A partir desta sexta-feira, dia 28 de março, 18.855 pessoas começam a receber o ressarcimento das cotas do extinto fundo PIS/Pasep, um benefício que pode mudar a vida de muitos brasileiros que trabalharam décadas atrás. O Ministério da Fazenda estima que R$ 26,3 bilhões estão disponíveis para saque, aguardando cerca de 10,4 milhões de beneficiários, entre titulares e herdeiros. Esse montante, esquecido há anos, refere-se a valores acumulados por trabalhadores do setor privado e servidores públicos que atuaram entre 1971 e 1988. A Caixa Econômica Federal, responsável pelo pagamento, já registrou 25 mil solicitações até o momento, mas milhões ainda não reivindicaram o que lhes pertence. O valor médio estimado por pessoa é de R$ 2,8 mil, embora varie conforme o tempo de trabalho e o salário da época.
Quem tem direito a esse dinheiro são aqueles que, entre 1971 e 1988, tiveram carteira assinada no setor privado ou foram servidores públicos, desde que ainda não tenham sacado suas cotas. Muitos desses trabalhadores já faleceram, o que faz com que a maioria dos pedidos atuais venha de herdeiros, que precisam seguir um processo específico para acessar os recursos. A solicitação pode ser feita de forma prática, pelo aplicativo FGTS ou nas agências da Caixa, mas exige atenção aos documentos necessários e ao calendário de pagamento, que se estende até janeiro de 2026.
Para facilitar o acesso, o Ministério da Fazenda lançou a plataforma REPIS Cidadão, disponível no site http://repiscidadao.fazenda.gov.br/. Esse portal permite consultar saldos e orienta os próximos passos, seja para titulares vivos ou beneficiários legais. O processo é simples, mas requer uma conta gov.br nos níveis prata ou ouro, além do número NIS do cotista, essencial para a verificação.
Quem pode sacar o dinheiro esquecido
Elegíveis para o saque estão os trabalhadores que contribuíram para o PIS (Programa de Integração Social) ou o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) entre 1971 e 4 de outubro de 1988. Esses programas, criados na década de 1970, funcionavam como uma espécie de poupança individual, com depósitos feitos por empregadores em contas vinculadas aos empregados. Após a unificação em 1988, os recursos pararam de ser depositados individualmente, mas os saldos remanescentes continuaram disponíveis.
Herdeiros de titulares falecidos também podem reivindicar os valores, desde que apresentem a documentação exigida. Estima-se que a maior parte dos 10,4 milhões de beneficiários sejam herdeiros, dado o longo período desde a criação do fundo. O prazo para solicitar o saque vai até 26 de janeiro de 2026, e os valores não reclamados até lá serão incorporados definitivamente ao Tesouro Nacional.
O fundo PIS/Pasep foi extinto em 2020, com os saldos transferidos ao FGTS. Em 2023, os recursos não sacados passaram para o Tesouro Nacional, como parte de uma medida para reforçar as contas públicas. Agora, o governo busca devolver esse dinheiro aos seus donos ou sucessores legais.
Passo a passo para consultar e solicitar
Consultar se há valores disponíveis é o primeiro passo para quem suspeita ter direito ao ressarcimento. O processo pode ser feito de duas formas principais: pelo aplicativo FGTS ou pelo site do REPIS Cidadão. Ambas as opções são digitais e evitam a necessidade de filas em agências, embora o atendimento presencial ainda esteja disponível.
No site do REPIS Cidadão, o usuário deve acessar o endereço http://repiscidadao.fazenda.gov.br/ e clicar em “entrar com gov.br”. É necessário ter uma conta nos níveis prata ou ouro, que pode ser criada ou ajustada no portal gov.br. Após o login com CPF e senha, um código de acesso é gerado. Em seguida, o sistema solicita o NIS (Número de Identificação Social), que pode ser encontrado na carteira de trabalho, no extrato do FGTS, no Cartão Cidadão ou no CadÚnico. Ao clicar em “pesquisar”, o site informa se há saldo e orienta os próximos passos.
