O rei Charles III e a rainha Camilla desembarcaram em Roma na segunda-feira, dia 7 de abril, dando início a uma visita de Estado de quatro dias à Itália. O casal real foi recebido com honras militares no Aeroporto de Ciampino, onde uma banda militar tocou em saudação e uma Guarda de Honra prestou continência. A viagem, que marca a primeira saída internacional do monarca em 2025, ocorre apenas dez dias após uma breve internação devido a efeitos colaterais de seu tratamento contra o câncer. A agenda inclui encontros diplomáticos, celebrações culturais e a comemoração do 20º aniversário de casamento do casal, que será marcado por um banquete de gala no Palácio Quirinale. A visita abrange as cidades de Roma e Ravenna, destacando a forte relação entre o Reino Unido e a Itália.
Charles, de 76 anos, e Camilla, de 77, chegaram em um jato do governo britânico escoltado por dois caças F-35 da força aérea italiana, simbolizando a parceria militar entre os dois países. Após pousarem, o casal caminhou sobre um tapete vermelho, acompanhado por representantes britânicos e italianos, incluindo o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, e o chefe de protocolo do Ministério das Relações Exteriores italiano, Bruno Antonio Pasquino. A recepção calorosa reflete o objetivo da visita: reforçar os laços bilaterais em um momento de incertezas globais, especialmente no contexto do apoio conjunto à Ucrânia e das relações pós-Brexit com a União Europeia.
A chegada em Roma também foi marcada por um gesto simbólico. O rei e a rainha posaram para fotos ao lado das bandeiras do Reino Unido e da Itália, um registro que abriu oficialmente a série de 19 compromissos planejados até quinta-feira. A visita, que começou com um tom cerimonial, promete misturar diplomacia, cultura e história, com destaque para momentos como a passagem pelo Coliseu e o primeiro discurso de um monarca britânico ao Parlamento italiano.
Primeiros passos em solo italiano
No primeiro dia, após o desembarque, Charles e Camilla foram fotografados na Villa Wolkonsky, residência do embaixador britânico em Roma. As imagens, divulgadas para celebrar os 20 anos de casamento do casal, mostram o rei sorridente ao lado da rainha, que usava um broche de Lírio do Vale, joia herdada da rainha-mãe e símbolo de felicidade conjugal. A escolha do acessório, presente em ocasiões marcantes como o casamento da filha de Camilla, Laura, reforça o tom pessoal da visita, que coincide com o aniversário do casal no dia 9 de abril.
Na manhã de terça-feira, o segundo dia da viagem, o casal foi recebido no Palácio Quirinale pelo presidente italiano, Sergio Mattarella, e sua filha, Laura Mattarella, que atua como primeira-dama desde a morte de sua mãe. A cerimônia incluiu uma saudação oficial com tapete vermelho e um impressionante sobrevoo conjunto das equipes acrobáticas Frecce Tricolori, da Força Aérea Italiana, e Red Arrows, da Royal Air Force. As cores vermelho, branco e verde, representando a Itália, cruzaram o céu ao lado do vermelho, branco e azul do Reino Unido, em um espetáculo que simbolizou a união entre as nações.
Após a recepção, Charles e Mattarella tiveram uma reunião privada, enquanto Camilla e Laura exploraram a Biblioteca del Piffetti, onde foram exibidos livros antigos sobre hipismo. O presidente italiano presenteou o rei com a Ordem do Mérito da República Italiana, na classe Cavaleiro Grã-Cruz com Colar, enquanto Charles retribuiu com a Ordem do Banho, na categoria Cavaleiro Grã-Cruz. Esses gestos protocolares destacam a importância diplomática da visita, que ocorre em um momento de reaproximação do Reino Unido com parceiros europeus.
