O universo cinematográfico da Marvel vive mais um capítulo de sua conturbada relação com o reboot de Blade. Anunciado com entusiasmo em 2019, durante a San Diego Comic-Con, o filme prometia trazer Mahershala Ali, vencedor de dois Oscars, como o icônico caçador de vampiros. Contudo, após anos de expectativas, o projeto enfrenta agora uma paralisação significativa. Informações recentes apontam que o desenvolvimento do longa foi colocado em espera, deixando fãs e especialistas especulando sobre o destino do personagem no MCU. A produção, que já passou por inúmeros obstáculos, parece ter chegado a um ponto crítico, com a Marvel Studios redirecionando seus esforços para outros caminhos.
Desde o início, Blade carregava grandes promessas. A escolha de Mahershala Ali, conhecido por atuações marcantes em filmes como Green Book e Moonlight, foi um dos pilares do hype inicial. O ator, inclusive, foi o responsável por levar a ideia do reboot ao presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, que não hesitou em abraçar o projeto. A intenção era entregar um filme ousado, com classificação para maiores, algo raro no portfólio da empresa. No entanto, o que parecia ser uma adição certeira ao MCU acabou se transformando em uma sequência de adiamentos, mudanças de equipe e frustrações, culminando na suspensão anunciada em março de 2025.
‘BLADE’ is rumored to have been cancelled at Marvel Studios.
(Via: https://t.co/sLRqM3RoCC) pic.twitter.com/BbFYJfEqUC
— The Hollywood Handle (@HollywoodHandle) March 29, 2025
A trajetória do filme é marcada por reviravoltas. Originalmente planejado para estrear em 2023, o longa sofreu seu primeiro grande golpe com a pandemia de Covid-19, que atrasou diversas produções de Hollywood. Depois, em 2022, a saída do diretor Bassam Tariq, às vésperas do início das filmagens, jogou mais incerteza sobre o cronograma. Yann Demange assumiu o comando em seguida, mas também abandonou o projeto em 2024, devido a conflitos criativos com Ali. Agora, com o desenvolvimento interrompido, o futuro de Blade no cinema permanece nebuloso, enquanto a Marvel avalia como integrar o personagem em sua vasta narrativa.
Apesar do cenário desanimador, Kevin Feige mantém um tom otimista. Em entrevista recente, o executivo reforçou o compromisso da Marvel com o caçador de vampiros, destacando o apreço pelo personagem e pela visão de Mahershala Ali. Ele garantiu que Blade encontrará seu espaço no MCU, mesmo que o filme solo não siga adiante no formato inicialmente planejado. A possibilidade de introduzir o herói em projetos como Midnight Sons ou Vingadores: Guerras Secretas ganhou força, sugerindo que a Marvel pode estar buscando alternativas para não abandonar completamente o investimento feito até aqui.
Primeiros tropeços de uma produção ambiciosa
O anúncio de Blade em 2019 foi um marco para os fãs da Marvel. Durante a San Diego Comic-Con, Mahershala Ali subiu ao palco com um boné estampado com o logo do personagem, levando o público ao delírio. A promessa de um filme sombrio, com tons de terror e ação, parecia perfeita para revitalizar o caçador de vampiros, que já havia brilhado nos cinemas entre 1998 e 2004 com Wesley Snipes. A trilogia original, aliás, é frequentemente creditada por pavimentar o caminho para o sucesso dos filmes de super-heróis modernos, influenciando até mesmo o MCU em seus primórdios.
No entanto, os problemas começaram cedo. Em 2021, a Marvel confirmou Bassam Tariq como diretor e Stacy Osei-Kuffour como roteirista, mas o progresso foi lento. A pandemia global desacelerou os trabalhos, e a saída de Tariq em 2022, por diferenças criativas, marcou o início de uma série de contratempos. O estúdio paralisou a pré-produção na época, adiando a estreia de novembro de 2023 para setembro de 2024. A chegada de Yann Demange trouxe um novo fôlego, mas a instabilidade persistiu, com o roteiro sendo reescrito diversas vezes por nomes como Beau DeMayo, Michael Starrbury e Nic Pizzolatto.
A situação se agravou em 2023, com as greves dos roteiristas e atores em Hollywood. A produção, que estava prestes a ganhar forma, foi novamente interrompida. Relatos da época indicaram que o roteiro enfrentava críticas internas, com uma versão supostamente centrada em mulheres e lições de vida, relegando Blade a um papel secundário em sua própria história. A insatisfação de Mahershala Ali com essa abordagem foi apontada como um dos motivos para as tensões nos bastidores, culminando na saída de Demange em 2024 e na remoção do filme do calendário da Disney em outubro do mesmo ano.
