militares que já estavam no gramado para controlar a invasão do campo. A atitude gerou indignação imediata entre os presentes e rapidamente viralizou nas redes sociais.
Detalhes da agressão em campo
- Primeiro ataque: Jiménez empurra um torcedor do Avaí que se aproximava, aparentemente sem intenções hostis, enquanto caminhava pelo gramado.
- Voadora: Em seguida, o jogador pega impulso e acerta um chute nas costas de outro torcedor, que cai no chão com o impacto.
- Tentativa de golpe adicional: Após a queda, o volante tenta atingir a cabeça do torcedor caído com um chute, mas é impedido pela movimentação no local.
Contexto tenso da partida decisiva
A final do Campeonato Catarinense já carregava um clima de rivalidade acirrada antes mesmo do apito inicial. O jogo de ida, disputado no Estádio Josué Annoni, em Xanxerê, terminou empatado em 2 a 2, com lances polêmicos e reclamações de ambos os lados sobre a arbitragem. Na Ressacada, a expectativa era de um confronto equilibrado, e a renda superior a R$ 700 mil, a maior do campeonato, refletiu o interesse do público na decisão. A Chapecoense abriu o placar aos 4 minutos do segundo tempo com Bruno Matias, mas o Avaí empatou aos 29 minutos, em um pênalti convertido por Eduardo Brock após revisão de sete minutos no VAR.
A marcação do pênalti gerou revolta no time da Chapecoense, culminando na expulsão de dois jogadores: Giovanni Augusto, por reclamação direta ao árbitro Gustavo Ervino Bauermann, e o próprio Jorge Jiménez, que, mesmo no banco de reservas, protestou de forma veemente contra a decisão. A tensão no gramado exigiu a intervenção da Polícia Militar para conter os ânimos, e o jogo terminou com 107 minutos de duração, incluindo 17 minutos de acréscimos. O empate assegurou o título ao Avaí, mas o desfecho da partida foi rapidamente eclipsado pelo incidente envolvendo Jiménez.
O comportamento do volante não foi um fato isolado em termos de confusão. Após o apito final, diretores da Chapecoense invadiram o gramado enquanto a arbitragem era escoltada pela polícia, e o técnico Gilmar Dal Pozzo foi acusado de agredir o quarto árbitro William Machado Steffen e o lateral Mário Sérgio, do Avaí. Esses episódios reforçam a percepção de que a final foi marcada por descontrole emocional e falhas na segurança do evento.
Reação imediata dos envolvidos
Após o incidente, a Chapecoense emitiu uma nota oficial lamentando os acontecimentos e afirmando que não compactua com qualquer tipo de violência ou agressão. O clube informou que procurou Jorge Jiménez, que se mostrou arrependido pela conduta. A nota também criticou a invasão de torcedores do Avaí ao gramado, apontando que o ato colocou em risco a integridade de atletas, comissão técnica e demais presentes. A instituição destacou que está apurando os fatos internamente, mas não detalhou possíveis punições ao jogador.
Jorge Jiménez, por sua vez, pronunciou-se publicamente em um vídeo divulgado no dia seguinte à partida. Visivelmente abalado, o paraguaio pediu desculpas aos torcedores do Avaí e reconheceu que perdeu o controle após provocações recebidas enquanto saía do campo. Ele afirmou que não tinha intenção de causar um incidente tão grave e que estava sofrendo ameaças de morte após o ocorrido, o que intensificou seu arrependimento. A declaração do jogador, no entanto, não apaziguou a revolta de muitos torcedores, que exigem uma punição exemplar.
O Avaí também se manifestou por meio de nota oficial, repudiando os atos de violência registrados após o jogo. O clube expressou solidariedade aos torcedores agredidos e colocou-se à disposição das autoridades para esclarecer os fatos. Curiosamente, o comunicado não abordou a invasão de campo por parte de seus próprios torcedores, um ponto que foi registrado na súmula pelo árbitro Gustavo Ervino Bauermann e criticado pela Chapecoense.
