Na manhã desta quinta-feira, 27 de março, o pequeno Theo Ricardo Ferreira Felber, de apenas cinco anos, foi sepultado no Cemitério Municipal de Nova Hartz, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O menino, encontrado sem vida na tarde de terça-feira, 25, às margens do Rio Vacacaí, em São Gabriel, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, teria sido vítima de um crime brutal cometido pelo próprio pai, Tiago Ricardo Felber. O caso chocou as comunidades de ambas as cidades e reacendeu debates sobre violência familiar. O velório, realizado na Capela Mortuária Municipal de Nova Hartz, reuniu familiares, amigos e moradores locais em uma despedida marcada por tristeza e homenagens. O suspeito, que confessou o ato à polícia, está preso temporariamente no Presídio Estadual de São Gabriel, enquanto a investigação busca esclarecer os detalhes do homicídio.
O crime teve início na noite de segunda-feira, 24, quando Tiago, segundo seu depoimento, tentou sufocar o filho em casa. A criança, no entanto, recuperou os sinais vitais, e o pai desistiu momentaneamente da ação. No dia seguinte, ele circulou pela cidade de bicicleta com Theo por cerca de três horas, até decidir arremessá-lo da ponte sobre o Rio Vacacaí, próximo ao bairro Bom Fim. Imagens de câmeras de monitoramento captaram os dois juntos na manhã de terça-feira, antes do ato que resultou na morte do menino. A estiagem na região deixou o rio com nível baixo, e Theo caiu sobre as pedras do leito, o que levanta dúvidas sobre a causa exata do óbito, ainda sob análise pericial.
Familiares maternos, com quem Theo residia em Nova Hartz, acompanharam o sepultamento em um clima de comoção. A mãe do menino, que estava separada de Tiago desde novembro do ano passado, prestou depoimento na quarta-feira, 26, e relatou que não havia registros anteriores de violência contra a criança. Ela descreveu episódios de descontrole emocional do ex-companheiro quando contrariado, mas nada que indicasse a tragédia que estava por vir. A prefeitura de Nova Hartz e a escola onde Theo estudava manifestaram pesar e organizaram tributos em memória do menino, refletindo o impacto da perda na comunidade.
Homenagem emocionante em Nova Hartz
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Imigrantes, onde Theo era aluno, promoveu uma homenagem na tarde de quarta-feira, 26. Um balão branco com o nome do menino foi solto ao céu, acompanhado por aplausos de colegas, professores e funcionários. Desenhos feitos pelos amigos de Theo foram exibidos durante o evento, simbolizando a saudade deixada pelo pequeno estudante. A iniciativa trouxe um momento de união em meio à dor, enquanto a cidade tentava processar a brutalidade do ocorrido.
Para muitos presentes, o gesto reforçou a memória de Theo como uma criança alegre e querida. A prefeitura local divulgou uma nota lamentando o ocorrido e oferecendo apoio à família materna. A homenagem na escola foi vista como uma forma de dar voz à indignação da comunidade e de eternizar a lembrança de um menino cuja vida foi interrompida de maneira tão trágica.
Cronologia do crime
O caso de Theo Ricardo Ferreira Felber começou a se desenhar no sábado, 22 de março, quando Tiago buscou o filho na casa da mãe, em Nova Hartz, para uma visita em São Gabriel. Veja os principais momentos:
- Sábado, 22: Tiago leva Theo para passar o fim de semana em São Gabriel.
- Domingo, 23: À noite, o pai planeja o crime, inicialmente com intenção de atingir a ex-companheira e seu namorado, mas muda o foco para o filho.
- Segunda, 24: Tiago tenta sufocar Theo, que sobrevive à primeira tentativa.
- Terça, 25, 9h41: Câmeras flagram os dois em uma bicicleta pela cidade.
- Terça, 25, cerca de 12h: O menino é arremessado da ponte do Rio Vacacaí.
- Terça, 25, 13h30: Após almoçar, Tiago se entrega à Brigada Militar e indica o local do corpo.
Detalhes da investigação em andamento
A Polícia Civil, sob o comando do delegado Daniel Severo, segue apurando os fatos que levaram à morte de Theo. Na noite de quarta-feira, 26, uma perícia foi realizada na residência de Tiago em São Gabriel. O Instituto Geral de Perícias trabalha para identificar sinais de violência prévia na casa e determinar se o menino estava vivo no momento da queda. O laudo de necropsia, ainda em elaboração, será crucial para esclarecer se a causa da morte foi o impacto nas pedras ou um possível afogamento, apesar do baixo nível do rio.