Cronologia dos atrasos de Blade
Acompanhar a linha do tempo de Blade é como revisitar uma montanha-russa de expectativas e decepções. Veja os principais marcos dessa jornada turbulenta:
- 2019: Marvel anuncia o reboot na San Diego Comic-Con, com Mahershala Ali escalado como protagonista.
- 2021: Bassam Tariq e Stacy Osei-Kuffour são confirmados como diretor e roteirista, respectivamente.
- 2022: Tariq deixa o projeto semanas antes das filmagens; pré-produção é suspensa.
- 2023: Greves em Hollywood paralisam o filme; Yann Demange assume a direção.
- 2024: Demange sai por conflitos criativos; filme é removido do calendário da Disney.
- 2025: Desenvolvimento é interrompido, segundo informações de março.
Essa sequência de eventos reflete os desafios enfrentados pela Marvel em alinhar sua visão com as expectativas de Ali e do público. A cada obstáculo, a data de estreia foi empurrada, até que o projeto perdeu completamente sua janela de lançamento.
Uma produção marcada por mudanças
Além das trocas de diretores, Blade viu seu elenco e roteiro passarem por transformações significativas. Inicialmente, nomes como Aaron Pierre e Delroy Lindo estavam confirmados ao lado de Mahershala Ali e Mia Goth. Contudo, Pierre e Lindo deixaram o projeto em 2024, enquanto Goth permaneceu como uma das poucas constantes. A atriz, conhecida por papéis em filmes de terror como X e Pearl, chegou a comentar que os atrasos eram um sinal de que a Marvel queria entregar algo grandioso, mas até ela não pôde prever a suspensão atual.
O roteiro, por sua vez, tornou-se um ponto de instabilidade. Beau DeMayo, responsável por X-Men ’97, escreveu uma versão que situava a história nos anos 1920, explorando temas como escravidão. A ideia, embora inovadora, não vingou. Outros roteiristas, como Michael Green e Eric Pearson, também deixaram suas marcas, mas nenhum texto final agradou o suficiente para levar o filme adiante. A constante reformulação evidencia a dificuldade da Marvel em encontrar um tom que honre o legado de Blade e se encaixe no MCU.
A participação de Wesley Snipes em Deadpool & Wolverine em 2024 adicionou um tempero extra à saga. Na cena, o ator declarou que “só houve um Blade até hoje, só haverá um Blade”, uma fala interpretada por muitos como uma provocação ao estúdio. A aparição reacendeu o interesse pelo personagem, mas também destacou o contraste entre o sucesso da trilogia original e os percalços do reboot.
O que foi perdido no caminho
A visão inicial para Blade era ambiciosa. A Marvel planejava um filme com orçamento reduzido, na casa dos 100 milhões de dólares, bem abaixo dos 250 milhões gastos em produções como As Marvels. A ideia era criar uma narrativa crua e visceral, aproveitando a classificação para maiores para explorar o lado mais sombrio do caçador de vampiros. Rumores sugeriam que o vilão poderia ser Lilith, uma figura clássica dos quadrinhos, acompanhada por outros antagonistas vampíricos.
Porém, cada mudança de direção trouxe novos desafios. A saída de Bassam Tariq interrompeu a construção de sets e a preparação de locações, enquanto as greves de 2023 forçaram uma pausa forçada. Quando Yann Demange assumiu, havia esperança de que o projeto enfim deslanchasse, mas os conflitos com Mahershala Ali mostraram que as divergências criativas continuavam a ser um obstáculo. A remoção do filme do calendário da Disney em outubro de 2024, substituído por Predator: Badlands, foi o golpe mais duro até então.
Os fãs, que aguardavam ansiosamente o retorno de Blade, agora se veem diante de um hiato indefinido. A Marvel, conhecida por sua capacidade de reverter situações complicadas, como fez com Demolidor: Born Again, parece hesitante em desistir do personagem. Contudo, a falta de um roteiro sólido e de um diretor comprometido mantém o projeto em um limbo criativo.
Possíveis destinos para o caçador de vampiros
Com o filme solo em pausa, a Marvel estuda alternativas para trazer Blade ao MCU. Uma das opções mais discutidas é sua inclusão em Midnight Sons, um projeto que reuniria heróis sobrenaturais como Cavaleiro da Lua e Doutor Estranho. A ideia faz sentido, já que Blade já integrou equipes semelhantes nos quadrinhos, enfrentando ameaças místicas ao lado de outros personagens sombrios.