Homenagem aos caídos e visita ao Coliseu
Ainda na terça-feira, o rei e a rainha seguiram para o Túmulo do Soldado Desconhecido, localizado no Monumento a Victor Emmanuel II, na Piazza Venezia. Lá, depositaram uma coroa de flores em homenagem aos soldados italianos mortos em conflitos, acompanhados pelo ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, e pelo secretário David Lammy. O ato solene reforça a memória compartilhada entre os dois países, especialmente no contexto da Segunda Guerra Mundial, que será revisitado em Ravenna no fim da semana.
O ponto alto do dia veio com a visita ao Coliseu, um dos monumentos mais icônicos de Roma. Charles e Camilla foram guiados pelo apresentador e historiador italiano Alberto Angela, conhecido por seus programas sobre ciência e história. Durante o passeio, o casal cumprimentou turistas e posou para fotos em um mirante com vista para o Fórum Romano, enquanto as bandas dos Guardas Galeses e da Brigada Sassari tocavam ao fundo, incluindo o tema do filme Gladiador. A rainha, encantada com a vista, comentou sobre a beleza do local, enquanto o rei ouviu explicações sobre os trabalhos de restauração das passagens subterrâneas do anfiteatro.
A presença no Coliseu não foi apenas um momento turístico. O embaixador britânico na Itália, Edward Llewellyn, destacou que a visita cria um legado “intangível, mas inestimável”, unindo o melhor da Itália e do Reino Unido. A passagem pelo monumento, que atrai milhões de visitantes anualmente, também serviu como pano de fundo para fotos oficiais, capturando o casal real em um cenário que remete à grandiosidade histórica de Roma.
- Visita ao Coliseu em detalhes:
- Charles e Camilla chegaram ao local por volta do meio-dia.
- A guia foi conduzida por Alberto Angela, que detalhou a história do anfiteatro construído há quase 2 mil anos.
- A arquiteta Barbara Nazzaro apresentou os projetos de restauração em curso.
- O casal passou cerca de dez minutos saudando o público antes de posar para as fotos oficiais.

Discurso histórico e agenda cheia
Na quarta-feira, dia 9 de abril, Charles fará história ao se tornar o primeiro monarca britânico a discursar em uma sessão conjunta do Parlamento italiano. O evento, previsto para ocorrer em Roma, será um marco na relação entre os dois países, com o rei abordando temas como a cooperação bilateral e o apoio à Ucrânia em meio ao conflito com a Rússia. A visita ao Parlamento será seguida por um encontro com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, reforçando os laços políticos em um cenário global instável, marcado pela recente eleição de Donald Trump e suas políticas tarifárias.
O dia também reserva um momento especial para o casal real. À noite, Charles e Camilla serão os convidados de honra em um banquete de gala no Palácio Quirinale, organizado por Sergio Mattarella. O evento, que coincide com o 20º aniversário de casamento deles, contará com a presença de políticos, celebridades e representantes da comunidade ítalo-britânica. A rainha, que usou um vestido bege e branco de Anna Valentine na chegada, deve optar por um traje de gala para a ocasião, enquanto o rei manterá o tradicional fraque, como visto em outros eventos da viagem.
A agenda de quarta-feira reflete o equilíbrio entre compromissos oficiais e celebrações pessoais. Enquanto Charles estará ocupado com encontros políticos, Camilla terá um momento solo ao visitar um museu dedicado a Lord Byron, poeta britânico com fortes laços com a Itália. A divisão de tarefas mostra como o casal divide responsabilidades durante viagens de Estado, maximizando o impacto de sua presença.
Cultura e memória em Ravenna
Na quinta-feira, o foco da visita se desloca para Ravenna, cidade no norte da Itália conhecida por seus mosaicos bizantinos e pela história ligada à Segunda Guerra Mundial. Charles e Camilla visitarão o túmulo de Dante Alighieri, autor da Divina Comédia, em um gesto que celebra a herança literária compartilhada entre as nações. A rainha, por sua vez, fará uma visita solo a um museu local, enquanto o rei se encontrará com agricultores afetados pelas enchentes que atingiram a região de Emilia-Romagna nos últimos anos.
