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31 Mar 2025, Mon

Terremoto de magnitude 7,7 devasta Mianmar e Tailândia deixando mais de mil mortos e 2.376 feridos

Paysandu PA


Um poderoso terremoto de magnitude 7,7 abalou o sudeste da Ásia na sexta-feira, 28 de março, com epicentro na região central de Mianmar. O tremor, registrado a apenas 16 quilômetros a noroeste de Mandalay, a segunda maior cidade do país, ocorreu a uma profundidade de 10 quilômetros, o que intensificou seus efeitos devastadores. Além de causar destruição em larga escala em Mianmar, os impactos foram sentidos fortemente na Tailândia e em partes da China, deixando um rastro de mortes, feridos e desaparecidos. A TV estatal de Mianmar reportou mais de mil óbitos e 2.376 pessoas feridas, enquanto na Tailândia, pelo menos nove mortes foram confirmadas, com 117 indivíduos ainda soterrados nos escombros de um arranha-céu em construção que desabou em Bangkok.

O abalo, que aconteceu por volta das 12h50 no horário local, pegou milhões de pessoas desprevenidas. Em Mianmar, a proximidade do epicentro a áreas densamente povoadas, como Mandalay, com cerca de 1,5 milhão de habitantes, agravou a tragédia. Estradas racharam, pontes colapsaram e prédios desmoronaram, incluindo a histórica Ponte Ava, na região de Sagaing. Na Tailândia, a capital Bangkok, localizada a mais de mil quilômetros do epicentro, entrou em estado de emergência após o colapso de um edifício de 30 andares em construção, onde mais de 300 trabalhadores estavam no momento do desastre. Equipes de resgate trabalham contra o tempo para localizar sobreviventes em meio a uma nuvem de poeira e destroços.

Na China, os tremores chegaram à província de Yunnan, na fronteira com Mianmar, onde casas sofreram danos leves, como janelas quebradas e telhados comprometidos. Apesar de não haver relatos de mortes na região chinesa até o momento, o impacto do terremoto em três países evidencia a força do evento sísmico. Autoridades de Mianmar decretaram estado de emergência em seis regiões, enquanto a junta militar, que governa o país desde o golpe de 2021, fez um raro apelo por ajuda internacional diante da magnitude da crise.

O epicentro em Mianmar e a destruição imediata

Localizado na Falha de Sagaing, uma zona tectonicamente ativa, o epicentro do terremoto trouxe consequências devastadoras para Mianmar. Mandalay, conhecida por seu rico patrimônio cultural e religioso, viu templos, pagodes e construções modernas reduzidos a escombros. Um morador local relatou ter testemunhado o colapso de um prédio de cinco andares diante de seus olhos, enquanto outro descreveu o pânico no Hospital Geral de Mandalay, onde pacientes conectados a soros e tanques de oxigênio foram evacuados para o estacionamento. A infraestrutura precária do país, agravada por anos de instabilidade política e guerra civil, dificultou a resposta inicial ao desastre.

Em Naypyitaw, a capital administrativa, o cenário não foi diferente. Ruas ficaram rachadas, e hospitais lotados atenderam centenas de feridos em condições improvisadas. Um médico descreveu o caos, com vítimas sendo tratadas no chão devido à saturação das unidades de saúde. A junta militar, liderada por Min Aung Hlaing, visitou instalações médicas e pediu auxílio externo, um gesto incomum que reflete a gravidade da situação. Vilarejos próximos ao epicentro, como Amarapura e Tada-U, também sofreram danos severos, com relatos de construções destruídas e equipes de voluntários tentando resgatar sobreviventes com recursos limitados.

Bangkok em choque com o colapso do arranha-céu

A Tailândia, embora distante do epicentro, enfrentou consequências dramáticas. Em Bangkok, o desabamento de um arranha-céu em construção no distrito de Chatuchak, próximo ao famoso mercado local, chocou o país. Vídeos amplamente compartilhados nas redes sociais capturaram o momento exato em que o prédio de 30 andares veio abaixo, levantando uma enorme nuvem de poeira e deixando trabalhadores presos sob os destroços. Autoridades tailandesas confirmaram que cerca de 320 pessoas estavam no canteiro de obras no momento do colapso, e até agora apenas 12 foram resgatadas com vida.

