Um crime brutal abalou a pequena cidade de São Gabriel, localizada na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, na tarde de terça-feira, 25 de março. Tiago Ricardo Felber, de 39 anos, arremessou seu próprio filho, Theo Ricardo Ferreira Felber, de apenas 5 anos, de uma ponte sobre o rio Vacacaí, resultando na morte da criança. Minutos após o ato, o homem se entregou voluntariamente à Brigada Militar, confessando o crime e revelando detalhes que deixaram as autoridades perplexas. O caso, que ganhou repercussão nacional, expõe uma tragédia marcada por vingança e violência familiar. A investigação agora busca esclarecer os momentos que antecederam o homicídio e as circunstâncias exatas da morte do menino.
A gravidade do caso se intensifica com a informação de que Tiago já havia tentado tirar a vida do filho na noite anterior ao crime. Segundo o delegado Daniel Severo, responsável pelo inquérito, o homem confessou ter esganado Theo na segunda-feira, mas desistiu ao perceber que a criança recuperou os sinais vitais. No dia seguinte, ele saiu de casa determinado a concluir o plano, circulando por horas com o menino em uma bicicleta até encontrar o local que julgou ideal para o assassinato. O corpo de Theo foi encontrado entre as pedras na margem do rio, e o Instituto-Geral de Perícias trabalha para determinar se a morte ocorreu antes ou após a queda.
Imagens de câmeras de segurança capturaram os últimos momentos de Theo com o pai. Por volta das 9h41, o menino foi visto sentado em uma caixa plástica acoplada à bicicleta de Tiago, enquanto o homem pedalava pelas ruas de São Gabriel. A frieza do suspeito ao executar o plano, no dia de seu próprio aniversário de 40 anos, chocou a população local e reacendeu debates sobre violência doméstica e crimes passionais no estado. O menino, que morava com a mãe em Nova Hartz, estava sob os cuidados do pai desde o sábado anterior, quando foi buscado para passar alguns dias juntos.
Uma tragédia anunciada
Tiago Ricardo Felber não agiu por impulso. A polícia apurou que o crime foi premeditado, com motivações ligadas a desavenças pessoais. Ele revelou às autoridades que sua intenção era se vingar da ex-companheira, mãe de Theo, com quem havia se separado em novembro do ano passado. A relação conturbada e o inconformismo com o fim do relacionamento aparecem como fatores centrais na investigação. Inicialmente, o plano de Tiago incluía atacar a ex-esposa e o atual namorado dela, mas, por razões ainda sob análise, ele mudou o alvo para o próprio filho, um ato que transformou uma disputa familiar em uma tragédia irreversível.
O delegado Daniel Severo detalhou que, na manhã de terça-feira, Tiago saiu de casa com o menino e passou cerca de três horas pedalando pela cidade. Durante esse período, ele analisou diferentes pontos até decidir pela ponte na Avenida Getúlio Vargas, próxima ao bairro Bom Fim. A escolha do local não foi aleatória: o suspeito pretendia que Theo morresse afogado, mas a estiagem que afeta a região deixou o rio Vacacaí com nível baixo, fazendo com que a criança caísse sobre as pedras. A perícia ainda trabalha para confirmar se o menino estava vivo no momento da queda, um detalhe que pode agravar a acusação contra o pai.
Cronologia de um crime brutal
A sequência de eventos que culminou na morte de Theo Ricardo Ferreira Felber começou dias antes do ato final. Tudo teve início no sábado, 22 de março, quando Tiago buscou o filho na casa da mãe, em Nova Hartz, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O menino, aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental Imigrante, foi levado para São Gabriel com a promessa de passar o aniversário do pai ao seu lado. No entanto, o que deveria ser um momento de celebração se transformou em um pesadelo para a família e a comunidade.
