Um terremoto de magnitude 7,7 abalou o Sudeste Asiático na manhã desta sexta-feira, 28 de março, deixando um rastro de destruição em Mianmar e na Tailândia. Com epicentro a 16 quilômetros a noroeste de Mandalay, a segunda maior cidade de Mianmar, o tremor foi sentido com intensidade em diversas regiões, incluindo Bangkok, capital tailandesa, onde um arranha-céu em construção desabou, matando ao menos três pessoas e deixando 117 desaparecidos sob os escombros. A TV estatal de Mianmar reportou 144 mortos e 732 feridos no país, enquanto a Tailândia confirmou oito vítimas fatais até o momento. A profundidade rasa do abalo, a apenas 10 quilômetros da superfície, amplificou os danos, derrubando prédios, pontes e infraestrutura essencial em áreas já fragilizadas por conflitos e precariedade. Equipes de resgate trabalham contra o tempo para encontrar sobreviventes, enquanto a comunidade internacional se mobiliza para oferecer ajuda humanitária.
Sacudida por um dos tremores mais fortes das últimas décadas, a região central de Mianmar enfrenta agora um cenário caótico. Em Mandalay, antiga capital real e coração budista do país, moradores relatam prédios de cinco andares desmoronando e ruas tomadas por destroços. A junta militar que governa o país desde o golpe de 2021 declarou estado de emergência em seis regiões, incluindo Sagaing, Magway e Naypyitaw, e fez um raro apelo por assistência internacional. A infraestrutura precária, agravada por anos de guerra civil, dificulta os esforços de socorro, com estradas rachadas e pontes colapsadas isolando comunidades inteiras.
Na Tailândia, o impacto foi igualmente devastador. Bangkok, a mais de mil quilômetros do epicentro, viu prédios balançarem e um arranha-céu em construção no distrito de Chatuchak ruir em segundos, levantando uma nuvem de poeira que tomou as ruas. O governo tailandês declarou a capital como zona de emergência, mobilizando equipes de resgate para buscar sobreviventes entre os escombros. Vídeos mostram a água de uma piscina no terraço de um hotel de luxo transbordando e caindo como uma cascata, enquanto sirenes ecoavam pela cidade, levando moradores e turistas a evacuarem em pânico.
Epicentro em Mianmar: uma tragédia anunciada
Localizado na Falha de Sagaing, uma zona de alta atividade tectônica, o epicentro do terremoto expôs a vulnerabilidade de Mianmar a desastres naturais. O abalo principal, registrado às 12h50 no horário local, foi seguido por uma réplica de magnitude 6,4 apenas 12 minutos depois, intensificando os danos. A profundidade rasa do tremor, combinada com construções frágeis, resultou em colapsos generalizados. Em Mandalay, um morador descreveu o horror de ver um prédio de cinco andares desabar diante de seus olhos, enquanto outro relatou uma casa de chá soterrando várias pessoas. A mídia estatal confirmou que duas pontes históricas, incluindo a Ava Bridge, desmoronaram, cortando acessos vitais.
A capital Naypyitaw também sofreu impactos severos. Santuários budistas, símbolos culturais do país, foram reduzidos a escombros, e o Museu Nacional registrou rachaduras em suas paredes. Hospitais lotados operam em condições precárias, com pacientes sendo atendidos nas ruas devido a danos estruturais. Um funcionário de um hospital em Mandalay relatou que o pronto-socorro, com capacidade para mil leitos, tornou-se uma “área de vítimas em massa”, enquanto pedidos urgentes por doações de sangue ecoam pelas redes sociais.
Em cidades menores, como Taungoo e Aung Ban, os relatos são igualmente sombrios. Uma mesquita em Taungoo desabou parcialmente, matando três pessoas, enquanto em Aung Ban um hotel ruiu, deixando duas vítimas fatais. A falta de eletricidade e comunicação, com linhas telefônicas interrompidas, agrava a crise, dificultando a coordenação de resgates e a avaliação completa dos danos.
Bangkok sob tensão: o colapso que chocou a Tailândia
Distante mais de mil quilômetros do epicentro, Bangkok sentiu os tremores com uma força inesperada. O desabamento de um arranha-céu em construção no norte da cidade, destinado a abrigar escritórios governamentais, transformou a capital tailandesa em um cenário de desespero. Equipes de resgate, apoiadas por voluntários e bombeiros, trabalham para localizar os 117 desaparecidos, enquanto guindastes removem toneladas de concreto e metal retorcido. Até o momento, três mortes foram confirmadas, mas o número pode subir à medida que as buscas avançam.
