O fim de semana de 5 e 6 de abril marcou a passagem da primeira frente fria significativa do outono no Brasil, trazendo uma queda expressiva nas temperaturas em diversas regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Considerado o sistema mais intenso da estação até o momento, ele foi responsável por mínimas recordes em pelo menos cinco capitais, além de chuvas fortes, ventos intensos e ressaca no litoral. Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, São Paulo e Belo Horizonte registraram as menores temperaturas do ano, com valores entre 12°C e 17°C, segundo dados apurados após o evento. A massa de ar polar que acompanhou a frente fria alterou o clima de forma abrupta, surpreendendo moradores acostumados ao calor do início de abril.
A queda térmica foi sentida especialmente no Sul, onde o declínio variou entre 3°C e 5°C em relação aos dias anteriores. Em Porto Alegre, a mínima chegou a 13°C no sábado, enquanto Curitiba alcançou 12°C, a marca mais baixa de 2025 até então. Florianópolis registrou 16°C, com ventos frios intensificando a sensação de inverno antecipado. No Sudeste, São Paulo teve uma mínima de 15°C no domingo, e Belo Horizonte viu os termômetros caírem a 17°C, números que contrastaram com o calor típico da semana anterior. A frente fria, impulsionada por uma área de baixa pressão, também trouxe chuvas intensas e ventos de até 90 km/h, afetando a rotina em várias cidades.
Embora o frio tenha sido o destaque no Sul e em partes do Sudeste, o fim de semana também foi marcado por temporais no litoral de São Paulo e no Rio de Janeiro. Volumes de chuva acima de 200 milímetros foram registrados no litoral norte paulista, enquanto o Rio enfrentou acumulados de até 350 milímetros em algumas áreas. Esses eventos, aliados ao alerta vermelho emitido pelo Inmet, evidenciaram a força do sistema climático que cruzou o país, deixando um rastro de mudanças que ainda ecoam no início desta semana.
O frio que surpreendeu o Sul
A região Sul foi a mais impactada pela queda de temperatura no fim de semana passado. Em Porto Alegre, os 13°C registrados no sábado, dia 5, representaram a menor marca do ano, acompanhada por céu nublado e ventos moderados que ampliaram a sensação de frio. Moradores relataram um contraste significativo com os dias anteriores, quando as máximas superavam os 25°C. A capital gaúcha, conhecida por seus invernos rigorosos, viu o outono ganhar força com a chegada precoce do ar polar, que atravessou o estado vindo da Argentina.
Curitiba, por sua vez, alcançou os 12°C na manhã de sábado, a temperatura mais baixa de 2025 até agora. A cidade, situada a mais de 900 metros de altitude, é naturalmente propensa a mínimas reduzidas, mas o declínio de 5°C em relação à sexta-feira pegou muitos desprevenidos. O céu encoberto e a umidade elevada deixaram a sensação térmica ainda mais baixa, próxima de 10°C em alguns momentos. Florianópolis, com 16°C, também sentiu o impacto, embora de forma menos intensa. A proximidade com o mar suavizou o frio, mas os ventos constantes mantiveram o clima fresco ao longo do dia.
A massa de ar polar responsável por essas condições avançou rapidamente pelo Sul entre sexta e sábado, trazendo uma mudança drástica no padrão climático. Além das mínimas recordes, o fim de semana foi marcado por chuvas leves em algumas áreas e rajadas de vento que chegaram a 60 km/h em pontos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A combinação de frio e instabilidade atmosférica transformou o sábado e o domingo em dias típicos de inverno, algo incomum para o início de abril.
Temporais e frio no Sudeste
No Sudeste, o fim de semana trouxe um cenário duplo: enquanto o interior enfrentou o frio, o litoral foi castigado por chuvas intensas. Em São Paulo, a capital registrou 15°C na manhã de domingo, dia 6, a menor temperatura do ano até o momento. A queda, que variou entre 3°C e 5°C em relação aos dias anteriores, veio após uma semana de calor com máximas acima de 28°C. A umidade elevada e os ventos fortes, que atingiram picos de 70 km/h, intensificaram a sensação de frio na cidade, especialmente nas áreas mais altas.
