Mais de 10 milhões de trabalhadores brasileiros têm a chance de resgatar cerca de R$ 26,3 bilhões esquecidos no antigo fundo PIS/Pasep, cujos pagamentos começaram em 28 de março de 2025. Esse montante, acumulado entre 1971 e 1988, está disponível para quem trabalhou com carteira assinada ou como servidor público nesse período e não sacou os valores na época. Com saldo médio de R$ 2,8 mil por pessoa, corrigido pela inflação, o processo de saque exige atenção a prazos e procedimentos, que podem ser realizados pelo site Repis Cidadão ou aplicativo FGTS. O governo estima que, se não houver solicitação até setembro de 2028, os recursos serão incorporados ao Tesouro Nacional.
O acesso ao dinheiro começou para quem fez o pedido até 28 de fevereiro, com depósitos automáticos nas contas indicadas. Já os trabalhadores que protocolaram o ressarcimento até 31 de março terão os valores liberados em 25 de abril. A Caixa Econômica Federal, responsável pela gestão dos pagamentos, organizou um calendário que se estende até 2026, garantindo que todos os beneficiários tenham tempo hábil para reivindicar o que lhes é devido, desde que sigam as etapas corretas.
Consultar o saldo é o primeiro passo para quem suspeita ter direito aos recursos. Através do site Repis Cidadão, lançado pelo Ministério da Fazenda, ou do aplicativo FGTS, é possível verificar se há valores disponíveis usando o CPF e o Número de Identificação Social (NIS). Para isso, é necessário ter uma conta gov.br nos níveis prata ou ouro, o que facilita a autenticação e o acompanhamento do processo.
Formas de consultar os valores disponíveis
Saber se há dinheiro a receber é simples e pode ser feito em poucos minutos. As plataformas digitais foram criadas para agilizar o acesso, mas exigem informações específicas, como o NIS, que pode ser encontrado em documentos como o extrato do FGTS ou o Cartão Cidadão.
- Acesse o site Repis Cidadão e faça login com CPF e senha gov.br.
- Informe o NIS e clique em “pesquisar” para verificar o saldo.
- Use o aplicativo FGTS, na opção “ressarcimento PIS/Pasep”, após login.

O que é o antigo fundo PIS/Pasep
Criado em 1970, o Programa de Integração Social (PIS) tinha como objetivo formar uma poupança para trabalhadores do setor privado, enquanto o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), lançado logo depois, atendia servidores públicos. Em 1975, os dois foram unificados no Fundo PIS/Pasep, que funcionou até 1988, quando foi substituído pelo abono salarial vigente hoje. Durante esses anos, os empregadores depositavam cotas proporcionais aos salários, mas muitos beneficiários não sacaram os valores, que agora estão sendo liberados.
O fundo acumulou recursos significativos, transferidos em 2020 para o FGTS e, três anos depois, para uma conta única do Tesouro Nacional. A estimativa atual aponta que mais de 10 milhões de pessoas ainda têm direito a esses valores, que variam conforme o tempo de trabalho e o salário recebido entre 1971 e 1988. A correção monetária aplicada garante que o montante reflita o poder de compra atual.
Desde o início da liberação, a Caixa tem trabalhado para facilitar o acesso, mas o prazo final de setembro de 2028 é um alerta. Quem não solicitar o ressarcimento até lá perderá os recursos, que serão permanentemente destinados ao Tesouro. Para herdeiros de beneficiários falecidos, o processo exige documentação adicional, como certidões e autorizações judiciais.
Passo a passo para pedir o ressarcimento
Solicitar o dinheiro exige organização e atenção aos canais disponíveis. O trabalhador pode optar por protocolar o pedido em uma agência da Caixa ou pelo aplicativo FGTS, onde a opção “ressarcimento PIS/Pasep” está disponível após o login. A documentação varia conforme o caso: para o próprio beneficiário, um documento de identidade é suficiente, enquanto herdeiros precisam apresentar certidões específicas.
Após a solicitação, a Caixa analisa os dados e encaminha as informações ao Ministério da Fazenda. O pagamento é depositado diretamente em uma conta bancária indicada ou em uma conta poupança social digital, seguindo o calendário oficial. A agilidade no processo depende da correta apresentação dos documentos e do cumprimento dos prazos estipulados.
Calendário de pagamentos em 2025 e 2026
Os pagamentos foram organizados em etapas, com datas definidas conforme o momento da solicitação. Quem pediu até 28 de fevereiro recebeu em 28 de março, enquanto os pedidos até 31 de março terão liberação em 25 de abril. O cronograma segue até 2026, oferecendo várias oportunidades para resgate.
- Solicitações até 30/04/2025: Recebe em 26/05/2025.
- Solicitações até 30/06/2025: Recebe em 25/07/2025.
- Solicitações até 31/08/2025: Recebe em 25/09/2025.
- Solicitações até 31/12/2025: Recebe em 26/01/2026.
Esse calendário abrange solicitações realizadas ao longo de 2025, com datas ajustadas para garantir a distribuição ordenada dos R$ 26,3 bilhões. Os valores são creditados automaticamente, mas o trabalhador deve indicar uma conta válida para evitar atrasos.