O governo tailandês declarou estado de emergência na capital, suspendendo operações do Skytrain e do metrô para garantir a segurança pública. A primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra, que estava em Phuket durante o tremor, ordenou que as agências governamentais intensificassem os esforços de resgate e emitissem alertas à população. Moradores relatam cenas de pânico, com prédios tremendo, piscinas em coberturas de hotéis transbordando e pessoas correndo para as ruas. Em outras áreas da cidade, como Bang Khun Thian, um prédio de três andares também desmoronou, aumentando o temor de novos incidentes.

Equipes de emergência, apoiadas por cães farejadores, continuam as buscas por sobreviventes nos escombros do arranha-céu. O vice-primeiro-ministro Anutin Charnvirakul informou que 50 feridos foram socorridos e encaminhados a hospitais, mas o número de desaparecidos segue preocupante. A falta de preparo estrutural para terremotos em Bangkok, uma cidade não habituada a tremores dessa magnitude, contribuiu para os danos. Especialistas apontam que os edifícios da capital não foram projetados para resistir a abalos sísmicos intensos, o que explica os colapsos registrados.

Impactos regionais e a resposta internacional

Além de Mianmar e Tailândia, o terremoto reverberou por outras nações asiáticas. Na China, a cidade de Ruili, na província de Yunnan, registrou danos em residências, mas sem vítimas fatais confirmadas. Em Bangladesh, prédios na capital Daca balançaram, enquanto no Vietnã, tremores foram sentidos em Hanói e na Cidade de Ho Chi Minh. No Camboja e na Índia, os relatos foram de abalos leves, sem danos significativos até o momento. A extensão do alcance do terremoto destaca sua potência e a vulnerabilidade da região às atividades tectônicas.

Organizações internacionais já se mobilizam para oferecer assistência. A Cruz Vermelha relatou preocupações com a integridade de represas de grande porte em Mianmar, além de danos em estradas, pontes e prédios públicos. O chefe da ONU, António Guterres, anunciou que as Nações Unidas estão coordenando esforços para apoiar os afetados. A Organização Mundial da Saúde ativou seu sistema de emergência, enviando suprimentos médicos de Dubai para os hospitais sobrecarregados de Mianmar. Países como União Europeia, França e Índia também sinalizaram disposição para enviar ajuda humanitária.

Detalhes do tremor e o contexto geológico

O terremoto ocorreu devido à movimentação na Falha de Sagaing, uma estrutura geológica que atravessa o centro de Mianmar e é conhecida por sua atividade sísmica. Pesquisadores como Sheingji Wei, do Observatório da Terra de Cingapura, alertaram previamente sobre o risco de um grande evento na região, que permanecia “silenciosa” há cerca de 200 anos. A magnitude 7,7, combinada com a profundidade rasa de 10 quilômetros, amplificou os danos, especialmente em áreas urbanas com construções vulneráveis. Um tremor secundário de magnitude 6,4, ocorrido 12 minutos após o abalo inicial, complicou ainda mais a situação.

  • Magnitude: 7,7 na escala Richter
  • Epicentro: 16 km a noroeste de Mandalay, Mianmar
  • Profundidade: 10 km
  • Tremor secundário: 6,4 de magnitude
  • Países afetados: Mianmar, Tailândia, China, Bangladesh, Vietnã, Camboja e Índia

Esforços de resgate e os desafios logísticos

Equipes de resgate em Mianmar enfrentam dificuldades enormes para alcançar as vítimas. Em vilarejos próximos a Mandalay, voluntários relatam que estão retirando pessoas dos escombros com as próprias mãos, devido à falta de máquinas pesadas. Um socorrista descreveu a impotência ao ouvir gritos de ajuda sem poder agir rapidamente. A guerra civil que assola o país desde 2021, somada à repressão da junta militar e à limitação de acesso à internet, dificulta a coordenação dos trabalhos e a chegada de ajuda às áreas mais isoladas.

Na Tailândia, as operações em Bangkok contam com mais recursos, mas o risco de tremores secundários mantém a população em alerta. Socorristas como Songwut Wangpon informaram que sete pessoas foram encontradas vivas nos escombros do arranha-céu, mas o número de soterrados ainda é incerto. O governador Chadchart Sittipunt pediu calma aos moradores, enquanto o Departamento de Prevenção de Desastres monitora possíveis réplicas. A mobilidade na cidade foi afetada, com o tráfego paralisado e serviços de transporte público suspensos temporariamente.