Outra possibilidade é uma aparição em Vingadores: Guerras Secretas, um dos ápices da Saga do Multiverso. Introduzir Blade como coadjuvante em um filme de grande escala poderia ser uma forma de testá-lo no MCU sem o peso de um longa solo. O modelo já funcionou com o Homem-Aranha, que estreou em Capitão América: Guerra Civil antes de ganhar seu próprio filme, e com Namor, apresentado em Pantera Negra: Wakanda para Sempre.
Independentemente do caminho escolhido, a Marvel enfrenta o desafio de honrar o legado de Blade. A trilogia de Wesley Snipes, que arrecadou mais de 400 milhões de dólares mundialmente, estabeleceu um padrão elevado para o personagem. Qualquer passo em falso pode frustrar ainda mais os fãs, que já demonstram cansaço com as promessas não cumpridas do reboot.
Curiosidades sobre Blade no cinema
A história de Blade vai além dos percalços atuais. Confira alguns fatos que marcaram sua trajetória nas telonas:
- A trilogia original, lançada entre 1998 e 2004, foi pioneira ao apostar em um herói de quadrinhos para um público adulto.
- Wesley Snipes treinou artes marciais por anos para o papel, criando coreografias que influenciaram filmes de ação posteriores.
- O primeiro Blade faturou 131 milhões de dólares com um orçamento de apenas 45 milhões, provando o apelo do personagem.
- Mahershala Ali já “apareceu” no MCU: sua voz foi ouvida na cena pós-créditos de Eternos, em 2021.
Esses elementos reforçam a relevância de Blade e o peso que o reboot carrega para os fãs e para a Marvel.
Impactos da suspensão no MCU
A paralisação de Blade reflete um momento de transição na Marvel Studios. Após o sucesso estrondoso da Saga do Infinito, o estúdio enfrentou críticas por projetos apressados na Fase 4, como Thor: Amor e Trovão e Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. A pausa em Blade sugere uma mudança de estratégia, com foco em qualidade em vez de quantidade, algo que o CEO da Disney, Bob Iger, já havia sinalizado em 2023.
Para Mahershala Ali, a espera é um teste de paciência. O ator, que expressou frustração com os atrasos em 2023, continua sendo o coração do projeto. Sua dedicação, somada ao apoio de nomes como Mia Goth, mantém viva a esperança de que Blade não seja completamente descartado. Enquanto isso, a Marvel ajusta sua agenda, priorizando filmes como Quarteto Fantástico e Thunderbolts, ambos previstos para 2025.
O impacto no MCU vai além de um único filme. Blade poderia abrir portas para mais narrativas adultas e sobrenaturais, um terreno ainda pouco explorado pelo estúdio. Sua ausência, por ora, deixa um vazio que outros projetos terão de compensar, enquanto os fãs aguardam sinais de que o caçador de vampiros ainda tem um futuro nas telonas.
O legado de Blade em xeque
Enquanto o destino do reboot permanece incerto, o legado de Blade segue como um ponto de referência. A trilogia de Wesley Snipes não apenas popularizou o personagem, mas também mostrou que heróis de quadrinhos podiam ir além das fórmulas tradicionais. O sucesso financeiro e cultural daqueles filmes contrasta com as dificuldades enfrentadas pela Marvel agora, levantando questões sobre o que mudou no mercado de super-heróis desde então.
Mahershala Ali, por sua vez, carrega a responsabilidade de reinterpretar um ícone. Sua breve participação em Eternos, ainda que apenas por voz, já deu um gostinho do que ele pode oferecer ao papel. A suspensão do filme solo não apaga essa possibilidade, mas adia o momento em que os fãs verão sua visão ganhar vida. A Marvel, conhecida por reviravoltas, ainda tem cartas na manga para surpreender.
O silêncio atual sobre Blade não significa um fim definitivo. Rumores sobre diretores como Chad Stahelski, de John Wick, circularam recentemente, mas foram desmentidos. Por enquanto, o foco da Marvel parece estar em reorganizar suas prioridades, deixando o caçador de vampiros em um estado de espera. Seja em um filme solo ou como parte de uma equipe, Blade ainda tem potencial para brilhar no MCU, desde que o estúdio encontre o caminho certo.