Pelo aplicativo FGTS, o processo é igualmente prático. Após fazer login, o usuário deve ir até a seção “Mais”, selecionar “Ressarcimento PIS/Pasep” e seguir as instruções para anexar documentos. O app permite acompanhar o andamento da solicitação, trazendo mais comodidade ao processo.
- Dica prática: Antes de iniciar, tenha em mãos o NIS do titular e verifique se sua conta gov.br está no nível exigido.
- Atenção: Herdeiros devem reunir os documentos adicionais antes de começar.
- Prazo: Solicitações feitas até 31 de dezembro de 2025 têm pagamento garantido até janeiro de 2026.

Documentos necessários para o saque
Solicitar o ressarcimento exige a apresentação de documentos específicos, que variam conforme o solicitante. Para titulares vivos, o processo é mais simples, enquanto herdeiros enfrentam exigências extras para comprovar o direito ao saldo.
Para quem é titular da cota, basta apresentar um documento oficial de identificação, como RG, CNH ou passaporte. Já os beneficiários legais de titulares falecidos precisam de mais itens. Entre os documentos aceitos estão a certidão PIS/Pasep/FGTS, emitida pela Previdência Social, que lista os dependentes habilitados à pensão por morte. Outra opção é a declaração de dependentes habilitados, fornecida pelo órgão pagador do benefício.
Em casos mais complexos, como ausência de certidão ou declaração, é possível recorrer a uma autorização judicial ou escritura pública. Esse último documento deve ser assinado por todos os dependentes e sucessores, se forem maiores e concordarem, confirmando a permissão para o saque e declarando que não há outros herdeiros conhecidos.
Como funciona o pagamento
Após a solicitação, a Caixa analisa os pedidos e encaminha os casos aprovados ao Ministério da Fazenda. Os valores liberados são corrigidos pelo IPCA-15, índice que mede a inflação e garante que o dinheiro não perca valor ao longo do tempo. O pagamento é feito diretamente em uma conta bancária do beneficiário na Caixa ou por meio de uma conta poupança social digital, acessível pelo aplicativo Caixa Tem.
Essa conta digital permite movimentações como transferências, pagamentos de contas e compras com cartão de débito virtual, oferecendo flexibilidade a quem não possui conta corrente. O calendário de pagamento segue a data da solicitação, começando em 28 de março para pedidos feitos até 28 de fevereiro e indo até 26 de janeiro de 2026 para solicitações de dezembro deste ano.
A organização por datas busca evitar sobrecarga no sistema bancário e garantir um atendimento eficiente. Quem perder o prazo terá o valor incorporado ao Tesouro, sem possibilidade de resgate posterior.
Calendário oficial de saques
O cronograma de pagamento foi definido pela Caixa e pelo Ministério da Fazenda para atender aos 10,4 milhões de beneficiários de forma ordenada. Confira as datas:
- Solicitações até 28/02/2025: pagamento em 28/03/2025
- Solicitações até 31/03/2025: pagamento em 25/04/2025
- Solicitações até 30/04/2025: pagamento em 26/05/2025
- Solicitações até 31/05/2025: pagamento em 25/06/2025
- Solicitações até 30/06/2025: pagamento em 25/07/2025
- Solicitações até 31/07/2025: pagamento em 25/08/2025
- Solicitações até 31/08/2025: pagamento em 25/09/2025
- Solicitações até 30/09/2025: pagamento em 27/10/2025
- Solicitações até 31/10/2025: pagamento em 25/11/2025
- Solicitações até 30/11/2025: pagamento em 26/12/2025
- Solicitações até 31/12/2025: pagamento em 26/01/2026
Esse calendário abrange tanto titulares quanto herdeiros, desde que o pedido seja formalizado dentro do período estipulado.
Histórico do fundo PIS/Pasep
Criados na década de 1970, o PIS e o Pasep tinham como objetivo complementar a renda de trabalhadores do setor privado e servidores públicos, respectivamente. Entre 1971 e 1988, empresas e órgãos públicos depositavam valores em contas individuais, que eram corrigidos anualmente e podiam ser sacados em situações específicas, como aposentadoria ou doença grave. Em 5 de outubro de 1988, os programas foram unificados no fundo PIS/Pasep, e os depósitos individuais cessaram.
