O governo federal está analisando a possibilidade de adiantar o pagamento do 13º salário para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), uma medida que pode movimentar a economia brasileira com uma injeção estimada de R$ 70 bilhões. A iniciativa, que depende de um decreto presidencial, é vista como uma estratégia para oferecer alívio financeiro a cerca de 35 milhões de beneficiários ainda no primeiro semestre. Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, confirmou que a decisão está em debate, com duas janelas em avaliação: abril e maio ou maio e junho. O anúncio oficial é aguardado para os próximos dias, mas o processo já foi encaminhado ao Ministério da Fazenda, indicando que a formalização pode ocorrer até o início de abril. Diferentemente do calendário tradicional, que prevê os repasses no segundo semestre, a antecipação não gera impacto fiscal adicional, apenas reorganiza o fluxo de pagamentos previstos no Orçamento de 2025, aprovado recentemente pelo Congresso Nacional.
A medida abrange segurados que recebem aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão. Em 2024, a antecipação ocorreu entre abril e maio, beneficiando mais de 33 milhões de pessoas com um total de R$ 67 bilhões. Para este ano, o montante deve ser maior devido ao reajuste dos benefícios, que acompanha a inflação e o salário mínimo, projetado em R$ 1.518. O pagamento seguirá o cronograma habitual do INSS: beneficiários com até um salário mínimo recebem a partir do dia 25 de cada mês, enquanto aqueles com valores superiores têm os depósitos nos primeiros cinco dias úteis.
Com a economia enfrentando desafios como inflação persistente e custo de vida elevado, a liberação antecipada do 13º salário pode aliviar a pressão financeira sobre milhões de famílias. A estratégia, consolidada nos últimos anos, também visa estimular o consumo em setores como varejo e serviços, especialmente em cidades menores, onde os aposentados têm peso significativo na renda local.
Impacto econômico da antecipação
A injeção de R$ 70 bilhões na economia representa um dos maiores movimentos financeiros do primeiro semestre. Esse volume de recursos, distribuído entre mais de 35 milhões de beneficiários, tende a impulsionar o consumo em diversas regiões do país. Em 2024, a antecipação do 13º do INSS movimentou R$ 67 bilhões, com efeitos positivos sentidos principalmente no comércio e em pequenas empresas. Para 2025, o aumento no valor reflete o crescimento no número de segurados e o ajuste dos benefícios, que acompanha o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Especialistas apontam que a medida beneficia especialmente os 28,2 milhões de aposentados e pensionistas que recebem até um salário mínimo, grupo que representa cerca de 70% dos segurados do INSS. Os 12,3 milhões que ganham acima desse valor, incluindo os que atingem o teto previdenciário de R$ 8.157,41, também serão contemplados. A antecipação, portanto, alcança uma ampla base da população, fortalecendo o poder de compra em um momento de alta nos preços de itens básicos, como alimentos e medicamentos.
Cronograma previsto para os pagamentos
A definição do calendário de pagamentos depende da aprovação final do governo, mas projeções baseadas em anos anteriores já circulam entre os beneficiários. Caso a antecipação seja confirmada para abril e maio, os depósitos devem seguir um padrão escalonado, organizado pelo número final do benefício. Para maio e junho, o cronograma seria ajustado, mas manteria a mesma lógica. Confira uma estimativa com base no modelo de 2024:
- Final 1 (até um salário mínimo): 24 de abril (1ª parcela) e 24 de maio (2ª parcela)
- Final 5 (até um salário mínimo): 29 de abril (1ª parcela) e 29 de maio (2ª parcela)
- Final 1 e 6 (acima de um salário mínimo): 2 de maio (1ª parcela) e 3 de junho (2ª parcela)
- Final 0 (todos os grupos): 8 de maio (1ª parcela) e 7 de junho (2ª parcela)
Os valores e datas exatas serão divulgados após a publicação do decreto presidencial. Os beneficiários poderão consultar os detalhes pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135.
