Em um morro que domina a paisagem de Encantado, cidade de pouco mais de 22 mil habitantes no interior do Rio Grande do Sul, uma estátua de 43,5 metros de altura se ergue como um marco de fé e resiliência. O Cristo Protetor, inaugurado em 2022, não é apenas a maior representação de Jesus Cristo no Brasil, superando o icônico Cristo Redentor do Rio de Janeiro em 5,5 metros. Ele carrega a história de uma comunidade que, mesmo diante de enchentes devastadoras em 2023 e 2024, encontrou na construção coletiva um caminho para a esperança. O complexo turístico que acompanha a estátua, com capela, praça de alimentação e espaços de reflexão, já atrai milhares de visitantes e promete mudar o futuro da região.
A construção do monumento começou a tomar forma em 2019, quando a Associação dos Amigos de Cristo de Encantado foi criada para arrecadar fundos. Sem qualquer verba pública, a obra foi financiada por doações de moradores, empresários e devotos. O projeto, idealizado pelo padre João Granzotto em 2015, tinha como objetivo não apenas reforçar a identidade religiosa da cidade, mas também impulsionar o turismo e a economia local. Hoje, o Cristo Protetor é mais do que uma estátua: é um símbolo de união em um município que ainda se recupera das perdas causadas pelas cheias recentes.
O impacto da obra vai além da fé. Encantado, localizada no Vale do Taquari, viu sua rotina transformada com a chegada de turistas e peregrinos. Hotéis, pousadas e restaurantes locais relatam aumento no movimento, enquanto o comércio se adapta para atender a nova demanda. A estátua, visível de diversos pontos da cidade, tornou-se um ponto de referência para quem busca tanto a espiritualidade quanto a oportunidade de conhecer um marco arquitetônico único no Brasil.
Inauguramos hoje, em Encantado, o Cristo Protetor — a maior estátua de Jesus Cristo do Brasil, com 43,5 metros de altura e 39 metros de envergadura, superando até mesmo o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. De braços abertos para o céu, com o Vale do Taquari sob seus pés, essa… pic.twitter.com/XGFxEDFvBi
— Eduardo Leite (@EduardoLeite_) April 6, 2025
- Construção iniciada em 2019, concluída em 2022.
- Altura total de 43,5 metros, incluindo a base.
- Financiamento 100% por doações privadas.
- Complexo inclui capela, praça de alimentação e mirante.
Origem de um sonho em Encantado
A ideia de erguer o Cristo Protetor nasceu em um momento de reflexão do padre João Granzotto, que via na fé cristã uma forma de unir a comunidade e atrair olhares para Encantado. Em 2015, ele apresentou a proposta aos moradores, que abraçaram o projeto com entusiasmo. A cidade, marcada pela forte influência católica e pela descendência de imigrantes italianos, encontrou no monumento uma maneira de expressar sua identidade cultural e religiosa. A escolha do local, no topo do Morro da Lagoa, não foi por acaso: dali, a estátua pode ser vista de longe, como um farol de esperança para quem enfrenta dificuldades.
O processo de arrecadação de fundos foi um desafio à parte. Sem apoio governamental, a Associação dos Amigos de Cristo organizou eventos, rifas e campanhas para reunir os cerca de R$ 2 milhões necessários para a obra. Voluntários, desde engenheiros até trabalhadores braçais, dedicaram tempo e esforço para transformar o sonho em realidade. A escultura, projetada pelo artista cearense Markus Moura, foi cuidadosamente planejada para resistir às condições climáticas da região, incluindo ventos fortes e chuvas intensas, comuns no Vale do Taquari.
Para muitos moradores, o Cristo Protetor é mais do que um ponto turístico. Ele representa a força de uma comunidade que, mesmo após as enchentes que destruíram casas e comércios, encontrou na solidariedade um motivo para seguir em frente. Relatos de devotos que visitam o local apontam para momentos de paz e renovação espiritual, especialmente em um contexto de reconstrução pós-tragédias.
