A noite de 25 de março foi um pesadelo para a Seleção Brasileira no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Diante de um público empolgado, o Brasil foi goleado por 4 a 1 pela Argentina, em partida válida pela 14ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. O placar, embora elástico, não reflete totalmente o domínio dos donos da casa, que controlaram o jogo desde o apito inicial. Para Dorival Júnior, técnico brasileiro, a atuação foi um “desastre do primeiro ao último minuto”, e os números confirmam: apenas 44% de posse de bola, três finalizações contra 12 dos argentinos e uma marcação que mais parecia um convite ao ataque rival. A quase um ano da Copa, o resultado acende um sinal de alerta para o futuro da equipe, que agora entra em um recesso de três meses sob intensa pressão.
O jogo começou com um ritmo avassalador imposto pela Argentina. Antes mesmo de completar quatro minutos, Julian Alvarez abriu o placar, aproveitando uma falha na saída de bola brasileira. A superioridade numérica dos argentinos no meio-campo, com nomes como Enzo Fernandez, Leandro Paredes, Rodrigo De Paul e Alexis Mac Allister, transformou o setor em um corredor livre para jogadas ofensivas. Enquanto isso, o Brasil, escalado por Dorival com dois volantes e uma postura defensiva frágil, não conseguia responder. Raphinha e Matheus Cunha, apesar de circularem pelo meio, pouco ajudaram a conter o avanço rival, evidenciando a falta de equilíbrio tático da equipe.
Matheus Cunha, um dos poucos亮点 (destaques) brasileiros na partida, marcou o único gol da Seleção aos 26 minutos do primeiro tempo. O lance, porém, foi mais fruto de sorte do que de estratégia: após desarmar Cuti Romero, o atacante viu a bola sobrar e finalizou com precisão. Ainda assim, o gol não mudou o panorama do jogo. A Argentina continuou soberana, e o Brasil, mesmo com breves momentos de posse, não conseguiu ameaçar o goleiro Emiliano “Dibu” Martinez, que chegou a fazer embaixadinhas em campo, simbolizando a tranquilidade dos anfitriões.
- Posse de bola: Argentina 56%, Brasil 44%
- Finalizações: Argentina 12, Brasil 3
- Passes trocados: Argentina 527, Brasil 425
- Faltas cometidas: Argentina 12, Brasil 19
Domínio argentino desde o apito inicial
Desde os primeiros segundos, o Brasil mostrou dificuldades para se impor. Foram necessários 2 minutos e 5 segundos para que a Seleção tocasse na bola pela primeira vez, em um desarme de Murillo. A Argentina, por outro lado, rapidamente recuperou a posse e não demorou a construir sua vantagem. O segundo gol, anotado por Enzo Fernandez, veio em uma jogada que expôs a fragilidade da marcação brasileira: espaços generosos no meio-campo e uma linha defensiva desorganizada. A facilidade com que os argentinos avançavam pelo corredor central era gritante, e Dorival, na beira do campo, parecia sem respostas para ajustar o time.
A situação piorou ainda mais no terceiro gol, marcado por Mac Allister. Enzo Fernandez teve tempo de sobra para dominar a bola, apontar o espaço e lançar o meia do Liverpool, que passou por três defensores brasileiros antes de desviar para as redes. A proteção à área, responsabilidade dos volantes e zagueiros, foi praticamente inexistente. Bento, goleiro brasileiro, ainda evitou um placar mais humilhante com defesas importantes, mas o domínio argentino era inquestionável. No fim do primeiro tempo, o Brasil já demonstrava sinais de abatimento, enquanto os torcedores locais entoavam cânticos de provocação.
No intervalo, Dorival tentou reagir com três substituições: saíram Murillo, Joelinton e Rodrygo, entrando Léo Ortiz, João Gomes e Endrick. A mudança, porém, teve efeito limitado. O Brasil até esboçou uma leve pressão ofensiva nos primeiros minutos da segunda etapa, mas logo perdeu o controle novamente. Lionel Scaloni, técnico da Argentina, respondeu com alterações que renovaram o fôlego de sua equipe, consolidando a superioridade dos donos da casa. O quarto gol, marcado por Giuliano Simeone, foi mais um exemplo da apatia defensiva brasileira: Tagliafico cruzou sem resistência, e a bola atravessou toda a área até encontrar o jovem atacante na segunda trave.