Um dos momentos mais significativos em Ravenna será a participação em uma recepção para marcar o 80º aniversário da libertação da cidade pelas forças aliadas, em 10 de abril de 1945. O evento destaca a memória da colaboração entre Reino Unido e Itália durante a guerra, com Charles prestando homenagem aos veteranos e às comunidades locais. A visita à região também inclui um festival gastronômico, onde o rei conhecerá produtores locais, reforçando os laços econômicos entre os dois países, que atualmente têm a Itália como o nono maior parceiro comercial do Reino Unido.
A passagem por Ravenna encerra a visita de Estado com uma combinação de história, cultura e solidariedade. A escolha da cidade reflete a intenção de ir além da capital, mostrando o interesse do casal real em explorar diferentes facetas da Itália, de suas riquezas culturais às suas lutas recentes.
Relações bilaterais em foco
A visita de Charles e Camilla ocorre em um momento estratégico para o Reino Unido. Desde o Brexit, há cinco anos, o país tem buscado fortalecer laços com as principais economias da União Europeia, como Alemanha, França e agora Itália. A presença do rei e da rainha em Roma e Ravenna é vista como um esforço de “poder suave”, misturando diplomacia com gestos simbólicos que ressoam profundamente nas relações internacionais.
Edward Llewellyn, embaixador britânico na Itália, enfatizou que os laços entre os dois países estão “mais próximos do que nunca”. A cooperação militar, exemplificada pelo sobrevoo conjunto das Frecce Tricolori e Red Arrows, é um dos pilares dessa relação, assim como o apoio mútuo à Ucrânia em meio à guerra. Economicamente, os dois países também têm muito a celebrar: o comércio bilateral floresce, com a Itália ocupando a nona posição entre os parceiros comerciais do Reino Unido.
A viagem também carrega um peso pessoal para Charles. Este é seu 18º visita oficial à Itália, mas a primeira como rei, após a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II, em 2022. O monarca, que já esteve no país em 17 ocasiões anteriores, demonstrou familiaridade ao conversar com Mattarella, mencionando suas visitas passadas. Para Camilla, a viagem é uma oportunidade de brilhar em compromissos solo, como as visitas culturais, enquanto apoia o marido em sua volta aos deveres internacionais.
Um marco na saúde do rei
A decisão de Charles de realizar a visita, apesar de sua condição de saúde, chama atenção. Apenas 12 dias antes de embarcar, ele foi internado para observação devido a efeitos colaterais de seu tratamento contra o câncer. A insistência em manter a agenda completa, com 19 compromissos em quatro dias, sinaliza uma determinação de retomar suas funções plenamente em 2025, após um ano marcado por desafios médicos.
A ausência de uma visita ao Vaticano, inicialmente planejada, foi um ajuste notável no itinerário. O encontro com o Papa Francisco, que se recupera de uma pneumonia dupla após cinco semanas internado, foi adiado por recomendação médica. Charles, que já se encontrou com o pontífice em 2017 e 2019, terá de esperar outra oportunidade para revisitar o líder da Igreja Católica, algo que sua mãe, Elizabeth II, fez em 2000 durante o último Ano Jubilar.
A resistência do rei em viajar, mesmo após um susto recente, foi vista como um sinal de otimismo. A presença de Camilla ao seu lado, dividindo compromissos e trazendo leveza aos eventos, reforça a parceria do casal, que celebra duas décadas de união em meio a uma agenda intensa.
Atividades marcantes da visita
Abaixo, alguns dos principais eventos da viagem de Charles e Camilla à Itália:
- Recepção oficial no Palácio Quirinale com sobrevoo das Frecce Tricolori e Red Arrows.
- Visita ao Coliseu com guia de Alberto Angela e fotos oficiais.
- Discurso inédito de Charles ao Parlamento italiano.
- Banquete de gala no 20º aniversário de casamento do casal.
- Homenagem no Túmulo do Soldado Desconhecido em Roma.
- Visita ao túmulo de Dante e celebração da libertação de Ravenna.