Impacto das enchentes e a reconstrução
As enchentes de 2023 e 2024 deixaram marcas profundas em Encantado. Ruas alagadas, casas destruídas e famílias desalojadas compuseram um cenário de devastação que ainda persiste na memória dos moradores. Dados apontam que mais de 70% da cidade foi afetada diretamente pelas cheias, com perdas significativas no comércio e na agricultura, principais fontes de renda da região. Muitas famílias continuam vivendo em abrigos temporários ou em casas reconstruídas com dificuldade, enquanto o município busca recursos para recuperar a infraestrutura.
Nesse contexto, o Cristo Protetor emergiu como um símbolo de superação. Durante as enchentes, a estátua permaneceu intocada no alto do morro, servindo como um lembrete visual da resistência da comunidade. Voluntários que participaram da construção do monumento se mobilizaram também para ajudar nas ações de socorro, distribuindo alimentos, roupas e materiais de construção para os atingidos. A presença do Cristo, com seus braços abertos, foi descrita por moradores como uma fonte de conforto em meio ao caos.
A recuperação de Encantado, embora lenta, começa a ganhar tração. Projetos de drenagem urbana e reforço nas margens do Rio Taquari estão em andamento, enquanto a prefeitura busca parcerias para revitalizar áreas comerciais. O turismo religioso, impulsionado pelo Cristo Protetor, aparece como uma das principais apostas para reaquecer a economia local, trazendo visitantes de outras cidades do Rio Grande do Sul e até de estados vizinhos.
Um marco para o turismo religioso
O complexo do Cristo Protetor foi projetado para ser mais do que uma estátua. Com uma capela ao pé do monumento, áreas de contemplação e uma praça de alimentação, o local atrai tanto fiéis quanto turistas em busca de uma experiência completa. Desde a inauguração, o movimento de visitantes tem crescido, especialmente aos fins de semana, quando famílias inteiras chegam para conhecer a estrutura e aproveitar a vista panorâmica do Vale do Taquari. O acesso ao topo do morro é facilitado por uma estrada pavimentada, e há planos para melhorias na infraestrutura, como a instalação de elevadores.
A comparação com o Cristo Redentor, embora inevitável, não é o foco dos moradores. Enquanto a estátua carioca, com 38 metros, é um ícone mundial, o Cristo Protetor carrega uma essência comunitária. Ele foi construído pelas mãos de Encantado, sem grandes patrocinadores ou holofotes internacionais, o que dá ao monumento um caráter único. Visitantes relatam que a energia do local é marcada pela simplicidade e pela espiritualidade, com missas e celebrações frequentes na capela.
O turismo religioso no Brasil tem se fortalecido nos últimos anos, e Encantado agora faz parte desse circuito. Cidades como Aparecida, em São Paulo, e Nova Trento, em Santa Catarina, já são destinos consolidados para peregrinos, mas o Cristo Protetor coloca o Rio Grande do Sul no mapa como um novo ponto de devoção. A expectativa é que, com o tempo, o monumento atraia eventos culturais e religiosos de grande porte, como romarias e festivais.
- Capela aberta para missas semanais e eventos religiosos.
- Mirante com vista de 360 graus do Vale do Taquari.
- Praça de alimentação com produtos típicos da região.
- Estacionamento para até 200 veículos.
Como o Cristo Protetor mudou Encantado
A chegada do Cristo Protetor trouxe mudanças visíveis para Encantado. Pequenos negócios, como pousadas e lanchonetes, relatam aumento de até 30% no faturamento desde a inauguração, especialmente nos meses de alta temporada. O comércio local também se beneficia com a venda de souvenirs, como miniaturas da estátua, terços e camisetas personalizadas. Para uma cidade que dependia majoritariamente da agricultura e da indústria de calçados, o turismo surge como uma nova fonte de renda, com potencial para criar empregos e atrair investimentos.
