A Seleção Brasileira está sem técnico desde a demissão de Dorival Júnior, confirmada em 28 de março de 2025, após a goleada de 4 a 1 sofrida para a Argentina em Buenos Aires, no dia 25. O resultado, válido pela 14ª rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, foi o estopim de uma crise que já se arrastava, marcada por atuações irregulares e críticas ao desempenho tático do time. Atualmente na quarta posição com 21 pontos, o Brasil viu sua pior campanha em Eliminatórias no formato de pontos corridos, com cinco derrotas em 14 jogos e um aproveitamento de apenas 50%. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou o fim do ciclo de Dorival e agora busca um substituto, mas o vazio no comando, a 15 meses do Mundial nos Estados Unidos, México e Canadá, reacende um debate histórico: o caos sempre foi o terreno fértil para os títulos brasileiros.
Dorival assumiu em janeiro de 2024, após a saída de Fernando Diniz e a recusa de Carlo Ancelotti, mas não conseguiu emplacar. Em 16 jogos, foram sete vitórias, sete empates e duas derrotas, incluindo a eliminação nas quartas da Copa América de 2024 para o Uruguai. A goleada para a Argentina, a pior em Eliminatórias desde 1964, escancarou a fragilidade defensiva e a falta de identidade tática, com o meio-campo dominado por Enzo Fernández e Alexis Mac Allister, e gols de Julián Álvarez e Giuliano Simeone. O técnico deixou o cargo com a Seleção ainda na zona de classificação direta, mas longe do brilho esperado. Para os torcedores, o cenário é desanimador; para os supersticiosos, é um déjà-vu promissor.
Olhar para o passado mostra que o Brasil já transformou crises em conquistas. Em 1958, chegou à Suécia sem títulos mundiais, com troca de técnico e estrelas no banco. Em 1970, João Saldanha foi demitido às vésperas da Copa, e Zagallo assumiu em meio à desconfiança. Em 2002, a classificação suada e as lesões de Ronaldo precederam o penta. Hoje, sem treinador e com a torcida descrente, a Seleção repete um roteiro familiar. A diferença está no tempo: restam quatro jogos nas Eliminatórias e pouco mais de um ano para o torneio. A história sugere que o caos pode ser o caminho do hexa.
Quando o Brasil virou o jogo em meio à turbulência
Revirar os arquivos das Copas revela um padrão intrigante. Em 1958, Vicente Feola assumiu meses antes do torneio, após a saída de Oswaldo Brandão, e enfrentou críticas por um time desorganizado. Pelé e Garrincha, reservas no início, mudaram o rumo, e o Brasil venceu todos os seis jogos, marcando 16 gols. O primeiro título veio do improviso e da superação, com um elenco que se encontrou em campo, não nos planejamentos prévios.
No Chile, em 1962, a lesão de Pelé na segunda partida contra a Tchecoslováquia abalou as expectativas. Amarildo assumiu o protagonismo, e Garrincha liderou o time ao bicampeonato, com quatro gols e atuações históricas. A preparação conturbada deu lugar a uma campanha de quatro vitórias e dois empates. A adversidade, mais uma vez, foi o combustível para o sucesso.
A Copa de 1970 é outro exemplo clássico. João Saldanha caiu em março, após brigas com a CBD e o regime militar, e Zagallo pegou um time sob pressão, com Pelé questionado por suposto declínio. O resultado foi uma campanha invicta no México: seis vitórias, 19 gols e um futebol que至今 é celebrado. O tricampeonato nasceu de uma transição caótica, provando que o Brasil sabe crescer na dificuldade.
O 4×1 e a queda de Dorival
A goleada de 4 a 1 para a Argentina foi o golpe final para Dorival Júnior. O jogo no Monumental de Núñez expôs um Brasil apático, com uma defesa que sofreu quatro gols em 45 minutos — algo inédito em Eliminatórias — e um ataque incapaz de reagir, com apenas uma finalização ao gol, de Matheus Cunha. A CBF agiu rápido: três dias depois, em 28 de março, Ednaldo Rodrigues anunciou a demissão, encerrando um ciclo de 15 meses. “Agradecemos pelo trabalho, mas agora buscamos um substituto”, declarou o presidente.