O litoral norte paulista, por outro lado, enfrentou um dilúvio. Entre quinta-feira e domingo, cidades como Ubatuba e Caraguatatuba acumularam mais de 200 milímetros de chuva, um volume expressivo que causou alagamentos e transtornos. A continuidade das precipitações, associada à frente fria, saturou o solo e elevou o risco de deslizamentos em encostas. Em São Sebastião, os ventos fortes derrubaram árvores, e a ressaca no mar, com ondas de até 3 metros, afetou a orla, danificando estruturas costeiras.
Belo Horizonte também sentiu os efeitos do sistema climático, com uma mínima de 17°C no domingo. Embora menos intensa que nas capitais do Sul, a queda térmica foi notável para os padrões mineiros de abril, geralmente mais quentes. A capital mineira teve um fim de semana de céu parcialmente nublado, com chuvas esparsas que não chegaram a comprometer a rotina, mas reforçaram a percepção de um outono mais rigoroso. O declínio de até 4°C em relação à sexta-feira evidenciou o alcance da massa de ar frio no interior do Sudeste.
Chuvas históricas no Rio de Janeiro
Enquanto o frio dominava o Sul e partes do Sudeste, o Rio de Janeiro enfrentou o lado mais úmido da frente fria. Entre sexta-feira, dia 4, e domingo, dia 6, algumas áreas do estado acumularam até 350 milímetros de chuva, superando a média histórica de abril em poucos dias. A região serrana, incluindo Petrópolis, e a Costa Verde foram as mais afetadas, com temporais que causaram alagamentos e deixaram as autoridades em alerta. O Inmet havia emitido um aviso vermelho de “grande perigo” para o centro-norte fluminense, previsão que se confirmou com os volumes excepcionais.
Na capital carioca, os ventos de até 90 km/h agravaram a situação, derrubando árvores e interrompendo o fornecimento de energia em diversos bairros. A ressaca no litoral, com ondas de 3 metros, trouxe transtornos às praias da zona sul, como Copacabana e Ipanema, onde o mar avançou sobre calçadas. Apesar das chuvas intensas, as temperaturas na cidade não caíram tanto quanto em outras capitais, mantendo-se acima de 20°C, mas a umidade elevada e o tempo fechado marcaram o fim de semana.
O sul do Espírito Santo também foi atingido pelas chuvas, com acumulados significativos até sábado. Cidades como Cachoeiro de Itapemirim registraram ventos fortes e precipitações que elevaram os níveis dos rios, exigindo monitoramento constante. A frente fria perdeu força ao avançar para o norte, mas deixou um rastro de instabilidade que contrastou com o frio seco observado em outras regiões.
Efeitos no Centro-Oeste
Mato Grosso do Sul foi a principal área do Centro-Oeste afetada pela frente fria no fim de semana passado. Campo Grande registrou uma mínima de 18°C no sábado, uma queda de até 5°C em relação aos dias anteriores, acompanhada por chuvas moderadas. O declínio térmico trouxe alívio ao calor típico da região, mas o excesso de umidade preocupou produtores rurais, que temiam perdas em lavouras já saturadas pela chuva das últimas semanas.
A massa de ar polar chegou ao estado com menos intensidade que no Sul, mas ainda assim alterou o clima de forma perceptível. Em cidades do interior, como Dourados, os ventos moderados e o céu nublado mantiveram as temperaturas amenas ao longo do sábado e domingo. A previsão de declínio entre 3°C e 5°C se confirmou, com o sistema climático começando a perder força ao se deslocar para o norte, deixando o restante do Centro-Oeste com variações menos expressivas.
A agricultura no estado sentiu os efeitos mistos do fenômeno. Enquanto o frio beneficiou pastagens e reduziu o estresse hídrico em algumas áreas, o excesso de chuva em regiões já encharcadas trouxe riscos de erosão e perdas em plantações de soja e milho. O fim de semana em Mato Grosso do Sul foi marcado por uma transição climática que refletiu a amplitude da frente fria em todo o país.
Fenômenos que marcaram o fim de semana
A frente fria trouxe uma combinação rara de fenômenos para o início de abril. Os ventos fortes, que alcançaram 90 km/h entre Santa Catarina e o Rio de Janeiro, foram resultado de um “corredor de vento” formado pela interação entre uma área de alta pressão e a baixa pressão que se deslocou para o oceano. As rajadas, mais intensas na sexta-feira e no sábado, causaram quedas de árvores e danos em redes elétricas, especialmente em áreas urbanas como São Paulo e Rio de Janeiro.