Calendário da visita de Estado
A programação detalhada destaca a densidade dos compromissos:
- Dia 7 de abril (segunda-feira): Chegada a Roma, fotos na Villa Wolkonsky.
- Dia 8 de abril (terça-feira): Recepção no Quirinale, visita ao Túmulo do Soldado Desconhecido e Coliseu.
- Dia 9 de abril (quarta-feira): Discurso ao Parlamento, encontro com Giorgia Meloni, banquete de gala.
- Dia 10 de abril (quinta-feira): Viagem a Ravenna, visita ao túmulo de Dante, homenagem à libertação.
A visita de quatro dias encapsula uma mistura única de diplomacia, história e celebração pessoal, consolidando o papel de Charles e Camilla como embaixadores do Reino Unido em um momento crucial para as relações internacionais.
Legado da viagem
Charles e Camilla deixarão a Itália na quinta-feira, dia 10 de abril, após uma jornada que une passado e presente. A passagem pelo Coliseu, o discurso ao Parlamento e a homenagem em Ravenna criam memórias que devem ecoar por gerações, como previsto pelo embaixador Llewellyn. A escolha de celebrar o 20º aniversário de casamento em um banquete de Estado, cercados por líderes italianos, adiciona um toque pessoal a uma missão oficial.
A viagem também destaca a resiliência do rei, que, mesmo enfrentando desafios de saúde, optou por liderar uma agenda cheia. Para os italianos, a presença do casal real é uma oportunidade de exibir sua rica história e cultura, enquanto para o Reino Unido é um passo adiante na reconstrução de pontes com a Europa após anos de tensões pós-Brexit.
A combinação de eventos grandiosos, como o sobrevoo acrobático, e gestos simples, como os cumprimentos ao público no Coliseu, reflete o poder da monarquia britânica em unir nações. A visita, que começou com um tapete vermelho em Ciampino e termina com uma homenagem em Ravenna, deixa um marco na história das relações entre Reino Unido e Itália.

O rei Charles III e a rainha Camilla desembarcaram em Roma na segunda-feira, dia 7 de abril, dando início a uma visita de Estado de quatro dias à Itália. O casal real foi recebido com honras militares no Aeroporto de Ciampino, onde uma banda militar tocou em saudação e uma Guarda de Honra prestou continência. A viagem, que marca a primeira saída internacional do monarca em 2025, ocorre apenas dez dias após uma breve internação devido a efeitos colaterais de seu tratamento contra o câncer. A agenda inclui encontros diplomáticos, celebrações culturais e a comemoração do 20º aniversário de casamento do casal, que será marcado por um banquete de gala no Palácio Quirinale. A visita abrange as cidades de Roma e Ravenna, destacando a forte relação entre o Reino Unido e a Itália.
Charles, de 76 anos, e Camilla, de 77, chegaram em um jato do governo britânico escoltado por dois caças F-35 da força aérea italiana, simbolizando a parceria militar entre os dois países. Após pousarem, o casal caminhou sobre um tapete vermelho, acompanhado por representantes britânicos e italianos, incluindo o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, e o chefe de protocolo do Ministério das Relações Exteriores italiano, Bruno Antonio Pasquino. A recepção calorosa reflete o objetivo da visita: reforçar os laços bilaterais em um momento de incertezas globais, especialmente no contexto do apoio conjunto à Ucrânia e das relações pós-Brexit com a União Europeia.
A chegada em Roma também foi marcada por um gesto simbólico. O rei e a rainha posaram para fotos ao lado das bandeiras do Reino Unido e da Itália, um registro que abriu oficialmente a série de 19 compromissos planejados até quinta-feira. A visita, que começou com um tom cerimonial, promete misturar diplomacia, cultura e história, com destaque para momentos como a passagem pelo Coliseu e o primeiro discurso de um monarca britânico ao Parlamento italiano.
