Milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) precisam ficar atentos a uma medida que, embora não seja nova, ganhou reforço em 2025: a obrigatoriedade de movimentar os valores de aposentadorias, pensões e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) em até 60 dias após o depósito. Caso o dinheiro não seja sacado ou utilizado nesse prazo, ele é automaticamente devolvido ao órgão, e o pagamento é suspenso até que o segurado regularize a situação. A regra, que visa combater fraudes e pagamentos indevidos, como em casos de falecimento, exige ação rápida dos titulares para evitar transtornos.
Aposentados, pensionistas e beneficiários do BPC estão entre os mais afetados, especialmente idosos e pessoas com deficiência que enfrentam dificuldades para acessar bancos ou plataformas digitais. Em 2024, cerca de 3% dos pagamentos foram suspensos por falta de movimentação, impactando milhares de famílias que dependem desses recursos para despesas básicas, como alimentação e remédios. A reativação do benefício é possível, mas depende de solicitações pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135, o que pode ser um obstáculo para quem não domina a tecnologia ou vive em áreas remotas.
Regularizar a situação exige atenção às datas de pagamento e ao uso frequente da conta. Desde 2023, a prova de vida automatizada, baseada no cruzamento de dados públicos, reduziu a necessidade de comparecimento presencial, mas a inatividade prolongada ainda pode levar à suspensão. Com o reforço dessa exigência, o INSS busca equilibrar segurança e eficiência, enquanto os segurados precisam se adaptar para proteger seus direitos.
Por que o INSS reforçou essa medida
A exigência de movimentar o benefício em até 60 dias não é nova, mas passou a ser mais rigorosamente aplicada em 2025 como parte de um esforço para evitar fraudes e desperdícios financeiros. Quando o valor depositado não é sacado ou usado, o banco o devolve ao INSS, que interpreta a inatividade como um possível sinal de irregularidade, como o falecimento do titular ou o uso indevido da conta. Nos últimos anos, casos de saques após a morte de beneficiários geraram prejuízos de bilhões de reais aos cofres públicos.
Essa política também ajuda a identificar cadastros desatualizados ou abandonados. Em 2024, o órgão detectou mais de 100 mil pagamentos irregulares, muitos ligados a beneficiários que não atualizaram seus dados ou deixaram de usar os valores depositados. A devolução automática após 60 dias serve como um filtro inicial, seguido por investigações mais detalhadas quando necessário.
A medida afeta todos os tipos de benefícios pagos pelo INSS, incluindo aposentadorias por idade, invalidez ou tempo de contribuição, pensões por morte, auxílios previdenciários e o BPC, voltado a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade. A suspensão temporária é reversível, mas exige que o segurado tome a iniciativa de reativar o pagamento, o que nem sempre é simples para todos.
Benefícios que podem ser suspensos
Todos os pagamentos realizados pelo INSS estão sujeitos à regra dos 60 dias. Isso inclui as aposentadorias, que abrangem mais de 25 milhões de segurados no país, e as pensões por morte, que beneficiam cerca de 7 milhões de dependentes. O BPC, que atende idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência com renda familiar per capita inferior a um quarto do salário mínimo, também entra na lista, alcançando cerca de 5 milhões de pessoas.
- Aposentadorias por idade, invalidez e tempo de contribuição.
- Pensões por morte para cônjuges, filhos ou outros dependentes.
- Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS).
Em 2024, o INSS desembolsou mais de R$ 700 bilhões em benefícios, e a falta de movimentação de apenas 1% desse montante já representa um volume significativo de recursos devolvidos. A suspensão visa garantir que o dinheiro chegue apenas a quem tem direito, mas coloca em risco quem não se organiza para cumprir o prazo.
O que acontece após a devolução do valor
Quando o prazo de 60 dias é ultrapassado sem movimentação, o banco devolve o valor ao INSS automaticamente. O benefício é então suspenso, interrompendo os depósitos mensais até que o segurado regularize sua situação. Esse processo não é um cancelamento definitivo, mas pode se transformar em um corte permanente se não houver ação por um período prolongado, geralmente após meses sem qualquer contato.
