Última década é marcada por guinada de jogadores com mais de 35 anos, e preparador ex-Seleção explica fatores: “São atletas na concepção da palavra” Jogadores mais velhos do Brasileirão falam sobre longevidade no futebol
O Brasileirão 2025 bate à porta neste final de semana e se os atletas novinhos são maioria nos clubes, os jogadores “vovôs”, acima de 35 anos, continuam a furar a bolha como exemplos de longevidade. Pelo menos nos últimos 10 anos, aliás — como mostra o Gato Mestre, do ge.
De 2015 até a atual temporada, a elite do futebol nacional viu 476 “+35” performarem em campo. Neste ano, o número é de 49 atletas presentes entre os 20 clubes da Série A. E contando.
Veja a tabela do Brasileirão 2025
Afinal, é bom o adendo: ainda há duas janelas de transferências pela frente, com possibilidades de aumentar esta parcial e, quem sabe, produzir um novo recorde de vovôs no ano: a janela caseira, em andamento, e a nacional, que começa em julho e termina em setembro.
E quais são os números, por temporada, de jogadores com este perfil? Para a pesquisa, a reportagem considerou aqueles que jogaram o Brasileirão de 2015 a 2024 e fizeram (ou já tinham) 35 anos ou mais durante o campeonato.
Janela de transferências 2025: veja datas no Brasil
Hulk comemora gol do Atlético-MG
Pedro Souza / Atlético
“Um Bernard” só de músculo: o fenômeno físico que sustenta Hulk
*Para a edição de 2025, o Gato Mestre considerou os atletas que estão atualmente nos elencos com idade na data do último dia 20 de março.
Nota-se, então, pela linha do tempo descrita, uma crescente na presença de atletas com mais de 35 anos atuando no maior escalão do futebol brasileiro.
A partir de 2017, em especial, o crescimento ganha corpo e atinge seu ápice sete anos depois, quando são registrados pouco mais que o dobro de jogadores (32 para 62).
A ciência por trás da tendência
Testes físicos da Seleção Brasileira na Granja Comary: Bruno Mazziotti e Renato Augusto
Lucas Figueiredo/CBF
O preparador físico Bruno Mazziotti calcula ter passado por sua mão mais de 700 atletas ao longo dos 20 anos de carreira. Ele ostenta currículo invejável: passagens por seleção brasileira, PSG, Arsenal, seleção uruguaia, Cruzeiro e Corinthians. Trabalhou em três Copas do Mundo.
Com a bagagem de formação em Fisioterapia e Educação Física, além de especialização em Biomecânica, enxerga a guinada dos “vovôs” como um exemplo multifatorial. Há a genética sobressalente de poucos, a mudança de mentalidade da maioria e, acima de tudo, o perfil diferenciado dos nascidos nas décadas de 80 e 90.
“A geração dos anos 80 e 90 é reconhecidamente uma geração com muita capacidade técnica. Isso, de fato, faz com que estes atletas possam retornar ao seu país de origem (no caso, o Brasil) sendo ainda diferenciais”
Bruno Mazziotti explica crescente de atletas 35+ na Série A
— Esses atletas são classificados como atletas de sustentação ou tutores. Obviamente que chegaram a essa fase porque passaram pelo processo de rendimento, de lapidação e desenvolvimento, categorias anteriores àquelas mencionadas à minha fala — contextualiza Mazziotii, antes de mergulhar no tema.
“O primeiro fator causal é a mudança de mentalidade. São atletas na concepção da palavra, muito preocupados com aquilo que comem, da maneira como treinam, da qualidade de seu sono. Por outro lado, podemos citar o avanço significativo na metodologia dos treinos. Hoje, nossos treinos estão preocupados em não gerar danos tão grandes”, acrescenta.