Primeiros passos em solo italiano
No primeiro dia, após o desembarque, Charles e Camilla foram fotografados na Villa Wolkonsky, residência do embaixador britânico em Roma. As imagens, divulgadas para celebrar os 20 anos de casamento do casal, mostram o rei sorridente ao lado da rainha, que usava um broche de Lírio do Vale, joia herdada da rainha-mãe e símbolo de felicidade conjugal. A escolha do acessório, presente em ocasiões marcantes como o casamento da filha de Camilla, Laura, reforça o tom pessoal da visita, que coincide com o aniversário do casal no dia 9 de abril.
Na manhã de terça-feira, o segundo dia da viagem, o casal foi recebido no Palácio Quirinale pelo presidente italiano, Sergio Mattarella, e sua filha, Laura Mattarella, que atua como primeira-dama desde a morte de sua mãe. A cerimônia incluiu uma saudação oficial com tapete vermelho e um impressionante sobrevoo conjunto das equipes acrobáticas Frecce Tricolori, da Força Aérea Italiana, e Red Arrows, da Royal Air Force. As cores vermelho, branco e verde, representando a Itália, cruzaram o céu ao lado do vermelho, branco e azul do Reino Unido, em um espetáculo que simbolizou a união entre as nações.
Após a recepção, Charles e Mattarella tiveram uma reunião privada, enquanto Camilla e Laura exploraram a Biblioteca del Piffetti, onde foram exibidos livros antigos sobre hipismo. O presidente italiano presenteou o rei com a Ordem do Mérito da República Italiana, na classe Cavaleiro Grã-Cruz com Colar, enquanto Charles retribuiu com a Ordem do Banho, na categoria Cavaleiro Grã-Cruz. Esses gestos protocolares destacam a importância diplomática da visita, que ocorre em um momento de reaproximação do Reino Unido com parceiros europeus.
Homenagem aos caídos e visita ao Coliseu
Ainda na terça-feira, o rei e a rainha seguiram para o Túmulo do Soldado Desconhecido, localizado no Monumento a Victor Emmanuel II, na Piazza Venezia. Lá, depositaram uma coroa de flores em homenagem aos soldados italianos mortos em conflitos, acompanhados pelo ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, e pelo secretário David Lammy. O ato solene reforça a memória compartilhada entre os dois países, especialmente no contexto da Segunda Guerra Mundial, que será revisitado em Ravenna no fim da semana.
O ponto alto do dia veio com a visita ao Coliseu, um dos monumentos mais icônicos de Roma. Charles e Camilla foram guiados pelo apresentador e historiador italiano Alberto Angela, conhecido por seus programas sobre ciência e história. Durante o passeio, o casal cumprimentou turistas e posou para fotos em um mirante com vista para o Fórum Romano, enquanto as bandas dos Guardas Galeses e da Brigada Sassari tocavam ao fundo, incluindo o tema do filme Gladiador. A rainha, encantada com a vista, comentou sobre a beleza do local, enquanto o rei ouviu explicações sobre os trabalhos de restauração das passagens subterrâneas do anfiteatro.
A presença no Coliseu não foi apenas um momento turístico. O embaixador britânico na Itália, Edward Llewellyn, destacou que a visita cria um legado “intangível, mas inestimável”, unindo o melhor da Itália e do Reino Unido. A passagem pelo monumento, que atrai milhões de visitantes anualmente, também serviu como pano de fundo para fotos oficiais, capturando o casal real em um cenário que remete à grandiosidade histórica de Roma.
- Visita ao Coliseu em detalhes:
- Charles e Camilla chegaram ao local por volta do meio-dia.
- A guia foi conduzida por Alberto Angela, que detalhou a história do anfiteatro construído há quase 2 mil anos.
- A arquiteta Barbara Nazzaro apresentou os projetos de restauração em curso.
- O casal passou cerca de dez minutos saudando o público antes de posar para as fotos oficiais.