Na noite de domingo, Tiago começou a executar seu plano inicial, que envolvia atacar a ex-companheira e seu namorado. Por motivos que ainda estão sendo investigados, ele abandonou essa ideia e voltou sua fúria contra o próprio filho. Na segunda-feira, 24 de março, o homem tentou sufocar Theo, apertando seu pescoço em uma tentativa de homicídio que não se concretizou. A criança resistiu, e Tiago recuou, mas a semente do crime já estava plantada. Menos de 24 horas depois, ele colocou o plano em prática, levando o menino até a ponte onde a tragédia se consumou.
O corpo de Theo foi encontrado por volta das 13h30 de terça-feira, após o pai indicar às autoridades o local exato onde o havia arremessado. Equipes do Corpo de Bombeiros, do Samu e da Brigada Militar se deslocaram rapidamente até a ponte, mas já era tarde: o menino estava sem vida, com o corpo entre as pedras às margens do rio. O resgate mobilizou a cidade, e o caso gerou comoção entre os moradores, que conheciam Tiago como vendedor ambulante de produtos coloniais, uma figura comum nas ruas de São Gabriel.
Detalhes que chocam a investigação
A confissão de Tiago Ricardo Felber trouxe à tona aspectos perturbadores do crime. Ele relatou às autoridades que circulou com o filho por cerca de três horas antes de decidir pelo local da execução. As imagens das câmeras de segurança mostram o menino sentado na caixa plástica, aparentemente alheio ao destino que o aguardava. A calma com que o pai pedalava pela cidade, enquanto planejava o assassinato, impressionou os policiais que atenderam a ocorrência.
Outro ponto que chamou a atenção foi a tentativa anterior de homicídio. Na noite de segunda-feira, Tiago apertou o pescoço de Theo com força suficiente para deixá-lo inconsciente, mas parou antes de completar o ato. A criança apresentava marcas de lesões antigas, o que levanta a possibilidade de abusos anteriores, algo que a polícia agora investiga. No dia seguinte, ele retomou a intenção criminosa, dessa vez com êxito, ao jogar o menino da ponte com a esperança de que o afogamento encobrisse o crime.
A motivação passional foi confirmada por depoimentos do suspeito. Ele admitiu que o objetivo era atingir a ex-companheira, com quem mantinha um histórico de desentendimentos desde a separação. A guarda de Theo havia ficado com a mãe, e a visita do menino ao pai era um arranjo temporário que terminou em tragédia. Após o crime, Tiago se apresentou à Brigada Militar e foi encaminhado ao Presídio Estadual de São Gabriel, onde permanece à disposição da Justiça.
Passo a passo do dia do crime
Entender a cronologia dos eventos ajuda a dimensionar a frieza do assassinato. Veja os principais momentos do dia 25 de março:
- 9h41: Câmeras flagram Tiago pedalando com Theo em uma caixa plástica na frente da bicicleta.
- Cerca de 12h: O homem chega à ponte sobre o rio Vacacaí e arremessa o filho, esperando que ele se afogasse.
- 13h30: Após se entregar, Tiago indica o local do crime; o corpo de Theo é encontrado entre as pedras.
- Tarde: O suspeito é levado ao hospital para exames e, em seguida, à delegacia para formalização da prisão.
Repercussão na comunidade
O impacto da morte de Theo Ricardo Ferreira Felber foi imediato em São Gabriel e em Nova Hartz, onde o menino vivia com a mãe. A prefeitura de Nova Hartz emitiu uma nota de pesar, lamentando o falecimento do aluno da EMEF Imigrante e oferecendo condolências à família. Em São Gabriel, a população se viu dividida entre o choque e a revolta, especialmente porque Tiago era conhecido na região como vendedor ambulante, uma figura familiar que jamais havia levantado suspeitas de tamanha violência.
Moradores próximos à ponte na Avenida Getúlio Vargas relataram ter visto o homem com a bicicleta horas antes do crime, mas ninguém imaginava o que estava por vir. A área, geralmente tranquila, tornou-se palco de uma tragédia que expôs as fragilidades de uma família marcada por conflitos. O corpo de Theo foi encaminhado ao Posto Médico-Legal de Santa Maria para necropsia, e os resultados devem esclarecer se o menino sofreu antes da queda ou se a morte foi instantânea.