Pressão sobre Dorival Júnior aumenta
Dorival Júnior enfrenta agora um momento delicado no comando da Seleção Brasileira. A goleada em Buenos Aires não foi apenas uma derrota em números, mas um reflexo de problemas táticos e estruturais que vêm se acumulando. A escolha por uma formação com dois volantes, que já havia sido questionada em jogos anteriores, se mostrou insuficiente diante de um meio-campo argentino bem articulado. A falta de competitividade da equipe, como o próprio treinador admitiu, levanta dúvidas sobre sua capacidade de liderar o Brasil rumo à Copa de 2026. Com a pausa de três meses até a próxima Data Fifa, o técnico terá tempo para rever estratégias, mas a pressão por resultados e um futebol mais convincente só aumenta.
A atuação desastrosa também reacende o debate sobre o elenco. Vinicius Junior, um dos principais nomes do time, teve uma noite apagada, sem conseguir criar jogadas de perigo. Raphinha, por sua vez, cometeu faltas logo no início e não encontrou espaço para brilhar. Entre os poucos que escaparam das críticas, Matheus Cunha se destacou pela entrega, mas sozinho não pôde mudar o rumo da partida. As substituições no segundo tempo trouxeram pouca melhora, e nomes como Endrick, aposta de renovação, ainda não mostraram o impacto esperado em um jogo de tamanha magnitude.
Os números do confronto falam por si só. A Argentina trocou 527 passes, contra 425 do Brasil, e finalizou sete vezes ao gol, enquanto os brasileiros acertaram apenas uma bola na meta adversária. A posse de bola, embora próxima (56% contra 44%), não reflete a diferença de qualidade no aproveitamento. Enquanto os argentinos usavam a bola para construir jogadas, o Brasil parecia perdido, com erros frequentes na saída de bola e uma marcação frouxa que permitiu à Argentina jogar com liberdade.
Cronologia de uma noite para esquecer
O jogo contra a Argentina pode ser dividido em momentos-chave que mostram a derrocada brasileira:
- Aos 4 minutos: Julian Alvarez abre o placar, aproveitando falha na saída de bola.
- Aos 26 minutos: Matheus Cunha marca o gol solitário do Brasil em lance isolado.
- Aos 32 minutos: Enzo Fernandez amplia para 2 a 1, explorando o meio-campo aberto.
- Aos 41 minutos: Mac Allister faz o terceiro, em jogada de domínio total dos argentinos.
- Aos 67 minutos: Giuliano Simeone fecha o placar em 4 a 1, com falha coletiva da defesa.
Apatia brasileira e festa argentina
No segundo tempo, o Brasil não conseguiu transformar o placar adverso em motivação. Pelo contrário, o time se mostrou abatido, enquanto a Argentina administrava o resultado com tranquilidade. Dibu Martinez, em um gesto que irritou os brasileiros, chegou a fazer embaixadinhas no gol, sem ser pressionado. A reta final do jogo foi marcada por erros consecutivos na saída de bola, que ofereceram chances claras aos argentinos. Bento, com defesas importantes, evitou que o placar se transformasse em uma goleada histórica, mas o “Olé” da torcida já ecoava desde os sete minutos de jogo.
A festa argentina não terminou com o apito final. Após o jogo, os torcedores locais celebraram com um show pirotécnico e exibição das taças conquistadas pela seleção no telão do estádio. A provocação, que incluiu referências à Copa do Mundo de 2022, foi um golpe adicional para os brasileiros, que deixaram o campo cabisbaixos. A imprensa argentina destacou a superioridade de sua equipe, com manchetes que enalteciam o “passeio” sobre o maior rival sul-americano.
A diferença técnica entre as duas seleções ficou evidente em cada setor do campo. Enquanto a Argentina contava com um meio-campo coeso e criativo, liderado por Mac Allister e Enzo Fernandez, o Brasil dependia de esforços individuais que não se conectavam. A defesa, por sua vez, foi um ponto fraco constante, com falhas de posicionamento e lentidão nas transições. Dorival, ao justificar a derrota, apontou a falta de ajustes desde o início, mas as críticas já vão além da escalação: o trabalho como um todo está em xeque.
Impacto nas Eliminatórias e no futuro da Seleção
Com o resultado, o Brasil estaciona na tabela das Eliminatórias, enquanto a Argentina consolida sua liderança. A goleada não apenas amplia a distância entre os dois times na classificação, mas também reforça a percepção de que a Seleção Brasileira vive um momento de transição conturbada. A um ano da Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, México e Canadá, o desempenho em Buenos Aires levanta questões sobre a preparação da equipe para o torneio. A pausa até a próxima Data Fifa, em junho, será um período de reflexão para Dorival e seus comandados.