A ressaca no litoral foi outro destaque. Ondas de até 3 metros atingiram o litoral paulista e carioca entre sexta e domingo, com registros de erosão em praias e avanço do mar em áreas costeiras. A Marinha havia alertado para o risco, que se confirmou com impactos em cidades como Santos e Niterói. A agitação marítima, impulsionada pelos ventos intensos, afetou a pesca e o turismo, com muitas atividades suspensas ao longo do fim de semana.
Aqui estão os principais eventos observados:
- Frio recorde: Mínimas de 12°C a 17°C em cinco capitais no sábado e domingo.
- Chuvas intensas: Até 350 mm no Rio de Janeiro e 200 mm no litoral norte de São Paulo.
- Ventos fortes: Rajadas de até 90 km/h no Sul e Sudeste.
- Ressaca: Ondas de 3 metros no litoral entre sexta e domingo.
Esses fenômenos transformaram o fim de semana em um marco climático, com efeitos que variaram de acordo com cada região.
Impactos na rotina e na natureza
O frio inesperado no Sul alterou a rotina de cidades como Porto Alegre e Curitiba. O sábado e o domingo viram um aumento na procura por aquecedores e roupas de inverno, com moradores se adaptando rapidamente às mínimas de 12°C a 13°C. Nas áreas rurais, o declínio térmico preocupou agricultores, especialmente os que cultivam hortaliças sensíveis ao frio, como alface e tomate, que podem ter sofrido com a mudança brusca.
No Sudeste, os temporais no litoral norte de São Paulo interromperam o turismo e o tráfego. Rodovias como a Rio-Santos enfrentaram bloqueios parciais devido a alagamentos, enquanto na capital paulista os ventos fortes causaram quedas de energia em bairros periféricos. No Rio de Janeiro, os 350 milímetros de chuva afetaram comunidades vulneráveis, com registros de pequenos deslizamentos em áreas de encosta. A ressaca nas praias cariocas afastou banhistas e danificou calçadas, exigindo reparos imediatos.
A natureza também respondeu ao clima extremo. O mar agitado trouxe detritos às praias do Sudeste, enquanto rios como o Tietê, em São Paulo, e o Itajaí, em Santa Catarina, subiram de nível com as chuvas. No Centro-Oeste, o excesso de umidade em Mato Grosso do Sul beneficiou pastagens, mas o solo encharcado complicou a colheita em algumas áreas. A frente fria deixou marcas visíveis tanto no ambiente urbano quanto no natural, evidenciando sua força.
O que aconteceu após o fim de semana
Passado o pico da frente fria no domingo, dia 6, as temperaturas começaram a se estabilizar em algumas regiões. No Sul, Porto Alegre e Curitiba registraram uma leve alta nas mínimas nesta segunda-feira, dia 7, com valores entre 14°C e 16°C, mas o céu nublado e os ventos persistentes mantiveram o clima fresco. Florianópolis seguiu o mesmo padrão, com o ar polar perdendo força gradualmente ao longo do dia.
No Sudeste, São Paulo amanheceu com 16°C nesta segunda-feira, uma leve melhora em relação aos 15°C do domingo, mas ainda abaixo da média para abril. O litoral norte paulista viu as chuvas diminuírem, embora o solo saturado continue a exigir atenção das autoridades. No Rio de Janeiro, os temporais cessaram, e o sol voltou a aparecer, com temperaturas subindo para cerca de 24°C. O Espírito Santo também teve alívio nas precipitações, mas os ventos moderados seguiram influenciando o clima.
Mato Grosso do Sul começou a semana com temperaturas em torno de 20°C em Campo Grande, indicando o enfraquecimento da frente fria no Centro-Oeste. O sistema climático, que perdeu intensidade ao se deslocar para o norte, deixou o Brasil com um clima mais ameno nesta segunda-feira, mas os efeitos do fim de semana ainda são sentidos, especialmente em áreas que enfrentaram chuvas e ventos fortes.