Tiago Ricardo Felber, de 40 anos, confessou o crime logo após se apresentar à Brigada Militar, minutos depois de arremessar o filho da ponte. Ele relatou que a motivação foi vingança contra a ex-companheira, com quem tinha um relacionamento conturbado desde a separação. Durante o depoimento, afirmou ter circulado pela cidade em busca de um local adequado para consumar o ato, decidindo-se pela ponte na Avenida Getúlio Vargas. A polícia constatou que o suspeito agiu com premeditação, o que pode agravar sua situação jurídica.
A mãe de Theo, ouvida na manhã de quarta-feira, descreveu o ex-companheiro como alguém sem histórico de agressões contra o filho, mas com reações impulsivas em situações de conflito. Ela destacou que a guarda da criança era dela, e a visita a São Gabriel era um acordo pontual. O delegado Severo enfatizou que a investigação busca compreender o que levou Tiago a mudar seu plano inicial, que envolvia a ex-mulher e seu atual namorado, para o ataque ao próprio filho.
O suspeito e a defesa
Preso temporariamente no Presídio Estadual de São Gabriel, Tiago passou por audiência de custódia na tarde de quarta-feira, 26, às 16h20. A juíza responsável converteu a detenção em prisão preventiva, mantendo-o sob custódia. A defesa, representada pelo advogado Roberto Leite, alega irregularidades no processo. Segundo o advogado, o depoimento de Tiago foi colhido sem a presença de um defensor, o que violaria seus direitos. Além disso, o suspeito relatou ter sofrido agressões tanto por policiais quanto por agentes penitenciários no presídio.
A defesa pediu a transferência de Tiago para outra unidade prisional, argumentando que ele está em risco. O advogado também questionou a legitimidade da prisão, afirmando que o processo legal não foi plenamente respeitado, já que laudos periciais, como o de necropsia, ainda não foram concluídos. Para a equipe de defesa, tais documentos são essenciais para embasar a investigação e evitar uma condenação precipitada.
Impacto na comunidade de São Gabriel
Em São Gabriel, o crime abalou moradores e autoridades locais. A ponte sobre o Rio Vacacaí, próxima ao bairro Bom Fim, tornou-se um ponto de referência triste após o ocorrido. Vizinhos de Tiago relataram surpresa com o caso, descrevendo-o como uma pessoa reservada, sem sinais claros de comportamento violento. O corpo de Theo foi encontrado por volta das 13h30 de terça-feira, após o pai indicar o local às autoridades, o que facilitou o trabalho da polícia e dos bombeiros na recuperação.
A estiagem que afeta o Rio Grande do Sul contribuiu para a tragédia de forma inesperada. Com o nível do rio baixo, a intenção de Tiago de que o filho morresse afogado não se concretizou como planejado, resultando na queda fatal sobre as pedras. Esse detalhe, aliado às imagens das câmeras que mostram Theo sentado na bicicleta horas antes, levanta hipóteses sobre o estado da criança no momento do crime, algo que a perícia ainda precisa confirmar.

Repercussão em Nova Hartz
Onde Theo vivia com a mãe, a cidade de Nova Hartz parou para acompanhar o velório e o sepultamento. O Cemitério Municipal recebeu dezenas de pessoas na manhã de quinta-feira, muitas carregando flores e mensagens de apoio à família materna. A escola Imigrantes, onde o menino cursava o ensino fundamental, suspendeu atividades para permitir que professores e alunos participassem da homenagem. O balão branco solto ao céu foi um símbolo de luto coletivo, enquanto os desenhos dos colegas refletiam a inocência de uma infância abruptamente interrompida.
Moradores locais expressaram solidariedade nas redes sociais, pedindo justiça e apoio psicológico para os familiares de Theo. A prefeitura reforçou o compromisso com a comunidade escolar, oferecendo assistência às crianças que conviveram com o menino. O caso também gerou discussões sobre prevenção de violência doméstica, com líderes locais cobrando ações para evitar tragédias semelhantes.
