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29 Mar 2025, Sat

Baile argentino evidencia a falácia da 'evolução brasileira'




Disparidade entra as equipes causou constrangimento e explica a derrota da Seleção por 4×1 Argentina 4 x 1 Brasil | Melhores momentos | 14ª rodada | Eliminatórias da Copa 2026
O que era o temor de muita gente antes de a bola rolar, acabou se confirmando em Buenos Aires. O Brasil foi atropelado pela Argentina e sofreu a maior derrota dos últimos 65 anos para o maior rival. Desde dezembro de 1959 a seleção brasileira não levava um 4×1 dos argentinos. Uma mancha histórica, e que reflete perfeitamente a distância entre os dois times atualmente.
Dorival Junior vinha repetindo incessantemente que a equipe evoluía. Nos outros jogos já era imperceptível esse crescimento. Depois do ocorrido na noite desta terça-feira, o discurso tornasse insustentável, assim como a permanência da atual comissão técnica.
Dorival Júnior em Argentina x Brasil
Reuters
É preciso, no entanto, dividir responsabilidades. Principalmente com Ednaldo Rodrigues, presidente reeleito por aclamação na CBF, mas que conduz um processo totalmente atrapalhado na seleção brasileira desde o Mundial do Catar. O Brasil terá provavelmente o quarto treinador deste ciclo. Há lacunas na atual geração de jogadores, mas eles parecem inferiores dentro do bisonho contexto atual.
Escalações
Sem Lionel Messi e Lautaro Martinez, Lionel Scaloni contou com o retorno com De Paul para reforçar ainda mais o meio-campo. Simeone foi para o banco. Já Dorival Junior confirmou as seis mexidas em relação ao último jogo. Matheus Cunha e Wesley barraram João Pedro e Vanderson. Bruno Guimarães, Gérson, Gabriel Magalhães e Alisson foram desfalques.
Como Argentina e Brasil iniciaram o clássico válido pela 14ª rodada das Eliminatórias para a Copa 2026
Rodrigo Coutinho
O jogo
Se faltava uma partida para Dorival Junior entender o real estágio de ”evolução” de sua equipe, o confronto contra a Argentina escancarou toda a limitação coletiva do Brasil logo nos primeiros minutos. A ideia inicial do treinador foi ter Vini Jr e Matheus Cunha dando o primeiro combate na frente de uma linha de quatro com Rodrygo pela esquerda, Raphinha pela direita, e os volantes centralizados.
A prática foi uma tragédia. Os donos da casa recuavam suas peças para atrair o Brasil. Paredes se aproximava mais dos zagueiros. De Paul pela meia-direita, Mac Allister pela meia-esquerda, e Enzo Fernández e Almada, ”desciam” o campo para trocar passes curtos e gerar superioridade no setor da bola. Perdida, a seleção brasileira não teve capacidade para oferecer uma resposta eficaz.
Tentou subir o bloco sem qualquer organização, foi superada com bola de pé em pé diversas vezes, e tomou um vareio dos argentinos, com direito a três gols em 36 minutos, outros dois lances de perigo, e gritos de ”olé” em um Monumental entupido de orgulhosos torcedores. Era evidente a descoordenação entre os setores brasileiros para reduzir os danos que a boa construção rival poderia causar.
Almada e Enzo Fernández saíram da 1ª etapa como grandes destaques. Quase sempre recebendo em espaços nas costas dos volantes brasileiros, ou nas lacunas geradas pela ausência de retornos de Raphinha e Rodrygo pelos flancos. Tentavam acompanhar os movimentos de combate de Vini e Cunha sem qualquer coordenação, expondo os perdidos volantes e a última linha do time de Dorival.
Enzo Fernández comemora gol em Argentina x Brasil
Luis ROBAYO / AFP
Marquinhos foi muito mole no combate a Almada na origem do lance do primeiro gol. Tagliafico avançou sem problemas no setor de Raphinha e Wesley. Murillo e Arana lidaram mal com o volume albiceleste pelo setor esquerdo de defesa. A retaguarda brasileira parecia amadora diante de um time seguro e envolvente.
A situação teve uma trégua em ação individual de Matheus Cunha aos 26′. Sozinho, pressionou Cristian Romero e forçou o erro do zagueiro oponente antes de diminuir um placar que àquela altura já marcava 2×0 para os anfitriões. Nitidamente fruto do relaxamento da Argentina, que dominava completamente as ações até então.