A suspensão temporária gera transtornos imediatos, especialmente para quem depende do benefício como única fonte de renda. Em 2024, relatos de beneficiários que perderam o pagamento por atrasos na movimentação aumentaram, muitos deles idosos que não perceberam a necessidade de sacar o valor dentro do prazo. A reativação exige que o titular ou um procurador legal solicite a reemissão, o que pode levar dias ou semanas, dependendo da análise do INSS.
Para evitar a devolução, basta uma simples ação, como um saque, transferência ou pagamento de conta. No entanto, a falta de informação sobre a regra ainda pega muitos desprevenidos, especialmente em regiões com acesso limitado a bancos ou internet.
Passos para reativar o benefício suspenso
Recuperar um benefício suspenso é um processo acessível, mas exige iniciativa do segurado. O INSS oferece dois canais principais para a solicitação: o aplicativo ou site Meu INSS e o telefone 135. Pelo Meu INSS, o procedimento é feito online, com login via CPF e senha da plataforma Gov.br, seguido pela opção “Solicitar Emissão de Pagamento Não Recebido”. Após o envio do pedido, o órgão analisa a situação e pode exigir documentos adicionais, como identidade ou comprovante de residência.
Quem prefere o atendimento telefônico pode ligar para o 135, disponível de segunda a sábado, das 7h às 22h. É necessário ter em mãos o CPF e o número do benefício, que pode ser encontrado no cartão de pagamento ou em extratos anteriores. O atendente registra a solicitação e informa os próximos passos, que geralmente incluem a confirmação de dados cadastrais.
Em 2024, cerca de 70% das reativações foram feitas pelo canal digital, refletindo a crescente adesão às ferramentas online. Mesmo assim, idosos e pessoas sem acesso à internet ainda dependem do telefone ou de terceiros para resolver a questão, o que pode atrasar o processo.
Prova de vida automatizada em foco
Desde 2023, a prova de vida passou a ser realizada de forma automática, eliminando a necessidade de comparecimento anual para a maioria dos beneficiários. O sistema cruza informações de bases públicas, como emissões de RG, CNH, registros de vacinação, consultas no SUS e participação em eleições, para confirmar que o segurado está vivo. Essa mudança beneficiou mais de 90% dos aposentados e pensionistas, reduzindo filas em bancos e agências.
Quando o INSS não encontra movimentação por 10 meses consecutivos após o último saque, o beneficiário pode ser convocado a realizar a prova de vida manualmente. Nesse caso, é preciso ir ao banco onde o benefício é pago ou a uma agência do INSS com um documento de identidade com foto. Em 2024, cerca de 500 mil pessoas passaram por esse procedimento, a maioria idosos acima de 80 anos.
A automatização trouxe mais segurança ao sistema, mas não elimina a necessidade de movimentar o benefício nos 60 dias iniciais. A combinação das duas medidas visa proteger os recursos públicos e garantir que os pagamentos cheguem aos titulares legítimos.
Dicas práticas para evitar transtornos
Prevenir a suspensão do benefício é mais simples do que reativá-lo. Movimentar a conta regularmente, seja com saques, transferências ou pagamentos, é a principal recomendação. Em 2024, beneficiários que adotaram esse hábito tiveram menos de 1% de suspensões, contra 5% entre aqueles que deixaram o valor parado.
Acompanhar o calendário de pagamentos, disponível no site e aplicativo Meu INSS, também ajuda a não perder o prazo. Atualizar os dados cadastrais, como telefone e endereço, garante que o segurado receba notificações importantes. O aplicativo Meu INSS, usado por mais de 15 milhões de pessoas em 2024, permite consultar extratos, solicitar serviços e até realizar a prova de vida digital em casos específicos.
- Movimente o dinheiro dentro de 60 dias.
- Verifique as datas de depósito regularmente.
- Mantenha o cadastro atualizado no Meu INSS.