Além do impacto econômico, o monumento fortaleceu o senso de comunidade. Durante a construção, moradores de diferentes idades e profissões se uniram em mutirões, desde a limpeza do terreno até a pintura final da estátua. Essa colaboração criou laços que persistem até hoje, com grupos de voluntários organizando eventos culturais e ações sociais no entorno do complexo. A presença do Cristo também inspirou iniciativas de preservação ambiental, como o plantio de árvores nativas ao redor do morro.
A identidade de Encantado, antes pouco conhecida fora do Rio Grande do Sul, agora está intrinsecamente ligada ao Cristo Protetor. A estátua aparece em campanhas publicitárias, redes sociais e até em guias turísticos nacionais, colocando a cidade no radar de viajantes. Para os moradores, o monumento é um motivo de orgulho, mas também uma responsabilidade, já que o aumento do turismo exige melhorias constantes na infraestrutura e na conservação do local.
Cronologia da construção do Cristo Protetor
A trajetória do Cristo Protetor é marcada por momentos de esforço coletivo e superação. Abaixo, os principais marcos do projeto:
- 2015: Padre João Granzotto apresenta a ideia de construir uma estátua de Cristo em Encantado.
- 2019: Criação da Associação dos Amigos de Cristo e início da arrecadação de fundos.
- 2020: Início das obras no Morro da Lagoa, com preparação do terreno e fundação.
- 2021: Escultura toma forma, com a instalação das principais estruturas de concreto.
- 2022: Inauguração oficial do Cristo Protetor, com a presença de milhares de visitantes.
- 2023-2024: Estátua se torna símbolo de esperança durante as enchentes que atingiram a cidade.
Desafios e perspectivas para o futuro
Manter um complexo turístico como o Cristo Protetor exige planejamento contínuo. A administração do local enfrenta desafios como a manutenção da estátua, que precisa de inspeções regulares para garantir a segurança dos visitantes. A infraestrutura viária também é um ponto de atenção, já que o aumento no tráfego de veículos exige melhorias nas estradas de acesso ao morro. Além disso, a cidade precisa investir em capacitação para receber turistas de forma profissional, desde guias bilíngues até sinalização adequada.
Apesar dos obstáculos, as perspectivas são otimistas. Projetos para expandir o complexo estão em discussão, incluindo a construção de um anfiteatro para eventos culturais e a ampliação da área de estacionamento. A prefeitura de Encantado trabalha em parcerias com o setor privado para atrair investimentos, enquanto a comunidade local se organiza para promover o destino em feiras de turismo. A expectativa é que o Cristo Protetor consolide a cidade como um dos principais destinos religiosos do sul do Brasil.
A relação dos moradores com o monumento também evolui. Para muitos, o Cristo Protetor é um lembrete diário de que, mesmo em tempos difíceis, a união pode transformar sonhos em realidade. A estátua, com seus braços abertos, parece abraçar não apenas Encantado, mas todos que chegam em busca de paz, renovação ou simplesmente uma boa história para contar.
Um símbolo que transcende a fé
O Cristo Protetor não é apenas um marco religioso. Ele reflete a capacidade de uma pequena cidade de se reinventar em meio às adversidades. Enquanto o turismo cresce, Encantado se prepara para um futuro onde o monumento será o coração de sua identidade. A estátua, que levou anos para ser concluída, já faz parte da rotina dos moradores, que a veem como um sinal de proteção e um convite para olhar adiante.
Visitantes que sobem o Morro da Lagoa encontram mais do que uma estrutura de concreto. Encontram histórias de superação, de famílias que perderam tudo nas enchentes, mas que ajudaram a construir algo maior. O Cristo Protetor, com seus 43,5 metros, é a prova de que a fé, quando aliada ao trabalho coletivo, pode mover montanhas — ou, no caso de Encantado, erguê-las.