Escalada da violência e suas consequências
Casos de violência no futebol não são novidade, mas o episódio envolvendo Jorge Jiménez reacende o debate sobre a segurança em estádios e a responsabilidade dos atletas como figuras públicas. A agressão ocorreu em um momento de vulnerabilidade, quando torcedores comemoravam a conquista do Avaí e a presença policial ainda não havia conseguido conter completamente a invasão do gramado. A voadora desferida por Jiménez, em especial, foi classificada como covarde por muitos observadores, já que o torcedor atingido estava de costas e não representava uma ameaça imediata.
A Polícia Militar de Santa Catarina estava presente no local, mas a ação rápida do jogador dificultou uma intervenção instantânea. Imagens mostram agentes próximos ao incidente, porém sem tempo de evitar o ataque. A situação levanta questões sobre o planejamento de segurança para eventos de grande porte como a final do Catarinense, especialmente em um estádio como a Ressacada, que recebeu um público expressivo e já esperava uma partida de alta tensão.
Especialistas em direito desportivo apontam que Jiménez pode enfrentar sérias consequências disciplinares. O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de Santa Catarina deve analisar o caso, e o jogador corre o risco de ser suspenso por várias partidas, além de pagar multas. A Chapecoense, por sua vez, pode ser penalizada por falhas na conduta de seus profissionais, embora o clube tenha se posicionado contra o ato. A gravidade da agressão, captada em vídeo, dificulta qualquer tentativa de defesa por parte do atleta.
Histórico de Jiménez e impacto no clube
Jorge Jiménez, de 32 anos, é um volante paraguaio com passagem por diversos clubes antes de chegar à Chapecoense. Em 2023, ele defendeu o Paysandu na Série C do Campeonato Brasileiro, disputando 15 jogos sem marcar gols ou dar assistências. No mesmo ano, integrou o elenco do Amazonas FC, onde participou da campanha que garantiu o acesso à Série B e o título da terceira divisão, com 50 partidas, um gol e duas assistências. Sua trajetória no futebol brasileiro, até então, não havia registrado episódios de violência tão explícitos quanto o ocorrido na Ressacada.
Na Chapecoense, Jiménez vinha sendo peça importante no meio-campo, mas sua participação na final foi limitada. Substituído no intervalo por Pedro Martins, ele acompanhou o segundo tempo do banco de reservas até ser expulso aos 19 minutos, após protestar contra o pênalti marcado a favor do Avaí. A expulsão já indicava um descontrole emocional, que culminou na agressão aos torcedores após o fim do jogo. O incidente mancha sua reputação e coloca a Chapecoense em uma posição delicada diante de patrocinadores e da torcida.
O clube do oeste catarinense, que buscava o título estadual para coroar uma campanha competitiva, agora lida com as repercussões negativas do caso. A diretoria enfrenta pressão para tomar medidas internas, enquanto o presidente Alex Passos já havia expressado indignação com a arbitragem da partida, chegando a cogitar a saída da Chapecoense da Federação Catarinense de Futebol. A combinação de polêmicas dentro e fora de campo torna o vice-campeonato ainda mais amargo para o Verdão do Oeste.
Cronologia dos eventos na final
A seguir, um resumo dos principais momentos que marcaram a decisão do Campeonato Catarinense na Ressacada:
- Início do jogo: Avaí e Chapecoense entram em campo às 16h30, com 17.711 torcedores presentes.
- Primeiro tempo: Jiménez é titular, mas é substituído no intervalo por Pedro Martins; placar segue 0 a 0.
- Segundo tempo: Bruno Matias abre o placar para a Chapecoense aos 4 minutos; aos 19 minutos, Jiménez e Giovanni Augusto são expulsos após confusão no banco.
- Pênalti polêmico: Aos 29 minutos, Eduardo Brock empata para o Avaí após sete minutos de revisão no VAR.
- Apito final: Jogo termina em 1 a 1 após 107 minutos; Avaí é campeão.
- Agressão: Após o fim da partida, Jiménez volta ao gramado e agride torcedores do Avaí.
