Famílias bilionárias ao redor do mundo continuam a moldar o cenário econômico global, transferindo riquezas colossais de geração em geração. Em 2025, cerca de 990 herdeiros estão entre os 3.028 bilionários listados pela Forbes, representando um terço desse grupo exclusivo. Juntos, eles acumulam uma fortuna impressionante de US$ 5,3 trilhões, equivalente a R$ 30,2 trilhões, valor que reflete não apenas heranças recebidas, mas também a capacidade de muitos desses indivíduos de expandir os impérios deixados por seus antecessores. Dos Estados Unidos à Ásia, passando pela Europa, esses herdeiros administram negócios que vão de redes varejistas a marcas de energéticos, transformando legados familiares em potências ainda maiores.
A ascensão desses herdeiros ocorre em um momento em que o número de bilionários self-made cresce rapidamente, reduzindo ligeiramente a proporção dos que herdaram suas fortunas, de 34% no ano passado para 33% agora. Ainda assim, o impacto financeiro e cultural dessas dinastias permanece inegável. Enquanto alguns optam por assumir as rédeas das empresas familiares, outros diversificam investimentos ou se dedicam à filantropia, usando suas riquezas para deixar marcas distintas no mundo. O perfil desses herdeiros varia amplamente, desde jovens de 19 anos até veteranos com décadas de experiência nos negócios.
Entre os nomes mais destacados estão os irmãos Walton, herdeiros do Walmart, que juntos controlam uma fatia significativa da maior rede de varejo do planeta. Rob Walton, com US$ 110 bilhões (R$ 627 bilhões), Jim Walton, com US$ 109 bilhões (R$ 621,3 bilhões), e Alice Walton, com US$ 101 bilhões (R$ 575,7 bilhões), formam o topo dessa lista. Filhos de Sam Walton, fundador da empresa falecido em 1992, eles exemplificam como uma herança pode ser mantida e ampliada ao longo do tempo, mesmo com escolhas de vida distintas entre os irmãos.
Herdeiros no comando: expansão além dos fundadores
Controlar uma empresa herdada nem sempre significa apenas preservar o que foi deixado. Muitos herdeiros bilionários optaram por levar os negócios familiares a novos patamares, investindo em setores diversos e modernizando operações. Mukesh Ambani, o homem mais rico da Índia, é um exemplo claro disso. Com um patrimônio de US$ 92,5 bilhões (R$ 527,2 bilhões), ele transformou a Reliance Industries, fundada por seu pai Dhirubhai Ambani, em um conglomerado que hoje vale US$ 200 bilhões no mercado. Após a morte do patriarca em 2002, Mukesh assumiu o comando e expandiu as operações para áreas como telecomunicações e varejo, além de manter a força tradicional da empresa em petroquímicos.
Na Austrália, Gina Rinehart também seguiu um caminho de transformação. Herdeira da Hancock Prospecting, empresa de mineração que enfrentava dificuldades quando seu pai faleceu em 1992, ela reverteu a situação e hoje ostenta uma fortuna de US$ 29,3 bilhões (R$ 167,01 bilhões). Sob sua liderança, a companhia não só se consolidou no setor de minério de ferro, mas também entrou no mercado agrícola, diversificando suas fontes de receita. Rinehart, que atua como presidente executiva, é reconhecida por sua visão estratégica e determinação em um setor historicamente dominado por homens.
Outro caso notável é o de Giovanni Ferrero, que comanda o Grupo Ferrero, famoso pelo creme de avelã Nutella. Com um patrimônio de US$ 38,2 bilhões (R$ 217,7 bilhões), ele assumiu o negócio após a morte de seu pai, Michele Ferrero, em 2015. Desde então, a empresa ampliou seu portfólio, que inclui chocolates Ferrero Rocher e ovos Kinder, alcançando receitas próximas de US$ 20 bilhões no último ano fiscal. A habilidade de Giovanni em manter a relevância de uma marca nascida em uma pequena confeitaria italiana demonstra como herdeiros podem honrar tradições enquanto inovam.
- Mukesh Ambani expandiu a Reliance Industries para telecomunicações e varejo.
- Gina Rinehart transformou a Hancock Prospecting em líder na mineração e agricultura.
- Giovanni Ferrero elevou o Grupo Ferrero a um faturamento anual de US$ 20 bilhões.