O ministro da Defesa tailandês, Phumtham Wechayachai, informou que o prédio abrigava cerca de 320 trabalhadores no momento do colapso. Sete foram resgatados com vida, mas a maioria permanece soterrada. Testemunhas relatam gritos de pedidos de ajuda ecoando entre os escombros, enquanto ambulâncias circulam pelo local, próximo ao mercado Chatuchak, um ponto turístico popular. A primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra visitou a área, prometendo apoio às famílias e ordenando a evacuação de edifícios altos em toda a cidade.
Outros incidentes marcaram o dia na capital. Em um hotel de luxo, a água de uma piscina no terraço transbordou, caindo pelas laterais do prédio e assustando hóspedes que evacuaram em trajes de banho. Escritórios e hospitais foram esvaziados às pressas, com vídeos mostrando multidões descendo escadas rolantes em pânico. O sistema de trem elevado, conhecido como Skytrain, foi temporariamente fechado, paralisando o trânsito em uma metrópole que abriga mais de 17 milhões de pessoas.
Danos à infraestrutura: um golpe às duas nações
O terremoto revelou a fragilidade da infraestrutura em Mianmar e na Tailândia. Em Mianmar, a destruição de pontes e rodovias, como a que conecta Mandalay a Yangon, isolou comunidades e complicou o acesso de equipes de socorro. Um bairro em Mandalay, Sein Pan, enfrenta incêndios que ameaçam se espalhar, enquanto a falta de energia elétrica deixa a população no escuro. A Cruz Vermelha alertou para o risco de colapso de represas de grande porte, o que poderia agravar ainda mais a crise humanitária.
Na Tailândia, os danos se concentram em Bangkok, onde prédios altos sofreram rachaduras e o arranha-céu colapsado simboliza os desafios de construções em áreas sísmicas. O governo suspendeu as negociações na bolsa de valores e criou um centro de emergência 24 horas para coordenar a resposta. Autoridades alertaram que novos tremores podem ocorrer nas próximas horas, mantendo a população em alerta.
- Principais impactos em Mianmar:
- Colapso de duas pontes históricas, incluindo a Ava Bridge.
- Destruição de prédios em cinco cidades, com destaque para Mandalay.
- Interrupção de energia e comunicação em várias regiões.
- Principais impactos na Tailândia:
- Desabamento de um arranha-céu em construção, com 117 desaparecidos.
- Suspensão do Skytrain e paralisação do trânsito em Bangkok.
- Danos em prédios altos e evacuação em massa.
Resposta emergencial: esforços contra o tempo
Equipes de emergência em ambos os países trabalham sem pausa para mitigar os efeitos do desastre. Em Mandalay, voluntários e militares vasculham escombros em busca de sobreviventes, enquanto hospitais improvisam atendimento ao ar livre. A junta militar, apesar de seu isolamento político, abriu as portas para ajuda internacional, com a União Europeia, França e Índia já sinalizando apoio. O chefe da ONU, António Guterres, afirmou que as Nações Unidas estão mobilizando recursos para a região.
Em Bangkok, socorristas utilizam ferramentas manuais e guindastes para remover destroços do arranha-céu colapsado. Sete trabalhadores foram resgatados com vida, mas a operação é lenta devido à complexidade da estrutura. O vice-comandante da polícia local estima que centenas de pessoas podem estar feridas, embora os números exatos ainda sejam incertos. A Cruz Vermelha tailandesa também atua no apoio às vítimas, distribuindo suprimentos básicos.
A resposta internacional ganha força com o passar das horas. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, declarou que seu país está pronto para oferecer assistência, enquanto a comitiva do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em visita ao Vietnã, confirmou que não foi afetada pelos tremores sentidos na região.
Cronologia do terremoto: os eventos em sequência
O abalo sísmico seguiu uma sequência que agravou seus impactos. Confira os principais momentos:
- 12h50 (horário local): Terremoto de magnitude 7,7 atinge o centro de Mianmar, com epicentro perto de Mandalay.
- 13h02: Réplica de magnitude 6,4 sacode a mesma região, ampliando os danos.
- 13h10: Arranha-céu em construção desaba em Bangkok, iniciando operações de resgate.
- 14h00: Junta militar de Mianmar decreta estado de emergência em seis regiões.