Discurso histórico e agenda cheia
Na quarta-feira, dia 9 de abril, Charles fará história ao se tornar o primeiro monarca britânico a discursar em uma sessão conjunta do Parlamento italiano. O evento, previsto para ocorrer em Roma, será um marco na relação entre os dois países, com o rei abordando temas como a cooperação bilateral e o apoio à Ucrânia em meio ao conflito com a Rússia. A visita ao Parlamento será seguida por um encontro com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, reforçando os laços políticos em um cenário global instável, marcado pela recente eleição de Donald Trump e suas políticas tarifárias.
O dia também reserva um momento especial para o casal real. À noite, Charles e Camilla serão os convidados de honra em um banquete de gala no Palácio Quirinale, organizado por Sergio Mattarella. O evento, que coincide com o 20º aniversário de casamento deles, contará com a presença de políticos, celebridades e representantes da comunidade ítalo-britânica. A rainha, que usou um vestido bege e branco de Anna Valentine na chegada, deve optar por um traje de gala para a ocasião, enquanto o rei manterá o tradicional fraque, como visto em outros eventos da viagem.
A agenda de quarta-feira reflete o equilíbrio entre compromissos oficiais e celebrações pessoais. Enquanto Charles estará ocupado com encontros políticos, Camilla terá um momento solo ao visitar um museu dedicado a Lord Byron, poeta britânico com fortes laços com a Itália. A divisão de tarefas mostra como o casal divide responsabilidades durante viagens de Estado, maximizando o impacto de sua presença.
Cultura e memória em Ravenna
Na quinta-feira, o foco da visita se desloca para Ravenna, cidade no norte da Itália conhecida por seus mosaicos bizantinos e pela história ligada à Segunda Guerra Mundial. Charles e Camilla visitarão o túmulo de Dante Alighieri, autor da Divina Comédia, em um gesto que celebra a herança literária compartilhada entre as nações. A rainha, por sua vez, fará uma visita solo a um museu local, enquanto o rei se encontrará com agricultores afetados pelas enchentes que atingiram a região de Emilia-Romagna nos últimos anos.
Um dos momentos mais significativos em Ravenna será a participação em uma recepção para marcar o 80º aniversário da libertação da cidade pelas forças aliadas, em 10 de abril de 1945. O evento destaca a memória da colaboração entre Reino Unido e Itália durante a guerra, com Charles prestando homenagem aos veteranos e às comunidades locais. A visita à região também inclui um festival gastronômico, onde o rei conhecerá produtores locais, reforçando os laços econômicos entre os dois países, que atualmente têm a Itália como o nono maior parceiro comercial do Reino Unido.
A passagem por Ravenna encerra a visita de Estado com uma combinação de história, cultura e solidariedade. A escolha da cidade reflete a intenção de ir além da capital, mostrando o interesse do casal real em explorar diferentes facetas da Itália, de suas riquezas culturais às suas lutas recentes.
Relações bilaterais em foco
A visita de Charles e Camilla ocorre em um momento estratégico para o Reino Unido. Desde o Brexit, há cinco anos, o país tem buscado fortalecer laços com as principais economias da União Europeia, como Alemanha, França e agora Itália. A presença do rei e da rainha em Roma e Ravenna é vista como um esforço de “poder suave”, misturando diplomacia com gestos simbólicos que ressoam profundamente nas relações internacionais.
Edward Llewellyn, embaixador britânico na Itália, enfatizou que os laços entre os dois países estão “mais próximos do que nunca”. A cooperação militar, exemplificada pelo sobrevoo conjunto das Frecce Tricolori e Red Arrows, é um dos pilares dessa relação, assim como o apoio mútuo à Ucrânia em meio à guerra. Economicamente, os dois países também têm muito a celebrar: o comércio bilateral floresce, com a Itália ocupando a nona posição entre os parceiros comerciais do Reino Unido.
A viagem também carrega um peso pessoal para Charles. Este é seu 18º visita oficial à Itália, mas a primeira como rei, após a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II, em 2022. O monarca, que já esteve no país em 17 ocasiões anteriores, demonstrou familiaridade ao conversar com Mattarella, mencionando suas visitas passadas. Para Camilla, a viagem é uma oportunidade de brilhar em compromissos solo, como as visitas culturais, enquanto apoia o marido em sua volta aos deveres internacionais.
