Participação de possíveis sucessores no Mundial de Clubes pode manter atual treinador na Seleção até a Data Fifa de junho; Filipe Luís, do Flamengo, também ganha força na entidade Argentina 4 x 1 Brasil | Melhores momentos |
A pressão sobre o trabalho de Dorival Júnior atinge seu maior nível depois da goleada sofrida pela Seleção diante da Argentina por 4 a 1, na terça-feira, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, e o debate pela troca de comando na Seleção está aquecido dentro da CBF.
Técnico preferido do presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, para assumir o cargo no início do atual ciclo, o italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, volta a ser uma sombra. Na cabeça dos dirigentes da CBF, a participação de possíveis substitutos de Dorival no Mundial de Clubes, entre junho e julho, provoca um dilema: quando deve ser tomada a decisão sobre a possível troca?
+ Dorival admite pressão, mas avisa: “Nunca desisto”
Veja a coletiva de Dorival após derrota para a Argentina
As atuações ruins da Seleção já haviam levado à mesa de Ednaldo Rodrigues e seus pares a discussão sobre o futuro de todo o organograma do departamento de futebol da CBF. O distanciamento físico e verbal do presidente nos últimos dias escancarou uma relação que nunca foi próxima, mas agora se tornou ainda mais fria.
Após os empates de novembro, contra Venezuela e Uruguai, a Data Fifa de março despontou como decisiva na avaliação do trabalho de Dorival Júnior. Ednaldo, por sua vez, priorizou questões políticas e marcou o pleito que garantiu sua reeleição, no Rio de Janeiro, para a véspera do clássico com a Argentina.
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Dorival Júnior vive momento de pressão na CBF após a derrota para a Argentina
REUTERS/Agustin Marcarian
A atuação constrangedora e a derrota por 4 a 1 elevam ainda mais a temperatura em uma realidade que já colocava em risco o emprego do treinador em conversas pelos corredores da CBF nas últimas semanas. O presidente chegou a Brasília para o jogo contra a Colômbia apenas na quinta-feira e na véspera para o clássico contra a Argentina.
Enquanto a possível troca era pauta em cenário de celebração pela vitória eleitoral, o ambiente de pressão e dúvidas pairava nos bastidores da equipe nos jogos nas capitais do Brasil e da Argentina. Em entrevista, Ednaldo verbalizou esse descolamento entre os ambientes do futebol e da política.
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Reativo quando questionado sobre o futuro do trabalho de Dorival, o presidente disse que “até então” a CBF respaldava a comissão técnica, isentando-se de responsabilidade na fase ruim dentro de campo, com declaração similar à que deu em outras oportunidades:
– Eu reitero, da parte da CBF, que tudo que é solicitado à administração, na pessoa do seu presidente, é disponibilizado. Tudo. O que for das melhores condições para os atletas, para a comissão técnica, enfim. Mas, também, o que eu coloco é que o resultado em campo, esse a gente não tem controle. Eu não tenho controle do resultado em campo.
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Ao sair do vestiário no Monumental de Núñez, Ednaldo se esquivou da imprensa:
– Amanhã eu falo.
Candidatos podem adiar decisão
Nas conversas a respeito de uma mudança, nomes já foram cogitados, e Carlo Ancelotti voltou à tona. A segurança política com um mandato que agora vai até 2030 e a possibilidade de fim de ciclo do italiano no Real Madrid indicam um cenário reaberto para Ednaldo em debates com seus pares mais próximos, como Ricardo Lima, presidente da Federação Baiana, e Gustavo Oliveira Vieira, da Federação do Espírito Santo.
O Mundial de Clubes é o impeditivo para uma decisão imediata. Ancelotti tem contrato até meados de 2026, mas a permanência em Madri é considerada improvável após a competição de junho a julho deste ano nos Estados Unidos. O italiano confessou a pessoas próximas desde a primeira investida que vê o interesse brasileiro com bons olhos.
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Outro nome que ganha força como alternativa é o de Filipe Luís, do Flamengo, que também estará no Mundial, bem como treinadores com menor aprovação interna na CBF a esta altura, como Jorge Jesus, do Al-Hilal, e Abel Ferreira, do Palmeiras.
Esta realidade abre a possibilidade de a decisão ser tomada após a Data Fifa de junho, quando o Brasil encara o Equador, fora de casa, e o Paraguai, como mandante. A sobrevida ao trabalho da comissão, por sua vez, não anula a análise além dos resultados, em cima de uma performance vista como deficitária.