- Fique atento a mensagens oficiais por SMS ou e-mail.
Essas ações simples evitam a devolução dos valores e mantêm o benefício ativo, especialmente para quem depende dele como principal fonte de renda.
Casos especiais que exigem atenção
Idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência, especialmente beneficiários do BPC, são os mais vulneráveis à suspensão por inatividade. Muitos enfrentam barreiras de locomoção ou dificuldades para usar canais digitais, o que aumenta o risco de perderem o prazo. Em 2024, cerca de 40% das suspensões afetaram esse grupo, segundo estimativas internas do INSS.
Familiares ou tutores podem ajudar monitorando as contas e realizando movimentações em nome do beneficiário. Para isso, é possível registrar um procurador legal junto ao INSS, com documentação que comprove a relação e a necessidade de representação. Em 2025, o órgão planeja ampliar o atendimento domiciliar para casos graves, mas a iniciativa ainda está em fase inicial.
A falta de acesso à internet em áreas rurais também complica a situação. Nessas regiões, o telefone 135 e as agências bancárias seguem como as principais opções para regularizar benefícios, mas a dependência de terceiros ainda é comum entre os mais vulneráveis.
Impacto da medida na segurança dos pagamentos
A suspensão de benefícios não sacados em 60 dias é parte de uma estratégia mais ampla do INSS para proteger o sistema previdenciário. Fraudes envolvendo saques após o falecimento de beneficiários custaram mais de R$ 5 bilhões nos últimos cinco anos, segundo auditorias internas. A devolução automática dos valores e a prova de vida automatizada reduziram esses prejuízos em 30% desde 2023.
Além de combater fraudes, a medida melhora a gestão dos recursos públicos. Em 2024, o INSS recuperou mais de R$ 1 bilhão em pagamentos devolvidos por inatividade, dinheiro que foi realocado para outros benefícios. O reforço da regra em 2025 reflete a prioridade em manter a sustentabilidade do sistema, mas exige que os segurados estejam mais atentos às suas obrigações.
A segurança também beneficia os próprios titulares, evitando que terceiros acessem valores depositados em contas inativas. Casos de saques indevidos por familiares ou golpistas diminuíram com a aplicação rigorosa do prazo, protegendo os direitos dos beneficiários legítimos.
Como o INSS notifica os segurados
O INSS utiliza diversos canais para alertar sobre a necessidade de movimentação ou regularização. Mensagens por SMS e e-mails são enviadas aos cadastrados com dados atualizados, informando prazos e orientações. Em 2024, mais de 10 milhões de notificações foram disparadas, com uma taxa de resposta de 80% entre os que receberam os avisos.
O aplicativo Meu INSS também exibe alertas na tela inicial, como lembretes sobre a data de pagamento ou a necessidade de reativação. Para quem não usa meios digitais, cartas enviadas ao endereço cadastrado são uma alternativa, embora menos frequentes. A recomendação é nunca fornecer dados pessoais fora dos canais oficiais, como o site, o aplicativo ou o telefone 135, devido ao aumento de golpes envolvendo falsos comunicados.
Quem mantém o cadastro atualizado tem mais chances de ser informado a tempo. Em áreas urbanas, a adesão aos canais digitais facilitou o acompanhamento, mas em regiões remotas, a dependência de bancos e agências ainda é alta, o que pode atrasar a resposta às notificações.
Benefícios afetados em números
A abrangência da regra dos 60 dias reflete o tamanho do sistema previdenciário brasileiro. As aposentadorias por idade representam a maior parte dos benefícios, com mais de 15 milhões de segurados em 2024. As pensões por morte, com cerca de 7 milhões de titulares, também são amplamente impactadas, especialmente em casos de dependentes que não movimentam os valores regularmente.
O BPC, que atende 5 milhões de pessoas, tem uma taxa de suspensão ligeiramente maior, devido às dificuldades enfrentadas por idosos e pessoas com deficiência. Auxílios previdenciários, como o auxílio-doença, somam cerca de 2 milhões de beneficiários e também entram na lista. Em 2025, o INSS espera manter esses números estáveis, mas o reforço da medida pode aumentar as suspensões iniciais até que os segurados se adaptem.