Histórico de antecipações no INSS
A prática de adiantar o 13º salário do INSS ganhou força em 2020, durante a pandemia de Covid-19, como resposta à crise econômica que afetou milhões de brasileiros. Naquele ano, o governo optou por liberar os recursos no primeiro semestre para mitigar os impactos do isolamento social. Desde então, a estratégia foi repetida anualmente, com ajustes no calendário. Em 2023, os pagamentos ocorreram entre maio e junho, enquanto em 2024 a primeira parcela foi depositada já em abril, marcando o adiantamento mais precoce registrado até agora.
Nos últimos cinco anos, mais de 33 milhões de segurados foram beneficiados a cada edição, com um impacto econômico que ultrapassa os R$ 60 bilhões anuais. A medida, inicialmente emergencial, consolidou-se como uma ferramenta de estímulo ao consumo e de suporte aos beneficiários, especialmente em períodos de incerteza econômica. Para 2025, a expectativa é que o número de contemplados cresça, refletindo o aumento natural da base previdenciária.
O decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2024, por exemplo, beneficiou 33,7 milhões de pessoas, com um investimento total de R$ 67 bilhões. A continuidade da política neste ano reforça a prioridade do governo em oferecer alívio financeiro antecipado, enquanto enfrenta desafios políticos e uma popularidade em baixa.
Quem tem direito ao benefício
Nem todos os beneficiários do INSS recebem o 13º salário. O abono é garantido a quem, durante 2024, tenha recebido algum dos seguintes benefícios previdenciários: aposentadoria (por idade, tempo de contribuição ou invalidez), pensão por morte, auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), auxílio-acidente ou auxílio-reclusão. Já os segurados do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da Renda Mensal Vitalícia (RMV) ficam de fora, por se tratarem de programas assistenciais, e não previdenciários.
Em 2024, cerca de 33,6 milhões de pessoas foram contempladas, número que deve aumentar em 2025 com a expansão da base de beneficiários. O valor do 13º é calculado com base no benefício mensal: quem recebe o ano inteiro tem direito ao montante integral, enquanto os que começaram a receber após janeiro ganham um valor proporcional ao tempo de contribuição.
Efeitos no consumo e no varejo
A liberação antecipada do 13º salário tem impactos diretos no comércio e nos serviços, especialmente em regiões onde os aposentados são uma força econômica significativa. Em 2024, os R$ 67 bilhões injetados no primeiro semestre impulsionaram as vendas no varejo, com destaque para setores como alimentação, saúde e bens duráveis. Pequenos comerciantes e prestadores de serviços também relataram aumento na demanda, o que ajudou a equilibrar as finanças em meses tradicionalmente mais fracos.
Para 2025, a previsão de R$ 70 bilhões deve ampliar esses efeitos, beneficiando principalmente cidades menores e o interior do país. O Nordeste, por exemplo, onde a renda do INSS é essencial para muitas famílias, deve sentir um impacto ainda mais expressivo. A medida também reduz a dependência de empréstimos consignados, cuja procura caiu 15% em 2023 após a antecipação, segundo estimativas do mercado financeiro.
Planejamento financeiro dos beneficiários
Com a possibilidade de receber o 13º ainda no primeiro semestre, os beneficiários já começam a planejar o uso do dinheiro extra. Muitos pretendem quitar dívidas acumuladas, como contas atrasadas ou parcelas de empréstimos consignados, que tiveram o teto de juros elevado em 2025. Outros planejam investir em despesas essenciais, como medicamentos e reformas domésticas, enquanto uma parcela menor deve guardar o valor para emergências ou gastos sazonais, como impostos de início de ano.
A primeira parcela, correspondente a 50% do benefício, é paga sem descontos. Já a segunda sofre deduções do Imposto de Renda para quem ultrapassa o teto de isenção, atualmente em R$ 2.112 mensais, com possível ajuste em 2025. Um aposentado com benefício de R$ 1.518, por exemplo, receberia R$ 759 na primeira parcela e o restante na segunda, já com eventuais ajustes tributários.