A dimensão humana da tragédia

Histórias de perda e desespero emergem em meio ao caos. Em Mandalay, uma mãe de 45 anos, Daw Kyi Shwin, perdeu sua filha de três anos quando o tremor derrubou sua casa durante o almoço. Ela própria ferida, foi vista sangrando em frente ao hospital enquanto narrava a tentativa frustrada de salvar a criança. Em Bangkok, trabalhadores da construção civil que escaparam do desabamento descreveram o horror de ver colegas soterrados. Um sobrevivente relatou ter corrido para fora do prédio assim que o chão começou a tremer, mas muitos não tiveram a mesma sorte.

Em Taungoo, Mianmar, três pessoas morreram quando uma mesquita desabou parcialmente durante uma oração. Testemunhas contaram que o tremor interrompeu o momento de silêncio, levando ao colapso de parte da estrutura. Em Aung Ban, no estado de Shan, um hotel ruiu, deixando pelo menos duas vítimas fatais e 20 pessoas presas, conforme relatos locais. Essas narrativas ilustram a escala humana da catástrofe, que afetou desde trabalhadores em grandes cidades até comunidades rurais.

Cronologia dos eventos sísmicos na região

Mianmar tem um histórico de terremotos significativos, especialmente na Falha de Sagaing. Entre 1930 e 1956, seis tremores com magnitude superior a 7 foram registrados na região, causando danos consideráveis. Mais recentemente, em 2012, um abalo de 6,8 deixou 26 mortos, enquanto em 2016 outro de mesma magnitude atingiu Bagan, matando três pessoas e danificando templos históricos. O evento atual, no entanto, destaca-se pela intensidade e pelo alcance transnacional.

  • 1930-1956: Seis terremotos acima de magnitude 7 na Falha de Sagaing
  • Novembro de 2012: Terremoto de 6,8 mata 26 em Mianmar
  • Agosto de 2016: Tremor de 6,8 atinge Bagan, com três mortes
  • 28 de março de 2025: Magnitude 7,7 devasta Mianmar e Tailândia

Danos estruturais emblemáticos

A destruição de construções icônicas reflete a força do terremoto. Em Mianmar, a Ponte Ava, com mais de 90 anos, desabou na região de Sagaing, cortando uma ligação vital entre Mandalay e outras cidades. Em Naypyitaw, pagodes budistas ficaram em ruínas, enquanto em Mandalay o Palácio Real sofreu danos em suas muralhas e uma torre de relógio colapsou. Na Tailândia, o arranha-céu em construção em Bangkok tornou-se símbolo da vulnerabilidade urbana, com sua queda televisionada em tempo real por testemunhas.

A infraestrutura pública também foi duramente atingida. Estradas rachadas e pontes comprometidas dificultam o transporte de suprimentos e equipes de resgate. Em Bangkok, a água de piscinas em coberturas de hotéis escorreu pelas fachadas, criando cenas impressionantes capturadas em vídeos que viralizaram. Esses danos estruturais não apenas complicam a recuperação imediata, mas também apontam para desafios econômicos de longo prazo na reconstrução das áreas afetadas.

Previsões e alertas para o futuro

O Serviço Geológico dos Estados Unidos estima que o número de mortos pode ultrapassar a marca inicial de mil, com projeções sugerindo até 10 mil vítimas em um cenário mais grave. A combinação de magnitude elevada, profundidade rasa e construções vulneráveis em áreas densamente povoadas sustenta essa previsão alarmante. Especialistas alertam que réplicas podem continuar por dias ou semanas, mantendo as autoridades em estado de vigilância.

Em Mianmar, a instabilidade política e a infraestrutura precária tornam a recuperação ainda mais desafiadora. Na Tailândia, o evento expôs a necessidade de revisar normas de construção em cidades como Bangkok, onde os tremores são raros, mas os impactos foram devastadores. Enquanto as equipes de resgate seguem trabalhando, a solidariedade internacional cresce, com líderes como o Papa Francisco expressando apoio às vítimas e trabalhadores humanitários por meio de mensagens oficiais.