Um marco na saúde do rei
A decisão de Charles de realizar a visita, apesar de sua condição de saúde, chama atenção. Apenas 12 dias antes de embarcar, ele foi internado para observação devido a efeitos colaterais de seu tratamento contra o câncer. A insistência em manter a agenda completa, com 19 compromissos em quatro dias, sinaliza uma determinação de retomar suas funções plenamente em 2025, após um ano marcado por desafios médicos.
A ausência de uma visita ao Vaticano, inicialmente planejada, foi um ajuste notável no itinerário. O encontro com o Papa Francisco, que se recupera de uma pneumonia dupla após cinco semanas internado, foi adiado por recomendação médica. Charles, que já se encontrou com o pontífice em 2017 e 2019, terá de esperar outra oportunidade para revisitar o líder da Igreja Católica, algo que sua mãe, Elizabeth II, fez em 2000 durante o último Ano Jubilar.
A resistência do rei em viajar, mesmo após um susto recente, foi vista como um sinal de otimismo. A presença de Camilla ao seu lado, dividindo compromissos e trazendo leveza aos eventos, reforça a parceria do casal, que celebra duas décadas de união em meio a uma agenda intensa.
Atividades marcantes da visita
Abaixo, alguns dos principais eventos da viagem de Charles e Camilla à Itália:
- Recepção oficial no Palácio Quirinale com sobrevoo das Frecce Tricolori e Red Arrows.
- Visita ao Coliseu com guia de Alberto Angela e fotos oficiais.
- Discurso inédito de Charles ao Parlamento italiano.
- Banquete de gala no 20º aniversário de casamento do casal.
- Homenagem no Túmulo do Soldado Desconhecido em Roma.
- Visita ao túmulo de Dante e celebração da libertação de Ravenna.
Calendário da visita de Estado
A programação detalhada destaca a densidade dos compromissos:
- Dia 7 de abril (segunda-feira): Chegada a Roma, fotos na Villa Wolkonsky.
- Dia 8 de abril (terça-feira): Recepção no Quirinale, visita ao Túmulo do Soldado Desconhecido e Coliseu.
- Dia 9 de abril (quarta-feira): Discurso ao Parlamento, encontro com Giorgia Meloni, banquete de gala.
- Dia 10 de abril (quinta-feira): Viagem a Ravenna, visita ao túmulo de Dante, homenagem à libertação.
A visita de quatro dias encapsula uma mistura única de diplomacia, história e celebração pessoal, consolidando o papel de Charles e Camilla como embaixadores do Reino Unido em um momento crucial para as relações internacionais.
Legado da viagem
Charles e Camilla deixarão a Itália na quinta-feira, dia 10 de abril, após uma jornada que une passado e presente. A passagem pelo Coliseu, o discurso ao Parlamento e a homenagem em Ravenna criam memórias que devem ecoar por gerações, como previsto pelo embaixador Llewellyn. A escolha de celebrar o 20º aniversário de casamento em um banquete de Estado, cercados por líderes italianos, adiciona um toque pessoal a uma missão oficial.
A viagem também destaca a resiliência do rei, que, mesmo enfrentando desafios de saúde, optou por liderar uma agenda cheia. Para os italianos, a presença do casal real é uma oportunidade de exibir sua rica história e cultura, enquanto para o Reino Unido é um passo adiante na reconstrução de pontes com a Europa após anos de tensões pós-Brexit.
A combinação de eventos grandiosos, como o sobrevoo acrobático, e gestos simples, como os cumprimentos ao público no Coliseu, reflete o poder da monarquia britânica em unir nações. A visita, que começou com um tapete vermelho em Ciampino e termina com uma homenagem em Ravenna, deixa um marco na história das relações entre Reino Unido e Itália.