Benefícios além do financeiro
Além do alívio imediato no bolso, a antecipação do 13º salário melhora a qualidade de vida de milhões de brasileiros. Famílias que dependem exclusivamente da Previdência Social ganham fôlego para enfrentar o custo de vida elevado, especialmente em um contexto de inflação persistente. Em 2024, relatos indicaram que parte dos segurados usou o recurso para reformas domésticas ou compras sazonais, enquanto outros priorizaram a regularização de dívidas.
O impacto social da medida é evidente entre os idosos, que representam a maioria dos beneficiários. Com o dinheiro extra, muitos conseguem arcar com despesas médicas ou adquirir itens que estavam fora do orçamento mensal, como óculos ou aparelhos auditivos. A política também reforça o papel do INSS como pilar de sustentação econômica para uma parcela significativa da população.
Expectativas para a decisão oficial
A espera pela confirmação do governo gera ansiedade entre os beneficiários. Rogério Ceron afirmou que a decisão será anunciada em breve, mas a cautela reflete a complexidade do processo. O Executivo avalia o equilíbrio entre o estímulo econômico e a gestão do orçamento público, que enfrenta restrições fiscais. A aprovação do Orçamento de 2025, concluída em março, deu ao governo mais clareza para planejar os repasses, mas a assinatura do decreto presidencial é o último passo para oficializar a medida.
Enquanto isso, os segurados acompanham os canais oficiais do INSS em busca de atualizações. A publicação do decreto, esperada para o início de abril, trará o cronograma detalhado e os valores exatos, permitindo que os beneficiários se organizem para receber os recursos.
Dicas para aproveitar o 13º salário
Planejar o uso do 13º salário pode fazer a diferença no orçamento dos beneficiários. Especialistas recomendam algumas estratégias práticas para maximizar o benefício:
- Quitar dívidas com juros altos, como cartão de crédito ou cheque especial, negociando descontos à vista.
- Reservar uma parte para despesas essenciais, como medicamentos ou contas do segundo semestre.
- Guardar um valor para emergências, como imprevistos de saúde ou reparos domésticos.
- Evitar gastos impulsivos, priorizando necessidades em vez de desejos momentâneos.
Essas ações ajudam a garantir estabilidade financeira ao longo do ano, especialmente para quem depende exclusivamente do benefício.
Calendário tradicional versus antecipação
Tradicionalmente, o 13º salário do INSS é pago em duas parcelas no segundo semestre: a primeira em agosto e a segunda em novembro. A antecipação altera esse fluxo, concentrando os repasses no primeiro semestre. Em 2024, os depósitos começaram em 24 de abril e se estenderam até 8 de maio para a primeira parcela, enquanto a segunda foi paga entre 24 de maio e 7 de junho.
Sem a antecipação, os pagamentos retornariam ao cronograma convencional, o que poderia dificultar o planejamento financeiro de muitos beneficiários no início do ano. A mudança para abril ou maio, ou mesmo maio e junho, reflete a prioridade do governo em oferecer suporte em meses estratégicos, como o período pós-Carnaval ou pré-férias escolares.
Aumento no número de beneficiários
Mais de 40 milhões de benefícios previdenciários são pagos mensalmente pelo INSS, e a base de segurados cresce a cada ano. Em fevereiro de 2025, o instituto desembolsou R$ 82,2 bilhões para atender essa demanda, valor que inclui aposentadorias, pensões e auxílios. A antecipação do 13º salário deve alcançar cerca de 35 milhões de pessoas, número superior aos 33,7 milhões beneficiados em 2024, devido ao ingresso de novos segurados ao longo do ano.
Esse crescimento reflete tanto o envelhecimento da população quanto a ampliação do acesso aos benefícios previdenciários. Com isso, o impacto econômico da medida tende a ser ainda mais significativo, alcançando desde grandes centros urbanos até pequenos municípios onde o INSS é a principal fonte de renda.