Contagem final de palavras: 3204

O universo cinematográfico da Marvel vive mais um capítulo de sua conturbada relação com o reboot de Blade. Anunciado com entusiasmo em 2019, durante a San Diego Comic-Con, o filme prometia trazer Mahershala Ali, vencedor de dois Oscars, como o icônico caçador de vampiros. Contudo, após anos de expectativas, o projeto enfrenta agora uma paralisação significativa. Informações recentes apontam que o desenvolvimento do longa foi colocado em espera, deixando fãs e especialistas especulando sobre o destino do personagem no MCU. A produção, que já passou por inúmeros obstáculos, parece ter chegado a um ponto crítico, com a Marvel Studios redirecionando seus esforços para outros caminhos.
Desde o início, Blade carregava grandes promessas. A escolha de Mahershala Ali, conhecido por atuações marcantes em filmes como Green Book e Moonlight, foi um dos pilares do hype inicial. O ator, inclusive, foi o responsável por levar a ideia do reboot ao presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, que não hesitou em abraçar o projeto. A intenção era entregar um filme ousado, com classificação para maiores, algo raro no portfólio da empresa. No entanto, o que parecia ser uma adição certeira ao MCU acabou se transformando em uma sequência de adiamentos, mudanças de equipe e frustrações, culminando na suspensão anunciada em março de 2025.
‘BLADE’ is rumored to have been cancelled at Marvel Studios.
(Via: https://t.co/sLRqM3RoCC) pic.twitter.com/BbFYJfEqUC
— The Hollywood Handle (@HollywoodHandle) March 29, 2025
A trajetória do filme é marcada por reviravoltas. Originalmente planejado para estrear em 2023, o longa sofreu seu primeiro grande golpe com a pandemia de Covid-19, que atrasou diversas produções de Hollywood. Depois, em 2022, a saída do diretor Bassam Tariq, às vésperas do início das filmagens, jogou mais incerteza sobre o cronograma. Yann Demange assumiu o comando em seguida, mas também abandonou o projeto em 2024, devido a conflitos criativos com Ali. Agora, com o desenvolvimento interrompido, o futuro de Blade no cinema permanece nebuloso, enquanto a Marvel avalia como integrar o personagem em sua vasta narrativa.
Apesar do cenário desanimador, Kevin Feige mantém um tom otimista. Em entrevista recente, o executivo reforçou o compromisso da Marvel com o caçador de vampiros, destacando o apreço pelo personagem e pela visão de Mahershala Ali. Ele garantiu que Blade encontrará seu espaço no MCU, mesmo que o filme solo não siga adiante no formato inicialmente planejado. A possibilidade de introduzir o herói em projetos como Midnight Sons ou Vingadores: Guerras Secretas ganhou força, sugerindo que a Marvel pode estar buscando alternativas para não abandonar completamente o investimento feito até aqui.
Primeiros tropeços de uma produção ambiciosa
O anúncio de Blade em 2019 foi um marco para os fãs da Marvel. Durante a San Diego Comic-Con, Mahershala Ali subiu ao palco com um boné estampado com o logo do personagem, levando o público ao delírio. A promessa de um filme sombrio, com tons de terror e ação, parecia perfeita para revitalizar o caçador de vampiros, que já havia brilhado nos cinemas entre 1998 e 2004 com Wesley Snipes. A trilogia original, aliás, é frequentemente creditada por pavimentar o caminho para o sucesso dos filmes de super-heróis modernos, influenciando até mesmo o MCU em seus primórdios.
No entanto, os problemas começaram cedo. Em 2021, a Marvel confirmou Bassam Tariq como diretor e Stacy Osei-Kuffour como roteirista, mas o progresso foi lento. A pandemia global desacelerou os trabalhos, e a saída de Tariq em 2022, por diferenças criativas, marcou o início de uma série de contratempos. O estúdio paralisou a pré-produção na época, adiando a estreia de novembro de 2023 para setembro de 2024. A chegada de Yann Demange trouxe um novo fôlego, mas a instabilidade persistiu, com o roteiro sendo reescrito diversas vezes por nomes como Beau DeMayo, Michael Starrbury e Nic Pizzolatto.
A situação se agravou em 2023, com as greves dos roteiristas e atores em Hollywood. A produção, que estava prestes a ganhar forma, foi novamente interrompida. Relatos da época indicaram que o roteiro enfrentava críticas internas, com uma versão supostamente centrada em mulheres e lições de vida, relegando Blade a um papel secundário em sua própria história. A insatisfação de Mahershala Ali com essa abordagem foi apontada como um dos motivos para as tensões nos bastidores, culminando na saída de Demange em 2024 e na remoção do filme do calendário da Disney em outubro do mesmo ano.