Fábio diz que dorme 3h e não faz musculação: “Os caras ficam abismados”
“Não perdem qualidade; sim, capacidade física”, diz ex-PSG e Seleção sobre atletas +35
— Nenhum atleta acima dos 33 que não permita ter sua qualidade técnica desenvolvida ou reconhecida, dificilmente seria diferencial na Série A. Até porque a competição é bastante caótica, calendário, logística. Mas, importante: estes atletas não perdem qualidade; diminuem, sim, a capacidade física. Eles aumentam a técnica pela maturação da vida desportiva, que somada aos hábitos de melhor cuidado, faz com que essa longevidade seja ressaltada no Brasil e Europa — finaliza Bruno.
Quem são e onde estão?
O Fluminense, de Fábio, é o clube com mais jogadores com mais de 35 anos: sete
Thiago Ribeiro/AGIF
Os 49 “+35” na atual edição do Brasileirão se dividem em 16 dos 20 clubes participantes. O Fluminense é o que abriga o maior número de atletas com idade igual ou superior aos 35 anos: oito. É seguido por Mirassol, estreante na elite, com seis.
O Atlético-MG, com Hulk, aos 38, e o Botafogo, com Marçal, aos 36, são os times com menos.
E quem são os “os mais vovôs entre os vovôs”? O goleiro Fábio, do Tricolor das Laranjeiras, jogador brasileiro mais velho da Série A, de 44 anos, seguido pelo meia Nenê, do Juventude, aos intermináveis 43.
Atlético-MG
Huk, com 38
Bahia
Everton Ribeiro no Ba-Vi do último domingo
Letícia Martins / Divulgação / EC Bahia
Danilo Fernandes, com 36
Everton Ribeiro, com 35
Botafogo
Marçal, Botafogo
Vitor Silva/Botafogo
Marçal, com 36
Ceará
Luiz Otávio, Ceará
Gabriel Silva/Ceará SC
Luiz Otávio, com 36
Fernando Miguel, com 40
Cruzeiro
Cássio, Cruzeiro
Gilson Lobo/AGIF
Cássio, com 37
Eduardo, com 35
Bolasie, com 35
Fagner, com 35
Fluminense
Thiago silva comemora gol – Vasco x Fluminense
MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC
Paulo Henrique Ganso, com 35
Manoel, com 35
Germán Cano, com 37
Fábio, com 44
Keno, com 35
Thiago Santos, com 35
Renato Augusto, com 37
Thiago Silva, com 40
Fortaleza
David Luiz em entrevista ao Abre Aspas
Thiago Gadelha
Titi, com 37
Lucas Sasha, com 35
David Luiz, com 37
João Ricardo, com 36
Grêmio
Edenilson na derrota do Grêmio para o Fortaleza
Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Edenílson, com 35
Internacional
Mercado zagueiro Inter
Ricardo Duarte/Divulgação, Internacional
Mercado, com 38
Enner Valencia, com 35
Bruno Henrique, com 35
Fernando, com 37
Juventude
Nenê no Lance de Craque
Nathan Bizotto/EC Juventude
Alan Ruschel, com 35
Nenê, com 43
Gilberto, com 35
Mirassol
Léo Gamalho comemora gol do Mirassol contra a Chapecoense
Felipe Modesto/Ag. Mirassol
Gabriel, com 35
Alex Muralha, com 35
Léo Gamalho, com 39
David Braz, com 37
Reinaldo, com 35
Walter, com 37
Palmeiras
Weverton, goleiro do Palmeiras, em coletiva na FPF
Natália Bergonso
Weverton, com 37
Marcos Rocha, com 36
Marcelo Lomba, com 38
Santos
Gil – Corinthians x Santos
Marcos Ribolli
Júlio Furch, com 35
Tomás Rincón, com 37
Gil, com 37
São Paulo
Luiz Gustavo em jogo-treino do São Paulo contra o São Bernardo
Rubens Chiri / São Paulo FC
Rafael, com 35
Luiz Gustavo, com 37
Vasco
Vegetti é o artilheiro do Cariocão com seis gols
Thiago Ribeiro/AGIF
Vegetti, com 36
Payet, com 37 (faz 38 em 29 /03)
Souza, com 36
Alex Texeira, com 35
Vitória
Osvaldo perdeu espaço e figura no time alternativo do Vitória
Victor Ferreira/EC Vitória
Osvaldo, com 37
Última década é marcada por guinada de jogadores com mais de 35 anos, e preparador ex-Seleção explica fatores: “São atletas na concepção da palavra” Jogadores mais velhos do Brasileirão falam sobre longevidade no futebol
O Brasileirão 2025 bate à porta neste final de semana e se os atletas novinhos são maioria nos clubes, os jogadores “vovôs”, acima de 35 anos, continuam a furar a bolha como exemplos de longevidade. Pelo menos nos últimos 10 anos, aliás — como mostra o Gato Mestre, do ge.
