Campanha do “Abril Verde” conscientiza sobre segurança no trabalho, que inclui doenças ocupacionais Conheça o ‘Abril Verde’, campanha criada para prevenir acidentes e doenças no trabalho
“Abril Verde” é uma campanha dedicada à conscientização sobre segurança no trabalho, com foco na prevenção de doenças ocupacionais e acidentes laborais. No setor da saúde, profissionais estão constantemente expostos a riscos ergonômicos que podem desencadear uma série de complicações. Para entender melhor essas questões e como preveni-las, o Eu Atleta conversou com especialistas da área. Confira nesta matéria.
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+ Como evitar dor nas costas e dicas de postura em home office
+ Uso excessivo do celular e posição podem causar dores na coluna?
De acordo com o ortopedista Luis Marcelo Malta, chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital Universitário Antônio Pedro, existem dois grandes grupos de doenças ocupacionais relacionadas à atividade laboral: Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).
– As manifestações mais frequentes dessas condições incluem tendinites e tenossinovites, que afetam os tendões e suas bainhas, além de mialgias, que são dores musculares crônicas decorrentes da sobrecarga contínua. Essas doenças são comuns em membros superiores e na coluna vertebral, especialmente nas regiões cervical e lombar – explica.
Dor na coluna por home office
Istock Getty Images
O fisioterapeuta Wiron Correia Lima, membro da Sociedade Brasileira de Fisioterapia, acrescenta que outras condições também estão associadas ao ambiente de trabalho, como:
Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), abrangendo tendinites, síndrome do túnel do carpo e epicondilite lateral (cotovelo de tenista);
Lombalgias e cervicalgias, causadas por posturas inadequadas e longos períodos sentado;
Síndrome do impacto do ombro, decorrente de movimentos repetitivos acima do nível dos ombros;
Hérnia de disco, resultado da sobrecarga na coluna vertebral.
Principais dores
Identificar os sintomas precocemente é essencial para evitar a progressão dessas doenças. A fisioterapeuta Maria Dias Torres Kenedi destaca que os principais sinais incluem dor, desconforto após um período prolongado de atividade, sensação de dormência ou formigamento, principalmente nas mãos e punhos, e fadiga excessiva.
– As dores na coluna cervical ou lombar podem vir associadas a formigamento nos braços ou pernas, o que indica comprometimento nervoso – alerta Maria Kenedi.
De acordo com a fisioterapeuta, cada ocupação tem um tipo de risco diferenciado. Atletas profissionais tem algumas articulações de maior risco como o quadril, punho e cotovelo para os tenistas, por exemplo, enquanto jogadores de futebol podem ser ter mais lesões nos joelhos.
– Na população em geral, as dores lombares, chamadas de lombalgia cervical (cervicalgia), e a síndrome do túnel do carpo no punho, são as mais frequentes devido à postura sentada mantida por tempo prolongado e ao uso de computadores e smartphones. Atualmente, tenho observado, na prática, a crescente queixa de dores nos polegares na população mais jovem devido, provavelmente, ao uso excessivo do celular – destaca ela.
Má postura ao usar celular pode afetar alinhamento e estrutura da coluna e até comprimir estruturas nervosas
Istock Getty Images
As dores musculoesqueléticas se tornam preocupantes quando não melhoram espontaneamente ou persistem após seis semanas de tratamento.
– Se houver sintomas como febre, inchaço no local afetado ou perda de peso inexplicada, a investigação médica é essencial para descartar outras condições. No caso das doenças ortopédicas, a osteoartrite (popularmente conhecida como artrose) pode estar associada à histórico familiar e ser eventualmente agravada pela ocupação – afirma Luis Marcelo Malta.
Tratamento das lesões ocupacionais
Apesar de ficar atento a possíveis preocupações, as lesões raramente são de tratamento cirúrgico. Geralmente, o tratamento medicamentoso associado ao fisioterápico consegue retirar o paciente da crise álgica.
– O trabalhador deve procurar atendimento médico quando a dor é progressiva, ou não melhora com repouso e analgésicos simples. Além disso, sintomas como formigamento, perda de força e inchaço merecem uma avaliação médica mais criteriosa – indica o ortopedista Rodrigo Castelo Branco.