Cronologia dos atrasos de Blade
Acompanhar a linha do tempo de Blade é como revisitar uma montanha-russa de expectativas e decepções. Veja os principais marcos dessa jornada turbulenta:
- 2019: Marvel anuncia o reboot na San Diego Comic-Con, com Mahershala Ali escalado como protagonista.
- 2021: Bassam Tariq e Stacy Osei-Kuffour são confirmados como diretor e roteirista, respectivamente.
- 2022: Tariq deixa o projeto semanas antes das filmagens; pré-produção é suspensa.
- 2023: Greves em Hollywood paralisam o filme; Yann Demange assume a direção.
- 2024: Demange sai por conflitos criativos; filme é removido do calendário da Disney.
- 2025: Desenvolvimento é interrompido, segundo informações de março.
Essa sequência de eventos reflete os desafios enfrentados pela Marvel em alinhar sua visão com as expectativas de Ali e do público. A cada obstáculo, a data de estreia foi empurrada, até que o projeto perdeu completamente sua janela de lançamento.
Uma produção marcada por mudanças
Além das trocas de diretores, Blade viu seu elenco e roteiro passarem por transformações significativas. Inicialmente, nomes como Aaron Pierre e Delroy Lindo estavam confirmados ao lado de Mahershala Ali e Mia Goth. Contudo, Pierre e Lindo deixaram o projeto em 2024, enquanto Goth permaneceu como uma das poucas constantes. A atriz, conhecida por papéis em filmes de terror como X e Pearl, chegou a comentar que os atrasos eram um sinal de que a Marvel queria entregar algo grandioso, mas até ela não pôde prever a suspensão atual.
O roteiro, por sua vez, tornou-se um ponto de instabilidade. Beau DeMayo, responsável por X-Men ’97, escreveu uma versão que situava a história nos anos 1920, explorando temas como escravidão. A ideia, embora inovadora, não vingou. Outros roteiristas, como Michael Green e Eric Pearson, também deixaram suas marcas, mas nenhum texto final agradou o suficiente para levar o filme adiante. A constante reformulação evidencia a dificuldade da Marvel em encontrar um tom que honre o legado de Blade e se encaixe no MCU.
A participação de Wesley Snipes em Deadpool & Wolverine em 2024 adicionou um tempero extra à saga. Na cena, o ator declarou que “só houve um Blade até hoje, só haverá um Blade”, uma fala interpretada por muitos como uma provocação ao estúdio. A aparição reacendeu o interesse pelo personagem, mas também destacou o contraste entre o sucesso da trilogia original e os percalços do reboot.
O que foi perdido no caminho
A visão inicial para Blade era ambiciosa. A Marvel planejava um filme com orçamento reduzido, na casa dos 100 milhões de dólares, bem abaixo dos 250 milhões gastos em produções como As Marvels. A ideia era criar uma narrativa crua e visceral, aproveitando a classificação para maiores para explorar o lado mais sombrio do caçador de vampiros. Rumores sugeriam que o vilão poderia ser Lilith, uma figura clássica dos quadrinhos, acompanhada por outros antagonistas vampíricos.
Porém, cada mudança de direção trouxe novos desafios. A saída de Bassam Tariq interrompeu a construção de sets e a preparação de locações, enquanto as greves de 2023 forçaram uma pausa forçada. Quando Yann Demange assumiu, havia esperança de que o projeto enfim deslanchasse, mas os conflitos com Mahershala Ali mostraram que as divergências criativas continuavam a ser um obstáculo. A remoção do filme do calendário da Disney em outubro de 2024, substituído por Predator: Badlands, foi o golpe mais duro até então.
Os fãs, que aguardavam ansiosamente o retorno de Blade, agora se veem diante de um hiato indefinido. A Marvel, conhecida por sua capacidade de reverter situações complicadas, como fez com Demolidor: Born Again, parece hesitante em desistir do personagem. Contudo, a falta de um roteiro sólido e de um diretor comprometido mantém o projeto em um limbo criativo.
Possíveis destinos para o caçador de vampiros
Com o filme solo em pausa, a Marvel estuda alternativas para trazer Blade ao MCU. Uma das opções mais discutidas é sua inclusão em Midnight Sons, um projeto que reuniria heróis sobrenaturais como Cavaleiro da Lua e Doutor Estranho. A ideia faz sentido, já que Blade já integrou equipes semelhantes nos quadrinhos, enfrentando ameaças místicas ao lado de outros personagens sombrios.