Dorival deixa um legado de números razoáveis — 58,3% de aproveitamento — mas sem brilho. A eliminação na Copa América, após empate sem gols com o Uruguai e derrota nos pênaltis, já havia gerado críticas, amplificadas por derrotas como a de 1 a 0 para o Paraguai e o empate em casa com a Venezuela. A falta de um meio-campo criativo e a dependência de Vinicius Júnior e Raphinha foram problemas crônicos. Sem técnico, o Brasil agora enfrenta incerteza a um ano e três meses da Copa.
A crise não é só técnica. A CBF viveu instabilidade com o afastamento e retorno de Ednaldo Rodrigues em 2023 e 2024, e a novela com Ancelotti, que recusou o cargo em 2023, atrasou o planejamento. A pressão pública após o 4×1 acelerou a saída de Dorival, mas a entidade ainda não tem um nome definido, com especulações sobre Jorge Jesus e o próprio Ancelotti, que pode assumir após o Mundial de Clubes em julho de 2025.
Favoritismo que decepciona
Enquanto o caos rendeu títulos, o excesso de confiança já custou caro. Em 2006, com o “Quadrado Mágico” — Ronaldo, Ronaldinho, Kaká e Adriano —, o Brasil era favorito absoluto após vencer Copa América e Copa das Confederações. A França, com Zidane, venceu por 1 a 0 nas quartas. Em 2014, a goleada de 7 a 1 da Alemanha em casa veio após uma campanha sólida na Copa das Confederações, com vitória por 3 a 0 sobre a Espanha. O otimismo pré-torneio virou trauma.
Em 2010, outra eliminação nas quartas para a Holanda (2 a 1) após títulos continentais. Em 2018, a liderança nas Eliminatórias com Tite não evitou a derrota para a Bélgica (2 a 1). Em 2022, a Croácia venceu nos pênaltis, apesar de uma campanha forte. Quando o Brasil chega embalado, a taça escapa — um contraste gritante com as conquistas em meio à bagunça.
Números da crise atual
As Eliminatórias para 2026 são as piores do Brasil desde 1998, quando o formato de pontos corridos começou. Com 21 pontos em 14 rodadas, o time tem seis vitórias, três empates e cinco derrotas — mais reveses do que nas últimas três qualificações somadas. O ataque marcou 19 gols, o pior desde 2006, e a defesa sofreu 15, igualando os piores registros históricos. O quarto lugar é o mais baixo na reta final em décadas, embora a vaga direta ainda esteja ao alcance, com seis garantidas e uma repescagem na Conmebol.
O jogo contra a Argentina foi um marco negativo: quatro gols sofridos em um só tempo, algo que não ocorria desde 1954, contra a Hungria (4 a 2). A posse de bola foi de 47%, e o Brasil finalizou apenas três vezes, contra 12 dos argentinos. A crise técnica é evidente, mas o vazio no comando pode ser o ponto de virada.
O que vem pela frente
Sem técnico, o Brasil tem quatro jogos nas Eliminatórias em 2025: Venezuela (casa) e Uruguai (fora) em junho, Chile (casa) e Paraguai (fora) em setembro. A Copa começa em 11 de junho de 2026, com amistosos previstos para março do mesmo ano. A CBF busca um nome que traga estabilidade, mas o histórico sugere que a improvisação pode ser eficaz. Nomes como Jorge Jesus, com sucesso no Al-Hilal, e Ancelotti, em fim de ciclo no Real Madrid, estão no radar, mas a decisão pode levar semanas.
A Seleção depende de si para se classificar, mas o desempenho preocupa. O Paraguai, sétimo com 14 pontos, está a sete de distância, e o sexto lugar garante repescagem. A liderança argentina, com 28 pontos, mostra o abismo atual. Ainda assim, o talento individual — Vinicius, Endrick, Raphinha — é um trunfo que já salvou o Brasil em outros tempos.
Lições de 1994 e 2002
Em 1994, o Brasil enfrentava 24 anos sem Copa, como agora. Parreira era criticado por um jogo pragmático, e Ricardo Gomes ficou fora por lesão. Romário decidiu, e o tetra veio nos pênaltis contra a Itália, nos EUA — mesmo palco de 2026. Em 2002, seis derrotas nas Eliminatórias, quatro técnicos e a ausência de Romário marcaram a preparação. Felipão levou o penta com Ronaldo e Rivaldo, em uma campanha de sete vitórias. O caos precedeu a glória.