+ Aprenda 7 exercícios de mobilidade para a coluna e contra a dor nas costas
+ Dor nas costas: veja as 5 causas mais comuns
O ortopedista Malta reforça ainda que, na maioria dos casos, o tratamento envolve o repouso, o uso de medicação analgésica ou anti-inflamatória e a imobilização temporária da articulação envolvida.
– Casos persistentes e selecionados podem ter indicação de tratamento cirúrgico, mas não são a regra. A ergonomia correta no ambiente de trabalho é fator fundamental para a prevenção de doenças ocupacionais – completa.
O papel da ergonomia na prevenção
A ergonomia pode ser uma ferramenta proveitosa, uma vez que ela se traduz em uma melhora da postura e o alinhamento corporal, reduzindo a sobrecarga em determinadas áreas do corpo, assim como a redução do esforço repetido no membro afetado. Para Maria Torres, as empresas devem adaptar o ambiente de trabalho às necessidades do trabalhador e não o contrário.
– Existem equipamentos ergonômicos, como cadeiras ajustáveis, mouses e teclados adaptados, que ajudam a manter uma postura adequada e reduzir a tensão sobre as articulações – acrescenta.
Alongamento de pescoço
Istock Getty Images
Wiron Lima ressalta que o ajuste correto da altura da tela do computador, pausas ativas e alternância de tarefas são medidas eficazes para reduzir o impacto no sistema musculoesquelético. Estudos, como o publicado ano passado no Sage Journals, mostram um aumento nos casos de dores musculoesqueléticas devido ao home office mal estruturado.
– Fatores como cadeiras inadequadas e falta de pausas contribuem para esse problema. A adoção de práticas que visam minimizar o impacto do home office na saúde reduz significativamente a incidência de LER/DORT e melhora o bem-estar dos trabalhadores – destaca.
Medidas eficazes incluem:
Ajuste correto de cadeiras, mesas e monitores para manter uma postura neutra;
Pausas ativas e alternância de tarefas para evitar fadiga muscular;
Uso de equipamentos ergonômicos, como teclados e suportes para os pés.
Atividade física também é aliada
A atividade física desempenha um papel crucial na prevenção dessas doenças. Manter-se ativo e praticar exercícios regularmente ajuda a prevenir a maioria das lesões por esforço repetitivo.
– Qualquer tipo de exercício físico é benéfico na prevenção de doenças ocupacionais de modo geral. Entretanto, atividades de fortalecimento muscular, como a musculação, ajudam a manter o corpo forte de maneira geral, aumentando sua tolerância ao esforço. Além disso, como orientação geral, movimentar as articulações de hora em hora já ajuda bastante a minimizar as queixas – lista Wiron Lima.
+ Como evitar que o home office atrapalhe os treinos
Entretanto, Maria Torres reforça que o ideal é contar com a orientação de um profissional capacitado como um fisioterapeuta ou um terapeuta ocupacional que podem ajudar a selecionar os exercícios específicos para cada caso e orientar a melhor adequação do ambiente de trabalho. Lima complementa:
– Alongamentos e exercícios específicos podem evitar sobrecargas musculares. Exercícios de mobilidade para pescoço e ombros, fortalecimento do core (abdômen e lombar) e pausas ativas a cada hora são fundamentais.
Exercícios home office
Istock Getty Images
Outros exercícios indicados como prevenção incluem:
Hidroterapia;
Pilates;
Yoga;
Caminhadas;
Natação.
Lesões silenciadas
O esforço físico exigido pela carga horária de trabalho, ainda mais nos dias de hoje, com o trabalho “home office”, pode, de forma silenciada, comprometer de muitas maneiras as várias estruturas musculoesqueléticas dos membros superiores.
– É um esforço leve, por isso, capaz de ser repetido em alta velocidade pelas mãos e dedos, ao mesmo tempo que cobra uma postura e sobrecarga estáticas dos segmentos restantes. Em uma jornada de trabalho, o gasto calórico é mínimo, apesar do uso excessivo de músculos e tendões atuar como micro-traumas cumulativos, ao longo do tempo, justificando as expressões ocupacionais que levam ao trauma e estas alterações osteomusculares – explica o fisioterapeuta Mauro Melo.
No início pode aparentar ser apenas um incômodo, e aos poucos os sinais e sintomas vão aumentando. Ou seja, é possível afirmar que o home office intensificou o sedentarismo e agravou problemas posturais.