Regionalização do impacto econômico
O efeito da antecipação do 13º salário varia entre as regiões do país. Em estados como São Paulo, que concentram um grande número de beneficiários, o volume de recursos pode chegar a R$ 17,7 bilhões, como ocorreu em 2023. Já no Nordeste, a medida tem um peso proporcionalmente maior, impulsionando o comércio local e reduzindo a desigualdade de renda em áreas mais pobres.
Cidades menores, onde os aposentados representam até 30% da população economicamente ativa, devem sentir um impacto mais imediato. O dinheiro extra circula rapidamente, beneficiando desde supermercados até prestadores de serviços, como cabeleireiros e oficinas mecânicas.
Pressão inflacionária e ajustes nos benefícios
A inflação, que segue pressionando o custo de vida, é um dos fatores que justificam a antecipação do 13º salário. Itens como alimentos, energia e transporte têm encarecido o dia a dia dos brasileiros, especialmente dos aposentados que vivem com até um salário mínimo. O reajuste dos benefícios, previsto para janeiro de 2025, deve refletir o INPC de 2024, garantindo um aumento real no poder de compra.
Com o teto da aposentadoria subindo para R$ 8.157,41 e o salário mínimo projetado em R$ 1.518, os valores do 13º salário serão proporcionalmente maiores. Essa correção, embora essencial, não elimina os desafios financeiros enfrentados pelos beneficiários, o que torna a antecipação uma medida ainda mais relevante.
Curiosidades sobre o 13º do INSS
Alguns dados sobre o 13º salário do INSS chamam a atenção e ajudam a entender sua importância:
- O benefício representa cerca de 3% do PIB brasileiro anualmente.
- Em 2024, São Paulo liderou o volume de repasses, com mais de R$ 17 bilhões.
- Aproximadamente 70% dos beneficiários recebem até um salário mínimo.
- A antecipação reduziu a busca por crédito consignado em 15% em 2023.
Esses números mostram como o abono é um motor sazonal da economia, com reflexos que vão além do financeiro.

O governo federal está analisando a possibilidade de adiantar o pagamento do 13º salário para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), uma medida que pode movimentar a economia brasileira com uma injeção estimada de R$ 70 bilhões. A iniciativa, que depende de um decreto presidencial, é vista como uma estratégia para oferecer alívio financeiro a cerca de 35 milhões de beneficiários ainda no primeiro semestre. Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, confirmou que a decisão está em debate, com duas janelas em avaliação: abril e maio ou maio e junho. O anúncio oficial é aguardado para os próximos dias, mas o processo já foi encaminhado ao Ministério da Fazenda, indicando que a formalização pode ocorrer até o início de abril. Diferentemente do calendário tradicional, que prevê os repasses no segundo semestre, a antecipação não gera impacto fiscal adicional, apenas reorganiza o fluxo de pagamentos previstos no Orçamento de 2025, aprovado recentemente pelo Congresso Nacional.
A medida abrange segurados que recebem aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão. Em 2024, a antecipação ocorreu entre abril e maio, beneficiando mais de 33 milhões de pessoas com um total de R$ 67 bilhões. Para este ano, o montante deve ser maior devido ao reajuste dos benefícios, que acompanha a inflação e o salário mínimo, projetado em R$ 1.518. O pagamento seguirá o cronograma habitual do INSS: beneficiários com até um salário mínimo recebem a partir do dia 25 de cada mês, enquanto aqueles com valores superiores têm os depósitos nos primeiros cinco dias úteis.
Com a economia enfrentando desafios como inflação persistente e custo de vida elevado, a liberação antecipada do 13º salário pode aliviar a pressão financeira sobre milhões de famílias. A estratégia, consolidada nos últimos anos, também visa estimular o consumo em setores como varejo e serviços, especialmente em cidades menores, onde os aposentados têm peso significativo na renda local.