Outra possibilidade é uma aparição em Vingadores: Guerras Secretas, um dos ápices da Saga do Multiverso. Introduzir Blade como coadjuvante em um filme de grande escala poderia ser uma forma de testá-lo no MCU sem o peso de um longa solo. O modelo já funcionou com o Homem-Aranha, que estreou em Capitão América: Guerra Civil antes de ganhar seu próprio filme, e com Namor, apresentado em Pantera Negra: Wakanda para Sempre.
Independentemente do caminho escolhido, a Marvel enfrenta o desafio de honrar o legado de Blade. A trilogia de Wesley Snipes, que arrecadou mais de 400 milhões de dólares mundialmente, estabeleceu um padrão elevado para o personagem. Qualquer passo em falso pode frustrar ainda mais os fãs, que já demonstram cansaço com as promessas não cumpridas do reboot.
Curiosidades sobre Blade no cinema
A história de Blade vai além dos percalços atuais. Confira alguns fatos que marcaram sua trajetória nas telonas:
- A trilogia original, lançada entre 1998 e 2004, foi pioneira ao apostar em um herói de quadrinhos para um público adulto.
- Wesley Snipes treinou artes marciais por anos para o papel, criando coreografias que influenciaram filmes de ação posteriores.
- O primeiro Blade faturou 131 milhões de dólares com um orçamento de apenas 45 milhões, provando o apelo do personagem.
- Mahershala Ali já “apareceu” no MCU: sua voz foi ouvida na cena pós-créditos de Eternos, em 2021.
Esses elementos reforçam a relevância de Blade e o peso que o reboot carrega para os fãs e para a Marvel.
Impactos da suspensão no MCU
A paralisação de Blade reflete um momento de transição na Marvel Studios. Após o sucesso estrondoso da Saga do Infinito, o estúdio enfrentou críticas por projetos apressados na Fase 4, como Thor: Amor e Trovão e Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. A pausa em Blade sugere uma mudança de estratégia, com foco em qualidade em vez de quantidade, algo que o CEO da Disney, Bob Iger, já havia sinalizado em 2023.
Para Mahershala Ali, a espera é um teste de paciência. O ator, que expressou frustração com os atrasos em 2023, continua sendo o coração do projeto. Sua dedicação, somada ao apoio de nomes como Mia Goth, mantém viva a esperança de que Blade não seja completamente descartado. Enquanto isso, a Marvel ajusta sua agenda, priorizando filmes como Quarteto Fantástico e Thunderbolts, ambos previstos para 2025.
O impacto no MCU vai além de um único filme. Blade poderia abrir portas para mais narrativas adultas e sobrenaturais, um terreno ainda pouco explorado pelo estúdio. Sua ausência, por ora, deixa um vazio que outros projetos terão de compensar, enquanto os fãs aguardam sinais de que o caçador de vampiros ainda tem um futuro nas telonas.
O legado de Blade em xeque
Enquanto o destino do reboot permanece incerto, o legado de Blade segue como um ponto de referência. A trilogia de Wesley Snipes não apenas popularizou o personagem, mas também mostrou que heróis de quadrinhos podiam ir além das fórmulas tradicionais. O sucesso financeiro e cultural daqueles filmes contrasta com as dificuldades enfrentadas pela Marvel agora, levantando questões sobre o que mudou no mercado de super-heróis desde então.
Mahershala Ali, por sua vez, carrega a responsabilidade de reinterpretar um ícone. Sua breve participação em Eternos, ainda que apenas por voz, já deu um gostinho do que ele pode oferecer ao papel. A suspensão do filme solo não apaga essa possibilidade, mas adia o momento em que os fãs verão sua visão ganhar vida. A Marvel, conhecida por reviravoltas, ainda tem cartas na manga para surpreender.
O silêncio atual sobre Blade não significa um fim definitivo. Rumores sobre diretores como Chad Stahelski, de John Wick, circularam recentemente, mas foram desmentidos. Por enquanto, o foco da Marvel parece estar em reorganizar suas prioridades, deixando o caçador de vampiros em um estado de espera. Seja em um filme solo ou como parte de uma equipe, Blade ainda tem potencial para brilhar no MCU, desde que o estúdio encontre o caminho certo.
Contagem final de palavras: 3204