- 15h30: Primeira-ministra da Tailândia declara Bangkok como zona de emergência.
Pânico nas ruas: relatos de testemunhas
Moradores de Mandalay e Bangkok compartilharam experiências marcadas pelo medo. Em Mandalay, uma mulher de 45 anos, Daw Kyi Shwin, perdeu sua filha de três anos quando tijolos caíram sobre elas durante o almoço. “Corri para o andar de baixo, mas não cheguei a tempo”, disse, ainda ferida, em frente a um hospital. Outro residente viu uma casa de chá desmoronar, com pessoas presas dentro, mas não conseguiu ajudar devido aos escombros.
Em Bangkok, Noi, uma empregada doméstica de 60 anos, confundiu os tremores com vento até ver pessoas correndo para fora dos prédios. “Estava tremendo e com muito medo. Nunca vivi algo assim”, relatou, abrigada sob uma ponte do metrô. Um turista britânico, Mark Smith, descreveu o caos nas ruas, com trânsito paralisado e dificuldade para encontrar transporte.
Histórico sísmico: Mianmar no mapa dos tremores
Mianmar está situado próximo ao Círculo de Fogo do Pacífico, uma das áreas mais sismicamente ativas do planeta. Terremotos rasos, como o desta sexta-feira, são comuns na região devido à pressão entre a placa indiana e a eurasiática. Nos últimos anos, o país registrou eventos significativos, como o tremor de magnitude 6,8 em Bagan, em 2016, que matou três pessoas, e outro de mesma magnitude em 2012, com 26 vítimas. A Falha de Sagaing, onde ocorreu o epicentro, estava “quieta” há cerca de 200 anos, segundo especialistas, o que indicava um risco iminente.
A vulnerabilidade da população é agravada por construções precárias e um sistema de saúde debilitado. Em áreas rurais, a falta de infraestrutura básica torna os desastres ainda mais letais, enquanto nas cidades o crescimento desordenado aumenta os riscos em prédios altos.

Mobilização global: ajuda a caminho
Diante da magnitude do desastre, a resposta internacional se intensifica. A União Europeia anunciou planos para enviar suprimentos médicos e equipes de apoio, enquanto a França ofereceu assistência técnica para avaliar danos estruturais. A Índia, vizinha de Mianmar, colocou suas autoridades em standby para coordenar ajuda humanitária. A Cruz Vermelha internacional destacou a preocupação com represas e a necessidade urgente de água potável e abrigo para os desabrigados.
Em Mianmar, o Governo de Unidade Nacional, formado por opositores da junta militar, também se mobiliza para auxiliar nos resgates, apesar das tensões políticas. A Organização das Nações Unidas trabalha para mapear as áreas mais afetadas e direcionar recursos, enquanto voluntários locais se organizam para distribuir alimentos e cobertores.
- Necessidades urgentes em Mianmar:
- Doações de sangue e materiais médicos.
- Reconstrução de estradas e pontes.
- Suprimentos para desabrigados.
- Necessidades urgentes na Tailândia:
- Equipamentos para resgate em escombros.
- Apoio psicológico às vítimas.
- Avaliação de segurança em prédios altos.
Cenário incerto: o que vem pela frente
O terremoto deixou marcas profundas em Mianmar e na Tailândia, com danos que levarão meses, senão anos, para serem reparados. Em Mandalay, a destruição de templos e monumentos históricos representa uma perda cultural irreparável, enquanto a crise humanitária se agrava com a falta de acesso a serviços básicos. A junta militar enfrenta o desafio de coordenar uma resposta em meio a uma guerra civil que já dividia o país, enquanto a população teme novas réplicas.
Na Tailândia, Bangkok tenta retomar a normalidade, mas o colapso do arranha-céu levanta questões sobre a segurança de construções em uma região pouco acostumada a tremores fortes. O governo tailandês prometeu investigar as causas do desabamento, enquanto equipes de resgate continuam as buscas por sobreviventes. A suspensão das atividades na bolsa de valores reflete o impacto econômico imediato do desastre.
A profundidade rasa do terremoto, aliada à magnitude 7,7, sugere que os efeitos serão sentidos por semanas. Especialistas alertam para a possibilidade de tremores secundários, mantendo as autoridades em alerta máximo. Enquanto isso, a solidariedade internacional ganha força, com nações e organizações se unindo para apoiar as vítimas de uma das maiores tragédias sísmicas da região em décadas.