Hoje, o jejum de 24 anos, a crise institucional e a goleada argentina repetem o roteiro. A Seleção está sem técnico, mas o passado mostra que a reconstrução pode começar assim. A torcida, descrente, já viu esse filme — e sabe que o final pode ser feliz.
Talentos para o resgate
O Brasil tem peças para reagir. Endrick, aos 18 anos, brilha no Real Madrid e já marcou pela Seleção. Vinicius Júnior, despite oscilações, é um dos melhores do mundo. Raphinha mantém regularidade no Barcelona, e promessas como Estêvão, do Palmeiras, emergem. Veteranos como Marquinhos podem dar equilíbrio. O próximo técnico terá a missão de unir esse potencial em um coletivo competitivo.
A falta de um meio-campo criativo, exposta contra a Argentina, é o maior desafio. Nomes como João Gomes e André foram testados sem sucesso. A solução pode vir de ajustes táticos ou da volta de Neymar, ainda em recuperação. O talento está aí; falta direção.
Cronograma até o Mundial
O caminho até a Copa de 2026 inclui:
Junho 2025: Venezuela (casa) e Uruguai (fora).
Setembro 2025: Chile (casa) e Paraguai (fora).
Março 2026: Amistosos preparatórios.
11 de junho de 2026: Início da Copa no Estádio Azteca.
A final será em 19 de julho, em Nova Jersey. Com 48 seleções e 104 jogos, o torneio exige preparo físico e mental. O Brasil precisa de um técnico logo para aproveitar o tempo.
Superstição em campo
A superstição tem peso no futebol brasileiro. Em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, o caos precedeu os cinco títulos. Quando o favoritismo reinou, como em 2014 e 2022, o sonho ruiu. Sem técnico após o 4×1, o Brasil está no território que já conhece: o da incerteza que vira força. A torcida, mesmo frustrada, pode encontrar no passado razões para acreditar.
A Seleção tem 15 meses para se reerguer. A crise atual, com Dorival demitido e o time sem rumo, não é inédita. Se a história servir de guia, o hexa pode estar mais perto do que parece.
A Seleção Brasileira está sem técnico desde a demissão de Dorival Júnior, confirmada em 28 de março de 2025, após a goleada de 4 a 1 sofrida para a Argentina em Buenos Aires, no dia 25. O resultado, válido pela 14ª rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, foi o estopim de uma crise que já se arrastava, marcada por atuações irregulares e críticas ao desempenho tático do time. Atualmente na quarta posição com 21 pontos, o Brasil viu sua pior campanha em Eliminatórias no formato de pontos corridos, com cinco derrotas em 14 jogos e um aproveitamento de apenas 50%. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou o fim do ciclo de Dorival e agora busca um substituto, mas o vazio no comando, a 15 meses do Mundial nos Estados Unidos, México e Canadá, reacende um debate histórico: o caos sempre foi o terreno fértil para os títulos brasileiros.
Dorival assumiu em janeiro de 2024, após a saída de Fernando Diniz e a recusa de Carlo Ancelotti, mas não conseguiu emplacar. Em 16 jogos, foram sete vitórias, sete empates e duas derrotas, incluindo a eliminação nas quartas da Copa América de 2024 para o Uruguai. A goleada para a Argentina, a pior em Eliminatórias desde 1964, escancarou a fragilidade defensiva e a falta de identidade tática, com o meio-campo dominado por Enzo Fernández e Alexis Mac Allister, e gols de Julián Álvarez e Giuliano Simeone. O técnico deixou o cargo com a Seleção ainda na zona de classificação direta, mas longe do brilho esperado. Para os torcedores, o cenário é desanimador; para os supersticiosos, é um déjà-vu promissor.
Olhar para o passado mostra que o Brasil já transformou crises em conquistas. Em 1958, chegou à Suécia sem títulos mundiais, com troca de técnico e estrelas no banco. Em 1970, João Saldanha foi demitido às vésperas da Copa, e Zagallo assumiu em meio à desconfiança. Em 2002, a classificação suada e as lesões de Ronaldo precederam o penta. Hoje, sem treinador e com a torcida descrente, a Seleção repete um roteiro familiar. A diferença está no tempo: restam quatro jogos nas Eliminatórias e pouco mais de um ano para o torneio. A história sugere que o caos pode ser o caminho do hexa.