Calendário de pagamentos como aliado
Acompanhar as datas de depósito é uma forma eficaz de evitar a suspensão. O INSS organiza os pagamentos com base no número final do benefício, dividido entre os que recebem até um salário mínimo e os que ganham acima disso. Em 2025, os depósitos começam no fim de cada mês e se estendem até o início do mês seguinte.
Por exemplo, em abril, os pagamentos para quem recebe até um salário mínimo começam no dia 24 (final 1) e terminam no dia 8 de maio (final 0). Para valores acima do mínimo, o calendário inicia em 2 de maio (finais 1 e 6) e vai até 8 de maio (finais 5 e 0). Essas datas podem ser consultadas no site oficial ou no aplicativo Meu INSS, ajudando os segurados a planejar a movimentação dentro do prazo de 60 dias.
Soluções para quem não pode se deslocar
Beneficiários com mobilidade reduzida ou sem acesso a bancos têm alternativas para evitar a suspensão. O registro de um procurador legal permite que outra pessoa movimente a conta em nome do titular, desde que autorizado pelo INSS. Em 2024, mais de 300 mil procurações foram registradas, a maioria para idosos acima de 80 anos.
O atendimento domiciliar, oferecido em casos extremos, como doenças graves, também é uma opção, embora limitada pela disponibilidade de equipes. Bancos como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil oferecem serviços de débito automático para contas vinculadas ao benefício, garantindo movimentação sem a necessidade de saques presenciais. Essas soluções ajudam a incluir quem enfrenta barreiras físicas ou geográficas.
Avanços na digitalização do INSS
A transição para canais digitais tem facilitado o acesso aos serviços do INSS. O aplicativo Meu INSS, lançado em 2017, já foi baixado por mais de 20 milhões de usuários até 2024, permitindo consultas, solicitações e atualizações cadastrais em poucos minutos. Em 2025, o órgão planeja expandir as funcionalidades, como a inclusão de notificações push para lembrar os prazos de movimentação.
O telefone 135 segue como uma alternativa para quem não usa a internet, recebendo cerca de 1 milhão de ligações por mês. A digitalização reduziu os custos operacionais em 15% nos últimos dois anos, liberando recursos para melhorar o atendimento presencial em agências, especialmente em cidades pequenas.
Desafios para os beneficiários mais vulneráveis
Apesar dos avanços, nem todos conseguem se adaptar às exigências. Em áreas rurais, onde o acesso à internet é limitado, muitos dependem de familiares ou vizinhos para movimentar os valores. Em 2024, cerca de 10% dos beneficiários do BPC relataram dificuldades para cumprir o prazo de 60 dias, seja por falta de transporte ou por desconhecimento da regra.
A burocracia para registrar procurações ou solicitar reativações também é um obstáculo. Idosos com baixa escolaridade enfrentam barreiras para usar o Meu INSS, enquanto pessoas com deficiência motora ou visual precisam de apoio extra que nem sempre está disponível. O INSS reconhece esses desafios e trabalha para ampliar o alcance do atendimento, mas a solução ainda depende de iniciativas locais.

Milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) precisam ficar atentos a uma medida que, embora não seja nova, ganhou reforço em 2025: a obrigatoriedade de movimentar os valores de aposentadorias, pensões e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) em até 60 dias após o depósito. Caso o dinheiro não seja sacado ou utilizado nesse prazo, ele é automaticamente devolvido ao órgão, e o pagamento é suspenso até que o segurado regularize a situação. A regra, que visa combater fraudes e pagamentos indevidos, como em casos de falecimento, exige ação rápida dos titulares para evitar transtornos.