A escola onde Theo estudava também se manifestou, destacando o luto da comunidade escolar. Professores e colegas do menino foram pegos de surpresa pela notícia, e a prefeitura local prometeu apoio aos familiares. Enquanto isso, a investigação segue em andamento, com a polícia buscando possíveis testemunhas e analisando o histórico de Tiago para identificar sinais de comportamentos violentos anteriores.

Perfil de um criminoso conhecido
Tiago Ricardo Felber não era um estranho em São Gabriel. Aos 40 anos, completados no dia do crime, ele trabalhava como vendedor ambulante, comercializando produtos coloniais pelas ruas da cidade. Sua rotina o tornava uma figura reconhecível, o que torna o caso ainda mais surpreendente para quem o conhecia superficialmente. Natural de Nova Prata, ele se mudou para São Gabriel em algum momento de sua vida, mas os detalhes de seu passado ainda estão sendo investigados.
Vizinhos e conhecidos descreveram Tiago como uma pessoa reservada, mas sem sinais evidentes de instabilidade. No entanto, a separação recente da ex-companheira parece ter desencadeado uma série de eventos que culminaram no assassinato do filho. A polícia agora tenta reconstruir a vida do suspeito, buscando entender se houve episódios pregressos de violência ou ameaças que possam ter sido ignorados pela família ou pelas autoridades.
A ex-companheira de Tiago, mãe de Theo, foi informada do crime por telefone antes mesmo de ele ocorrer. O homem ligou para ela na manhã de terça-feira, anunciando sua intenção de jogar o filho da ponte. Apesar da tentativa de acionar a polícia, o tempo foi insuficiente para evitar o desfecho. A mulher, que vive em Nova Hartz, agora enfrenta o luto pela perda do filho e o trauma de um crime que poderia ter sido evitado.
A busca por justiça
Após se entregar, Tiago Ricardo Felber foi submetido a exames médicos no Hospital de Pronto Socorro de São Gabriel e, em seguida, levado à Delegacia de Polícia para depoimento. Ele permanece preso no Presídio Estadual da cidade, à disposição da Justiça, enquanto o inquérito avança. A acusação inicial é de homicídio doloso, mas os laudos periciais podem adicionar qualificadoras, como motivo torpe ou crueldade, dependendo das circunstâncias da morte de Theo.
A polícia segue coletando provas para fortalecer o caso. Além das imagens das câmeras de segurança, depoimentos de familiares e conhecidos estão sendo analisados para traçar um panorama completo do que levou ao crime. A participação de testemunhas que possam ter visto Tiago com o filho nas horas que antecederam o homicídio também é considerada essencial para o andamento das investigações.
Enquanto isso, a família de Theo organiza o velório do menino, que deve ocorrer em Nova Hartz, onde ele morava com a mãe. A comunidade local se mobiliza para oferecer apoio, mas o clima é de consternação diante de um crime que chocou até mesmo os policiais experientes que atenderam a ocorrência. A tragédia deixa marcas profundas em duas cidades e reacende discussões sobre prevenção de crimes familiares.
Fatos que marcam o caso
Alguns elementos do crime se destacam pela brutalidade e pelo impacto que causaram:
- Tiago tentou matar o filho por sufocamento na véspera do crime.
- O homem circulou por três horas com Theo antes de jogá-lo da ponte.
- A motivação foi vingança contra a ex-companheira, mãe da criança.
- O crime ocorreu no dia do aniversário de 40 anos do suspeito.
O que dizem as autoridades
O delegado Daniel Severo, à frente do caso, enfatizou a premeditação do crime. Ele destacou que Tiago planejou o assassinato com antecedência, mudando de alvo após desistir de atacar a ex-companheira e o namorado dela. A frieza do suspeito ao relatar os fatos impressionou os investigadores, que agora trabalham para garantir que todos os detalhes sejam esclarecidos antes do julgamento.