Quando o Brasil virou o jogo em meio à turbulência
Revirar os arquivos das Copas revela um padrão intrigante. Em 1958, Vicente Feola assumiu meses antes do torneio, após a saída de Oswaldo Brandão, e enfrentou críticas por um time desorganizado. Pelé e Garrincha, reservas no início, mudaram o rumo, e o Brasil venceu todos os seis jogos, marcando 16 gols. O primeiro título veio do improviso e da superação, com um elenco que se encontrou em campo, não nos planejamentos prévios.
No Chile, em 1962, a lesão de Pelé na segunda partida contra a Tchecoslováquia abalou as expectativas. Amarildo assumiu o protagonismo, e Garrincha liderou o time ao bicampeonato, com quatro gols e atuações históricas. A preparação conturbada deu lugar a uma campanha de quatro vitórias e dois empates. A adversidade, mais uma vez, foi o combustível para o sucesso.
A Copa de 1970 é outro exemplo clássico. João Saldanha caiu em março, após brigas com a CBD e o regime militar, e Zagallo pegou um time sob pressão, com Pelé questionado por suposto declínio. O resultado foi uma campanha invicta no México: seis vitórias, 19 gols e um futebol que至今 é celebrado. O tricampeonato nasceu de uma transição caótica, provando que o Brasil sabe crescer na dificuldade.
O 4×1 e a queda de Dorival
A goleada de 4 a 1 para a Argentina foi o golpe final para Dorival Júnior. O jogo no Monumental de Núñez expôs um Brasil apático, com uma defesa que sofreu quatro gols em 45 minutos — algo inédito em Eliminatórias — e um ataque incapaz de reagir, com apenas uma finalização ao gol, de Matheus Cunha. A CBF agiu rápido: três dias depois, em 28 de março, Ednaldo Rodrigues anunciou a demissão, encerrando um ciclo de 15 meses. “Agradecemos pelo trabalho, mas agora buscamos um substituto”, declarou o presidente.
Dorival deixa um legado de números razoáveis — 58,3% de aproveitamento — mas sem brilho. A eliminação na Copa América, após empate sem gols com o Uruguai e derrota nos pênaltis, já havia gerado críticas, amplificadas por derrotas como a de 1 a 0 para o Paraguai e o empate em casa com a Venezuela. A falta de um meio-campo criativo e a dependência de Vinicius Júnior e Raphinha foram problemas crônicos. Sem técnico, o Brasil agora enfrenta incerteza a um ano e três meses da Copa.
A crise não é só técnica. A CBF viveu instabilidade com o afastamento e retorno de Ednaldo Rodrigues em 2023 e 2024, e a novela com Ancelotti, que recusou o cargo em 2023, atrasou o planejamento. A pressão pública após o 4×1 acelerou a saída de Dorival, mas a entidade ainda não tem um nome definido, com especulações sobre Jorge Jesus e o próprio Ancelotti, que pode assumir após o Mundial de Clubes em julho de 2025.
Favoritismo que decepciona
Enquanto o caos rendeu títulos, o excesso de confiança já custou caro. Em 2006, com o “Quadrado Mágico” — Ronaldo, Ronaldinho, Kaká e Adriano —, o Brasil era favorito absoluto após vencer Copa América e Copa das Confederações. A França, com Zidane, venceu por 1 a 0 nas quartas. Em 2014, a goleada de 7 a 1 da Alemanha em casa veio após uma campanha sólida na Copa das Confederações, com vitória por 3 a 0 sobre a Espanha. O otimismo pré-torneio virou trauma.
Em 2010, outra eliminação nas quartas para a Holanda (2 a 1) após títulos continentais. Em 2018, a liderança nas Eliminatórias com Tite não evitou a derrota para a Bélgica (2 a 1). Em 2022, a Croácia venceu nos pênaltis, apesar de uma campanha forte. Quando o Brasil chega embalado, a taça escapa — um contraste gritante com as conquistas em meio à bagunça.