– Com a eliminação das caminhadas até o trabalho e a maior exposição a telas, houve um aumento significativo nas queixas de dores musculoesqueléticas. A falta de socialização também contribuiu para o aumento do estresse, que indiretamente piora as queixas de dor – destaca Maria Torres.
Medidas preventivas
Para minimizar esses impactos, é essencial ajustar o espaço de trabalho e inserir pausas ativas.
– A tela do computador deve estar na altura dos olhos, os pés apoiados no chão e a cadeira deve oferecer suporte adequado à coluna – orienta Lima.
Marcelo Araf, ortopedista e coordenador da Comissão de Ensino e Treinamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SP, destaca a importância de medidas preventivas nas empresas.
– Mais importante do que o tratamento em si são as medidas preventivas dessas doenças de origem ocupacional, como postura adequada, alongamento, e movimentos corporais com a intenção de interromper uma posição por muito tempo – fala.
Para Araf, é muito importante que as empresas invistam em medidas que possam evitar esse tipo de problema, como ergonomia e programas como pausa entre as atividades funcionais e realização de alongamentos e exercícios no próprio ambiente de trabalho, com orientação de profissionais habilitados.
– Oferecer condições adequadas para a execução das atividades minimiza o impacto dessas doenças e melhora a qualidade de vida dos trabalhadores – concorda Luis Marcelo Malta.
Fontes:
Mauro Melo é fisioterapeuta do Instituto Nutrindo Ideais, doutor em ciências da saúde e especialista em terapias pró-oxidativas e fisiologia humana.
Rodrigo Castelo Branco é especialista em ortopedia e traumatologia do esporte, do Instituto Nutrindo Ideais.
Marcelo Araf é ortopedista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional São Paulo.
Wiron Correia Lima é coordenador científico da Sociedade Brasileira de Fisioterapia. Especialista em Fisioterapia Clínica e Tecnologia e abordagens em Clínica de Dor.
Maria Dias Torres Kenedi é fisioterapeuta do HUCFF-UFRJ/Ebserh, mestre e doutora em Ciências pelo Departamento de Clínica Médica da UFRJ e especialista em reabilitação da mão e do membro superior e especialista em dor.
Luis Marcelo Malta é chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense/Ebserh.
Campanha do “Abril Verde” conscientiza sobre segurança no trabalho, que inclui doenças ocupacionais Conheça o ‘Abril Verde’, campanha criada para prevenir acidentes e doenças no trabalho
“Abril Verde” é uma campanha dedicada à conscientização sobre segurança no trabalho, com foco na prevenção de doenças ocupacionais e acidentes laborais. No setor da saúde, profissionais estão constantemente expostos a riscos ergonômicos que podem desencadear uma série de complicações. Para entender melhor essas questões e como preveni-las, o Eu Atleta conversou com especialistas da área. Confira nesta matéria.
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+ Como evitar dor nas costas e dicas de postura em home office
+ Uso excessivo do celular e posição podem causar dores na coluna?
De acordo com o ortopedista Luis Marcelo Malta, chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital Universitário Antônio Pedro, existem dois grandes grupos de doenças ocupacionais relacionadas à atividade laboral: Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).
– As manifestações mais frequentes dessas condições incluem tendinites e tenossinovites, que afetam os tendões e suas bainhas, além de mialgias, que são dores musculares crônicas decorrentes da sobrecarga contínua. Essas doenças são comuns em membros superiores e na coluna vertebral, especialmente nas regiões cervical e lombar – explica.
Dor na coluna por home office
Istock Getty Images
O fisioterapeuta Wiron Correia Lima, membro da Sociedade Brasileira de Fisioterapia, acrescenta que outras condições também estão associadas ao ambiente de trabalho, como:
Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), abrangendo tendinites, síndrome do túnel do carpo e epicondilite lateral (cotovelo de tenista);
Lombalgias e cervicalgias, causadas por posturas inadequadas e longos períodos sentado;
Síndrome do impacto do ombro, decorrente de movimentos repetitivos acima do nível dos ombros;
Hérnia de disco, resultado da sobrecarga na coluna vertebral.
Principais dores
Identificar os sintomas precocemente é essencial para evitar a progressão dessas doenças. A fisioterapeuta Maria Dias Torres Kenedi destaca que os principais sinais incluem dor, desconforto após um período prolongado de atividade, sensação de dormência ou formigamento, principalmente nas mãos e punhos, e fadiga excessiva.