Diversidade de caminhos: além dos negócios familiares
Nem todos os herdeiros bilionários escolhem seguir diretamente os passos de seus antecessores. Alguns preferem usar suas fortunas como trampolim para novos empreendimentos ou causas pessoais. Alice Walton, por exemplo, diferencia-se de seus irmãos Rob e Jim ao focar em arte e filantropia em vez de se envolver diretamente na gestão do Walmart. Com uma fortuna de US$ 101 bilhões (R$ 575,7 bilhões), ela fundou o Crystal Bridges Museum of American Art, em Bentonville, Arkansas, e já doou cerca de US$ 1,7 bilhão para iniciativas culturais e ambientais.
Lukas Walton, neto de Sam Walton, também optou por um rumo alternativo. Aos 38 anos e com um patrimônio de US$ 37,9 bilhões (R$ 216 bilhões), ele herdou sua participação no Walmart após a morte de seu pai em 2005. Em vez de assumir um papel ativo na empresa, Lukas criou a Builders Vision, uma organização voltada para investimentos com impacto social, focando em sustentabilidade e inovação. Sua abordagem reflete uma tendência entre herdeiros mais jovens de buscar propósito além do lucro.
Marilyn Simons, que estreou na lista deste ano com US$ 31 bilhões (R$ 176,7 bilhões), é outro exemplo de mudança de rumo. Viúva de Jim Simons, fundador da Renaissance Technologies, ela assumiu a presidência da Simons Foundation após a morte do marido em maio de 2024. A fundação, com ativos de US$ 4,6 bilhões, apoia pesquisas em matemática e ciências, mostrando como heranças bilionárias podem ser canalizadas para avanços acadêmicos e sociais.
A Família Walton, do Walmart, ocupa as três primeiras posições da Lista Forbes dos Herdeiros Mais Ricos do Mundo.
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Jovens bilionários: o futuro das dinastias
A nova geração de herdeiros bilionários traz um contraste interessante ao cenário de riqueza global. Dos 14 bilionários mais jovens do mundo em 2025, todos herdaram suas fortunas. Johannes von Baumbach, de apenas 19 anos, lidera esse grupo com US$ 5,4 bilhões (R$ 30,78 bilhões). Ele recebeu uma participação na farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim, uma das maiores empresas familiares da Europa, após a morte de um parente próximo. Apesar da pouca idade, sua fortuna já o coloca entre os nomes mais promissores dessa lista.
Mark Mateschitz, com 32 anos e US$ 40,6 bilhões (R$ 231,4 bilhões), é outro jovem herdeiro em destaque. Filho de Dietrich Mateschitz, cofundador da Red Bull, ele herdou 49% da empresa em 2022. Diferentemente de outros herdeiros que assumem cargos executivos, Mark decidiu se afastar da gestão direta, mantendo-se como acionista e deixando a operação da marca de energéticos nas mãos de profissionais contratados. Sua escolha reflete uma tendência de delegação entre os mais jovens, que buscam equilibrar influência com liberdade pessoal.
Esses jovens bilionários representam o futuro das grandes fortunas familiares. Enquanto alguns, como Johannes, ainda estão no início de suas trajetórias, outros, como Mark, já demonstram como as próximas gerações podem administrar legados sem necessariamente replicar os passos de seus predecessores.
- Johannes von Baumbach: 19 anos, US$ 5,4 bilhões, herdeiro da Boehringer Ingelheim.
- Mark Mateschitz: 32 anos, US$ 40,6 bilhões, acionista majoritário da Red Bull.
- Lukas Walton: 38 anos, US$ 37,9 bilhões, fundador da Builders Vision.
Gigantes do varejo: a força dos Walton
A família Walton segue como o maior símbolo de riqueza herdada no mundo. Rob, Jim e Alice, os três filhos vivos de Sam Walton, acumulam juntos mais de US$ 320 bilhões (R$ 1,82 trilhão), controlando cerca de 34% das ações do Walmart. Rob, o mais velho, passou mais de 40 anos no conselho da empresa, incluindo duas décadas como presidente, antes de se aposentar em junho deste ano. Jim, por sua vez, deixou o conselho em 2016 para se dedicar ao Arvest Bank Group, o banco da família, enquanto Alice investe em projetos culturais e filantrópicos.
O sucesso contínuo do Walmart, que fatura mais de US$ 600 bilhões anualmente, é um testemunho da solidez do legado deixado por Sam Walton. Mesmo com a aposentadoria de Rob e a saída de Jim do conselho, a família mantém uma influência significativa sobre a empresa, que emprega milhões de pessoas globalmente. A capacidade dos Walton de preservar e aumentar essa riqueza ao longo de décadas destaca como heranças bem administradas podem resistir ao tempo e às mudanças de mercado.