O fim de semana de 5 e 6 de abril marcou a passagem da primeira frente fria significativa do outono no Brasil, trazendo uma queda expressiva nas temperaturas em diversas regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Considerado o sistema mais intenso da estação até o momento, ele foi responsável por mínimas recordes em pelo menos cinco capitais, além de chuvas fortes, ventos intensos e ressaca no litoral. Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, São Paulo e Belo Horizonte registraram as menores temperaturas do ano, com valores entre 12°C e 17°C, segundo dados apurados após o evento. A massa de ar polar que acompanhou a frente fria alterou o clima de forma abrupta, surpreendendo moradores acostumados ao calor do início de abril.
A queda térmica foi sentida especialmente no Sul, onde o declínio variou entre 3°C e 5°C em relação aos dias anteriores. Em Porto Alegre, a mínima chegou a 13°C no sábado, enquanto Curitiba alcançou 12°C, a marca mais baixa de 2025 até então. Florianópolis registrou 16°C, com ventos frios intensificando a sensação de inverno antecipado. No Sudeste, São Paulo teve uma mínima de 15°C no domingo, e Belo Horizonte viu os termômetros caírem a 17°C, números que contrastaram com o calor típico da semana anterior. A frente fria, impulsionada por uma área de baixa pressão, também trouxe chuvas intensas e ventos de até 90 km/h, afetando a rotina em várias cidades.
Embora o frio tenha sido o destaque no Sul e em partes do Sudeste, o fim de semana também foi marcado por temporais no litoral de São Paulo e no Rio de Janeiro. Volumes de chuva acima de 200 milímetros foram registrados no litoral norte paulista, enquanto o Rio enfrentou acumulados de até 350 milímetros em algumas áreas. Esses eventos, aliados ao alerta vermelho emitido pelo Inmet, evidenciaram a força do sistema climático que cruzou o país, deixando um rastro de mudanças que ainda ecoam no início desta semana.
O frio que surpreendeu o Sul
A região Sul foi a mais impactada pela queda de temperatura no fim de semana passado. Em Porto Alegre, os 13°C registrados no sábado, dia 5, representaram a menor marca do ano, acompanhada por céu nublado e ventos moderados que ampliaram a sensação de frio. Moradores relataram um contraste significativo com os dias anteriores, quando as máximas superavam os 25°C. A capital gaúcha, conhecida por seus invernos rigorosos, viu o outono ganhar força com a chegada precoce do ar polar, que atravessou o estado vindo da Argentina.
Curitiba, por sua vez, alcançou os 12°C na manhã de sábado, a temperatura mais baixa de 2025 até agora. A cidade, situada a mais de 900 metros de altitude, é naturalmente propensa a mínimas reduzidas, mas o declínio de 5°C em relação à sexta-feira pegou muitos desprevenidos. O céu encoberto e a umidade elevada deixaram a sensação térmica ainda mais baixa, próxima de 10°C em alguns momentos. Florianópolis, com 16°C, também sentiu o impacto, embora de forma menos intensa. A proximidade com o mar suavizou o frio, mas os ventos constantes mantiveram o clima fresco ao longo do dia.
A massa de ar polar responsável por essas condições avançou rapidamente pelo Sul entre sexta e sábado, trazendo uma mudança drástica no padrão climático. Além das mínimas recordes, o fim de semana foi marcado por chuvas leves em algumas áreas e rajadas de vento que chegaram a 60 km/h em pontos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A combinação de frio e instabilidade atmosférica transformou o sábado e o domingo em dias típicos de inverno, algo incomum para o início de abril.
Temporais e frio no Sudeste
No Sudeste, o fim de semana trouxe um cenário duplo: enquanto o interior enfrentou o frio, o litoral foi castigado por chuvas intensas. Em São Paulo, a capital registrou 15°C na manhã de domingo, dia 6, a menor temperatura do ano até o momento. A queda, que variou entre 3°C e 5°C em relação aos dias anteriores, veio após uma semana de calor com máximas acima de 28°C. A umidade elevada e os ventos fortes, que atingiram picos de 70 km/h, intensificaram a sensação de frio na cidade, especialmente nas áreas mais altas.