Aposentados, pensionistas e beneficiários do BPC estão entre os mais afetados, especialmente idosos e pessoas com deficiência que enfrentam dificuldades para acessar bancos ou plataformas digitais. Em 2024, cerca de 3% dos pagamentos foram suspensos por falta de movimentação, impactando milhares de famílias que dependem desses recursos para despesas básicas, como alimentação e remédios. A reativação do benefício é possível, mas depende de solicitações pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135, o que pode ser um obstáculo para quem não domina a tecnologia ou vive em áreas remotas.
Regularizar a situação exige atenção às datas de pagamento e ao uso frequente da conta. Desde 2023, a prova de vida automatizada, baseada no cruzamento de dados públicos, reduziu a necessidade de comparecimento presencial, mas a inatividade prolongada ainda pode levar à suspensão. Com o reforço dessa exigência, o INSS busca equilibrar segurança e eficiência, enquanto os segurados precisam se adaptar para proteger seus direitos.
Por que o INSS reforçou essa medida
A exigência de movimentar o benefício em até 60 dias não é nova, mas passou a ser mais rigorosamente aplicada em 2025 como parte de um esforço para evitar fraudes e desperdícios financeiros. Quando o valor depositado não é sacado ou usado, o banco o devolve ao INSS, que interpreta a inatividade como um possível sinal de irregularidade, como o falecimento do titular ou o uso indevido da conta. Nos últimos anos, casos de saques após a morte de beneficiários geraram prejuízos de bilhões de reais aos cofres públicos.
Essa política também ajuda a identificar cadastros desatualizados ou abandonados. Em 2024, o órgão detectou mais de 100 mil pagamentos irregulares, muitos ligados a beneficiários que não atualizaram seus dados ou deixaram de usar os valores depositados. A devolução automática após 60 dias serve como um filtro inicial, seguido por investigações mais detalhadas quando necessário.
A medida afeta todos os tipos de benefícios pagos pelo INSS, incluindo aposentadorias por idade, invalidez ou tempo de contribuição, pensões por morte, auxílios previdenciários e o BPC, voltado a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade. A suspensão temporária é reversível, mas exige que o segurado tome a iniciativa de reativar o pagamento, o que nem sempre é simples para todos.
Benefícios que podem ser suspensos
Todos os pagamentos realizados pelo INSS estão sujeitos à regra dos 60 dias. Isso inclui as aposentadorias, que abrangem mais de 25 milhões de segurados no país, e as pensões por morte, que beneficiam cerca de 7 milhões de dependentes. O BPC, que atende idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência com renda familiar per capita inferior a um quarto do salário mínimo, também entra na lista, alcançando cerca de 5 milhões de pessoas.
- Aposentadorias por idade, invalidez e tempo de contribuição.
- Pensões por morte para cônjuges, filhos ou outros dependentes.
- Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS).
Em 2024, o INSS desembolsou mais de R$ 700 bilhões em benefícios, e a falta de movimentação de apenas 1% desse montante já representa um volume significativo de recursos devolvidos. A suspensão visa garantir que o dinheiro chegue apenas a quem tem direito, mas coloca em risco quem não se organiza para cumprir o prazo.
O que acontece após a devolução do valor
Quando o prazo de 60 dias é ultrapassado sem movimentação, o banco devolve o valor ao INSS automaticamente. O benefício é então suspenso, interrompendo os depósitos mensais até que o segurado regularize sua situação. Esse processo não é um cancelamento definitivo, mas pode se transformar em um corte permanente se não houver ação por um período prolongado, geralmente após meses sem qualquer contato.
A suspensão temporária gera transtornos imediatos, especialmente para quem depende do benefício como única fonte de renda. Em 2024, relatos de beneficiários que perderam o pagamento por atrasos na movimentação aumentaram, muitos deles idosos que não perceberam a necessidade de sacar o valor dentro do prazo. A reativação exige que o titular ou um procurador legal solicite a reemissão, o que pode levar dias ou semanas, dependendo da análise do INSS.
Para evitar a devolução, basta uma simples ação, como um saque, transferência ou pagamento de conta. No entanto, a falta de informação sobre a regra ainda pega muitos desprevenidos, especialmente em regiões com acesso limitado a bancos ou internet.