Em um morro que domina a paisagem de Encantado, cidade de pouco mais de 22 mil habitantes no interior do Rio Grande do Sul, uma estátua de 43,5 metros de altura se ergue como um marco de fé e resiliência. O Cristo Protetor, inaugurado em 2022, não é apenas a maior representação de Jesus Cristo no Brasil, superando o icônico Cristo Redentor do Rio de Janeiro em 5,5 metros. Ele carrega a história de uma comunidade que, mesmo diante de enchentes devastadoras em 2023 e 2024, encontrou na construção coletiva um caminho para a esperança. O complexo turístico que acompanha a estátua, com capela, praça de alimentação e espaços de reflexão, já atrai milhares de visitantes e promete mudar o futuro da região.
A construção do monumento começou a tomar forma em 2019, quando a Associação dos Amigos de Cristo de Encantado foi criada para arrecadar fundos. Sem qualquer verba pública, a obra foi financiada por doações de moradores, empresários e devotos. O projeto, idealizado pelo padre João Granzotto em 2015, tinha como objetivo não apenas reforçar a identidade religiosa da cidade, mas também impulsionar o turismo e a economia local. Hoje, o Cristo Protetor é mais do que uma estátua: é um símbolo de união em um município que ainda se recupera das perdas causadas pelas cheias recentes.
O impacto da obra vai além da fé. Encantado, localizada no Vale do Taquari, viu sua rotina transformada com a chegada de turistas e peregrinos. Hotéis, pousadas e restaurantes locais relatam aumento no movimento, enquanto o comércio se adapta para atender a nova demanda. A estátua, visível de diversos pontos da cidade, tornou-se um ponto de referência para quem busca tanto a espiritualidade quanto a oportunidade de conhecer um marco arquitetônico único no Brasil.
Inauguramos hoje, em Encantado, o Cristo Protetor — a maior estátua de Jesus Cristo do Brasil, com 43,5 metros de altura e 39 metros de envergadura, superando até mesmo o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. De braços abertos para o céu, com o Vale do Taquari sob seus pés, essa… pic.twitter.com/XGFxEDFvBi
— Eduardo Leite (@EduardoLeite_) April 6, 2025
- Construção iniciada em 2019, concluída em 2022.
- Altura total de 43,5 metros, incluindo a base.
- Financiamento 100% por doações privadas.
- Complexo inclui capela, praça de alimentação e mirante.
Origem de um sonho em Encantado
A ideia de erguer o Cristo Protetor nasceu em um momento de reflexão do padre João Granzotto, que via na fé cristã uma forma de unir a comunidade e atrair olhares para Encantado. Em 2015, ele apresentou a proposta aos moradores, que abraçaram o projeto com entusiasmo. A cidade, marcada pela forte influência católica e pela descendência de imigrantes italianos, encontrou no monumento uma maneira de expressar sua identidade cultural e religiosa. A escolha do local, no topo do Morro da Lagoa, não foi por acaso: dali, a estátua pode ser vista de longe, como um farol de esperança para quem enfrenta dificuldades.
O processo de arrecadação de fundos foi um desafio à parte. Sem apoio governamental, a Associação dos Amigos de Cristo organizou eventos, rifas e campanhas para reunir os cerca de R$ 2 milhões necessários para a obra. Voluntários, desde engenheiros até trabalhadores braçais, dedicaram tempo e esforço para transformar o sonho em realidade. A escultura, projetada pelo artista cearense Markus Moura, foi cuidadosamente planejada para resistir às condições climáticas da região, incluindo ventos fortes e chuvas intensas, comuns no Vale do Taquari.
Para muitos moradores, o Cristo Protetor é mais do que um ponto turístico. Ele representa a força de uma comunidade que, mesmo após as enchentes que destruíram casas e comércios, encontrou na solidariedade um motivo para seguir em frente. Relatos de devotos que visitam o local apontam para momentos de paz e renovação espiritual, especialmente em um contexto de reconstrução pós-tragédias.