O litoral norte paulista, por outro lado, enfrentou um dilúvio. Entre quinta-feira e domingo, cidades como Ubatuba e Caraguatatuba acumularam mais de 200 milímetros de chuva, um volume expressivo que causou alagamentos e transtornos. A continuidade das precipitações, associada à frente fria, saturou o solo e elevou o risco de deslizamentos em encostas. Em São Sebastião, os ventos fortes derrubaram árvores, e a ressaca no mar, com ondas de até 3 metros, afetou a orla, danificando estruturas costeiras.
Belo Horizonte também sentiu os efeitos do sistema climático, com uma mínima de 17°C no domingo. Embora menos intensa que nas capitais do Sul, a queda térmica foi notável para os padrões mineiros de abril, geralmente mais quentes. A capital mineira teve um fim de semana de céu parcialmente nublado, com chuvas esparsas que não chegaram a comprometer a rotina, mas reforçaram a percepção de um outono mais rigoroso. O declínio de até 4°C em relação à sexta-feira evidenciou o alcance da massa de ar frio no interior do Sudeste.
Chuvas históricas no Rio de Janeiro
Enquanto o frio dominava o Sul e partes do Sudeste, o Rio de Janeiro enfrentou o lado mais úmido da frente fria. Entre sexta-feira, dia 4, e domingo, dia 6, algumas áreas do estado acumularam até 350 milímetros de chuva, superando a média histórica de abril em poucos dias. A região serrana, incluindo Petrópolis, e a Costa Verde foram as mais afetadas, com temporais que causaram alagamentos e deixaram as autoridades em alerta. O Inmet havia emitido um aviso vermelho de “grande perigo” para o centro-norte fluminense, previsão que se confirmou com os volumes excepcionais.
Na capital carioca, os ventos de até 90 km/h agravaram a situação, derrubando árvores e interrompendo o fornecimento de energia em diversos bairros. A ressaca no litoral, com ondas de 3 metros, trouxe transtornos às praias da zona sul, como Copacabana e Ipanema, onde o mar avançou sobre calçadas. Apesar das chuvas intensas, as temperaturas na cidade não caíram tanto quanto em outras capitais, mantendo-se acima de 20°C, mas a umidade elevada e o tempo fechado marcaram o fim de semana.
O sul do Espírito Santo também foi atingido pelas chuvas, com acumulados significativos até sábado. Cidades como Cachoeiro de Itapemirim registraram ventos fortes e precipitações que elevaram os níveis dos rios, exigindo monitoramento constante. A frente fria perdeu força ao avançar para o norte, mas deixou um rastro de instabilidade que contrastou com o frio seco observado em outras regiões.
Efeitos no Centro-Oeste
Mato Grosso do Sul foi a principal área do Centro-Oeste afetada pela frente fria no fim de semana passado. Campo Grande registrou uma mínima de 18°C no sábado, uma queda de até 5°C em relação aos dias anteriores, acompanhada por chuvas moderadas. O declínio térmico trouxe alívio ao calor típico da região, mas o excesso de umidade preocupou produtores rurais, que temiam perdas em lavouras já saturadas pela chuva das últimas semanas.
A massa de ar polar chegou ao estado com menos intensidade que no Sul, mas ainda assim alterou o clima de forma perceptível. Em cidades do interior, como Dourados, os ventos moderados e o céu nublado mantiveram as temperaturas amenas ao longo do sábado e domingo. A previsão de declínio entre 3°C e 5°C se confirmou, com o sistema climático começando a perder força ao se deslocar para o norte, deixando o restante do Centro-Oeste com variações menos expressivas.
A agricultura no estado sentiu os efeitos mistos do fenômeno. Enquanto o frio beneficiou pastagens e reduziu o estresse hídrico em algumas áreas, o excesso de chuva em regiões já encharcadas trouxe riscos de erosão e perdas em plantações de soja e milho. O fim de semana em Mato Grosso do Sul foi marcado por uma transição climática que refletiu a amplitude da frente fria em todo o país.
Fenômenos que marcaram o fim de semana
A frente fria trouxe uma combinação rara de fenômenos para o início de abril. Os ventos fortes, que alcançaram 90 km/h entre Santa Catarina e o Rio de Janeiro, foram resultado de um “corredor de vento” formado pela interação entre uma área de alta pressão e a baixa pressão que se deslocou para o oceano. As rajadas, mais intensas na sexta-feira e no sábado, causaram quedas de árvores e danos em redes elétricas, especialmente em áreas urbanas como São Paulo e Rio de Janeiro.