Com o passar dos anos, muitos trabalhadores não sacaram seus saldos, seja por desconhecimento ou dificuldade de acesso. Em 2018, o governo liberou os saques por um período de oito meses, mas milhões de cotas permaneceram intocadas. Em abril de 2020, o fundo foi oficialmente extinto, e os recursos transferidos ao FGTS. Três anos depois, em agosto de 2023, os R$ 26,3 bilhões não resgatados passaram ao Tesouro Nacional.
A iniciativa atual reflete o esforço para devolver esses valores aos seus donos ou herdeiros. Campanhas anteriores, como a de 2015, que resultou em mais de um milhão de saques, mostram que a divulgação é essencial para alcançar os beneficiários.
Diferença entre cotas e abono salarial
Vale esclarecer que as cotas do PIS/Pasep não têm relação com o abono salarial pago anualmente. Enquanto as cotas são saldos acumulados entre 1971 e 1988, o abono é um benefício atual, destinado a trabalhadores que atuaram por pelo menos 30 dias no ano-base (2023, para o pagamento de 2025) e receberam até dois salários mínimos mensais. O abono, que pode chegar a R$ 1.518 em 2025, é administrado pela Caixa (PIS) e pelo Banco do Brasil (Pasep).
As cotas, por outro lado, são um resgate histórico, com valor médio de R$ 2,8 mil, mas que pode ser maior ou menor dependendo do histórico do trabalhador. Essa distinção é importante para evitar confusão entre os dois benefícios, que têm públicos e finalidades distintas.
Por que tantos valores ainda estão disponíveis
Mesmo com campanhas passadas, como a realizada entre 2015 e 2016, que aumentou os saques em 69,9% em relação ao período anterior, milhões de brasileiros não acessaram seus recursos. Na época, São Paulo liderou com 322 mil retiradas, seguido por Minas Gerais (109 mil) e Rio de Janeiro (107 mil). O maior crescimento foi entre idosos acima de 70 anos, que passaram de 6 mil para 265 mil saques após receberem cartas informativas.
O desconhecimento sobre o fundo, a falta de documentos ou a morte dos titulares contribuíram para que R$ 26,3 bilhões permanecessem esquecidos. Hoje, a digitalização do processo e a plataforma REPIS Cidadão buscam reverter esse cenário, alcançando herdeiros e trabalhadores que ainda não sabem do benefício.
Benefícios do processo digital
A introdução de ferramentas como o aplicativo FGTS e o REPIS Cidadão marca uma evolução no acesso aos recursos. Antes, os saques exigiam idas às agências da Caixa ou do Banco do Brasil, o que dificultava a vida de quem morava longe ou não tinha tempo. Agora, a solicitação pode ser feita de casa, com poucos cliques, desde que os documentos estejam em ordem.
Essa praticidade beneficia especialmente os herdeiros, que muitas vezes precisam reunir papéis de familiares falecidos. O acompanhamento online também reduz a ansiedade, permitindo verificar o status do pedido a qualquer momento. Para quem não tem conta na Caixa, o Caixa Tem oferece uma solução simples e segura.
Curiosidades sobre o PIS/Pasep
O fundo PIS/Pasep guarda histórias de uma época em que o Brasil buscava integrar trabalhadores ao crescimento econômico. Veja alguns fatos interessantes:
- O PIS foi criado em 1970, seguido pelo Pasep em 1971, ambos inspirados em políticas de poupança compulsória.
- Até 1988, os trabalhadores recebiam juros anuais das cotas, mas poucos sacavam o principal.
- Em 2019, o governo flexibilizou as regras, permitindo saques a herdeiros sem tanta burocracia.
- Os R$ 26,3 bilhões atuais equivalem a cerca de 73% do valor original liberado em 2018 (R$ 35,7 bilhões).
Esses números mostram como o fundo impactou gerações, mas também como a falta de informação deixou um legado de valores não reclamados.
Impacto econômico dos saques
Liberar R$ 26,3 bilhões para 10,4 milhões de beneficiários pode movimentar a economia local, especialmente em cidades menores, onde o valor médio de R$ 2,8 mil representa uma injeção significativa de recursos. Esse dinheiro pode ser usado para quitar dívidas, investir em pequenos negócios ou simplesmente melhorar a qualidade de vida das famílias.