Um terremoto de magnitude 7,7 abalou o Sudeste Asiático na manhã desta sexta-feira, 28 de março, deixando um rastro de destruição em Mianmar e na Tailândia. Com epicentro a 16 quilômetros a noroeste de Mandalay, a segunda maior cidade de Mianmar, o tremor foi sentido com intensidade em diversas regiões, incluindo Bangkok, capital tailandesa, onde um arranha-céu em construção desabou, matando ao menos três pessoas e deixando 117 desaparecidos sob os escombros. A TV estatal de Mianmar reportou 144 mortos e 732 feridos no país, enquanto a Tailândia confirmou oito vítimas fatais até o momento. A profundidade rasa do abalo, a apenas 10 quilômetros da superfície, amplificou os danos, derrubando prédios, pontes e infraestrutura essencial em áreas já fragilizadas por conflitos e precariedade. Equipes de resgate trabalham contra o tempo para encontrar sobreviventes, enquanto a comunidade internacional se mobiliza para oferecer ajuda humanitária.
Sacudida por um dos tremores mais fortes das últimas décadas, a região central de Mianmar enfrenta agora um cenário caótico. Em Mandalay, antiga capital real e coração budista do país, moradores relatam prédios de cinco andares desmoronando e ruas tomadas por destroços. A junta militar que governa o país desde o golpe de 2021 declarou estado de emergência em seis regiões, incluindo Sagaing, Magway e Naypyitaw, e fez um raro apelo por assistência internacional. A infraestrutura precária, agravada por anos de guerra civil, dificulta os esforços de socorro, com estradas rachadas e pontes colapsadas isolando comunidades inteiras.
Na Tailândia, o impacto foi igualmente devastador. Bangkok, a mais de mil quilômetros do epicentro, viu prédios balançarem e um arranha-céu em construção no distrito de Chatuchak ruir em segundos, levantando uma nuvem de poeira que tomou as ruas. O governo tailandês declarou a capital como zona de emergência, mobilizando equipes de resgate para buscar sobreviventes entre os escombros. Vídeos mostram a água de uma piscina no terraço de um hotel de luxo transbordando e caindo como uma cascata, enquanto sirenes ecoavam pela cidade, levando moradores e turistas a evacuarem em pânico.
Epicentro em Mianmar: uma tragédia anunciada
Localizado na Falha de Sagaing, uma zona de alta atividade tectônica, o epicentro do terremoto expôs a vulnerabilidade de Mianmar a desastres naturais. O abalo principal, registrado às 12h50 no horário local, foi seguido por uma réplica de magnitude 6,4 apenas 12 minutos depois, intensificando os danos. A profundidade rasa do tremor, combinada com construções frágeis, resultou em colapsos generalizados. Em Mandalay, um morador descreveu o horror de ver um prédio de cinco andares desabar diante de seus olhos, enquanto outro relatou uma casa de chá soterrando várias pessoas. A mídia estatal confirmou que duas pontes históricas, incluindo a Ava Bridge, desmoronaram, cortando acessos vitais.
A capital Naypyitaw também sofreu impactos severos. Santuários budistas, símbolos culturais do país, foram reduzidos a escombros, e o Museu Nacional registrou rachaduras em suas paredes. Hospitais lotados operam em condições precárias, com pacientes sendo atendidos nas ruas devido a danos estruturais. Um funcionário de um hospital em Mandalay relatou que o pronto-socorro, com capacidade para mil leitos, tornou-se uma “área de vítimas em massa”, enquanto pedidos urgentes por doações de sangue ecoam pelas redes sociais.
Em cidades menores, como Taungoo e Aung Ban, os relatos são igualmente sombrios. Uma mesquita em Taungoo desabou parcialmente, matando três pessoas, enquanto em Aung Ban um hotel ruiu, deixando duas vítimas fatais. A falta de eletricidade e comunicação, com linhas telefônicas interrompidas, agrava a crise, dificultando a coordenação de resgates e a avaliação completa dos danos.
Bangkok sob tensão: o colapso que chocou a Tailândia
Distante mais de mil quilômetros do epicentro, Bangkok sentiu os tremores com uma força inesperada. O desabamento de um arranha-céu em construção no norte da cidade, destinado a abrigar escritórios governamentais, transformou a capital tailandesa em um cenário de desespero. Equipes de resgate, apoiadas por voluntários e bombeiros, trabalham para localizar os 117 desaparecidos, enquanto guindastes removem toneladas de concreto e metal retorcido. Até o momento, três mortes foram confirmadas, mas o número pode subir à medida que as buscas avançam.