A Brigada Militar, que recebeu a confissão de Tiago, também atua na investigação, fornecendo apoio logístico e informações sobre o local do crime. O tenente-coronel Aníbal Menezes da Silveira, comandante do 2º Regimento, confirmou que o suspeito mencionou questões passionais como justificativa, reforçando a tese de que o homicídio foi uma tentativa de atingir emocionalmente a mãe de Theo. O caso segue sob sigilo em alguns aspectos, mas a expectativa é de que a Justiça atue com rigor diante da gravidade dos fatos.
A perícia do Instituto-Geral de Perícias desempenha um papel crucial no processo. Os laudos devem responder se Theo morreu por afogamento, impacto ou se já estava sem vida quando foi jogado da ponte. Esses detalhes podem influenciar a pena de Tiago, que enfrenta a possibilidade de décadas de prisão por um crime que abalou o Rio Grande do Sul.
Uma cidade em luto
São Gabriel, com pouco mais de 60 mil habitantes, não estava preparada para um crime dessa magnitude. A ponte sobre o rio Vacacaí, antes apenas um ponto de passagem na Avenida Getúlio Vargas, agora carrega o peso de uma tragédia que dificilmente será esquecida. Moradores relatam um clima de tristeza e incredulidade, especialmente entre aqueles que conheciam Tiago como um vendedor ambulante de comportamento discreto.
Em Nova Hartz, onde Theo vivia com a mãe, o luto é ainda mais palpável. A escola do menino, EMEF Imigrante, tornou-se um ponto de encontro para homenagens espontâneas de colegas e professores. A prefeitura da cidade reforçou seu compromisso em oferecer suporte psicológico à família e à comunidade escolar, enquanto o velório do menino é preparado para os próximos dias.
O caso também trouxe à tona a necessidade de maior atenção a sinais de violência doméstica. Embora Tiago não tivesse passagens policiais conhecidas, o histórico de desentendimentos com a ex-companheira sugere que o crime poderia ter sido precedido por tensões que passaram despercebidas. Autoridades locais prometem intensificar campanhas de prevenção, mas, para a família de Theo, o tempo de agir já se esgotou.

Um crime brutal abalou a pequena cidade de São Gabriel, localizada na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, na tarde de terça-feira, 25 de março. Tiago Ricardo Felber, de 39 anos, arremessou seu próprio filho, Theo Ricardo Ferreira Felber, de apenas 5 anos, de uma ponte sobre o rio Vacacaí, resultando na morte da criança. Minutos após o ato, o homem se entregou voluntariamente à Brigada Militar, confessando o crime e revelando detalhes que deixaram as autoridades perplexas. O caso, que ganhou repercussão nacional, expõe uma tragédia marcada por vingança e violência familiar. A investigação agora busca esclarecer os momentos que antecederam o homicídio e as circunstâncias exatas da morte do menino.
A gravidade do caso se intensifica com a informação de que Tiago já havia tentado tirar a vida do filho na noite anterior ao crime. Segundo o delegado Daniel Severo, responsável pelo inquérito, o homem confessou ter esganado Theo na segunda-feira, mas desistiu ao perceber que a criança recuperou os sinais vitais. No dia seguinte, ele saiu de casa determinado a concluir o plano, circulando por horas com o menino em uma bicicleta até encontrar o local que julgou ideal para o assassinato. O corpo de Theo foi encontrado entre as pedras na margem do rio, e o Instituto-Geral de Perícias trabalha para determinar se a morte ocorreu antes ou após a queda.
Imagens de câmeras de segurança capturaram os últimos momentos de Theo com o pai. Por volta das 9h41, o menino foi visto sentado em uma caixa plástica acoplada à bicicleta de Tiago, enquanto o homem pedalava pelas ruas de São Gabriel. A frieza do suspeito ao executar o plano, no dia de seu próprio aniversário de 40 anos, chocou a população local e reacendeu debates sobre violência doméstica e crimes passionais no estado. O menino, que morava com a mãe em Nova Hartz, estava sob os cuidados do pai desde o sábado anterior, quando foi buscado para passar alguns dias juntos.