Polêmica da arbitragem e reações institucionais
Além da violência protagonizada por Jiménez, a final foi marcada por controvérsias relacionadas à arbitragem. O árbitro Gustavo Ervino Bauermann relatou em súmula ter sofrido ameaças de morte por um dirigente da Chapecoense após o jogo. Ele também descreveu agressões do técnico Gilmar Dal Pozzo contra o quarto árbitro William Machado Steffen e o lateral Mário Sérgio, do Avaí. A marcação do pênalti, que demandou longa revisão no VAR, foi o estopim para a revolta do time visitante, que considerou a decisão tendenciosa.
O presidente da Chapecoense, Alex Passos, chegou a sugerir que o clube poderia deixar a Federação Catarinense de Futebol e disputar campeonatos estaduais em outros estados, como o Gauchão ou o Paranaense. Ele criticou a escolha de Bauermann para apitar a partida, alegando que o árbitro já teve problemas com o clube no passado, inclusive sendo dispensado das categorias de base da Chape por Gilmar Dal Pozzo, hoje treinador do time. A declaração reflete o grau de insatisfação da diretoria com os eventos da final.
Por outro lado, o Avaí celebrou o título com entusiasmo, mas evitou se posicionar sobre a invasão de campo por seus torcedores, um ponto que também foi destacado na súmula e pode gerar investigações adicionais. A festa do Leão da Ilha, que agora soma 19 conquistas estaduais, foi parcialmente ofuscada pela confusão, mas o clube manteve o foco na conquista e na solidariedade aos torcedores agredidos.
Debate sobre segurança e comportamento no futebol
Incidentes como o de Jorge Jiménez reacendem discussões sobre a segurança nos estádios brasileiros. A invasão de campo, embora motivada pela euforia da torcida do Avaí, expôs falhas no controle de acesso ao gramado, permitindo que jogadores e torcedores ficassem vulneráveis a confrontos. A presença da Polícia Militar foi insuficiente para evitar a ação do volante, que agiu rapidamente e sem aviso, pegando todos desprevenidos.
A responsabilidade dos atletas também entra em pauta. Como figuras públicas, jogadores têm o dever de manter o controle emocional, especialmente em situações de alta pressão como uma final de campeonato. A atitude de Jiménez contraria esse princípio e pode servir de exemplo negativo, incentivando outros casos de violência no esporte. A Chapecoense, ao optar por não punir o jogador imediatamente, deixa em aberto o debate sobre como os clubes devem lidar com esse tipo de conduta.
Outro aspecto relevante é o impacto psicológico nas vítimas. O torcedor atingido pela voadora, que estava acompanhado de uma criança em outro momento registrado por câmeras, sofreu um ataque inesperado e violento. A presença de menores no gramado durante a invasão também preocupa, evidenciando a necessidade de medidas mais rigorosas para proteger todos os envolvidos em eventos esportivos.
Próximos passos e desdobramentos
A agressão de Jorge Jiménez não deve passar despercebida pelas autoridades esportivas. O TJD de Santa Catarina já tem elementos suficientes, como vídeos e relatos na súmula, para abrir um processo contra o jogador. Suspensões prolongadas e multas são punições prováveis, e a Chapecoense pode ser responsabilizada por não conter a situação. O clube terá que decidir internamente como lidar com o volante, que agora enfrenta rejeição de parte da torcida e pressão pública.
A Polícia Civil também pode entrar em ação, caso os torcedores agredidos registrem boletim de ocorrência. A voadora e a tentativa de chute na cabeça configuram lesão corporal, o que pode levar o caso para a esfera criminal. Jiménez, que já relatou ameaças de morte, vive um momento delicado em sua carreira e pode ter sua passagem pelo futebol brasileiro comprometida por esse episódio.
Enquanto isso, o Avaí segue comemorando o título, mas a mancha deixada pela confusão pós-jogo permanece. O Campeonato Catarinense, que vinha sendo elogiado por sua competitividade, termina com um saldo negativo de violência e polêmica, desafiando organizadores, clubes e autoridades a repensarem estratégias para evitar que cenas como essas se repitam.
Fatos marcantes da final
- Público recorde de 17.711 torcedores na Ressacada.
- Renda superior a R$ 700 mil, a maior do torneio.
- Revisão de sete minutos no VAR para confirmar o pênalti do Avaí.
- Expulsão de dois jogadores da Chapecoense no segundo tempo.
- Invasão de campo por torcedores do Avaí após o apito final.