Perfil de um crime premeditado
A frieza de Tiago Ricardo Felber impressionou os investigadores. Após a tentativa frustrada de sufocar o filho na segunda-feira, ele saiu de casa na manhã seguinte com o menino na bicicleta, pedalando por três horas até escolher o local do crime. O delegado Daniel Severo destacou que o suspeito almoçou normalmente após arremessar Theo da ponte, antes de comunicar o ato à irmã por telefone e se entregar à Brigada Militar. Esse comportamento reforça a tese de premeditação, que será um ponto central no processo judicial.
A escolha da ponte do Rio Vacacaí não foi aleatória. Localizada na Avenida Getúlio Vargas, a estrutura é um ponto conhecido em São Gabriel, mas sua altura e o estado atual do rio devido à seca mudaram o desfecho planejado por Tiago. A polícia acredita que o suspeito contava com a profundidade do rio para ocultar o corpo, mas o impacto nas pedras expôs a brutalidade do ato de forma imediata.
Dados sobre violência familiar no RS
Casos como o de Theo não são isolados no Rio Grande do Sul. Em 2023, o estado registrou mais de 120 homicídios de crianças e adolescentes, muitos ligados a contextos familiares. A violência doméstica, frequentemente motivada por desentendimentos entre casais separados, aparece como um fator recorrente. No primeiro trimestre de 2024, pelo menos 15 menores foram mortos em situações semelhantes, segundo dados oficiais, o que coloca o caso de São Gabriel em um cenário preocupante.
A separação conturbada de Tiago e da mãe de Theo, ocorrida em novembro do ano passado, é um elemento comum em crimes passionais. Especialistas apontam que a dificuldade de aceitação do fim de relacionamentos pode levar a atos extremos, como o uso de filhos como instrumento de vingança. No caso de Theo, a mudança de alvo — da ex-companheira para o menino — evidencia um padrão de descontrole emocional que culminou em tragédia.
Próximos passos da investigação
A polícia aguarda os resultados dos laudos periciais para avançar no inquérito. O exame de necropsia, que deve ser concluído nos próximos dias, determinará se Theo morreu em decorrência da queda ou se já estava sem vida antes de ser arremessado. A perícia na casa de Tiago busca vestígios da tentativa de sufocamento relatada pelo suspeito, como marcas ou objetos que possam corroborar seu depoimento. Esses elementos serão fundamentais para a acusação formal.
Enquanto isso, Tiago permanece detido, e sua defesa prepara os próximos passos legais. O pedido de transferência para outra unidade prisional será analisado pela Justiça, que também avaliará as denúncias de agressões sofridas pelo suspeito. O caso segue em segredo de Justiça, mas a repercussão pública mantém a pressão por um desfecho rápido e transparente.
Homenagens e memória de Theo
Além da homenagem na escola, a família materna planeja manter viva a lembrança de Theo com ações simbólicas. Durante o velório, uma tia do menino prometeu criar um espaço de memória com os desenhos e brinquedos dele. A comunidade de Nova Hartz também se mobiliza para apoiar a mãe, que enfrenta o luto enquanto lida com os trâmites judiciais envolvendo o ex-companheiro.
A soltura do balão branco na escola Imigrantes foi apenas o primeiro de muitos gestos que devem marcar a despedida de Theo. Amigos e vizinhos destacaram sua energia e alegria, características que contrastam com a violência que encerrou sua vida. O caso deixa um alerta para a necessidade de atenção a sinais de instabilidade em relações familiares, algo que a comunidade agora reflete com pesar.
Calendário do caso
O desenrolar dos eventos em São Gabriel e Nova Hartz seguiu uma sequência intensa:
- 22 de março: Theo é levado pelo pai para São Gabriel.
- 24 de março: Primeira tentativa de homicídio por sufocamento.
- 25 de março: Crime na ponte do Rio Vacacaí e entrega de Tiago à polícia.
- 26 de março: Homenagem na escola e perícia na casa do suspeito.
- 27 de março: Sepultamento de Theo em Nova Hartz.
Legado de uma tragédia
A morte de Theo Ricardo Ferreira Felber expôs as fragilidades de uma família marcada por desavenças e a incapacidade de prever um desfecho tão extremo. Em São Gabriel, a ponte do Rio Vacacaí agora carrega a memória de um crime que chocou o estado. Já em Nova Hartz, a comunidade se une para amparar os que ficaram e honrar a vida de um menino que não teve chance de crescer. A investigação segue seu curso, mas o impacto emocional do caso já transformou as duas cidades, que buscam respostas e justiça diante de uma perda irreparável.