Uma tragédia anunciada
Tiago Ricardo Felber não agiu por impulso. A polícia apurou que o crime foi premeditado, com motivações ligadas a desavenças pessoais. Ele revelou às autoridades que sua intenção era se vingar da ex-companheira, mãe de Theo, com quem havia se separado em novembro do ano passado. A relação conturbada e o inconformismo com o fim do relacionamento aparecem como fatores centrais na investigação. Inicialmente, o plano de Tiago incluía atacar a ex-esposa e o atual namorado dela, mas, por razões ainda sob análise, ele mudou o alvo para o próprio filho, um ato que transformou uma disputa familiar em uma tragédia irreversível.
O delegado Daniel Severo detalhou que, na manhã de terça-feira, Tiago saiu de casa com o menino e passou cerca de três horas pedalando pela cidade. Durante esse período, ele analisou diferentes pontos até decidir pela ponte na Avenida Getúlio Vargas, próxima ao bairro Bom Fim. A escolha do local não foi aleatória: o suspeito pretendia que Theo morresse afogado, mas a estiagem que afeta a região deixou o rio Vacacaí com nível baixo, fazendo com que a criança caísse sobre as pedras. A perícia ainda trabalha para confirmar se o menino estava vivo no momento da queda, um detalhe que pode agravar a acusação contra o pai.
Cronologia de um crime brutal
A sequência de eventos que culminou na morte de Theo Ricardo Ferreira Felber começou dias antes do ato final. Tudo teve início no sábado, 22 de março, quando Tiago buscou o filho na casa da mãe, em Nova Hartz, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O menino, aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental Imigrante, foi levado para São Gabriel com a promessa de passar o aniversário do pai ao seu lado. No entanto, o que deveria ser um momento de celebração se transformou em um pesadelo para a família e a comunidade.
Na noite de domingo, Tiago começou a executar seu plano inicial, que envolvia atacar a ex-companheira e seu namorado. Por motivos que ainda estão sendo investigados, ele abandonou essa ideia e voltou sua fúria contra o próprio filho. Na segunda-feira, 24 de março, o homem tentou sufocar Theo, apertando seu pescoço em uma tentativa de homicídio que não se concretizou. A criança resistiu, e Tiago recuou, mas a semente do crime já estava plantada. Menos de 24 horas depois, ele colocou o plano em prática, levando o menino até a ponte onde a tragédia se consumou.
O corpo de Theo foi encontrado por volta das 13h30 de terça-feira, após o pai indicar às autoridades o local exato onde o havia arremessado. Equipes do Corpo de Bombeiros, do Samu e da Brigada Militar se deslocaram rapidamente até a ponte, mas já era tarde: o menino estava sem vida, com o corpo entre as pedras às margens do rio. O resgate mobilizou a cidade, e o caso gerou comoção entre os moradores, que conheciam Tiago como vendedor ambulante de produtos coloniais, uma figura comum nas ruas de São Gabriel.
Detalhes que chocam a investigação
A confissão de Tiago Ricardo Felber trouxe à tona aspectos perturbadores do crime. Ele relatou às autoridades que circulou com o filho por cerca de três horas antes de decidir pelo local da execução. As imagens das câmeras de segurança mostram o menino sentado na caixa plástica, aparentemente alheio ao destino que o aguardava. A calma com que o pai pedalava pela cidade, enquanto planejava o assassinato, impressionou os policiais que atenderam a ocorrência.
Outro ponto que chamou a atenção foi a tentativa anterior de homicídio. Na noite de segunda-feira, Tiago apertou o pescoço de Theo com força suficiente para deixá-lo inconsciente, mas parou antes de completar o ato. A criança apresentava marcas de lesões antigas, o que levanta a possibilidade de abusos anteriores, algo que a polícia agora investiga. No dia seguinte, ele retomou a intenção criminosa, dessa vez com êxito, ao jogar o menino da ponte com a esperança de que o afogamento encobrisse o crime.