Julián Álvarez, autor do 1º gol, era mais uma recuar para carimbar a bola já na intermediária ofensiva. Se mexeu com a conhecida desenvoltura entre os zagueiros. O terceiro tento dos atuais campeões mundiais veio em mais uma demonstração de desorganização do time brasileiro. Marcou muito mal a entrada da área em cobrança curta de escanteio, e Mac Allister anotou após passe de Enzo.
Vini Jr ainda tentou algumas jogadas individuais na reta final da 1ª etapa, mas esteve totalmente isolado pela esquerda. Matheus Cunha mostrou a atitude mais positiva da Seleção. Lutou e conseguiu ganhar duelos no campo rival. Raphinha e Rodrygo estiveram totalmente anulados. Joelinton fora de sintonia e André totalmente vendido em meio ao caos coletivo brasileiro.
Argentina x Brasil
JUAN MABROMATA / AFP
Mesmo com o cenário, Dorival esperou até o intervalo para mexer. João Gomes, Endrick e Léo Ortiz foram escolhidos para entrar nos lugares de Joelinton, Rodrygo e Murillo. Matheus Cunha recuou para virar o ”terceiro homem” de meio-campo. Endrick foi o centroavante. Vini e Raphinha trabalharam pelos flancos.
Depois do intervalo, a seleção brasileira passou a apresentar outros problemas, mas muito conhecidos de outros jogos. Principalmente a saída de bola, mesmo sem uma pressão tão forte por parte dos argentinos. As trocas de passe envolventes seguiram. E antes dos 15 minutos a Albiceleste poderia ter ampliado com Julián Álvarez e Tagliafico.
Isso não demoraria a acontecer. Savinho, que tinha acabado de entrar, dormiu na marcação a Tagliafico, e o lateral cruzou rasteiro para Simeone ampliar. Marquinhos e Guilherme Arana também assistiram ao lance.
Ofensivamente, o 2º tempo da seleção brasileira se resumiu a uma cobrança de falta de Raphinha no travessão e a algumas tentativas de arrancadas de Endrick, outro que esteve totalmente isolado. A Seleção poderia ter sofrido uma derrota ainda pior, tamanha a quantidade de chegadas perigosas dos argentinos nos minutos finais.


Disparidade entra as equipes causou constrangimento e explica a derrota da Seleção por 4×1 Argentina 4 x 1 Brasil | Melhores momentos | 14ª rodada | Eliminatórias da Copa 2026
O que era o temor de muita gente antes de a bola rolar, acabou se confirmando em Buenos Aires. O Brasil foi atropelado pela Argentina e sofreu a maior derrota dos últimos 65 anos para o maior rival. Desde dezembro de 1959 a seleção brasileira não levava um 4×1 dos argentinos. Uma mancha histórica, e que reflete perfeitamente a distância entre os dois times atualmente.
Dorival Junior vinha repetindo incessantemente que a equipe evoluía. Nos outros jogos já era imperceptível esse crescimento. Depois do ocorrido na noite desta terça-feira, o discurso tornasse insustentável, assim como a permanência da atual comissão técnica.
Dorival Júnior em Argentina x Brasil
Reuters
É preciso, no entanto, dividir responsabilidades. Principalmente com Ednaldo Rodrigues, presidente reeleito por aclamação na CBF, mas que conduz um processo totalmente atrapalhado na seleção brasileira desde o Mundial do Catar. O Brasil terá provavelmente o quarto treinador deste ciclo. Há lacunas na atual geração de jogadores, mas eles parecem inferiores dentro do bisonho contexto atual.
Escalações
Sem Lionel Messi e Lautaro Martinez, Lionel Scaloni contou com o retorno com De Paul para reforçar ainda mais o meio-campo. Simeone foi para o banco. Já Dorival Junior confirmou as seis mexidas em relação ao último jogo. Matheus Cunha e Wesley barraram João Pedro e Vanderson. Bruno Guimarães, Gérson, Gabriel Magalhães e Alisson foram desfalques.
Como Argentina e Brasil iniciaram o clássico válido pela 14ª rodada das Eliminatórias para a Copa 2026
Rodrigo Coutinho
O jogo
Se faltava uma partida para Dorival Junior entender o real estágio de ”evolução” de sua equipe, o confronto contra a Argentina escancarou toda a limitação coletiva do Brasil logo nos primeiros minutos. A ideia inicial do treinador foi ter Vini Jr e Matheus Cunha dando o primeiro combate na frente de uma linha de quatro com Rodrygo pela esquerda, Raphinha pela direita, e os volantes centralizados.