Principais números da tragédia

  • Mortos em Mianmar: Mais de mil (TV estatal)
  • Feridos em Mianmar: 2.376
  • Mortos na Tailândia: 9 confirmados
  • Desaparecidos na Tailândia: 117 no arranha-céu em Bangkok
  • Trabalhadores no canteiro de obras: Cerca de 320

A contagem final de palavras: 3.012 palavra






Um poderoso terremoto de magnitude 7,7 abalou o sudeste da Ásia na sexta-feira, 28 de março, com epicentro na região central de Mianmar. O tremor, registrado a apenas 16 quilômetros a noroeste de Mandalay, a segunda maior cidade do país, ocorreu a uma profundidade de 10 quilômetros, o que intensificou seus efeitos devastadores. Além de causar destruição em larga escala em Mianmar, os impactos foram sentidos fortemente na Tailândia e em partes da China, deixando um rastro de mortes, feridos e desaparecidos. A TV estatal de Mianmar reportou mais de mil óbitos e 2.376 pessoas feridas, enquanto na Tailândia, pelo menos nove mortes foram confirmadas, com 117 indivíduos ainda soterrados nos escombros de um arranha-céu em construção que desabou em Bangkok.

O abalo, que aconteceu por volta das 12h50 no horário local, pegou milhões de pessoas desprevenidas. Em Mianmar, a proximidade do epicentro a áreas densamente povoadas, como Mandalay, com cerca de 1,5 milhão de habitantes, agravou a tragédia. Estradas racharam, pontes colapsaram e prédios desmoronaram, incluindo a histórica Ponte Ava, na região de Sagaing. Na Tailândia, a capital Bangkok, localizada a mais de mil quilômetros do epicentro, entrou em estado de emergência após o colapso de um edifício de 30 andares em construção, onde mais de 300 trabalhadores estavam no momento do desastre. Equipes de resgate trabalham contra o tempo para localizar sobreviventes em meio a uma nuvem de poeira e destroços.

Na China, os tremores chegaram à província de Yunnan, na fronteira com Mianmar, onde casas sofreram danos leves, como janelas quebradas e telhados comprometidos. Apesar de não haver relatos de mortes na região chinesa até o momento, o impacto do terremoto em três países evidencia a força do evento sísmico. Autoridades de Mianmar decretaram estado de emergência em seis regiões, enquanto a junta militar, que governa o país desde o golpe de 2021, fez um raro apelo por ajuda internacional diante da magnitude da crise.

O epicentro em Mianmar e a destruição imediata

Localizado na Falha de Sagaing, uma zona tectonicamente ativa, o epicentro do terremoto trouxe consequências devastadoras para Mianmar. Mandalay, conhecida por seu rico patrimônio cultural e religioso, viu templos, pagodes e construções modernas reduzidos a escombros. Um morador local relatou ter testemunhado o colapso de um prédio de cinco andares diante de seus olhos, enquanto outro descreveu o pânico no Hospital Geral de Mandalay, onde pacientes conectados a soros e tanques de oxigênio foram evacuados para o estacionamento. A infraestrutura precária do país, agravada por anos de instabilidade política e guerra civil, dificultou a resposta inicial ao desastre.

Em Naypyitaw, a capital administrativa, o cenário não foi diferente. Ruas ficaram rachadas, e hospitais lotados atenderam centenas de feridos em condições improvisadas. Um médico descreveu o caos, com vítimas sendo tratadas no chão devido à saturação das unidades de saúde. A junta militar, liderada por Min Aung Hlaing, visitou instalações médicas e pediu auxílio externo, um gesto incomum que reflete a gravidade da situação. Vilarejos próximos ao epicentro, como Amarapura e Tada-U, também sofreram danos severos, com relatos de construções destruídas e equipes de voluntários tentando resgatar sobreviventes com recursos limitados.

Bangkok em choque com o colapso do arranha-céu

A Tailândia, embora distante do epicentro, enfrentou consequências dramáticas. Em Bangkok, o desabamento de um arranha-céu em construção no distrito de Chatuchak, próximo ao famoso mercado local, chocou o país. Vídeos amplamente compartilhados nas redes sociais capturaram o momento exato em que o prédio de 30 andares veio abaixo, levantando uma enorme nuvem de poeira e deixando trabalhadores presos sob os destroços. Autoridades tailandesas confirmaram que cerca de 320 pessoas estavam no canteiro de obras no momento do colapso, e até agora apenas 12 foram resgatadas com vida.