De 2015 até a atual temporada, a elite do futebol nacional viu 476 “+35” performarem em campo. Neste ano, o número é de 49 atletas presentes entre os 20 clubes da Série A. E contando.
Veja a tabela do Brasileirão 2025
Afinal, é bom o adendo: ainda há duas janelas de transferências pela frente, com possibilidades de aumentar esta parcial e, quem sabe, produzir um novo recorde de vovôs no ano: a janela caseira, em andamento, e a nacional, que começa em julho e termina em setembro.
E quais são os números, por temporada, de jogadores com este perfil? Para a pesquisa, a reportagem considerou aqueles que jogaram o Brasileirão de 2015 a 2024 e fizeram (ou já tinham) 35 anos ou mais durante o campeonato.
Janela de transferências 2025: veja datas no Brasil
Hulk comemora gol do Atlético-MG
Pedro Souza / Atlético
“Um Bernard” só de músculo: o fenômeno físico que sustenta Hulk
*Para a edição de 2025, o Gato Mestre considerou os atletas que estão atualmente nos elencos com idade na data do último dia 20 de março.
Nota-se, então, pela linha do tempo descrita, uma crescente na presença de atletas com mais de 35 anos atuando no maior escalão do futebol brasileiro.
A partir de 2017, em especial, o crescimento ganha corpo e atinge seu ápice sete anos depois, quando são registrados pouco mais que o dobro de jogadores (32 para 62).
A ciência por trás da tendência
Testes físicos da Seleção Brasileira na Granja Comary: Bruno Mazziotti e Renato Augusto
Lucas Figueiredo/CBF
O preparador físico Bruno Mazziotti calcula ter passado por sua mão mais de 700 atletas ao longo dos 20 anos de carreira. Ele ostenta currículo invejável: passagens por seleção brasileira, PSG, Arsenal, seleção uruguaia, Cruzeiro e Corinthians. Trabalhou em três Copas do Mundo.
Com a bagagem de formação em Fisioterapia e Educação Física, além de especialização em Biomecânica, enxerga a guinada dos “vovôs” como um exemplo multifatorial. Há a genética sobressalente de poucos, a mudança de mentalidade da maioria e, acima de tudo, o perfil diferenciado dos nascidos nas décadas de 80 e 90.
“A geração dos anos 80 e 90 é reconhecidamente uma geração com muita capacidade técnica. Isso, de fato, faz com que estes atletas possam retornar ao seu país de origem (no caso, o Brasil) sendo ainda diferenciais”
Bruno Mazziotti explica crescente de atletas 35+ na Série A
— Esses atletas são classificados como atletas de sustentação ou tutores. Obviamente que chegaram a essa fase porque passaram pelo processo de rendimento, de lapidação e desenvolvimento, categorias anteriores àquelas mencionadas à minha fala — contextualiza Mazziotii, antes de mergulhar no tema.
“O primeiro fator causal é a mudança de mentalidade. São atletas na concepção da palavra, muito preocupados com aquilo que comem, da maneira como treinam, da qualidade de seu sono. Por outro lado, podemos citar o avanço significativo na metodologia dos treinos. Hoje, nossos treinos estão preocupados em não gerar danos tão grandes”, acrescenta.