A prática foi uma tragédia. Os donos da casa recuavam suas peças para atrair o Brasil. Paredes se aproximava mais dos zagueiros. De Paul pela meia-direita, Mac Allister pela meia-esquerda, e Enzo Fernández e Almada, ”desciam” o campo para trocar passes curtos e gerar superioridade no setor da bola. Perdida, a seleção brasileira não teve capacidade para oferecer uma resposta eficaz.
Tentou subir o bloco sem qualquer organização, foi superada com bola de pé em pé diversas vezes, e tomou um vareio dos argentinos, com direito a três gols em 36 minutos, outros dois lances de perigo, e gritos de ”olé” em um Monumental entupido de orgulhosos torcedores. Era evidente a descoordenação entre os setores brasileiros para reduzir os danos que a boa construção rival poderia causar.
Almada e Enzo Fernández saíram da 1ª etapa como grandes destaques. Quase sempre recebendo em espaços nas costas dos volantes brasileiros, ou nas lacunas geradas pela ausência de retornos de Raphinha e Rodrygo pelos flancos. Tentavam acompanhar os movimentos de combate de Vini e Cunha sem qualquer coordenação, expondo os perdidos volantes e a última linha do time de Dorival.
Enzo Fernández comemora gol em Argentina x Brasil
Luis ROBAYO / AFP
Marquinhos foi muito mole no combate a Almada na origem do lance do primeiro gol. Tagliafico avançou sem problemas no setor de Raphinha e Wesley. Murillo e Arana lidaram mal com o volume albiceleste pelo setor esquerdo de defesa. A retaguarda brasileira parecia amadora diante de um time seguro e envolvente.
A situação teve uma trégua em ação individual de Matheus Cunha aos 26′. Sozinho, pressionou Cristian Romero e forçou o erro do zagueiro oponente antes de diminuir um placar que àquela altura já marcava 2×0 para os anfitriões. Nitidamente fruto do relaxamento da Argentina, que dominava completamente as ações até então.
Julián Álvarez, autor do 1º gol, era mais uma recuar para carimbar a bola já na intermediária ofensiva. Se mexeu com a conhecida desenvoltura entre os zagueiros. O terceiro tento dos atuais campeões mundiais veio em mais uma demonstração de desorganização do time brasileiro. Marcou muito mal a entrada da área em cobrança curta de escanteio, e Mac Allister anotou após passe de Enzo.
Vini Jr ainda tentou algumas jogadas individuais na reta final da 1ª etapa, mas esteve totalmente isolado pela esquerda. Matheus Cunha mostrou a atitude mais positiva da Seleção. Lutou e conseguiu ganhar duelos no campo rival. Raphinha e Rodrygo estiveram totalmente anulados. Joelinton fora de sintonia e André totalmente vendido em meio ao caos coletivo brasileiro.
Argentina x Brasil
JUAN MABROMATA / AFP
Mesmo com o cenário, Dorival esperou até o intervalo para mexer. João Gomes, Endrick e Léo Ortiz foram escolhidos para entrar nos lugares de Joelinton, Rodrygo e Murillo. Matheus Cunha recuou para virar o ”terceiro homem” de meio-campo. Endrick foi o centroavante. Vini e Raphinha trabalharam pelos flancos.
Depois do intervalo, a seleção brasileira passou a apresentar outros problemas, mas muito conhecidos de outros jogos. Principalmente a saída de bola, mesmo sem uma pressão tão forte por parte dos argentinos. As trocas de passe envolventes seguiram. E antes dos 15 minutos a Albiceleste poderia ter ampliado com Julián Álvarez e Tagliafico.
Isso não demoraria a acontecer. Savinho, que tinha acabado de entrar, dormiu na marcação a Tagliafico, e o lateral cruzou rasteiro para Simeone ampliar. Marquinhos e Guilherme Arana também assistiram ao lance.
Ofensivamente, o 2º tempo da seleção brasileira se resumiu a uma cobrança de falta de Raphinha no travessão e a algumas tentativas de arrancadas de Endrick, outro que esteve totalmente isolado. A Seleção poderia ter sofrido uma derrota ainda pior, tamanha a quantidade de chegadas perigosas dos argentinos nos minutos finais.



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