Na manhã desta quinta-feira, 27 de março, o pequeno Theo Ricardo Ferreira Felber, de apenas cinco anos, foi sepultado no Cemitério Municipal de Nova Hartz, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O menino, encontrado sem vida na tarde de terça-feira, 25, às margens do Rio Vacacaí, em São Gabriel, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, teria sido vítima de um crime brutal cometido pelo próprio pai, Tiago Ricardo Felber. O caso chocou as comunidades de ambas as cidades e reacendeu debates sobre violência familiar. O velório, realizado na Capela Mortuária Municipal de Nova Hartz, reuniu familiares, amigos e moradores locais em uma despedida marcada por tristeza e homenagens. O suspeito, que confessou o ato à polícia, está preso temporariamente no Presídio Estadual de São Gabriel, enquanto a investigação busca esclarecer os detalhes do homicídio.
O crime teve início na noite de segunda-feira, 24, quando Tiago, segundo seu depoimento, tentou sufocar o filho em casa. A criança, no entanto, recuperou os sinais vitais, e o pai desistiu momentaneamente da ação. No dia seguinte, ele circulou pela cidade de bicicleta com Theo por cerca de três horas, até decidir arremessá-lo da ponte sobre o Rio Vacacaí, próximo ao bairro Bom Fim. Imagens de câmeras de monitoramento captaram os dois juntos na manhã de terça-feira, antes do ato que resultou na morte do menino. A estiagem na região deixou o rio com nível baixo, e Theo caiu sobre as pedras do leito, o que levanta dúvidas sobre a causa exata do óbito, ainda sob análise pericial.
Familiares maternos, com quem Theo residia em Nova Hartz, acompanharam o sepultamento em um clima de comoção. A mãe do menino, que estava separada de Tiago desde novembro do ano passado, prestou depoimento na quarta-feira, 26, e relatou que não havia registros anteriores de violência contra a criança. Ela descreveu episódios de descontrole emocional do ex-companheiro quando contrariado, mas nada que indicasse a tragédia que estava por vir. A prefeitura de Nova Hartz e a escola onde Theo estudava manifestaram pesar e organizaram tributos em memória do menino, refletindo o impacto da perda na comunidade.
Homenagem emocionante em Nova Hartz
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Imigrantes, onde Theo era aluno, promoveu uma homenagem na tarde de quarta-feira, 26. Um balão branco com o nome do menino foi solto ao céu, acompanhado por aplausos de colegas, professores e funcionários. Desenhos feitos pelos amigos de Theo foram exibidos durante o evento, simbolizando a saudade deixada pelo pequeno estudante. A iniciativa trouxe um momento de união em meio à dor, enquanto a cidade tentava processar a brutalidade do ocorrido.
Para muitos presentes, o gesto reforçou a memória de Theo como uma criança alegre e querida. A prefeitura local divulgou uma nota lamentando o ocorrido e oferecendo apoio à família materna. A homenagem na escola foi vista como uma forma de dar voz à indignação da comunidade e de eternizar a lembrança de um menino cuja vida foi interrompida de maneira tão trágica.
Cronologia do crime
O caso de Theo Ricardo Ferreira Felber começou a se desenhar no sábado, 22 de março, quando Tiago buscou o filho na casa da mãe, em Nova Hartz, para uma visita em São Gabriel. Veja os principais momentos:
- Sábado, 22: Tiago leva Theo para passar o fim de semana em São Gabriel.
- Domingo, 23: À noite, o pai planeja o crime, inicialmente com intenção de atingir a ex-companheira e seu namorado, mas muda o foco para o filho.
- Segunda, 24: Tiago tenta sufocar Theo, que sobrevive à primeira tentativa.
- Terça, 25, 9h41: Câmeras flagram os dois em uma bicicleta pela cidade.
- Terça, 25, cerca de 12h: O menino é arremessado da ponte do Rio Vacacaí.
- Terça, 25, 13h30: Após almoçar, Tiago se entrega à Brigada Militar e indica o local do corpo.
Detalhes da investigação em andamento
A Polícia Civil, sob o comando do delegado Daniel Severo, segue apurando os fatos que levaram à morte de Theo. Na noite de quarta-feira, 26, uma perícia foi realizada na residência de Tiago em São Gabriel. O Instituto Geral de Perícias trabalha para identificar sinais de violência prévia na casa e determinar se o menino estava vivo no momento da queda. O laudo de necropsia, ainda em elaboração, será crucial para esclarecer se a causa da morte foi o impacto nas pedras ou um possível afogamento, apesar do baixo nível do rio.