Além dos três irmãos, outros membros da família, como Lukas Walton e Christy Walton, viúva de John Walton, também possuem participações relevantes no império varejista. Essa rede familiar demonstra como uma única visão empreendedora pode se desdobrar em uma dinastia bilionária que transcende gerações.
Impérios diversificados: de cosméticos a logística
Fora do varejo, outros herdeiros bilionários dominam setores variados, como cosméticos, logística e alimentos. Françoise Bettencourt Meyers, com US$ 81,6 bilhões (R$ 465,1 bilhões), é a mulher mais rica da França e herdeira da L’Oréal, fundada por seu avô Eugène Schueller. Após anos no conselho da empresa, ela anunciou sua aposentadoria em fevereiro, mas sua família mantém mais de um terço das ações da gigante de cosméticos, que continua a liderar o mercado global de beleza.
Na Alemanha, Klaus-Michael Kuehne, de 87 anos, comanda uma fortuna de US$ 39,6 bilhões (R$ 225,7 bilhões) como acionista majoritário da Kuehne + Nagel, empresa de logística cofundada por seu avô. Desde que ingressou na companhia em 1958, ele a transformou em uma das maiores do setor, com operações em mais de 100 países. Sem filhos, Kuehne planeja deixar sua riqueza para uma fundação filantrópica, garantindo que seu legado perdure de forma diferente.
No setor de alimentos, os irmãos John e Jacqueline Mars dividem uma fortuna de US$ 42,6 bilhões cada (R$ 242,8 bilhões), herdada da Mars, Incorporated, fundada por seu avô Frank Mars. A empresa, conhecida por marcas como M&M’s e Snickers, também se expandiu para rações pet, um mercado em crescimento. John e Jacqueline, ambos na casa dos 80 anos, representam a continuidade de um império que combina tradição com adaptação às demandas modernas.
Heranças em números: os 20 mais ricos
A lista dos 20 herdeiros bilionários mais ricos de 2025 oferece uma visão detalhada da concentração de riqueza entre essas dinastias. Além dos Walton, nomes como Mukesh Ambani, Julia Koch (US$ 74,2 bilhões, R$ 423 bilhões) e Charles Koch (US$ 67,5 bilhões, R$ 384,8 bilhões) aparecem entre os primeiros colocados. Julia, viúva de David Koch, herdou 42% da Koch, Inc., enquanto Charles transformou o pequeno negócio de refino de petróleo de seu pai na segunda maior empresa privada dos EUA.
Outros destaques incluem Dieter Schwarz, com US$ 41 bilhões (R$ 233,7 bilhões), dono do Grupo Schwarz, que controla as redes Lidl e Kaufland, e os irmãos Alain e Gerard Wertheimer, cada um com US$ 36 bilhões (R$ 205,2 bilhões), proprietários da Chanel. Esses números mostram como setores como varejo, energia e luxo continuam a gerar fortunas extraordinárias para as gerações seguintes.
- Rob Walton: US$ 110 bilhões, ex-presidente do Walmart.
- Mukesh Ambani: US$ 92,5 bilhões, líder da Reliance Industries.
- Françoise Bettencourt Meyers: US$ 81,6 bilhões, herdeira da L’Oréal.
- Julia Koch: US$ 74,2 bilhões, acionista da Koch, Inc.
Cronologia das maiores heranças de 2025
Algumas das maiores fortunas herdadas têm marcos temporais que ajudam a entender sua evolução:
- 1992: Morte de Sam Walton, deixando o Walmart para Rob, Jim e Alice.
- 2002: Falecimento de Dhirubhai Ambani, início da expansão de Mukesh na Reliance.
- 2015: Giovanni Ferrero assume o Grupo Ferrero após a morte de Michele Ferrero.
- 2022: Mark Mateschitz herda 49% da Red Bull com o falecimento de Dietrich Mateschitz.
- 2024: Marilyn Simons torna-se bilionária após a morte de Jim Simons.
Esses eventos ilustram como as transições de poder e riqueza moldam o cenário bilionário ao longo das décadas, com herdeiros assumindo papéis cruciais em momentos-chave.