A motivação passional foi confirmada por depoimentos do suspeito. Ele admitiu que o objetivo era atingir a ex-companheira, com quem mantinha um histórico de desentendimentos desde a separação. A guarda de Theo havia ficado com a mãe, e a visita do menino ao pai era um arranjo temporário que terminou em tragédia. Após o crime, Tiago se apresentou à Brigada Militar e foi encaminhado ao Presídio Estadual de São Gabriel, onde permanece à disposição da Justiça.
Passo a passo do dia do crime
Entender a cronologia dos eventos ajuda a dimensionar a frieza do assassinato. Veja os principais momentos do dia 25 de março:
- 9h41: Câmeras flagram Tiago pedalando com Theo em uma caixa plástica na frente da bicicleta.
- Cerca de 12h: O homem chega à ponte sobre o rio Vacacaí e arremessa o filho, esperando que ele se afogasse.
- 13h30: Após se entregar, Tiago indica o local do crime; o corpo de Theo é encontrado entre as pedras.
- Tarde: O suspeito é levado ao hospital para exames e, em seguida, à delegacia para formalização da prisão.
Repercussão na comunidade
O impacto da morte de Theo Ricardo Ferreira Felber foi imediato em São Gabriel e em Nova Hartz, onde o menino vivia com a mãe. A prefeitura de Nova Hartz emitiu uma nota de pesar, lamentando o falecimento do aluno da EMEF Imigrante e oferecendo condolências à família. Em São Gabriel, a população se viu dividida entre o choque e a revolta, especialmente porque Tiago era conhecido na região como vendedor ambulante, uma figura familiar que jamais havia levantado suspeitas de tamanha violência.
Moradores próximos à ponte na Avenida Getúlio Vargas relataram ter visto o homem com a bicicleta horas antes do crime, mas ninguém imaginava o que estava por vir. A área, geralmente tranquila, tornou-se palco de uma tragédia que expôs as fragilidades de uma família marcada por conflitos. O corpo de Theo foi encaminhado ao Posto Médico-Legal de Santa Maria para necropsia, e os resultados devem esclarecer se o menino sofreu antes da queda ou se a morte foi instantânea.
A escola onde Theo estudava também se manifestou, destacando o luto da comunidade escolar. Professores e colegas do menino foram pegos de surpresa pela notícia, e a prefeitura local prometeu apoio aos familiares. Enquanto isso, a investigação segue em andamento, com a polícia buscando possíveis testemunhas e analisando o histórico de Tiago para identificar sinais de comportamentos violentos anteriores.

Perfil de um criminoso conhecido
Tiago Ricardo Felber não era um estranho em São Gabriel. Aos 40 anos, completados no dia do crime, ele trabalhava como vendedor ambulante, comercializando produtos coloniais pelas ruas da cidade. Sua rotina o tornava uma figura reconhecível, o que torna o caso ainda mais surpreendente para quem o conhecia superficialmente. Natural de Nova Prata, ele se mudou para São Gabriel em algum momento de sua vida, mas os detalhes de seu passado ainda estão sendo investigados.
Vizinhos e conhecidos descreveram Tiago como uma pessoa reservada, mas sem sinais evidentes de instabilidade. No entanto, a separação recente da ex-companheira parece ter desencadeado uma série de eventos que culminaram no assassinato do filho. A polícia agora tenta reconstruir a vida do suspeito, buscando entender se houve episódios pregressos de violência ou ameaças que possam ter sido ignorados pela família ou pelas autoridades.
A ex-companheira de Tiago, mãe de Theo, foi informada do crime por telefone antes mesmo de ele ocorrer. O homem ligou para ela na manhã de terça-feira, anunciando sua intenção de jogar o filho da ponte. Apesar da tentativa de acionar a polícia, o tempo foi insuficiente para evitar o desfecho. A mulher, que vive em Nova Hartz, agora enfrenta o luto pela perda do filho e o trauma de um crime que poderia ter sido evitado.