Impacto econômico da antecipação
A injeção de R$ 70 bilhões na economia representa um dos maiores movimentos financeiros do primeiro semestre. Esse volume de recursos, distribuído entre mais de 35 milhões de beneficiários, tende a impulsionar o consumo em diversas regiões do país. Em 2024, a antecipação do 13º do INSS movimentou R$ 67 bilhões, com efeitos positivos sentidos principalmente no comércio e em pequenas empresas. Para 2025, o aumento no valor reflete o crescimento no número de segurados e o ajuste dos benefícios, que acompanha o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Especialistas apontam que a medida beneficia especialmente os 28,2 milhões de aposentados e pensionistas que recebem até um salário mínimo, grupo que representa cerca de 70% dos segurados do INSS. Os 12,3 milhões que ganham acima desse valor, incluindo os que atingem o teto previdenciário de R$ 8.157,41, também serão contemplados. A antecipação, portanto, alcança uma ampla base da população, fortalecendo o poder de compra em um momento de alta nos preços de itens básicos, como alimentos e medicamentos.
Cronograma previsto para os pagamentos
A definição do calendário de pagamentos depende da aprovação final do governo, mas projeções baseadas em anos anteriores já circulam entre os beneficiários. Caso a antecipação seja confirmada para abril e maio, os depósitos devem seguir um padrão escalonado, organizado pelo número final do benefício. Para maio e junho, o cronograma seria ajustado, mas manteria a mesma lógica. Confira uma estimativa com base no modelo de 2024:
- Final 1 (até um salário mínimo): 24 de abril (1ª parcela) e 24 de maio (2ª parcela)
- Final 5 (até um salário mínimo): 29 de abril (1ª parcela) e 29 de maio (2ª parcela)
- Final 1 e 6 (acima de um salário mínimo): 2 de maio (1ª parcela) e 3 de junho (2ª parcela)
- Final 0 (todos os grupos): 8 de maio (1ª parcela) e 7 de junho (2ª parcela)
Os valores e datas exatas serão divulgados após a publicação do decreto presidencial. Os beneficiários poderão consultar os detalhes pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135.
Histórico de antecipações no INSS
A prática de adiantar o 13º salário do INSS ganhou força em 2020, durante a pandemia de Covid-19, como resposta à crise econômica que afetou milhões de brasileiros. Naquele ano, o governo optou por liberar os recursos no primeiro semestre para mitigar os impactos do isolamento social. Desde então, a estratégia foi repetida anualmente, com ajustes no calendário. Em 2023, os pagamentos ocorreram entre maio e junho, enquanto em 2024 a primeira parcela foi depositada já em abril, marcando o adiantamento mais precoce registrado até agora.
Nos últimos cinco anos, mais de 33 milhões de segurados foram beneficiados a cada edição, com um impacto econômico que ultrapassa os R$ 60 bilhões anuais. A medida, inicialmente emergencial, consolidou-se como uma ferramenta de estímulo ao consumo e de suporte aos beneficiários, especialmente em períodos de incerteza econômica. Para 2025, a expectativa é que o número de contemplados cresça, refletindo o aumento natural da base previdenciária.
O decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2024, por exemplo, beneficiou 33,7 milhões de pessoas, com um investimento total de R$ 67 bilhões. A continuidade da política neste ano reforça a prioridade do governo em oferecer alívio financeiro antecipado, enquanto enfrenta desafios políticos e uma popularidade em baixa.
Quem tem direito ao benefício
Nem todos os beneficiários do INSS recebem o 13º salário. O abono é garantido a quem, durante 2024, tenha recebido algum dos seguintes benefícios previdenciários: aposentadoria (por idade, tempo de contribuição ou invalidez), pensão por morte, auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), auxílio-acidente ou auxílio-reclusão. Já os segurados do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da Renda Mensal Vitalícia (RMV) ficam de fora, por se tratarem de programas assistenciais, e não previdenciários.
Em 2024, cerca de 33,6 milhões de pessoas foram contempladas, número que deve aumentar em 2025 com a expansão da base de beneficiários. O valor do 13º é calculado com base no benefício mensal: quem recebe o ano inteiro tem direito ao montante integral, enquanto os que começaram a receber após janeiro ganham um valor proporcional ao tempo de contribuição.