O ministro da Defesa tailandês, Phumtham Wechayachai, informou que o prédio abrigava cerca de 320 trabalhadores no momento do colapso. Sete foram resgatados com vida, mas a maioria permanece soterrada. Testemunhas relatam gritos de pedidos de ajuda ecoando entre os escombros, enquanto ambulâncias circulam pelo local, próximo ao mercado Chatuchak, um ponto turístico popular. A primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra visitou a área, prometendo apoio às famílias e ordenando a evacuação de edifícios altos em toda a cidade.
Outros incidentes marcaram o dia na capital. Em um hotel de luxo, a água de uma piscina no terraço transbordou, caindo pelas laterais do prédio e assustando hóspedes que evacuaram em trajes de banho. Escritórios e hospitais foram esvaziados às pressas, com vídeos mostrando multidões descendo escadas rolantes em pânico. O sistema de trem elevado, conhecido como Skytrain, foi temporariamente fechado, paralisando o trânsito em uma metrópole que abriga mais de 17 milhões de pessoas.
Danos à infraestrutura: um golpe às duas nações
O terremoto revelou a fragilidade da infraestrutura em Mianmar e na Tailândia. Em Mianmar, a destruição de pontes e rodovias, como a que conecta Mandalay a Yangon, isolou comunidades e complicou o acesso de equipes de socorro. Um bairro em Mandalay, Sein Pan, enfrenta incêndios que ameaçam se espalhar, enquanto a falta de energia elétrica deixa a população no escuro. A Cruz Vermelha alertou para o risco de colapso de represas de grande porte, o que poderia agravar ainda mais a crise humanitária.
Na Tailândia, os danos se concentram em Bangkok, onde prédios altos sofreram rachaduras e o arranha-céu colapsado simboliza os desafios de construções em áreas sísmicas. O governo suspendeu as negociações na bolsa de valores e criou um centro de emergência 24 horas para coordenar a resposta. Autoridades alertaram que novos tremores podem ocorrer nas próximas horas, mantendo a população em alerta.
- Principais impactos em Mianmar:
- Colapso de duas pontes históricas, incluindo a Ava Bridge.
- Destruição de prédios em cinco cidades, com destaque para Mandalay.
- Interrupção de energia e comunicação em várias regiões.
- Principais impactos na Tailândia:
- Desabamento de um arranha-céu em construção, com 117 desaparecidos.
- Suspensão do Skytrain e paralisação do trânsito em Bangkok.
- Danos em prédios altos e evacuação em massa.
Resposta emergencial: esforços contra o tempo
Equipes de emergência em ambos os países trabalham sem pausa para mitigar os efeitos do desastre. Em Mandalay, voluntários e militares vasculham escombros em busca de sobreviventes, enquanto hospitais improvisam atendimento ao ar livre. A junta militar, apesar de seu isolamento político, abriu as portas para ajuda internacional, com a União Europeia, França e Índia já sinalizando apoio. O chefe da ONU, António Guterres, afirmou que as Nações Unidas estão mobilizando recursos para a região.
Em Bangkok, socorristas utilizam ferramentas manuais e guindastes para remover destroços do arranha-céu colapsado. Sete trabalhadores foram resgatados com vida, mas a operação é lenta devido à complexidade da estrutura. O vice-comandante da polícia local estima que centenas de pessoas podem estar feridas, embora os números exatos ainda sejam incertos. A Cruz Vermelha tailandesa também atua no apoio às vítimas, distribuindo suprimentos básicos.
A resposta internacional ganha força com o passar das horas. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, declarou que seu país está pronto para oferecer assistência, enquanto a comitiva do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em visita ao Vietnã, confirmou que não foi afetada pelos tremores sentidos na região.
Cronologia do terremoto: os eventos em sequência
O abalo sísmico seguiu uma sequência que agravou seus impactos. Confira os principais momentos:
- 12h50 (horário local): Terremoto de magnitude 7,7 atinge o centro de Mianmar, com epicentro perto de Mandalay.
- 13h02: Réplica de magnitude 6,4 sacode a mesma região, ampliando os danos.
- 13h10: Arranha-céu em construção desaba em Bangkok, iniciando operações de resgate.
- 14h00: Junta militar de Mianmar decreta estado de emergência em seis regiões.