Impacto das enchentes e a reconstrução
As enchentes de 2023 e 2024 deixaram marcas profundas em Encantado. Ruas alagadas, casas destruídas e famílias desalojadas compuseram um cenário de devastação que ainda persiste na memória dos moradores. Dados apontam que mais de 70% da cidade foi afetada diretamente pelas cheias, com perdas significativas no comércio e na agricultura, principais fontes de renda da região. Muitas famílias continuam vivendo em abrigos temporários ou em casas reconstruídas com dificuldade, enquanto o município busca recursos para recuperar a infraestrutura.
Nesse contexto, o Cristo Protetor emergiu como um símbolo de superação. Durante as enchentes, a estátua permaneceu intocada no alto do morro, servindo como um lembrete visual da resistência da comunidade. Voluntários que participaram da construção do monumento se mobilizaram também para ajudar nas ações de socorro, distribuindo alimentos, roupas e materiais de construção para os atingidos. A presença do Cristo, com seus braços abertos, foi descrita por moradores como uma fonte de conforto em meio ao caos.
A recuperação de Encantado, embora lenta, começa a ganhar tração. Projetos de drenagem urbana e reforço nas margens do Rio Taquari estão em andamento, enquanto a prefeitura busca parcerias para revitalizar áreas comerciais. O turismo religioso, impulsionado pelo Cristo Protetor, aparece como uma das principais apostas para reaquecer a economia local, trazendo visitantes de outras cidades do Rio Grande do Sul e até de estados vizinhos.
Um marco para o turismo religioso
O complexo do Cristo Protetor foi projetado para ser mais do que uma estátua. Com uma capela ao pé do monumento, áreas de contemplação e uma praça de alimentação, o local atrai tanto fiéis quanto turistas em busca de uma experiência completa. Desde a inauguração, o movimento de visitantes tem crescido, especialmente aos fins de semana, quando famílias inteiras chegam para conhecer a estrutura e aproveitar a vista panorâmica do Vale do Taquari. O acesso ao topo do morro é facilitado por uma estrada pavimentada, e há planos para melhorias na infraestrutura, como a instalação de elevadores.
A comparação com o Cristo Redentor, embora inevitável, não é o foco dos moradores. Enquanto a estátua carioca, com 38 metros, é um ícone mundial, o Cristo Protetor carrega uma essência comunitária. Ele foi construído pelas mãos de Encantado, sem grandes patrocinadores ou holofotes internacionais, o que dá ao monumento um caráter único. Visitantes relatam que a energia do local é marcada pela simplicidade e pela espiritualidade, com missas e celebrações frequentes na capela.
O turismo religioso no Brasil tem se fortalecido nos últimos anos, e Encantado agora faz parte desse circuito. Cidades como Aparecida, em São Paulo, e Nova Trento, em Santa Catarina, já são destinos consolidados para peregrinos, mas o Cristo Protetor coloca o Rio Grande do Sul no mapa como um novo ponto de devoção. A expectativa é que, com o tempo, o monumento atraia eventos culturais e religiosos de grande porte, como romarias e festivais.
- Capela aberta para missas semanais e eventos religiosos.
- Mirante com vista de 360 graus do Vale do Taquari.
- Praça de alimentação com produtos típicos da região.
- Estacionamento para até 200 veículos.
Como o Cristo Protetor mudou Encantado
A chegada do Cristo Protetor trouxe mudanças visíveis para Encantado. Pequenos negócios, como pousadas e lanchonetes, relatam aumento de até 30% no faturamento desde a inauguração, especialmente nos meses de alta temporada. O comércio local também se beneficia com a venda de souvenirs, como miniaturas da estátua, terços e camisetas personalizadas. Para uma cidade que dependia majoritariamente da agricultura e da indústria de calçados, o turismo surge como uma nova fonte de renda, com potencial para criar empregos e atrair investimentos.