Efeitos no consumo e no varejo
A liberação antecipada do 13º salário tem impactos diretos no comércio e nos serviços, especialmente em regiões onde os aposentados são uma força econômica significativa. Em 2024, os R$ 67 bilhões injetados no primeiro semestre impulsionaram as vendas no varejo, com destaque para setores como alimentação, saúde e bens duráveis. Pequenos comerciantes e prestadores de serviços também relataram aumento na demanda, o que ajudou a equilibrar as finanças em meses tradicionalmente mais fracos.
Para 2025, a previsão de R$ 70 bilhões deve ampliar esses efeitos, beneficiando principalmente cidades menores e o interior do país. O Nordeste, por exemplo, onde a renda do INSS é essencial para muitas famílias, deve sentir um impacto ainda mais expressivo. A medida também reduz a dependência de empréstimos consignados, cuja procura caiu 15% em 2023 após a antecipação, segundo estimativas do mercado financeiro.
Planejamento financeiro dos beneficiários
Com a possibilidade de receber o 13º ainda no primeiro semestre, os beneficiários já começam a planejar o uso do dinheiro extra. Muitos pretendem quitar dívidas acumuladas, como contas atrasadas ou parcelas de empréstimos consignados, que tiveram o teto de juros elevado em 2025. Outros planejam investir em despesas essenciais, como medicamentos e reformas domésticas, enquanto uma parcela menor deve guardar o valor para emergências ou gastos sazonais, como impostos de início de ano.
A primeira parcela, correspondente a 50% do benefício, é paga sem descontos. Já a segunda sofre deduções do Imposto de Renda para quem ultrapassa o teto de isenção, atualmente em R$ 2.112 mensais, com possível ajuste em 2025. Um aposentado com benefício de R$ 1.518, por exemplo, receberia R$ 759 na primeira parcela e o restante na segunda, já com eventuais ajustes tributários.
Benefícios além do financeiro
Além do alívio imediato no bolso, a antecipação do 13º salário melhora a qualidade de vida de milhões de brasileiros. Famílias que dependem exclusivamente da Previdência Social ganham fôlego para enfrentar o custo de vida elevado, especialmente em um contexto de inflação persistente. Em 2024, relatos indicaram que parte dos segurados usou o recurso para reformas domésticas ou compras sazonais, enquanto outros priorizaram a regularização de dívidas.
O impacto social da medida é evidente entre os idosos, que representam a maioria dos beneficiários. Com o dinheiro extra, muitos conseguem arcar com despesas médicas ou adquirir itens que estavam fora do orçamento mensal, como óculos ou aparelhos auditivos. A política também reforça o papel do INSS como pilar de sustentação econômica para uma parcela significativa da população.
Expectativas para a decisão oficial
A espera pela confirmação do governo gera ansiedade entre os beneficiários. Rogério Ceron afirmou que a decisão será anunciada em breve, mas a cautela reflete a complexidade do processo. O Executivo avalia o equilíbrio entre o estímulo econômico e a gestão do orçamento público, que enfrenta restrições fiscais. A aprovação do Orçamento de 2025, concluída em março, deu ao governo mais clareza para planejar os repasses, mas a assinatura do decreto presidencial é o último passo para oficializar a medida.
Enquanto isso, os segurados acompanham os canais oficiais do INSS em busca de atualizações. A publicação do decreto, esperada para o início de abril, trará o cronograma detalhado e os valores exatos, permitindo que os beneficiários se organizem para receber os recursos.
Dicas para aproveitar o 13º salário
Planejar o uso do 13º salário pode fazer a diferença no orçamento dos beneficiários. Especialistas recomendam algumas estratégias práticas para maximizar o benefício:
- Quitar dívidas com juros altos, como cartão de crédito ou cheque especial, negociando descontos à vista.