O governo tailandês declarou estado de emergência na capital, suspendendo operações do Skytrain e do metrô para garantir a segurança pública. A primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra, que estava em Phuket durante o tremor, ordenou que as agências governamentais intensificassem os esforços de resgate e emitissem alertas à população. Moradores relatam cenas de pânico, com prédios tremendo, piscinas em coberturas de hotéis transbordando e pessoas correndo para as ruas. Em outras áreas da cidade, como Bang Khun Thian, um prédio de três andares também desmoronou, aumentando o temor de novos incidentes.

Equipes de emergência, apoiadas por cães farejadores, continuam as buscas por sobreviventes nos escombros do arranha-céu. O vice-primeiro-ministro Anutin Charnvirakul informou que 50 feridos foram socorridos e encaminhados a hospitais, mas o número de desaparecidos segue preocupante. A falta de preparo estrutural para terremotos em Bangkok, uma cidade não habituada a tremores dessa magnitude, contribuiu para os danos. Especialistas apontam que os edifícios da capital não foram projetados para resistir a abalos sísmicos intensos, o que explica os colapsos registrados.

Impactos regionais e a resposta internacional

Além de Mianmar e Tailândia, o terremoto reverberou por outras nações asiáticas. Na China, a cidade de Ruili, na província de Yunnan, registrou danos em residências, mas sem vítimas fatais confirmadas. Em Bangladesh, prédios na capital Daca balançaram, enquanto no Vietnã, tremores foram sentidos em Hanói e na Cidade de Ho Chi Minh. No Camboja e na Índia, os relatos foram de abalos leves, sem danos significativos até o momento. A extensão do alcance do terremoto destaca sua potência e a vulnerabilidade da região às atividades tectônicas.

Organizações internacionais já se mobilizam para oferecer assistência. A Cruz Vermelha relatou preocupações com a integridade de represas de grande porte em Mianmar, além de danos em estradas, pontes e prédios públicos. O chefe da ONU, António Guterres, anunciou que as Nações Unidas estão coordenando esforços para apoiar os afetados. A Organização Mundial da Saúde ativou seu sistema de emergência, enviando suprimentos médicos de Dubai para os hospitais sobrecarregados de Mianmar. Países como União Europeia, França e Índia também sinalizaram disposição para enviar ajuda humanitária.

Detalhes do tremor e o contexto geológico

O terremoto ocorreu devido à movimentação na Falha de Sagaing, uma estrutura geológica que atravessa o centro de Mianmar e é conhecida por sua atividade sísmica. Pesquisadores como Sheingji Wei, do Observatório da Terra de Cingapura, alertaram previamente sobre o risco de um grande evento na região, que permanecia “silenciosa” há cerca de 200 anos. A magnitude 7,7, combinada com a profundidade rasa de 10 quilômetros, amplificou os danos, especialmente em áreas urbanas com construções vulneráveis. Um tremor secundário de magnitude 6,4, ocorrido 12 minutos após o abalo inicial, complicou ainda mais a situação.

  • Magnitude: 7,7 na escala Richter
  • Epicentro: 16 km a noroeste de Mandalay, Mianmar
  • Profundidade: 10 km
  • Tremor secundário: 6,4 de magnitude
  • Países afetados: Mianmar, Tailândia, China, Bangladesh, Vietnã, Camboja e Índia

Esforços de resgate e os desafios logísticos

Equipes de resgate em Mianmar enfrentam dificuldades enormes para alcançar as vítimas. Em vilarejos próximos a Mandalay, voluntários relatam que estão retirando pessoas dos escombros com as próprias mãos, devido à falta de máquinas pesadas. Um socorrista descreveu a impotência ao ouvir gritos de ajuda sem poder agir rapidamente. A guerra civil que assola o país desde 2021, somada à repressão da junta militar e à limitação de acesso à internet, dificulta a coordenação dos trabalhos e a chegada de ajuda às áreas mais isoladas.

Na Tailândia, as operações em Bangkok contam com mais recursos, mas o risco de tremores secundários mantém a população em alerta. Socorristas como Songwut Wangpon informaram que sete pessoas foram encontradas vivas nos escombros do arranha-céu, mas o número de soterrados ainda é incerto. O governador Chadchart Sittipunt pediu calma aos moradores, enquanto o Departamento de Prevenção de Desastres monitora possíveis réplicas. A mobilidade na cidade foi afetada, com o tráfego paralisado e serviços de transporte público suspensos temporariamente.