Tiago Ricardo Felber, de 40 anos, confessou o crime logo após se apresentar à Brigada Militar, minutos depois de arremessar o filho da ponte. Ele relatou que a motivação foi vingança contra a ex-companheira, com quem tinha um relacionamento conturbado desde a separação. Durante o depoimento, afirmou ter circulado pela cidade em busca de um local adequado para consumar o ato, decidindo-se pela ponte na Avenida Getúlio Vargas. A polícia constatou que o suspeito agiu com premeditação, o que pode agravar sua situação jurídica.
A mãe de Theo, ouvida na manhã de quarta-feira, descreveu o ex-companheiro como alguém sem histórico de agressões contra o filho, mas com reações impulsivas em situações de conflito. Ela destacou que a guarda da criança era dela, e a visita a São Gabriel era um acordo pontual. O delegado Severo enfatizou que a investigação busca compreender o que levou Tiago a mudar seu plano inicial, que envolvia a ex-mulher e seu atual namorado, para o ataque ao próprio filho.
O suspeito e a defesa
Preso temporariamente no Presídio Estadual de São Gabriel, Tiago passou por audiência de custódia na tarde de quarta-feira, 26, às 16h20. A juíza responsável converteu a detenção em prisão preventiva, mantendo-o sob custódia. A defesa, representada pelo advogado Roberto Leite, alega irregularidades no processo. Segundo o advogado, o depoimento de Tiago foi colhido sem a presença de um defensor, o que violaria seus direitos. Além disso, o suspeito relatou ter sofrido agressões tanto por policiais quanto por agentes penitenciários no presídio.
A defesa pediu a transferência de Tiago para outra unidade prisional, argumentando que ele está em risco. O advogado também questionou a legitimidade da prisão, afirmando que o processo legal não foi plenamente respeitado, já que laudos periciais, como o de necropsia, ainda não foram concluídos. Para a equipe de defesa, tais documentos são essenciais para embasar a investigação e evitar uma condenação precipitada.
Impacto na comunidade de São Gabriel
Em São Gabriel, o crime abalou moradores e autoridades locais. A ponte sobre o Rio Vacacaí, próxima ao bairro Bom Fim, tornou-se um ponto de referência triste após o ocorrido. Vizinhos de Tiago relataram surpresa com o caso, descrevendo-o como uma pessoa reservada, sem sinais claros de comportamento violento. O corpo de Theo foi encontrado por volta das 13h30 de terça-feira, após o pai indicar o local às autoridades, o que facilitou o trabalho da polícia e dos bombeiros na recuperação.
A estiagem que afeta o Rio Grande do Sul contribuiu para a tragédia de forma inesperada. Com o nível do rio baixo, a intenção de Tiago de que o filho morresse afogado não se concretizou como planejado, resultando na queda fatal sobre as pedras. Esse detalhe, aliado às imagens das câmeras que mostram Theo sentado na bicicleta horas antes, levanta hipóteses sobre o estado da criança no momento do crime, algo que a perícia ainda precisa confirmar.

Repercussão em Nova Hartz
Onde Theo vivia com a mãe, a cidade de Nova Hartz parou para acompanhar o velório e o sepultamento. O Cemitério Municipal recebeu dezenas de pessoas na manhã de quinta-feira, muitas carregando flores e mensagens de apoio à família materna. A escola Imigrantes, onde o menino cursava o ensino fundamental, suspendeu atividades para permitir que professores e alunos participassem da homenagem. O balão branco solto ao céu foi um símbolo de luto coletivo, enquanto os desenhos dos colegas refletiam a inocência de uma infância abruptamente interrompida.
Moradores locais expressaram solidariedade nas redes sociais, pedindo justiça e apoio psicológico para os familiares de Theo. A prefeitura reforçou o compromisso com a comunidade escolar, oferecendo assistência às crianças que conviveram com o menino. O caso também gerou discussões sobre prevenção de violência doméstica, com líderes locais cobrando ações para evitar tragédias semelhantes.