Quem tem direito ao dinheiro esquecido
Ter trabalhado com carteira assinada ou como servidor público entre 1971 e 1988 é o principal critério para ter direito aos valores do fundo. Não é necessário ter contribuído durante todo o período: qualquer vínculo empregatício formal nesse intervalo pode gerar cotas. O montante disponível depende do tempo de serviço e do salário da época, com média de R$ 2,8 mil por pessoa.
Herdeiros de trabalhadores falecidos também podem reivindicar os recursos, desde que apresentem a documentação exigida, como certidão de dependentes ou autorização judicial. A plataforma Repis Cidadão orienta esses casos, detalhando os passos para que o processo seja concluído sem complicações.
A identificação do NIS é essencial para confirmar a elegibilidade. Esse número, que coincide com o PIS, pode ser consultado no extrato do FGTS, no Cartão Cidadão, no Meu INSS ou no Cadastro Único (CadÚnico), oferecendo múltiplas opções para o trabalhador localizar seus dados.
Como encontrar o número do NIS
Localizar o NIS é um passo crucial para acessar os valores. Disponível em diversos canais oficiais, esse número de 11 dígitos é gerado pela Caixa e serve tanto para o PIS quanto para benefícios sociais, como o Bolsa Família. A consulta pode ser feita de forma física ou digital, dependendo da preferência do usuário.
No aplicativo FGTS, o NIS aparece nos contratos registrados. Já no Cartão Cidadão, está impresso abaixo do nome do beneficiário. Outra alternativa é o site Meu INSS, onde é exibido como NIT nos dados cadastrais, ou o aplicativo CadÚnico, que exige o preenchimento de informações pessoais para exibir o número.
- Extrato FGTS: Confira nos contratos registrados no app.
- Cartão Cidadão: Veja abaixo do nome do beneficiário.
- Meu INSS: Acesse os dados cadastrais ou ligue para 135.
Diferenças entre o fundo antigo e o abono atual
O antigo fundo PIS/Pasep não deve ser confundido com o abono salarial pago atualmente. Enquanto o fundo funcionou como uma poupança individual até 1988, o abono é um benefício anual, equivalente a até um salário mínimo, destinado a quem trabalhou ao menos 30 dias no ano-base e recebeu até dois salários mínimos mensais. Em 2025, o abono considera o ano de 2022 como referência.
A transição do fundo para o FGTS e, posteriormente, para o Tesouro Nacional, explica por que tantos valores permanecem esquecidos. Diferente do abono, que exige adesão ativa e tem pagamentos regulares, o fundo antigo dependia de saques manuais, que muitos trabalhadores não realizaram na época.
Impactos da liberação dos R$ 26,3 bilhões
A disponibilização desses recursos tem potencial para movimentar a economia. Com mais de 10 milhões de beneficiários, o montante pode ser usado para consumo, pagamento de dívidas ou investimentos, como a compra de imóveis via FGTS. A média de R$ 2,8 mil por pessoa, embora variável, representa um alívio financeiro significativo para muitos.
Por outro lado, o prazo final de 2028 impõe um desafio logístico. A Caixa precisou reforçar os sistemas digitais após instabilidades iniciais em março de 2025, quando o volume de acessos ao Repis Cidadão causou lentidão. A solução foi ampliar a capacidade das plataformas e orientar os usuários a realizar consultas em horários alternativos.
Dicas para garantir o saque sem problemas
Planejar o resgate dos valores ajuda a evitar transtornos. Verificar o NIS com antecedência e manter a conta gov.br atualizada são medidas práticas que agilizam o processo. Além disso, quem optar pelo aplicativo FGTS deve garantir que o app esteja na versão mais recente para evitar erros.
Para herdeiros, organizar a documentação com antecedência é essencial, especialmente em casos que exigem autorização judicial. Outra recomendação é acompanhar o calendário de pagamentos e indicar uma conta ativa na Caixa, evitando atrasos no depósito dos valores.
- Confirme seu NIS em canais oficiais antes de iniciar o pedido.
- Atualize o aplicativo FGTS para a versão mais recente.
- Indique uma conta válida para receber o depósito automaticamente.
Alternativas para quem perder o prazo
Quem não conseguir sacar até setembro de 2028 terá os valores incorporados ao Tesouro Nacional, sem possibilidade de recuperação. Nesse caso, outras opções de apoio financeiro incluem o abono salarial, para quem atende aos critérios anuais, ou benefícios sociais como o Bolsa Família, que dependem de inscrição no CadÚnico.
A Caixa também oferece programas como o Minha Casa, Minha Vida, que integra recursos do FGTS para financiamentos imobiliários, mas isso não se aplica aos valores do fundo antigo após o prazo. Assim, a atenção ao calendário é a melhor forma de garantir o acesso ao dinheiro esquecido.
Curiosidades sobre o fundo PIS/Pasep
O fundo PIS/Pasep marcou uma época de políticas trabalhistas no Brasil. Entre 1971 e 1988, milhões de trabalhadores tiveram cotas depositadas, mas a falta de informação na época contribuiu para o esquecimento dos valores. Hoje, a tecnologia facilita o resgate, com plataformas como o Repis Cidadão trazendo modernidade ao processo.
Outro ponto interessante é a abrangência do programa, que incluiu tanto o setor privado quanto o público, algo raro em iniciativas da época. A unificação em 1975 criou um fundo robusto, mas a substituição pelo abono em 1988 deixou um legado de recursos não reclamados, agora em foco com a liberação de R$ 26,3 bilhões.