Fábio diz que dorme 3h e não faz musculação: “Os caras ficam abismados”
“Não perdem qualidade; sim, capacidade física”, diz ex-PSG e Seleção sobre atletas +35
— Nenhum atleta acima dos 33 que não permita ter sua qualidade técnica desenvolvida ou reconhecida, dificilmente seria diferencial na Série A. Até porque a competição é bastante caótica, calendário, logística. Mas, importante: estes atletas não perdem qualidade; diminuem, sim, a capacidade física. Eles aumentam a técnica pela maturação da vida desportiva, que somada aos hábitos de melhor cuidado, faz com que essa longevidade seja ressaltada no Brasil e Europa — finaliza Bruno.
Quem são e onde estão?
O Fluminense, de Fábio, é o clube com mais jogadores com mais de 35 anos: sete
Thiago Ribeiro/AGIF
Os 49 “+35” na atual edição do Brasileirão se dividem em 16 dos 20 clubes participantes. O Fluminense é o que abriga o maior número de atletas com idade igual ou superior aos 35 anos: oito. É seguido por Mirassol, estreante na elite, com seis.
O Atlético-MG, com Hulk, aos 38, e o Botafogo, com Marçal, aos 36, são os times com menos.
E quem são os “os mais vovôs entre os vovôs”? O goleiro Fábio, do Tricolor das Laranjeiras, jogador brasileiro mais velho da Série A, de 44 anos, seguido pelo meia Nenê, do Juventude, aos intermináveis 43.
Atlético-MG
Huk, com 38
Bahia
Everton Ribeiro no Ba-Vi do último domingo
Letícia Martins / Divulgação / EC Bahia
Danilo Fernandes, com 36
Everton Ribeiro, com 35
Botafogo
Marçal, Botafogo
Vitor Silva/Botafogo
Marçal, com 36
Ceará
Luiz Otávio, Ceará
Gabriel Silva/Ceará SC
Luiz Otávio, com 36
Fernando Miguel, com 40
Cruzeiro
Cássio, Cruzeiro
Gilson Lobo/AGIF
Cássio, com 37
Eduardo, com 35
Bolasie, com 35
Fagner, com 35
Fluminense
Thiago silva comemora gol – Vasco x Fluminense
MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC
Paulo Henrique Ganso, com 35
Manoel, com 35
Germán Cano, com 37
Fábio, com 44
Keno, com 35
Thiago Santos, com 35
Renato Augusto, com 37
Thiago Silva, com 40
Fortaleza
David Luiz em entrevista ao Abre Aspas
Thiago Gadelha
Titi, com 37
Lucas Sasha, com 35
David Luiz, com 37
João Ricardo, com 36
Grêmio
Edenilson na derrota do Grêmio para o Fortaleza
Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Edenílson, com 35
Internacional
Mercado zagueiro Inter
Ricardo Duarte/Divulgação, Internacional
Mercado, com 38
Enner Valencia, com 35
Bruno Henrique, com 35
Fernando, com 37
Juventude
Nenê no Lance de Craque
Nathan Bizotto/EC Juventude
Alan Ruschel, com 35
Nenê, com 43
Gilberto, com 35
Mirassol
Léo Gamalho comemora gol do Mirassol contra a Chapecoense
Felipe Modesto/Ag. Mirassol
Gabriel, com 35
Alex Muralha, com 35
Léo Gamalho, com 39
David Braz, com 37
Reinaldo, com 35
Walter, com 37
Palmeiras
Weverton, goleiro do Palmeiras, em coletiva na FPF
Natália Bergonso
Weverton, com 37
Marcos Rocha, com 36
Marcelo Lomba, com 38
Santos
Gil – Corinthians x Santos
Marcos Ribolli
Júlio Furch, com 35
Tomás Rincón, com 37
Gil, com 37
São Paulo
Luiz Gustavo em jogo-treino do São Paulo contra o São Bernardo
Rubens Chiri / São Paulo FC
Rafael, com 35
Luiz Gustavo, com 37
Vasco
Vegetti é o artilheiro do Cariocão com seis gols
Thiago Ribeiro/AGIF
Vegetti, com 36
Payet, com 37 (faz 38 em 29 /03)
Souza, com 36
Alex Texeira, com 35
Vitória
Osvaldo perdeu espaço e figura no time alternativo do Vitória
Victor Ferreira/EC Vitória
Osvaldo, com 37