Entre os torcedores, o clima é de preocupação. A atuação apática diante do maior rival, em um estádio emblemático como o Monumental de Nuñez, reacende memórias de derrotas marcantes do passado. A superioridade argentina, que já havia sido vista na final da Copa América de 2021, parece se repetir, enquanto o Brasil luta para encontrar uma identidade tática. A pressão sobre Dorival não se limita aos resultados: a exigência é por um futebol competitivo, capaz de resgatar o orgulho da torcida.
Alguns dados ajudam a entender o tamanho do desafio:
- O Brasil venceu apenas um dos últimos cinco confrontos diretos contra a Argentina.
- A Seleção não marca mais de um gol contra os argentinos desde 2019.
- Nas Eliminatórias atuais, a Argentina soma 11 vitórias em 14 jogos, contra 8 do Brasil.
O que esperar do recesso de três meses
Os próximos três meses serão decisivos para o futuro da Seleção Brasileira. Dorival Júnior terá a missão de analisar os erros táticos expostos em Buenos Aires e buscar soluções para o meio-campo, que se mostrou o calcanhar de Aquiles do time. A falta de criatividade e a fragilidade defensiva precisam ser corrigidas, seja com ajustes na escalação ou com uma mudança mais profunda na filosofia de jogo. Nomes como João Gomes e Endrick, que entraram no segundo tempo, podem ganhar mais espaço, mas a dependência de veteranos como Vinicius Junior e Raphinha também será testada.
A torcida, por sua vez, espera uma reação. A goleada de 4 a 1 não é apenas um resultado isolado, mas um reflexo de problemas que vêm se acumulando ao longo das Eliminatórias. A distância para a Copa de 2026 diminui a cada jogo, e o Brasil, pentacampeão mundial, não pode se dar ao luxo de chegar ao torneio sem um time competitivo. O duelo em Nuñez foi um alerta claro: mudanças são necessárias, e o tempo para implementá-las é curto.

A noite de 25 de março foi um pesadelo para a Seleção Brasileira no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Diante de um público empolgado, o Brasil foi goleado por 4 a 1 pela Argentina, em partida válida pela 14ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. O placar, embora elástico, não reflete totalmente o domínio dos donos da casa, que controlaram o jogo desde o apito inicial. Para Dorival Júnior, técnico brasileiro, a atuação foi um “desastre do primeiro ao último minuto”, e os números confirmam: apenas 44% de posse de bola, três finalizações contra 12 dos argentinos e uma marcação que mais parecia um convite ao ataque rival. A quase um ano da Copa, o resultado acende um sinal de alerta para o futuro da equipe, que agora entra em um recesso de três meses sob intensa pressão.
O jogo começou com um ritmo avassalador imposto pela Argentina. Antes mesmo de completar quatro minutos, Julian Alvarez abriu o placar, aproveitando uma falha na saída de bola brasileira. A superioridade numérica dos argentinos no meio-campo, com nomes como Enzo Fernandez, Leandro Paredes, Rodrigo De Paul e Alexis Mac Allister, transformou o setor em um corredor livre para jogadas ofensivas. Enquanto isso, o Brasil, escalado por Dorival com dois volantes e uma postura defensiva frágil, não conseguia responder. Raphinha e Matheus Cunha, apesar de circularem pelo meio, pouco ajudaram a conter o avanço rival, evidenciando a falta de equilíbrio tático da equipe.
Matheus Cunha, um dos poucos亮点 (destaques) brasileiros na partida, marcou o único gol da Seleção aos 26 minutos do primeiro tempo. O lance, porém, foi mais fruto de sorte do que de estratégia: após desarmar Cuti Romero, o atacante viu a bola sobrar e finalizou com precisão. Ainda assim, o gol não mudou o panorama do jogo. A Argentina continuou soberana, e o Brasil, mesmo com breves momentos de posse, não conseguiu ameaçar o goleiro Emiliano “Dibu” Martinez, que chegou a fazer embaixadinhas em campo, simbolizando a tranquilidade dos anfitriões.