– As dores na coluna cervical ou lombar podem vir associadas a formigamento nos braços ou pernas, o que indica comprometimento nervoso – alerta Maria Kenedi.
De acordo com a fisioterapeuta, cada ocupação tem um tipo de risco diferenciado. Atletas profissionais tem algumas articulações de maior risco como o quadril, punho e cotovelo para os tenistas, por exemplo, enquanto jogadores de futebol podem ser ter mais lesões nos joelhos.
– Na população em geral, as dores lombares, chamadas de lombalgia cervical (cervicalgia), e a síndrome do túnel do carpo no punho, são as mais frequentes devido à postura sentada mantida por tempo prolongado e ao uso de computadores e smartphones. Atualmente, tenho observado, na prática, a crescente queixa de dores nos polegares na população mais jovem devido, provavelmente, ao uso excessivo do celular – destaca ela.
Má postura ao usar celular pode afetar alinhamento e estrutura da coluna e até comprimir estruturas nervosas
Istock Getty Images
As dores musculoesqueléticas se tornam preocupantes quando não melhoram espontaneamente ou persistem após seis semanas de tratamento.
– Se houver sintomas como febre, inchaço no local afetado ou perda de peso inexplicada, a investigação médica é essencial para descartar outras condições. No caso das doenças ortopédicas, a osteoartrite (popularmente conhecida como artrose) pode estar associada à histórico familiar e ser eventualmente agravada pela ocupação – afirma Luis Marcelo Malta.
Tratamento das lesões ocupacionais
Apesar de ficar atento a possíveis preocupações, as lesões raramente são de tratamento cirúrgico. Geralmente, o tratamento medicamentoso associado ao fisioterápico consegue retirar o paciente da crise álgica.
– O trabalhador deve procurar atendimento médico quando a dor é progressiva, ou não melhora com repouso e analgésicos simples. Além disso, sintomas como formigamento, perda de força e inchaço merecem uma avaliação médica mais criteriosa – indica o ortopedista Rodrigo Castelo Branco.
+ Aprenda 7 exercícios de mobilidade para a coluna e contra a dor nas costas
+ Dor nas costas: veja as 5 causas mais comuns
O ortopedista Malta reforça ainda que, na maioria dos casos, o tratamento envolve o repouso, o uso de medicação analgésica ou anti-inflamatória e a imobilização temporária da articulação envolvida.
– Casos persistentes e selecionados podem ter indicação de tratamento cirúrgico, mas não são a regra. A ergonomia correta no ambiente de trabalho é fator fundamental para a prevenção de doenças ocupacionais – completa.
O papel da ergonomia na prevenção
A ergonomia pode ser uma ferramenta proveitosa, uma vez que ela se traduz em uma melhora da postura e o alinhamento corporal, reduzindo a sobrecarga em determinadas áreas do corpo, assim como a redução do esforço repetido no membro afetado. Para Maria Torres, as empresas devem adaptar o ambiente de trabalho às necessidades do trabalhador e não o contrário.
– Existem equipamentos ergonômicos, como cadeiras ajustáveis, mouses e teclados adaptados, que ajudam a manter uma postura adequada e reduzir a tensão sobre as articulações – acrescenta.
Alongamento de pescoço
Istock Getty Images
Wiron Lima ressalta que o ajuste correto da altura da tela do computador, pausas ativas e alternância de tarefas são medidas eficazes para reduzir o impacto no sistema musculoesquelético. Estudos, como o publicado ano passado no Sage Journals, mostram um aumento nos casos de dores musculoesqueléticas devido ao home office mal estruturado.
– Fatores como cadeiras inadequadas e falta de pausas contribuem para esse problema. A adoção de práticas que visam minimizar o impacto do home office na saúde reduz significativamente a incidência de LER/DORT e melhora o bem-estar dos trabalhadores – destaca.
Medidas eficazes incluem:
Ajuste correto de cadeiras, mesas e monitores para manter uma postura neutra;
Pausas ativas e alternância de tarefas para evitar fadiga muscular;
Uso de equipamentos ergonômicos, como teclados e suportes para os pés.
Atividade física também é aliada
A atividade física desempenha um papel crucial na prevenção dessas doenças. Manter-se ativo e praticar exercícios regularmente ajuda a prevenir a maioria das lesões por esforço repetitivo.