Números da crise atual
As Eliminatórias para 2026 são as piores do Brasil desde 1998, quando o formato de pontos corridos começou. Com 21 pontos em 14 rodadas, o time tem seis vitórias, três empates e cinco derrotas — mais reveses do que nas últimas três qualificações somadas. O ataque marcou 19 gols, o pior desde 2006, e a defesa sofreu 15, igualando os piores registros históricos. O quarto lugar é o mais baixo na reta final em décadas, embora a vaga direta ainda esteja ao alcance, com seis garantidas e uma repescagem na Conmebol.
O jogo contra a Argentina foi um marco negativo: quatro gols sofridos em um só tempo, algo que não ocorria desde 1954, contra a Hungria (4 a 2). A posse de bola foi de 47%, e o Brasil finalizou apenas três vezes, contra 12 dos argentinos. A crise técnica é evidente, mas o vazio no comando pode ser o ponto de virada.
O que vem pela frente
Sem técnico, o Brasil tem quatro jogos nas Eliminatórias em 2025: Venezuela (casa) e Uruguai (fora) em junho, Chile (casa) e Paraguai (fora) em setembro. A Copa começa em 11 de junho de 2026, com amistosos previstos para março do mesmo ano. A CBF busca um nome que traga estabilidade, mas o histórico sugere que a improvisação pode ser eficaz. Nomes como Jorge Jesus, com sucesso no Al-Hilal, e Ancelotti, em fim de ciclo no Real Madrid, estão no radar, mas a decisão pode levar semanas.
A Seleção depende de si para se classificar, mas o desempenho preocupa. O Paraguai, sétimo com 14 pontos, está a sete de distância, e o sexto lugar garante repescagem. A liderança argentina, com 28 pontos, mostra o abismo atual. Ainda assim, o talento individual — Vinicius, Endrick, Raphinha — é um trunfo que já salvou o Brasil em outros tempos.
Lições de 1994 e 2002
Em 1994, o Brasil enfrentava 24 anos sem Copa, como agora. Parreira era criticado por um jogo pragmático, e Ricardo Gomes ficou fora por lesão. Romário decidiu, e o tetra veio nos pênaltis contra a Itália, nos EUA — mesmo palco de 2026. Em 2002, seis derrotas nas Eliminatórias, quatro técnicos e a ausência de Romário marcaram a preparação. Felipão levou o penta com Ronaldo e Rivaldo, em uma campanha de sete vitórias. O caos precedeu a glória.
Hoje, o jejum de 24 anos, a crise institucional e a goleada argentina repetem o roteiro. A Seleção está sem técnico, mas o passado mostra que a reconstrução pode começar assim. A torcida, descrente, já viu esse filme — e sabe que o final pode ser feliz.
Talentos para o resgate
O Brasil tem peças para reagir. Endrick, aos 18 anos, brilha no Real Madrid e já marcou pela Seleção. Vinicius Júnior, despite oscilações, é um dos melhores do mundo. Raphinha mantém regularidade no Barcelona, e promessas como Estêvão, do Palmeiras, emergem. Veteranos como Marquinhos podem dar equilíbrio. O próximo técnico terá a missão de unir esse potencial em um coletivo competitivo.
A falta de um meio-campo criativo, exposta contra a Argentina, é o maior desafio. Nomes como João Gomes e André foram testados sem sucesso. A solução pode vir de ajustes táticos ou da volta de Neymar, ainda em recuperação. O talento está aí; falta direção.
Cronograma até o Mundial
O caminho até a Copa de 2026 inclui:
Junho 2025: Venezuela (casa) e Uruguai (fora).
Setembro 2025: Chile (casa) e Paraguai (fora).
Março 2026: Amistosos preparatórios.
11 de junho de 2026: Início da Copa no Estádio Azteca.
A final será em 19 de julho, em Nova Jersey. Com 48 seleções e 104 jogos, o torneio exige preparo físico e mental. O Brasil precisa de um técnico logo para aproveitar o tempo.
Superstição em campo
A superstição tem peso no futebol brasileiro. Em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, o caos precedeu os cinco títulos. Quando o favoritismo reinou, como em 2014 e 2022, o sonho ruiu. Sem técnico após o 4×1, o Brasil está no território que já conhece: o da incerteza que vira força. A torcida, mesmo frustrada, pode encontrar no passado razões para acreditar.
A Seleção tem 15 meses para se reerguer. A crise atual, com Dorival demitido e o time sem rumo, não é inédita. Se a história servir de guia, o hexa pode estar mais perto do que parece.