Famílias bilionárias ao redor do mundo continuam a moldar o cenário econômico global, transferindo riquezas colossais de geração em geração. Em 2025, cerca de 990 herdeiros estão entre os 3.028 bilionários listados pela Forbes, representando um terço desse grupo exclusivo. Juntos, eles acumulam uma fortuna impressionante de US$ 5,3 trilhões, equivalente a R$ 30,2 trilhões, valor que reflete não apenas heranças recebidas, mas também a capacidade de muitos desses indivíduos de expandir os impérios deixados por seus antecessores. Dos Estados Unidos à Ásia, passando pela Europa, esses herdeiros administram negócios que vão de redes varejistas a marcas de energéticos, transformando legados familiares em potências ainda maiores.
A ascensão desses herdeiros ocorre em um momento em que o número de bilionários self-made cresce rapidamente, reduzindo ligeiramente a proporção dos que herdaram suas fortunas, de 34% no ano passado para 33% agora. Ainda assim, o impacto financeiro e cultural dessas dinastias permanece inegável. Enquanto alguns optam por assumir as rédeas das empresas familiares, outros diversificam investimentos ou se dedicam à filantropia, usando suas riquezas para deixar marcas distintas no mundo. O perfil desses herdeiros varia amplamente, desde jovens de 19 anos até veteranos com décadas de experiência nos negócios.
Entre os nomes mais destacados estão os irmãos Walton, herdeiros do Walmart, que juntos controlam uma fatia significativa da maior rede de varejo do planeta. Rob Walton, com US$ 110 bilhões (R$ 627 bilhões), Jim Walton, com US$ 109 bilhões (R$ 621,3 bilhões), e Alice Walton, com US$ 101 bilhões (R$ 575,7 bilhões), formam o topo dessa lista. Filhos de Sam Walton, fundador da empresa falecido em 1992, eles exemplificam como uma herança pode ser mantida e ampliada ao longo do tempo, mesmo com escolhas de vida distintas entre os irmãos.
Herdeiros no comando: expansão além dos fundadores
Controlar uma empresa herdada nem sempre significa apenas preservar o que foi deixado. Muitos herdeiros bilionários optaram por levar os negócios familiares a novos patamares, investindo em setores diversos e modernizando operações. Mukesh Ambani, o homem mais rico da Índia, é um exemplo claro disso. Com um patrimônio de US$ 92,5 bilhões (R$ 527,2 bilhões), ele transformou a Reliance Industries, fundada por seu pai Dhirubhai Ambani, em um conglomerado que hoje vale US$ 200 bilhões no mercado. Após a morte do patriarca em 2002, Mukesh assumiu o comando e expandiu as operações para áreas como telecomunicações e varejo, além de manter a força tradicional da empresa em petroquímicos.
Na Austrália, Gina Rinehart também seguiu um caminho de transformação. Herdeira da Hancock Prospecting, empresa de mineração que enfrentava dificuldades quando seu pai faleceu em 1992, ela reverteu a situação e hoje ostenta uma fortuna de US$ 29,3 bilhões (R$ 167,01 bilhões). Sob sua liderança, a companhia não só se consolidou no setor de minério de ferro, mas também entrou no mercado agrícola, diversificando suas fontes de receita. Rinehart, que atua como presidente executiva, é reconhecida por sua visão estratégica e determinação em um setor historicamente dominado por homens.
Outro caso notável é o de Giovanni Ferrero, que comanda o Grupo Ferrero, famoso pelo creme de avelã Nutella. Com um patrimônio de US$ 38,2 bilhões (R$ 217,7 bilhões), ele assumiu o negócio após a morte de seu pai, Michele Ferrero, em 2015. Desde então, a empresa ampliou seu portfólio, que inclui chocolates Ferrero Rocher e ovos Kinder, alcançando receitas próximas de US$ 20 bilhões no último ano fiscal. A habilidade de Giovanni em manter a relevância de uma marca nascida em uma pequena confeitaria italiana demonstra como herdeiros podem honrar tradições enquanto inovam.
- Mukesh Ambani expandiu a Reliance Industries para telecomunicações e varejo.
- Gina Rinehart transformou a Hancock Prospecting em líder na mineração e agricultura.
- Giovanni Ferrero elevou o Grupo Ferrero a um faturamento anual de US$ 20 bilhões.