A busca por justiça
Após se entregar, Tiago Ricardo Felber foi submetido a exames médicos no Hospital de Pronto Socorro de São Gabriel e, em seguida, levado à Delegacia de Polícia para depoimento. Ele permanece preso no Presídio Estadual da cidade, à disposição da Justiça, enquanto o inquérito avança. A acusação inicial é de homicídio doloso, mas os laudos periciais podem adicionar qualificadoras, como motivo torpe ou crueldade, dependendo das circunstâncias da morte de Theo.
A polícia segue coletando provas para fortalecer o caso. Além das imagens das câmeras de segurança, depoimentos de familiares e conhecidos estão sendo analisados para traçar um panorama completo do que levou ao crime. A participação de testemunhas que possam ter visto Tiago com o filho nas horas que antecederam o homicídio também é considerada essencial para o andamento das investigações.
Enquanto isso, a família de Theo organiza o velório do menino, que deve ocorrer em Nova Hartz, onde ele morava com a mãe. A comunidade local se mobiliza para oferecer apoio, mas o clima é de consternação diante de um crime que chocou até mesmo os policiais experientes que atenderam a ocorrência. A tragédia deixa marcas profundas em duas cidades e reacende discussões sobre prevenção de crimes familiares.
Fatos que marcam o caso
Alguns elementos do crime se destacam pela brutalidade e pelo impacto que causaram:
- Tiago tentou matar o filho por sufocamento na véspera do crime.
- O homem circulou por três horas com Theo antes de jogá-lo da ponte.
- A motivação foi vingança contra a ex-companheira, mãe da criança.
- O crime ocorreu no dia do aniversário de 40 anos do suspeito.
O que dizem as autoridades
O delegado Daniel Severo, à frente do caso, enfatizou a premeditação do crime. Ele destacou que Tiago planejou o assassinato com antecedência, mudando de alvo após desistir de atacar a ex-companheira e o namorado dela. A frieza do suspeito ao relatar os fatos impressionou os investigadores, que agora trabalham para garantir que todos os detalhes sejam esclarecidos antes do julgamento.
A Brigada Militar, que recebeu a confissão de Tiago, também atua na investigação, fornecendo apoio logístico e informações sobre o local do crime. O tenente-coronel Aníbal Menezes da Silveira, comandante do 2º Regimento, confirmou que o suspeito mencionou questões passionais como justificativa, reforçando a tese de que o homicídio foi uma tentativa de atingir emocionalmente a mãe de Theo. O caso segue sob sigilo em alguns aspectos, mas a expectativa é de que a Justiça atue com rigor diante da gravidade dos fatos.
A perícia do Instituto-Geral de Perícias desempenha um papel crucial no processo. Os laudos devem responder se Theo morreu por afogamento, impacto ou se já estava sem vida quando foi jogado da ponte. Esses detalhes podem influenciar a pena de Tiago, que enfrenta a possibilidade de décadas de prisão por um crime que abalou o Rio Grande do Sul.
Uma cidade em luto
São Gabriel, com pouco mais de 60 mil habitantes, não estava preparada para um crime dessa magnitude. A ponte sobre o rio Vacacaí, antes apenas um ponto de passagem na Avenida Getúlio Vargas, agora carrega o peso de uma tragédia que dificilmente será esquecida. Moradores relatam um clima de tristeza e incredulidade, especialmente entre aqueles que conheciam Tiago como um vendedor ambulante de comportamento discreto.
Em Nova Hartz, onde Theo vivia com a mãe, o luto é ainda mais palpável. A escola do menino, EMEF Imigrante, tornou-se um ponto de encontro para homenagens espontâneas de colegas e professores. A prefeitura da cidade reforçou seu compromisso em oferecer suporte psicológico à família e à comunidade escolar, enquanto o velório do menino é preparado para os próximos dias.
O caso também trouxe à tona a necessidade de maior atenção a sinais de violência doméstica. Embora Tiago não tivesse passagens policiais conhecidas, o histórico de desentendimentos com a ex-companheira sugere que o crime poderia ter sido precedido por tensões que passaram despercebidas. Autoridades locais prometem intensificar campanhas de prevenção, mas, para a família de Theo, o tempo de agir já se esgotou.