A ressaca no litoral foi outro destaque. Ondas de até 3 metros atingiram o litoral paulista e carioca entre sexta e domingo, com registros de erosão em praias e avanço do mar em áreas costeiras. A Marinha havia alertado para o risco, que se confirmou com impactos em cidades como Santos e Niterói. A agitação marítima, impulsionada pelos ventos intensos, afetou a pesca e o turismo, com muitas atividades suspensas ao longo do fim de semana.
Aqui estão os principais eventos observados:
- Frio recorde: Mínimas de 12°C a 17°C em cinco capitais no sábado e domingo.
- Chuvas intensas: Até 350 mm no Rio de Janeiro e 200 mm no litoral norte de São Paulo.
- Ventos fortes: Rajadas de até 90 km/h no Sul e Sudeste.
- Ressaca: Ondas de 3 metros no litoral entre sexta e domingo.
Esses fenômenos transformaram o fim de semana em um marco climático, com efeitos que variaram de acordo com cada região.
Impactos na rotina e na natureza
O frio inesperado no Sul alterou a rotina de cidades como Porto Alegre e Curitiba. O sábado e o domingo viram um aumento na procura por aquecedores e roupas de inverno, com moradores se adaptando rapidamente às mínimas de 12°C a 13°C. Nas áreas rurais, o declínio térmico preocupou agricultores, especialmente os que cultivam hortaliças sensíveis ao frio, como alface e tomate, que podem ter sofrido com a mudança brusca.
No Sudeste, os temporais no litoral norte de São Paulo interromperam o turismo e o tráfego. Rodovias como a Rio-Santos enfrentaram bloqueios parciais devido a alagamentos, enquanto na capital paulista os ventos fortes causaram quedas de energia em bairros periféricos. No Rio de Janeiro, os 350 milímetros de chuva afetaram comunidades vulneráveis, com registros de pequenos deslizamentos em áreas de encosta. A ressaca nas praias cariocas afastou banhistas e danificou calçadas, exigindo reparos imediatos.
A natureza também respondeu ao clima extremo. O mar agitado trouxe detritos às praias do Sudeste, enquanto rios como o Tietê, em São Paulo, e o Itajaí, em Santa Catarina, subiram de nível com as chuvas. No Centro-Oeste, o excesso de umidade em Mato Grosso do Sul beneficiou pastagens, mas o solo encharcado complicou a colheita em algumas áreas. A frente fria deixou marcas visíveis tanto no ambiente urbano quanto no natural, evidenciando sua força.
O que aconteceu após o fim de semana
Passado o pico da frente fria no domingo, dia 6, as temperaturas começaram a se estabilizar em algumas regiões. No Sul, Porto Alegre e Curitiba registraram uma leve alta nas mínimas nesta segunda-feira, dia 7, com valores entre 14°C e 16°C, mas o céu nublado e os ventos persistentes mantiveram o clima fresco. Florianópolis seguiu o mesmo padrão, com o ar polar perdendo força gradualmente ao longo do dia.
No Sudeste, São Paulo amanheceu com 16°C nesta segunda-feira, uma leve melhora em relação aos 15°C do domingo, mas ainda abaixo da média para abril. O litoral norte paulista viu as chuvas diminuírem, embora o solo saturado continue a exigir atenção das autoridades. No Rio de Janeiro, os temporais cessaram, e o sol voltou a aparecer, com temperaturas subindo para cerca de 24°C. O Espírito Santo também teve alívio nas precipitações, mas os ventos moderados seguiram influenciando o clima.
Mato Grosso do Sul começou a semana com temperaturas em torno de 20°C em Campo Grande, indicando o enfraquecimento da frente fria no Centro-Oeste. O sistema climático, que perdeu intensidade ao se deslocar para o norte, deixou o Brasil com um clima mais ameno nesta segunda-feira, mas os efeitos do fim de semana ainda são sentidos, especialmente em áreas que enfrentaram chuvas e ventos fortes.