- Reservar uma parte para despesas essenciais, como medicamentos ou contas do segundo semestre.
- Guardar um valor para emergências, como imprevistos de saúde ou reparos domésticos.
- Evitar gastos impulsivos, priorizando necessidades em vez de desejos momentâneos.
Essas ações ajudam a garantir estabilidade financeira ao longo do ano, especialmente para quem depende exclusivamente do benefício.
Calendário tradicional versus antecipação
Tradicionalmente, o 13º salário do INSS é pago em duas parcelas no segundo semestre: a primeira em agosto e a segunda em novembro. A antecipação altera esse fluxo, concentrando os repasses no primeiro semestre. Em 2024, os depósitos começaram em 24 de abril e se estenderam até 8 de maio para a primeira parcela, enquanto a segunda foi paga entre 24 de maio e 7 de junho.
Sem a antecipação, os pagamentos retornariam ao cronograma convencional, o que poderia dificultar o planejamento financeiro de muitos beneficiários no início do ano. A mudança para abril ou maio, ou mesmo maio e junho, reflete a prioridade do governo em oferecer suporte em meses estratégicos, como o período pós-Carnaval ou pré-férias escolares.
Aumento no número de beneficiários
Mais de 40 milhões de benefícios previdenciários são pagos mensalmente pelo INSS, e a base de segurados cresce a cada ano. Em fevereiro de 2025, o instituto desembolsou R$ 82,2 bilhões para atender essa demanda, valor que inclui aposentadorias, pensões e auxílios. A antecipação do 13º salário deve alcançar cerca de 35 milhões de pessoas, número superior aos 33,7 milhões beneficiados em 2024, devido ao ingresso de novos segurados ao longo do ano.
Esse crescimento reflete tanto o envelhecimento da população quanto a ampliação do acesso aos benefícios previdenciários. Com isso, o impacto econômico da medida tende a ser ainda mais significativo, alcançando desde grandes centros urbanos até pequenos municípios onde o INSS é a principal fonte de renda.
Regionalização do impacto econômico
O efeito da antecipação do 13º salário varia entre as regiões do país. Em estados como São Paulo, que concentram um grande número de beneficiários, o volume de recursos pode chegar a R$ 17,7 bilhões, como ocorreu em 2023. Já no Nordeste, a medida tem um peso proporcionalmente maior, impulsionando o comércio local e reduzindo a desigualdade de renda em áreas mais pobres.
Cidades menores, onde os aposentados representam até 30% da população economicamente ativa, devem sentir um impacto mais imediato. O dinheiro extra circula rapidamente, beneficiando desde supermercados até prestadores de serviços, como cabeleireiros e oficinas mecânicas.
Pressão inflacionária e ajustes nos benefícios
A inflação, que segue pressionando o custo de vida, é um dos fatores que justificam a antecipação do 13º salário. Itens como alimentos, energia e transporte têm encarecido o dia a dia dos brasileiros, especialmente dos aposentados que vivem com até um salário mínimo. O reajuste dos benefícios, previsto para janeiro de 2025, deve refletir o INPC de 2024, garantindo um aumento real no poder de compra.
Com o teto da aposentadoria subindo para R$ 8.157,41 e o salário mínimo projetado em R$ 1.518, os valores do 13º salário serão proporcionalmente maiores. Essa correção, embora essencial, não elimina os desafios financeiros enfrentados pelos beneficiários, o que torna a antecipação uma medida ainda mais relevante.
Curiosidades sobre o 13º do INSS
Alguns dados sobre o 13º salário do INSS chamam a atenção e ajudam a entender sua importância:
- O benefício representa cerca de 3% do PIB brasileiro anualmente.
- Em 2024, São Paulo liderou o volume de repasses, com mais de R$ 17 bilhões.
- Aproximadamente 70% dos beneficiários recebem até um salário mínimo.
- A antecipação reduziu a busca por crédito consignado em 15% em 2023.
Esses números mostram como o abono é um motor sazonal da economia, com reflexos que vão além do financeiro.