Além do impacto econômico, o monumento fortaleceu o senso de comunidade. Durante a construção, moradores de diferentes idades e profissões se uniram em mutirões, desde a limpeza do terreno até a pintura final da estátua. Essa colaboração criou laços que persistem até hoje, com grupos de voluntários organizando eventos culturais e ações sociais no entorno do complexo. A presença do Cristo também inspirou iniciativas de preservação ambiental, como o plantio de árvores nativas ao redor do morro.
A identidade de Encantado, antes pouco conhecida fora do Rio Grande do Sul, agora está intrinsecamente ligada ao Cristo Protetor. A estátua aparece em campanhas publicitárias, redes sociais e até em guias turísticos nacionais, colocando a cidade no radar de viajantes. Para os moradores, o monumento é um motivo de orgulho, mas também uma responsabilidade, já que o aumento do turismo exige melhorias constantes na infraestrutura e na conservação do local.
Cronologia da construção do Cristo Protetor
A trajetória do Cristo Protetor é marcada por momentos de esforço coletivo e superação. Abaixo, os principais marcos do projeto:
- 2015: Padre João Granzotto apresenta a ideia de construir uma estátua de Cristo em Encantado.
- 2019: Criação da Associação dos Amigos de Cristo e início da arrecadação de fundos.
- 2020: Início das obras no Morro da Lagoa, com preparação do terreno e fundação.
- 2021: Escultura toma forma, com a instalação das principais estruturas de concreto.
- 2022: Inauguração oficial do Cristo Protetor, com a presença de milhares de visitantes.
- 2023-2024: Estátua se torna símbolo de esperança durante as enchentes que atingiram a cidade.
Desafios e perspectivas para o futuro
Manter um complexo turístico como o Cristo Protetor exige planejamento contínuo. A administração do local enfrenta desafios como a manutenção da estátua, que precisa de inspeções regulares para garantir a segurança dos visitantes. A infraestrutura viária também é um ponto de atenção, já que o aumento no tráfego de veículos exige melhorias nas estradas de acesso ao morro. Além disso, a cidade precisa investir em capacitação para receber turistas de forma profissional, desde guias bilíngues até sinalização adequada.
Apesar dos obstáculos, as perspectivas são otimistas. Projetos para expandir o complexo estão em discussão, incluindo a construção de um anfiteatro para eventos culturais e a ampliação da área de estacionamento. A prefeitura de Encantado trabalha em parcerias com o setor privado para atrair investimentos, enquanto a comunidade local se organiza para promover o destino em feiras de turismo. A expectativa é que o Cristo Protetor consolide a cidade como um dos principais destinos religiosos do sul do Brasil.
A relação dos moradores com o monumento também evolui. Para muitos, o Cristo Protetor é um lembrete diário de que, mesmo em tempos difíceis, a união pode transformar sonhos em realidade. A estátua, com seus braços abertos, parece abraçar não apenas Encantado, mas todos que chegam em busca de paz, renovação ou simplesmente uma boa história para contar.
Um símbolo que transcende a fé
O Cristo Protetor não é apenas um marco religioso. Ele reflete a capacidade de uma pequena cidade de se reinventar em meio às adversidades. Enquanto o turismo cresce, Encantado se prepara para um futuro onde o monumento será o coração de sua identidade. A estátua, que levou anos para ser concluída, já faz parte da rotina dos moradores, que a veem como um sinal de proteção e um convite para olhar adiante.
Visitantes que sobem o Morro da Lagoa encontram mais do que uma estrutura de concreto. Encontram histórias de superação, de famílias que perderam tudo nas enchentes, mas que ajudaram a construir algo maior. O Cristo Protetor, com seus 43,5 metros, é a prova de que a fé, quando aliada ao trabalho coletivo, pode mover montanhas — ou, no caso de Encantado, erguê-las.