- 15h30: Primeira-ministra da Tailândia declara Bangkok como zona de emergência.
Pânico nas ruas: relatos de testemunhas
Moradores de Mandalay e Bangkok compartilharam experiências marcadas pelo medo. Em Mandalay, uma mulher de 45 anos, Daw Kyi Shwin, perdeu sua filha de três anos quando tijolos caíram sobre elas durante o almoço. “Corri para o andar de baixo, mas não cheguei a tempo”, disse, ainda ferida, em frente a um hospital. Outro residente viu uma casa de chá desmoronar, com pessoas presas dentro, mas não conseguiu ajudar devido aos escombros.
Em Bangkok, Noi, uma empregada doméstica de 60 anos, confundiu os tremores com vento até ver pessoas correndo para fora dos prédios. “Estava tremendo e com muito medo. Nunca vivi algo assim”, relatou, abrigada sob uma ponte do metrô. Um turista britânico, Mark Smith, descreveu o caos nas ruas, com trânsito paralisado e dificuldade para encontrar transporte.
Histórico sísmico: Mianmar no mapa dos tremores
Mianmar está situado próximo ao Círculo de Fogo do Pacífico, uma das áreas mais sismicamente ativas do planeta. Terremotos rasos, como o desta sexta-feira, são comuns na região devido à pressão entre a placa indiana e a eurasiática. Nos últimos anos, o país registrou eventos significativos, como o tremor de magnitude 6,8 em Bagan, em 2016, que matou três pessoas, e outro de mesma magnitude em 2012, com 26 vítimas. A Falha de Sagaing, onde ocorreu o epicentro, estava “quieta” há cerca de 200 anos, segundo especialistas, o que indicava um risco iminente.
A vulnerabilidade da população é agravada por construções precárias e um sistema de saúde debilitado. Em áreas rurais, a falta de infraestrutura básica torna os desastres ainda mais letais, enquanto nas cidades o crescimento desordenado aumenta os riscos em prédios altos.

Mobilização global: ajuda a caminho
Diante da magnitude do desastre, a resposta internacional se intensifica. A União Europeia anunciou planos para enviar suprimentos médicos e equipes de apoio, enquanto a França ofereceu assistência técnica para avaliar danos estruturais. A Índia, vizinha de Mianmar, colocou suas autoridades em standby para coordenar ajuda humanitária. A Cruz Vermelha internacional destacou a preocupação com represas e a necessidade urgente de água potável e abrigo para os desabrigados.
Em Mianmar, o Governo de Unidade Nacional, formado por opositores da junta militar, também se mobiliza para auxiliar nos resgates, apesar das tensões políticas. A Organização das Nações Unidas trabalha para mapear as áreas mais afetadas e direcionar recursos, enquanto voluntários locais se organizam para distribuir alimentos e cobertores.
- Necessidades urgentes em Mianmar:
- Doações de sangue e materiais médicos.
- Reconstrução de estradas e pontes.
- Suprimentos para desabrigados.
- Necessidades urgentes na Tailândia:
- Equipamentos para resgate em escombros.
- Apoio psicológico às vítimas.
- Avaliação de segurança em prédios altos.
Cenário incerto: o que vem pela frente
O terremoto deixou marcas profundas em Mianmar e na Tailândia, com danos que levarão meses, senão anos, para serem reparados. Em Mandalay, a destruição de templos e monumentos históricos representa uma perda cultural irreparável, enquanto a crise humanitária se agrava com a falta de acesso a serviços básicos. A junta militar enfrenta o desafio de coordenar uma resposta em meio a uma guerra civil que já dividia o país, enquanto a população teme novas réplicas.
Na Tailândia, Bangkok tenta retomar a normalidade, mas o colapso do arranha-céu levanta questões sobre a segurança de construções em uma região pouco acostumada a tremores fortes. O governo tailandês prometeu investigar as causas do desabamento, enquanto equipes de resgate continuam as buscas por sobreviventes. A suspensão das atividades na bolsa de valores reflete o impacto econômico imediato do desastre.
A profundidade rasa do terremoto, aliada à magnitude 7,7, sugere que os efeitos serão sentidos por semanas. Especialistas alertam para a possibilidade de tremores secundários, mantendo as autoridades em alerta máximo. Enquanto isso, a solidariedade internacional ganha força, com nações e organizações se unindo para apoiar as vítimas de uma das maiores tragédias sísmicas da região em décadas.