Para o governo, a devolução dos recursos também alivia a pressão sobre o Tesouro Nacional, que reteve os valores desde 2023. A medida, prevista na Emenda Constitucional da Transição, foi uma estratégia para reforçar o caixa público, mas agora o foco é garantir que o dinheiro chegue aos seus donos legítimos.
A longo prazo, o sucesso dessa operação depende da adesão dos beneficiários. Quanto mais pessoas sacarem, menor será o montante devolvido ao Tesouro em 2026, encerrando um capítulo de décadas na história trabalhista brasileira.
O que fazer com o dinheiro recebido
Receber um valor inesperado como esse pode abrir diversas possibilidades. Para muitos, quitar dívidas acumuladas é a prioridade, especialmente em um cenário de inflação persistente. Outros podem optar por guardar o montante em uma poupança ou investir em melhorias domésticas, como reformas ou compra de eletrodomésticos.
Para herdeiros, o dinheiro pode ter um significado especial, funcionando como uma herança resgatada após anos. Independentemente do uso, a recomendação é planejar os gastos, aproveitando ao máximo o benefício que, para alguns, chega em um momento de necessidade.
Próximos passos para beneficiários
Quem ainda não consultou seu saldo deve agir rápido para garantir o pagamento nas próximas datas do calendário. O processo digital facilita a vida de quem tem acesso à internet, mas as agências da Caixa continuam sendo uma opção para quem prefere o atendimento presencial ou enfrenta dificuldades com a tecnologia.
Reunir os documentos com antecedência é essencial, especialmente para herdeiros, que podem precisar de certidões ou autorizações específicas. O prazo até dezembro de 2025 dá tempo suficiente, mas adiar a solicitação pode resultar em atrasos no recebimento.
A plataforma REPIS Cidadão e o aplicativo FGTS são as portas de entrada para esse resgate histórico, que une tecnologia e memória trabalhista em benefício de milhões de brasileiros.

A partir desta sexta-feira, dia 28 de março, 18.855 pessoas começam a receber o ressarcimento das cotas do extinto fundo PIS/Pasep, um benefício que pode mudar a vida de muitos brasileiros que trabalharam décadas atrás. O Ministério da Fazenda estima que R$ 26,3 bilhões estão disponíveis para saque, aguardando cerca de 10,4 milhões de beneficiários, entre titulares e herdeiros. Esse montante, esquecido há anos, refere-se a valores acumulados por trabalhadores do setor privado e servidores públicos que atuaram entre 1971 e 1988. A Caixa Econômica Federal, responsável pelo pagamento, já registrou 25 mil solicitações até o momento, mas milhões ainda não reivindicaram o que lhes pertence. O valor médio estimado por pessoa é de R$ 2,8 mil, embora varie conforme o tempo de trabalho e o salário da época.
Quem tem direito a esse dinheiro são aqueles que, entre 1971 e 1988, tiveram carteira assinada no setor privado ou foram servidores públicos, desde que ainda não tenham sacado suas cotas. Muitos desses trabalhadores já faleceram, o que faz com que a maioria dos pedidos atuais venha de herdeiros, que precisam seguir um processo específico para acessar os recursos. A solicitação pode ser feita de forma prática, pelo aplicativo FGTS ou nas agências da Caixa, mas exige atenção aos documentos necessários e ao calendário de pagamento, que se estende até janeiro de 2026.
Para facilitar o acesso, o Ministério da Fazenda lançou a plataforma REPIS Cidadão, disponível no site http://repiscidadao.fazenda.gov.br/. Esse portal permite consultar saldos e orienta os próximos passos, seja para titulares vivos ou beneficiários legais. O processo é simples, mas requer uma conta gov.br nos níveis prata ou ouro, além do número NIS do cotista, essencial para a verificação.