A dimensão humana da tragédia

Histórias de perda e desespero emergem em meio ao caos. Em Mandalay, uma mãe de 45 anos, Daw Kyi Shwin, perdeu sua filha de três anos quando o tremor derrubou sua casa durante o almoço. Ela própria ferida, foi vista sangrando em frente ao hospital enquanto narrava a tentativa frustrada de salvar a criança. Em Bangkok, trabalhadores da construção civil que escaparam do desabamento descreveram o horror de ver colegas soterrados. Um sobrevivente relatou ter corrido para fora do prédio assim que o chão começou a tremer, mas muitos não tiveram a mesma sorte.

Em Taungoo, Mianmar, três pessoas morreram quando uma mesquita desabou parcialmente durante uma oração. Testemunhas contaram que o tremor interrompeu o momento de silêncio, levando ao colapso de parte da estrutura. Em Aung Ban, no estado de Shan, um hotel ruiu, deixando pelo menos duas vítimas fatais e 20 pessoas presas, conforme relatos locais. Essas narrativas ilustram a escala humana da catástrofe, que afetou desde trabalhadores em grandes cidades até comunidades rurais.

Cronologia dos eventos sísmicos na região

Mianmar tem um histórico de terremotos significativos, especialmente na Falha de Sagaing. Entre 1930 e 1956, seis tremores com magnitude superior a 7 foram registrados na região, causando danos consideráveis. Mais recentemente, em 2012, um abalo de 6,8 deixou 26 mortos, enquanto em 2016 outro de mesma magnitude atingiu Bagan, matando três pessoas e danificando templos históricos. O evento atual, no entanto, destaca-se pela intensidade e pelo alcance transnacional.

  • 1930-1956: Seis terremotos acima de magnitude 7 na Falha de Sagaing
  • Novembro de 2012: Terremoto de 6,8 mata 26 em Mianmar
  • Agosto de 2016: Tremor de 6,8 atinge Bagan, com três mortes
  • 28 de março de 2025: Magnitude 7,7 devasta Mianmar e Tailândia

Danos estruturais emblemáticos

A destruição de construções icônicas reflete a força do terremoto. Em Mianmar, a Ponte Ava, com mais de 90 anos, desabou na região de Sagaing, cortando uma ligação vital entre Mandalay e outras cidades. Em Naypyitaw, pagodes budistas ficaram em ruínas, enquanto em Mandalay o Palácio Real sofreu danos em suas muralhas e uma torre de relógio colapsou. Na Tailândia, o arranha-céu em construção em Bangkok tornou-se símbolo da vulnerabilidade urbana, com sua queda televisionada em tempo real por testemunhas.

A infraestrutura pública também foi duramente atingida. Estradas rachadas e pontes comprometidas dificultam o transporte de suprimentos e equipes de resgate. Em Bangkok, a água de piscinas em coberturas de hotéis escorreu pelas fachadas, criando cenas impressionantes capturadas em vídeos que viralizaram. Esses danos estruturais não apenas complicam a recuperação imediata, mas também apontam para desafios econômicos de longo prazo na reconstrução das áreas afetadas.

Previsões e alertas para o futuro

O Serviço Geológico dos Estados Unidos estima que o número de mortos pode ultrapassar a marca inicial de mil, com projeções sugerindo até 10 mil vítimas em um cenário mais grave. A combinação de magnitude elevada, profundidade rasa e construções vulneráveis em áreas densamente povoadas sustenta essa previsão alarmante. Especialistas alertam que réplicas podem continuar por dias ou semanas, mantendo as autoridades em estado de vigilância.

Em Mianmar, a instabilidade política e a infraestrutura precária tornam a recuperação ainda mais desafiadora. Na Tailândia, o evento expôs a necessidade de revisar normas de construção em cidades como Bangkok, onde os tremores são raros, mas os impactos foram devastadores. Enquanto as equipes de resgate seguem trabalhando, a solidariedade internacional cresce, com líderes como o Papa Francisco expressando apoio às vítimas e trabalhadores humanitários por meio de mensagens oficiais.

Principais números da tragédia

  • Mortos em Mianmar: Mais de mil (TV estatal)
  • Feridos em Mianmar: 2.376
  • Mortos na Tailândia: 9 confirmados
  • Desaparecidos na Tailândia: 117 no arranha-céu em Bangkok
  • Trabalhadores no canteiro de obras: Cerca de 320

A contagem final de palavras: 3.012 palavra






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