– Qualquer tipo de exercício físico é benéfico na prevenção de doenças ocupacionais de modo geral. Entretanto, atividades de fortalecimento muscular, como a musculação, ajudam a manter o corpo forte de maneira geral, aumentando sua tolerância ao esforço. Além disso, como orientação geral, movimentar as articulações de hora em hora já ajuda bastante a minimizar as queixas – lista Wiron Lima.
+ Como evitar que o home office atrapalhe os treinos
Entretanto, Maria Torres reforça que o ideal é contar com a orientação de um profissional capacitado como um fisioterapeuta ou um terapeuta ocupacional que podem ajudar a selecionar os exercícios específicos para cada caso e orientar a melhor adequação do ambiente de trabalho. Lima complementa:
– Alongamentos e exercícios específicos podem evitar sobrecargas musculares. Exercícios de mobilidade para pescoço e ombros, fortalecimento do core (abdômen e lombar) e pausas ativas a cada hora são fundamentais.
Exercícios home office
Istock Getty Images
Outros exercícios indicados como prevenção incluem:
Hidroterapia;
Pilates;
Yoga;
Caminhadas;
Natação.
Lesões silenciadas
O esforço físico exigido pela carga horária de trabalho, ainda mais nos dias de hoje, com o trabalho “home office”, pode, de forma silenciada, comprometer de muitas maneiras as várias estruturas musculoesqueléticas dos membros superiores.
– É um esforço leve, por isso, capaz de ser repetido em alta velocidade pelas mãos e dedos, ao mesmo tempo que cobra uma postura e sobrecarga estáticas dos segmentos restantes. Em uma jornada de trabalho, o gasto calórico é mínimo, apesar do uso excessivo de músculos e tendões atuar como micro-traumas cumulativos, ao longo do tempo, justificando as expressões ocupacionais que levam ao trauma e estas alterações osteomusculares – explica o fisioterapeuta Mauro Melo.
No início pode aparentar ser apenas um incômodo, e aos poucos os sinais e sintomas vão aumentando. Ou seja, é possível afirmar que o home office intensificou o sedentarismo e agravou problemas posturais.
– Com a eliminação das caminhadas até o trabalho e a maior exposição a telas, houve um aumento significativo nas queixas de dores musculoesqueléticas. A falta de socialização também contribuiu para o aumento do estresse, que indiretamente piora as queixas de dor – destaca Maria Torres.
Medidas preventivas
Para minimizar esses impactos, é essencial ajustar o espaço de trabalho e inserir pausas ativas.
– A tela do computador deve estar na altura dos olhos, os pés apoiados no chão e a cadeira deve oferecer suporte adequado à coluna – orienta Lima.
Marcelo Araf, ortopedista e coordenador da Comissão de Ensino e Treinamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SP, destaca a importância de medidas preventivas nas empresas.
– Mais importante do que o tratamento em si são as medidas preventivas dessas doenças de origem ocupacional, como postura adequada, alongamento, e movimentos corporais com a intenção de interromper uma posição por muito tempo – fala.
Para Araf, é muito importante que as empresas invistam em medidas que possam evitar esse tipo de problema, como ergonomia e programas como pausa entre as atividades funcionais e realização de alongamentos e exercícios no próprio ambiente de trabalho, com orientação de profissionais habilitados.
– Oferecer condições adequadas para a execução das atividades minimiza o impacto dessas doenças e melhora a qualidade de vida dos trabalhadores – concorda Luis Marcelo Malta.
Fontes:
Mauro Melo é fisioterapeuta do Instituto Nutrindo Ideais, doutor em ciências da saúde e especialista em terapias pró-oxidativas e fisiologia humana.
Rodrigo Castelo Branco é especialista em ortopedia e traumatologia do esporte, do Instituto Nutrindo Ideais.
Marcelo Araf é ortopedista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional São Paulo.
Wiron Correia Lima é coordenador científico da Sociedade Brasileira de Fisioterapia. Especialista em Fisioterapia Clínica e Tecnologia e abordagens em Clínica de Dor.
Maria Dias Torres Kenedi é fisioterapeuta do HUCFF-UFRJ/Ebserh, mestre e doutora em Ciências pelo Departamento de Clínica Médica da UFRJ e especialista em reabilitação da mão e do membro superior e especialista em dor.
Luis Marcelo Malta é chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense/Ebserh.