Diversidade de caminhos: além dos negócios familiares
Nem todos os herdeiros bilionários escolhem seguir diretamente os passos de seus antecessores. Alguns preferem usar suas fortunas como trampolim para novos empreendimentos ou causas pessoais. Alice Walton, por exemplo, diferencia-se de seus irmãos Rob e Jim ao focar em arte e filantropia em vez de se envolver diretamente na gestão do Walmart. Com uma fortuna de US$ 101 bilhões (R$ 575,7 bilhões), ela fundou o Crystal Bridges Museum of American Art, em Bentonville, Arkansas, e já doou cerca de US$ 1,7 bilhão para iniciativas culturais e ambientais.
Lukas Walton, neto de Sam Walton, também optou por um rumo alternativo. Aos 38 anos e com um patrimônio de US$ 37,9 bilhões (R$ 216 bilhões), ele herdou sua participação no Walmart após a morte de seu pai em 2005. Em vez de assumir um papel ativo na empresa, Lukas criou a Builders Vision, uma organização voltada para investimentos com impacto social, focando em sustentabilidade e inovação. Sua abordagem reflete uma tendência entre herdeiros mais jovens de buscar propósito além do lucro.
Marilyn Simons, que estreou na lista deste ano com US$ 31 bilhões (R$ 176,7 bilhões), é outro exemplo de mudança de rumo. Viúva de Jim Simons, fundador da Renaissance Technologies, ela assumiu a presidência da Simons Foundation após a morte do marido em maio de 2024. A fundação, com ativos de US$ 4,6 bilhões, apoia pesquisas em matemática e ciências, mostrando como heranças bilionárias podem ser canalizadas para avanços acadêmicos e sociais.
A Família Walton, do Walmart, ocupa as três primeiras posições da Lista Forbes dos Herdeiros Mais Ricos do Mundo.
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(Foto: Ilustração de Neil Jamieson para a Forbes/Getty Images)#ForbesMoney #ForbesBr pic.twitter.com/KrJCm1UOcf
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Jovens bilionários: o futuro das dinastias
A nova geração de herdeiros bilionários traz um contraste interessante ao cenário de riqueza global. Dos 14 bilionários mais jovens do mundo em 2025, todos herdaram suas fortunas. Johannes von Baumbach, de apenas 19 anos, lidera esse grupo com US$ 5,4 bilhões (R$ 30,78 bilhões). Ele recebeu uma participação na farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim, uma das maiores empresas familiares da Europa, após a morte de um parente próximo. Apesar da pouca idade, sua fortuna já o coloca entre os nomes mais promissores dessa lista.
Mark Mateschitz, com 32 anos e US$ 40,6 bilhões (R$ 231,4 bilhões), é outro jovem herdeiro em destaque. Filho de Dietrich Mateschitz, cofundador da Red Bull, ele herdou 49% da empresa em 2022. Diferentemente de outros herdeiros que assumem cargos executivos, Mark decidiu se afastar da gestão direta, mantendo-se como acionista e deixando a operação da marca de energéticos nas mãos de profissionais contratados. Sua escolha reflete uma tendência de delegação entre os mais jovens, que buscam equilibrar influência com liberdade pessoal.
Esses jovens bilionários representam o futuro das grandes fortunas familiares. Enquanto alguns, como Johannes, ainda estão no início de suas trajetórias, outros, como Mark, já demonstram como as próximas gerações podem administrar legados sem necessariamente replicar os passos de seus predecessores.
- Johannes von Baumbach: 19 anos, US$ 5,4 bilhões, herdeiro da Boehringer Ingelheim.
- Mark Mateschitz: 32 anos, US$ 40,6 bilhões, acionista majoritário da Red Bull.
- Lukas Walton: 38 anos, US$ 37,9 bilhões, fundador da Builders Vision.
Gigantes do varejo: a força dos Walton
A família Walton segue como o maior símbolo de riqueza herdada no mundo. Rob, Jim e Alice, os três filhos vivos de Sam Walton, acumulam juntos mais de US$ 320 bilhões (R$ 1,82 trilhão), controlando cerca de 34% das ações do Walmart. Rob, o mais velho, passou mais de 40 anos no conselho da empresa, incluindo duas décadas como presidente, antes de se aposentar em junho deste ano. Jim, por sua vez, deixou o conselho em 2016 para se dedicar ao Arvest Bank Group, o banco da família, enquanto Alice investe em projetos culturais e filantrópicos.