Abatimento toma conta do vestiário
O pós-jogo no Monumental de Núñez foi de desolação e abatimento nos vestiários. A pressão que vem do Rio de Janeiro é de conhecimento de todos desde o início da Data Fifa e causa um cenário de insegurança que ficou evidente nas palavras de Dorival depois da goleada:
– É uma situação que foge ao meu comando – disse ao ser questionado se sentia-se seguro no cargo.
– Pressão é sempre grande, eu tenho consciência de tudo o que representa, de tudo o que vinha sendo desenvolvido – completou em outro momento na entrevista coletiva.
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Neste cenário de pressão extrema e bastidores em ebulição, a Seleção se despede desta Data Fifa na quarta colocação nas eliminatórias, com 21 pontos, assim como o Uruguai, terceiro, e o Paraguai, quinto. O elenco agora se reúne somente em junho para enfrentar equatorianos e paraguaios.
Desde que Dorival Júnior assumiu o comando da equipe, em janeiro de 2024, a Seleção disputou 16 jogos, com sete vitórias, sete empates e duas derrotas. Na Copa América do ano passado, foi eliminada pelo Uruguai nas quartas de final.
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Técnico preferido do presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, para assumir o cargo no início do atual ciclo, o italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, volta a ser uma sombra. Na cabeça dos dirigentes da CBF, a participação de possíveis substitutos de Dorival no Mundial de Clubes, entre junho e julho, provoca um dilema: quando deve ser tomada a decisão sobre a possível troca?
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As atuações ruins da Seleção já haviam levado à mesa de Ednaldo Rodrigues e seus pares a discussão sobre o futuro de todo o organograma do departamento de futebol da CBF. O distanciamento físico e verbal do presidente nos últimos dias escancarou uma relação que nunca foi próxima, mas agora se tornou ainda mais fria.
Após os empates de novembro, contra Venezuela e Uruguai, a Data Fifa de março despontou como decisiva na avaliação do trabalho de Dorival Júnior. Ednaldo, por sua vez, priorizou questões políticas e marcou o pleito que garantiu sua reeleição, no Rio de Janeiro, para a véspera do clássico com a Argentina.
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A atuação constrangedora e a derrota por 4 a 1 elevam ainda mais a temperatura em uma realidade que já colocava em risco o emprego do treinador em conversas pelos corredores da CBF nas últimas semanas. O presidente chegou a Brasília para o jogo contra a Colômbia apenas na quinta-feira e na véspera para o clássico contra a Argentina.
Enquanto a possível troca era pauta em cenário de celebração pela vitória eleitoral, o ambiente de pressão e dúvidas pairava nos bastidores da equipe nos jogos nas capitais do Brasil e da Argentina. Em entrevista, Ednaldo verbalizou esse descolamento entre os ambientes do futebol e da política.
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– Eu reitero, da parte da CBF, que tudo que é solicitado à administração, na pessoa do seu presidente, é disponibilizado. Tudo. O que for das melhores condições para os atletas, para a comissão técnica, enfim. Mas, também, o que eu coloco é que o resultado em campo, esse a gente não tem controle. Eu não tenho controle do resultado em campo.
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O Mundial de Clubes é o impeditivo para uma decisão imediata. Ancelotti tem contrato até meados de 2026, mas a permanência em Madri é considerada improvável após a competição de junho a julho deste ano nos Estados Unidos. O italiano confessou a pessoas próximas desde a primeira investida que vê o interesse brasileiro com bons olhos.
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Esta realidade abre a possibilidade de a decisão ser tomada após a Data Fifa de junho, quando o Brasil encara o Equador, fora de casa, e o Paraguai, como mandante. A sobrevida ao trabalho da comissão, por sua vez, não anula a análise além dos resultados, em cima de uma performance vista como deficitária.
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O pós-jogo no Monumental de Núñez foi de desolação e abatimento nos vestiários. A pressão que vem do Rio de Janeiro é de conhecimento de todos desde o início da Data Fifa e causa um cenário de insegurança que ficou evidente nas palavras de Dorival depois da goleada:
– É uma situação que foge ao meu comando – disse ao ser questionado se sentia-se seguro no cargo.
– Pressão é sempre grande, eu tenho consciência de tudo o que representa, de tudo o que vinha sendo desenvolvido – completou em outro momento na entrevista coletiva.
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Desde que Dorival Júnior assumiu o comando da equipe, em janeiro de 2024, a Seleção disputou 16 jogos, com sete vitórias, sete empates e duas derrotas. Na Copa América do ano passado, foi eliminada pelo Uruguai nas quartas de final.