Quem pode sacar o dinheiro esquecido
Elegíveis para o saque estão os trabalhadores que contribuíram para o PIS (Programa de Integração Social) ou o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) entre 1971 e 4 de outubro de 1988. Esses programas, criados na década de 1970, funcionavam como uma espécie de poupança individual, com depósitos feitos por empregadores em contas vinculadas aos empregados. Após a unificação em 1988, os recursos pararam de ser depositados individualmente, mas os saldos remanescentes continuaram disponíveis.
Herdeiros de titulares falecidos também podem reivindicar os valores, desde que apresentem a documentação exigida. Estima-se que a maior parte dos 10,4 milhões de beneficiários sejam herdeiros, dado o longo período desde a criação do fundo. O prazo para solicitar o saque vai até 26 de janeiro de 2026, e os valores não reclamados até lá serão incorporados definitivamente ao Tesouro Nacional.
O fundo PIS/Pasep foi extinto em 2020, com os saldos transferidos ao FGTS. Em 2023, os recursos não sacados passaram para o Tesouro Nacional, como parte de uma medida para reforçar as contas públicas. Agora, o governo busca devolver esse dinheiro aos seus donos ou sucessores legais.
Passo a passo para consultar e solicitar
Consultar se há valores disponíveis é o primeiro passo para quem suspeita ter direito ao ressarcimento. O processo pode ser feito de duas formas principais: pelo aplicativo FGTS ou pelo site do REPIS Cidadão. Ambas as opções são digitais e evitam a necessidade de filas em agências, embora o atendimento presencial ainda esteja disponível.
No site do REPIS Cidadão, o usuário deve acessar o endereço http://repiscidadao.fazenda.gov.br/ e clicar em “entrar com gov.br”. É necessário ter uma conta nos níveis prata ou ouro, que pode ser criada ou ajustada no portal gov.br. Após o login com CPF e senha, um código de acesso é gerado. Em seguida, o sistema solicita o NIS (Número de Identificação Social), que pode ser encontrado na carteira de trabalho, no extrato do FGTS, no Cartão Cidadão ou no CadÚnico. Ao clicar em “pesquisar”, o site informa se há saldo e orienta os próximos passos.
Pelo aplicativo FGTS, o processo é igualmente prático. Após fazer login, o usuário deve ir até a seção “Mais”, selecionar “Ressarcimento PIS/Pasep” e seguir as instruções para anexar documentos. O app permite acompanhar o andamento da solicitação, trazendo mais comodidade ao processo.
- Dica prática: Antes de iniciar, tenha em mãos o NIS do titular e verifique se sua conta gov.br está no nível exigido.
- Atenção: Herdeiros devem reunir os documentos adicionais antes de começar.
- Prazo: Solicitações feitas até 31 de dezembro de 2025 têm pagamento garantido até janeiro de 2026.

Documentos necessários para o saque
Solicitar o ressarcimento exige a apresentação de documentos específicos, que variam conforme o solicitante. Para titulares vivos, o processo é mais simples, enquanto herdeiros enfrentam exigências extras para comprovar o direito ao saldo.
Para quem é titular da cota, basta apresentar um documento oficial de identificação, como RG, CNH ou passaporte. Já os beneficiários legais de titulares falecidos precisam de mais itens. Entre os documentos aceitos estão a certidão PIS/Pasep/FGTS, emitida pela Previdência Social, que lista os dependentes habilitados à pensão por morte. Outra opção é a declaração de dependentes habilitados, fornecida pelo órgão pagador do benefício.
Em casos mais complexos, como ausência de certidão ou declaração, é possível recorrer a uma autorização judicial ou escritura pública. Esse último documento deve ser assinado por todos os dependentes e sucessores, se forem maiores e concordarem, confirmando a permissão para o saque e declarando que não há outros herdeiros conhecidos.
Como funciona o pagamento
Após a solicitação, a Caixa analisa os pedidos e encaminha os casos aprovados ao Ministério da Fazenda. Os valores liberados são corrigidos pelo IPCA-15, índice que mede a inflação e garante que o dinheiro não perca valor ao longo do tempo. O pagamento é feito diretamente em uma conta bancária do beneficiário na Caixa ou por meio de uma conta poupança social digital, acessível pelo aplicativo Caixa Tem.