- Posse de bola: Argentina 56%, Brasil 44%
- Finalizações: Argentina 12, Brasil 3
- Passes trocados: Argentina 527, Brasil 425
- Faltas cometidas: Argentina 12, Brasil 19
Domínio argentino desde o apito inicial
Desde os primeiros segundos, o Brasil mostrou dificuldades para se impor. Foram necessários 2 minutos e 5 segundos para que a Seleção tocasse na bola pela primeira vez, em um desarme de Murillo. A Argentina, por outro lado, rapidamente recuperou a posse e não demorou a construir sua vantagem. O segundo gol, anotado por Enzo Fernandez, veio em uma jogada que expôs a fragilidade da marcação brasileira: espaços generosos no meio-campo e uma linha defensiva desorganizada. A facilidade com que os argentinos avançavam pelo corredor central era gritante, e Dorival, na beira do campo, parecia sem respostas para ajustar o time.
A situação piorou ainda mais no terceiro gol, marcado por Mac Allister. Enzo Fernandez teve tempo de sobra para dominar a bola, apontar o espaço e lançar o meia do Liverpool, que passou por três defensores brasileiros antes de desviar para as redes. A proteção à área, responsabilidade dos volantes e zagueiros, foi praticamente inexistente. Bento, goleiro brasileiro, ainda evitou um placar mais humilhante com defesas importantes, mas o domínio argentino era inquestionável. No fim do primeiro tempo, o Brasil já demonstrava sinais de abatimento, enquanto os torcedores locais entoavam cânticos de provocação.
No intervalo, Dorival tentou reagir com três substituições: saíram Murillo, Joelinton e Rodrygo, entrando Léo Ortiz, João Gomes e Endrick. A mudança, porém, teve efeito limitado. O Brasil até esboçou uma leve pressão ofensiva nos primeiros minutos da segunda etapa, mas logo perdeu o controle novamente. Lionel Scaloni, técnico da Argentina, respondeu com alterações que renovaram o fôlego de sua equipe, consolidando a superioridade dos donos da casa. O quarto gol, marcado por Giuliano Simeone, foi mais um exemplo da apatia defensiva brasileira: Tagliafico cruzou sem resistência, e a bola atravessou toda a área até encontrar o jovem atacante na segunda trave.
Pressão sobre Dorival Júnior aumenta
Dorival Júnior enfrenta agora um momento delicado no comando da Seleção Brasileira. A goleada em Buenos Aires não foi apenas uma derrota em números, mas um reflexo de problemas táticos e estruturais que vêm se acumulando. A escolha por uma formação com dois volantes, que já havia sido questionada em jogos anteriores, se mostrou insuficiente diante de um meio-campo argentino bem articulado. A falta de competitividade da equipe, como o próprio treinador admitiu, levanta dúvidas sobre sua capacidade de liderar o Brasil rumo à Copa de 2026. Com a pausa de três meses até a próxima Data Fifa, o técnico terá tempo para rever estratégias, mas a pressão por resultados e um futebol mais convincente só aumenta.
A atuação desastrosa também reacende o debate sobre o elenco. Vinicius Junior, um dos principais nomes do time, teve uma noite apagada, sem conseguir criar jogadas de perigo. Raphinha, por sua vez, cometeu faltas logo no início e não encontrou espaço para brilhar. Entre os poucos que escaparam das críticas, Matheus Cunha se destacou pela entrega, mas sozinho não pôde mudar o rumo da partida. As substituições no segundo tempo trouxeram pouca melhora, e nomes como Endrick, aposta de renovação, ainda não mostraram o impacto esperado em um jogo de tamanha magnitude.
Os números do confronto falam por si só. A Argentina trocou 527 passes, contra 425 do Brasil, e finalizou sete vezes ao gol, enquanto os brasileiros acertaram apenas uma bola na meta adversária. A posse de bola, embora próxima (56% contra 44%), não reflete a diferença de qualidade no aproveitamento. Enquanto os argentinos usavam a bola para construir jogadas, o Brasil parecia perdido, com erros frequentes na saída de bola e uma marcação frouxa que permitiu à Argentina jogar com liberdade.
Cronologia de uma noite para esquecer
O jogo contra a Argentina pode ser dividido em momentos-chave que mostram a derrocada brasileira:
- Aos 4 minutos: Julian Alvarez abre o placar, aproveitando falha na saída de bola.
- Aos 26 minutos: Matheus Cunha marca o gol solitário do Brasil em lance isolado.