Perfil de um crime premeditado
A frieza de Tiago Ricardo Felber impressionou os investigadores. Após a tentativa frustrada de sufocar o filho na segunda-feira, ele saiu de casa na manhã seguinte com o menino na bicicleta, pedalando por três horas até escolher o local do crime. O delegado Daniel Severo destacou que o suspeito almoçou normalmente após arremessar Theo da ponte, antes de comunicar o ato à irmã por telefone e se entregar à Brigada Militar. Esse comportamento reforça a tese de premeditação, que será um ponto central no processo judicial.
A escolha da ponte do Rio Vacacaí não foi aleatória. Localizada na Avenida Getúlio Vargas, a estrutura é um ponto conhecido em São Gabriel, mas sua altura e o estado atual do rio devido à seca mudaram o desfecho planejado por Tiago. A polícia acredita que o suspeito contava com a profundidade do rio para ocultar o corpo, mas o impacto nas pedras expôs a brutalidade do ato de forma imediata.
Dados sobre violência familiar no RS
Casos como o de Theo não são isolados no Rio Grande do Sul. Em 2023, o estado registrou mais de 120 homicídios de crianças e adolescentes, muitos ligados a contextos familiares. A violência doméstica, frequentemente motivada por desentendimentos entre casais separados, aparece como um fator recorrente. No primeiro trimestre de 2024, pelo menos 15 menores foram mortos em situações semelhantes, segundo dados oficiais, o que coloca o caso de São Gabriel em um cenário preocupante.
A separação conturbada de Tiago e da mãe de Theo, ocorrida em novembro do ano passado, é um elemento comum em crimes passionais. Especialistas apontam que a dificuldade de aceitação do fim de relacionamentos pode levar a atos extremos, como o uso de filhos como instrumento de vingança. No caso de Theo, a mudança de alvo — da ex-companheira para o menino — evidencia um padrão de descontrole emocional que culminou em tragédia.
Próximos passos da investigação
A polícia aguarda os resultados dos laudos periciais para avançar no inquérito. O exame de necropsia, que deve ser concluído nos próximos dias, determinará se Theo morreu em decorrência da queda ou se já estava sem vida antes de ser arremessado. A perícia na casa de Tiago busca vestígios da tentativa de sufocamento relatada pelo suspeito, como marcas ou objetos que possam corroborar seu depoimento. Esses elementos serão fundamentais para a acusação formal.
Enquanto isso, Tiago permanece detido, e sua defesa prepara os próximos passos legais. O pedido de transferência para outra unidade prisional será analisado pela Justiça, que também avaliará as denúncias de agressões sofridas pelo suspeito. O caso segue em segredo de Justiça, mas a repercussão pública mantém a pressão por um desfecho rápido e transparente.
Homenagens e memória de Theo
Além da homenagem na escola, a família materna planeja manter viva a lembrança de Theo com ações simbólicas. Durante o velório, uma tia do menino prometeu criar um espaço de memória com os desenhos e brinquedos dele. A comunidade de Nova Hartz também se mobiliza para apoiar a mãe, que enfrenta o luto enquanto lida com os trâmites judiciais envolvendo o ex-companheiro.
A soltura do balão branco na escola Imigrantes foi apenas o primeiro de muitos gestos que devem marcar a despedida de Theo. Amigos e vizinhos destacaram sua energia e alegria, características que contrastam com a violência que encerrou sua vida. O caso deixa um alerta para a necessidade de atenção a sinais de instabilidade em relações familiares, algo que a comunidade agora reflete com pesar.
Calendário do caso
O desenrolar dos eventos em São Gabriel e Nova Hartz seguiu uma sequência intensa:
- 22 de março: Theo é levado pelo pai para São Gabriel.
- 24 de março: Primeira tentativa de homicídio por sufocamento.
- 25 de março: Crime na ponte do Rio Vacacaí e entrega de Tiago à polícia.
- 26 de março: Homenagem na escola e perícia na casa do suspeito.
- 27 de março: Sepultamento de Theo em Nova Hartz.
Legado de uma tragédia
A morte de Theo Ricardo Ferreira Felber expôs as fragilidades de uma família marcada por desavenças e a incapacidade de prever um desfecho tão extremo. Em São Gabriel, a ponte do Rio Vacacaí agora carrega a memória de um crime que chocou o estado. Já em Nova Hartz, a comunidade se une para amparar os que ficaram e honrar a vida de um menino que não teve chance de crescer. A investigação segue seu curso, mas o impacto emocional do caso já transformou as duas cidades, que buscam respostas e justiça diante de uma perda irreparável.