Essa conta digital permite movimentações como transferências, pagamentos de contas e compras com cartão de débito virtual, oferecendo flexibilidade a quem não possui conta corrente. O calendário de pagamento segue a data da solicitação, começando em 28 de março para pedidos feitos até 28 de fevereiro e indo até 26 de janeiro de 2026 para solicitações de dezembro deste ano.
A organização por datas busca evitar sobrecarga no sistema bancário e garantir um atendimento eficiente. Quem perder o prazo terá o valor incorporado ao Tesouro, sem possibilidade de resgate posterior.
Calendário oficial de saques
O cronograma de pagamento foi definido pela Caixa e pelo Ministério da Fazenda para atender aos 10,4 milhões de beneficiários de forma ordenada. Confira as datas:
- Solicitações até 28/02/2025: pagamento em 28/03/2025
- Solicitações até 31/03/2025: pagamento em 25/04/2025
- Solicitações até 30/04/2025: pagamento em 26/05/2025
- Solicitações até 31/05/2025: pagamento em 25/06/2025
- Solicitações até 30/06/2025: pagamento em 25/07/2025
- Solicitações até 31/07/2025: pagamento em 25/08/2025
- Solicitações até 31/08/2025: pagamento em 25/09/2025
- Solicitações até 30/09/2025: pagamento em 27/10/2025
- Solicitações até 31/10/2025: pagamento em 25/11/2025
- Solicitações até 30/11/2025: pagamento em 26/12/2025
- Solicitações até 31/12/2025: pagamento em 26/01/2026
Esse calendário abrange tanto titulares quanto herdeiros, desde que o pedido seja formalizado dentro do período estipulado.
Histórico do fundo PIS/Pasep
Criados na década de 1970, o PIS e o Pasep tinham como objetivo complementar a renda de trabalhadores do setor privado e servidores públicos, respectivamente. Entre 1971 e 1988, empresas e órgãos públicos depositavam valores em contas individuais, que eram corrigidos anualmente e podiam ser sacados em situações específicas, como aposentadoria ou doença grave. Em 5 de outubro de 1988, os programas foram unificados no fundo PIS/Pasep, e os depósitos individuais cessaram.
Com o passar dos anos, muitos trabalhadores não sacaram seus saldos, seja por desconhecimento ou dificuldade de acesso. Em 2018, o governo liberou os saques por um período de oito meses, mas milhões de cotas permaneceram intocadas. Em abril de 2020, o fundo foi oficialmente extinto, e os recursos transferidos ao FGTS. Três anos depois, em agosto de 2023, os R$ 26,3 bilhões não resgatados passaram ao Tesouro Nacional.
A iniciativa atual reflete o esforço para devolver esses valores aos seus donos ou herdeiros. Campanhas anteriores, como a de 2015, que resultou em mais de um milhão de saques, mostram que a divulgação é essencial para alcançar os beneficiários.
Diferença entre cotas e abono salarial
Vale esclarecer que as cotas do PIS/Pasep não têm relação com o abono salarial pago anualmente. Enquanto as cotas são saldos acumulados entre 1971 e 1988, o abono é um benefício atual, destinado a trabalhadores que atuaram por pelo menos 30 dias no ano-base (2023, para o pagamento de 2025) e receberam até dois salários mínimos mensais. O abono, que pode chegar a R$ 1.518 em 2025, é administrado pela Caixa (PIS) e pelo Banco do Brasil (Pasep).
As cotas, por outro lado, são um resgate histórico, com valor médio de R$ 2,8 mil, mas que pode ser maior ou menor dependendo do histórico do trabalhador. Essa distinção é importante para evitar confusão entre os dois benefícios, que têm públicos e finalidades distintas.
Por que tantos valores ainda estão disponíveis
Mesmo com campanhas passadas, como a realizada entre 2015 e 2016, que aumentou os saques em 69,9% em relação ao período anterior, milhões de brasileiros não acessaram seus recursos. Na época, São Paulo liderou com 322 mil retiradas, seguido por Minas Gerais (109 mil) e Rio de Janeiro (107 mil). O maior crescimento foi entre idosos acima de 70 anos, que passaram de 6 mil para 265 mil saques após receberem cartas informativas.