- Aos 32 minutos: Enzo Fernandez amplia para 2 a 1, explorando o meio-campo aberto.
- Aos 41 minutos: Mac Allister faz o terceiro, em jogada de domínio total dos argentinos.
- Aos 67 minutos: Giuliano Simeone fecha o placar em 4 a 1, com falha coletiva da defesa.
Apatia brasileira e festa argentina
No segundo tempo, o Brasil não conseguiu transformar o placar adverso em motivação. Pelo contrário, o time se mostrou abatido, enquanto a Argentina administrava o resultado com tranquilidade. Dibu Martinez, em um gesto que irritou os brasileiros, chegou a fazer embaixadinhas no gol, sem ser pressionado. A reta final do jogo foi marcada por erros consecutivos na saída de bola, que ofereceram chances claras aos argentinos. Bento, com defesas importantes, evitou que o placar se transformasse em uma goleada histórica, mas o “Olé” da torcida já ecoava desde os sete minutos de jogo.
A festa argentina não terminou com o apito final. Após o jogo, os torcedores locais celebraram com um show pirotécnico e exibição das taças conquistadas pela seleção no telão do estádio. A provocação, que incluiu referências à Copa do Mundo de 2022, foi um golpe adicional para os brasileiros, que deixaram o campo cabisbaixos. A imprensa argentina destacou a superioridade de sua equipe, com manchetes que enalteciam o “passeio” sobre o maior rival sul-americano.
A diferença técnica entre as duas seleções ficou evidente em cada setor do campo. Enquanto a Argentina contava com um meio-campo coeso e criativo, liderado por Mac Allister e Enzo Fernandez, o Brasil dependia de esforços individuais que não se conectavam. A defesa, por sua vez, foi um ponto fraco constante, com falhas de posicionamento e lentidão nas transições. Dorival, ao justificar a derrota, apontou a falta de ajustes desde o início, mas as críticas já vão além da escalação: o trabalho como um todo está em xeque.
Impacto nas Eliminatórias e no futuro da Seleção
Com o resultado, o Brasil estaciona na tabela das Eliminatórias, enquanto a Argentina consolida sua liderança. A goleada não apenas amplia a distância entre os dois times na classificação, mas também reforça a percepção de que a Seleção Brasileira vive um momento de transição conturbada. A um ano da Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, México e Canadá, o desempenho em Buenos Aires levanta questões sobre a preparação da equipe para o torneio. A pausa até a próxima Data Fifa, em junho, será um período de reflexão para Dorival e seus comandados.
Entre os torcedores, o clima é de preocupação. A atuação apática diante do maior rival, em um estádio emblemático como o Monumental de Nuñez, reacende memórias de derrotas marcantes do passado. A superioridade argentina, que já havia sido vista na final da Copa América de 2021, parece se repetir, enquanto o Brasil luta para encontrar uma identidade tática. A pressão sobre Dorival não se limita aos resultados: a exigência é por um futebol competitivo, capaz de resgatar o orgulho da torcida.
Alguns dados ajudam a entender o tamanho do desafio:
- O Brasil venceu apenas um dos últimos cinco confrontos diretos contra a Argentina.
- A Seleção não marca mais de um gol contra os argentinos desde 2019.
- Nas Eliminatórias atuais, a Argentina soma 11 vitórias em 14 jogos, contra 8 do Brasil.
O que esperar do recesso de três meses
Os próximos três meses serão decisivos para o futuro da Seleção Brasileira. Dorival Júnior terá a missão de analisar os erros táticos expostos em Buenos Aires e buscar soluções para o meio-campo, que se mostrou o calcanhar de Aquiles do time. A falta de criatividade e a fragilidade defensiva precisam ser corrigidas, seja com ajustes na escalação ou com uma mudança mais profunda na filosofia de jogo. Nomes como João Gomes e Endrick, que entraram no segundo tempo, podem ganhar mais espaço, mas a dependência de veteranos como Vinicius Junior e Raphinha também será testada.
A torcida, por sua vez, espera uma reação. A goleada de 4 a 1 não é apenas um resultado isolado, mas um reflexo de problemas que vêm se acumulando ao longo das Eliminatórias. A distância para a Copa de 2026 diminui a cada jogo, e o Brasil, pentacampeão mundial, não pode se dar ao luxo de chegar ao torneio sem um time competitivo. O duelo em Nuñez foi um alerta claro: mudanças são necessárias, e o tempo para implementá-las é curto.