O sucesso contínuo do Walmart, que fatura mais de US$ 600 bilhões anualmente, é um testemunho da solidez do legado deixado por Sam Walton. Mesmo com a aposentadoria de Rob e a saída de Jim do conselho, a família mantém uma influência significativa sobre a empresa, que emprega milhões de pessoas globalmente. A capacidade dos Walton de preservar e aumentar essa riqueza ao longo de décadas destaca como heranças bem administradas podem resistir ao tempo e às mudanças de mercado.
Além dos três irmãos, outros membros da família, como Lukas Walton e Christy Walton, viúva de John Walton, também possuem participações relevantes no império varejista. Essa rede familiar demonstra como uma única visão empreendedora pode se desdobrar em uma dinastia bilionária que transcende gerações.
Impérios diversificados: de cosméticos a logística
Fora do varejo, outros herdeiros bilionários dominam setores variados, como cosméticos, logística e alimentos. Françoise Bettencourt Meyers, com US$ 81,6 bilhões (R$ 465,1 bilhões), é a mulher mais rica da França e herdeira da L’Oréal, fundada por seu avô Eugène Schueller. Após anos no conselho da empresa, ela anunciou sua aposentadoria em fevereiro, mas sua família mantém mais de um terço das ações da gigante de cosméticos, que continua a liderar o mercado global de beleza.
Na Alemanha, Klaus-Michael Kuehne, de 87 anos, comanda uma fortuna de US$ 39,6 bilhões (R$ 225,7 bilhões) como acionista majoritário da Kuehne + Nagel, empresa de logística cofundada por seu avô. Desde que ingressou na companhia em 1958, ele a transformou em uma das maiores do setor, com operações em mais de 100 países. Sem filhos, Kuehne planeja deixar sua riqueza para uma fundação filantrópica, garantindo que seu legado perdure de forma diferente.
No setor de alimentos, os irmãos John e Jacqueline Mars dividem uma fortuna de US$ 42,6 bilhões cada (R$ 242,8 bilhões), herdada da Mars, Incorporated, fundada por seu avô Frank Mars. A empresa, conhecida por marcas como M&M’s e Snickers, também se expandiu para rações pet, um mercado em crescimento. John e Jacqueline, ambos na casa dos 80 anos, representam a continuidade de um império que combina tradição com adaptação às demandas modernas.
Heranças em números: os 20 mais ricos
A lista dos 20 herdeiros bilionários mais ricos de 2025 oferece uma visão detalhada da concentração de riqueza entre essas dinastias. Além dos Walton, nomes como Mukesh Ambani, Julia Koch (US$ 74,2 bilhões, R$ 423 bilhões) e Charles Koch (US$ 67,5 bilhões, R$ 384,8 bilhões) aparecem entre os primeiros colocados. Julia, viúva de David Koch, herdou 42% da Koch, Inc., enquanto Charles transformou o pequeno negócio de refino de petróleo de seu pai na segunda maior empresa privada dos EUA.
Outros destaques incluem Dieter Schwarz, com US$ 41 bilhões (R$ 233,7 bilhões), dono do Grupo Schwarz, que controla as redes Lidl e Kaufland, e os irmãos Alain e Gerard Wertheimer, cada um com US$ 36 bilhões (R$ 205,2 bilhões), proprietários da Chanel. Esses números mostram como setores como varejo, energia e luxo continuam a gerar fortunas extraordinárias para as gerações seguintes.
- Rob Walton: US$ 110 bilhões, ex-presidente do Walmart.
- Mukesh Ambani: US$ 92,5 bilhões, líder da Reliance Industries.
- Françoise Bettencourt Meyers: US$ 81,6 bilhões, herdeira da L’Oréal.
- Julia Koch: US$ 74,2 bilhões, acionista da Koch, Inc.
Cronologia das maiores heranças de 2025
Algumas das maiores fortunas herdadas têm marcos temporais que ajudam a entender sua evolução:
- 1992: Morte de Sam Walton, deixando o Walmart para Rob, Jim e Alice.
- 2002: Falecimento de Dhirubhai Ambani, início da expansão de Mukesh na Reliance.
- 2015: Giovanni Ferrero assume o Grupo Ferrero após a morte de Michele Ferrero.
- 2022: Mark Mateschitz herda 49% da Red Bull com o falecimento de Dietrich Mateschitz.
- 2024: Marilyn Simons torna-se bilionária após a morte de Jim Simons.
Esses eventos ilustram como as transições de poder e riqueza moldam o cenário bilionário ao longo das décadas, com herdeiros assumindo papéis cruciais em momentos-chave.