O desconhecimento sobre o fundo, a falta de documentos ou a morte dos titulares contribuíram para que R$ 26,3 bilhões permanecessem esquecidos. Hoje, a digitalização do processo e a plataforma REPIS Cidadão buscam reverter esse cenário, alcançando herdeiros e trabalhadores que ainda não sabem do benefício.
Benefícios do processo digital
A introdução de ferramentas como o aplicativo FGTS e o REPIS Cidadão marca uma evolução no acesso aos recursos. Antes, os saques exigiam idas às agências da Caixa ou do Banco do Brasil, o que dificultava a vida de quem morava longe ou não tinha tempo. Agora, a solicitação pode ser feita de casa, com poucos cliques, desde que os documentos estejam em ordem.
Essa praticidade beneficia especialmente os herdeiros, que muitas vezes precisam reunir papéis de familiares falecidos. O acompanhamento online também reduz a ansiedade, permitindo verificar o status do pedido a qualquer momento. Para quem não tem conta na Caixa, o Caixa Tem oferece uma solução simples e segura.
Curiosidades sobre o PIS/Pasep
O fundo PIS/Pasep guarda histórias de uma época em que o Brasil buscava integrar trabalhadores ao crescimento econômico. Veja alguns fatos interessantes:
- O PIS foi criado em 1970, seguido pelo Pasep em 1971, ambos inspirados em políticas de poupança compulsória.
- Até 1988, os trabalhadores recebiam juros anuais das cotas, mas poucos sacavam o principal.
- Em 2019, o governo flexibilizou as regras, permitindo saques a herdeiros sem tanta burocracia.
- Os R$ 26,3 bilhões atuais equivalem a cerca de 73% do valor original liberado em 2018 (R$ 35,7 bilhões).
Esses números mostram como o fundo impactou gerações, mas também como a falta de informação deixou um legado de valores não reclamados.
Impacto econômico dos saques
Liberar R$ 26,3 bilhões para 10,4 milhões de beneficiários pode movimentar a economia local, especialmente em cidades menores, onde o valor médio de R$ 2,8 mil representa uma injeção significativa de recursos. Esse dinheiro pode ser usado para quitar dívidas, investir em pequenos negócios ou simplesmente melhorar a qualidade de vida das famílias.
Para o governo, a devolução dos recursos também alivia a pressão sobre o Tesouro Nacional, que reteve os valores desde 2023. A medida, prevista na Emenda Constitucional da Transição, foi uma estratégia para reforçar o caixa público, mas agora o foco é garantir que o dinheiro chegue aos seus donos legítimos.
A longo prazo, o sucesso dessa operação depende da adesão dos beneficiários. Quanto mais pessoas sacarem, menor será o montante devolvido ao Tesouro em 2026, encerrando um capítulo de décadas na história trabalhista brasileira.
O que fazer com o dinheiro recebido
Receber um valor inesperado como esse pode abrir diversas possibilidades. Para muitos, quitar dívidas acumuladas é a prioridade, especialmente em um cenário de inflação persistente. Outros podem optar por guardar o montante em uma poupança ou investir em melhorias domésticas, como reformas ou compra de eletrodomésticos.
Para herdeiros, o dinheiro pode ter um significado especial, funcionando como uma herança resgatada após anos. Independentemente do uso, a recomendação é planejar os gastos, aproveitando ao máximo o benefício que, para alguns, chega em um momento de necessidade.
Próximos passos para beneficiários
Quem ainda não consultou seu saldo deve agir rápido para garantir o pagamento nas próximas datas do calendário. O processo digital facilita a vida de quem tem acesso à internet, mas as agências da Caixa continuam sendo uma opção para quem prefere o atendimento presencial ou enfrenta dificuldades com a tecnologia.
Reunir os documentos com antecedência é essencial, especialmente para herdeiros, que podem precisar de certidões ou autorizações específicas. O prazo até dezembro de 2025 dá tempo suficiente, mas adiar a solicitação pode resultar em atrasos no recebimento.
A plataforma REPIS Cidadão e o aplicativo FGTS são as portas de entrada para esse resgate histórico, que une tecnologia e memória trabalhista em benefício de milhões de brasileiros.