Passos para reativar o benefício suspenso
Recuperar um benefício suspenso é um processo acessível, mas exige iniciativa do segurado. O INSS oferece dois canais principais para a solicitação: o aplicativo ou site Meu INSS e o telefone 135. Pelo Meu INSS, o procedimento é feito online, com login via CPF e senha da plataforma Gov.br, seguido pela opção “Solicitar Emissão de Pagamento Não Recebido”. Após o envio do pedido, o órgão analisa a situação e pode exigir documentos adicionais, como identidade ou comprovante de residência.
Quem prefere o atendimento telefônico pode ligar para o 135, disponível de segunda a sábado, das 7h às 22h. É necessário ter em mãos o CPF e o número do benefício, que pode ser encontrado no cartão de pagamento ou em extratos anteriores. O atendente registra a solicitação e informa os próximos passos, que geralmente incluem a confirmação de dados cadastrais.
Em 2024, cerca de 70% das reativações foram feitas pelo canal digital, refletindo a crescente adesão às ferramentas online. Mesmo assim, idosos e pessoas sem acesso à internet ainda dependem do telefone ou de terceiros para resolver a questão, o que pode atrasar o processo.
Prova de vida automatizada em foco
Desde 2023, a prova de vida passou a ser realizada de forma automática, eliminando a necessidade de comparecimento anual para a maioria dos beneficiários. O sistema cruza informações de bases públicas, como emissões de RG, CNH, registros de vacinação, consultas no SUS e participação em eleições, para confirmar que o segurado está vivo. Essa mudança beneficiou mais de 90% dos aposentados e pensionistas, reduzindo filas em bancos e agências.
Quando o INSS não encontra movimentação por 10 meses consecutivos após o último saque, o beneficiário pode ser convocado a realizar a prova de vida manualmente. Nesse caso, é preciso ir ao banco onde o benefício é pago ou a uma agência do INSS com um documento de identidade com foto. Em 2024, cerca de 500 mil pessoas passaram por esse procedimento, a maioria idosos acima de 80 anos.
A automatização trouxe mais segurança ao sistema, mas não elimina a necessidade de movimentar o benefício nos 60 dias iniciais. A combinação das duas medidas visa proteger os recursos públicos e garantir que os pagamentos cheguem aos titulares legítimos.
Dicas práticas para evitar transtornos
Prevenir a suspensão do benefício é mais simples do que reativá-lo. Movimentar a conta regularmente, seja com saques, transferências ou pagamentos, é a principal recomendação. Em 2024, beneficiários que adotaram esse hábito tiveram menos de 1% de suspensões, contra 5% entre aqueles que deixaram o valor parado.
Acompanhar o calendário de pagamentos, disponível no site e aplicativo Meu INSS, também ajuda a não perder o prazo. Atualizar os dados cadastrais, como telefone e endereço, garante que o segurado receba notificações importantes. O aplicativo Meu INSS, usado por mais de 15 milhões de pessoas em 2024, permite consultar extratos, solicitar serviços e até realizar a prova de vida digital em casos específicos.
- Movimente o dinheiro dentro de 60 dias.
- Verifique as datas de depósito regularmente.
- Mantenha o cadastro atualizado no Meu INSS.
- Fique atento a mensagens oficiais por SMS ou e-mail.
Essas ações simples evitam a devolução dos valores e mantêm o benefício ativo, especialmente para quem depende dele como principal fonte de renda.
Casos especiais que exigem atenção
Idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência, especialmente beneficiários do BPC, são os mais vulneráveis à suspensão por inatividade. Muitos enfrentam barreiras de locomoção ou dificuldades para usar canais digitais, o que aumenta o risco de perderem o prazo. Em 2024, cerca de 40% das suspensões afetaram esse grupo, segundo estimativas internas do INSS.
Familiares ou tutores podem ajudar monitorando as contas e realizando movimentações em nome do beneficiário. Para isso, é possível registrar um procurador legal junto ao INSS, com documentação que comprove a relação e a necessidade de representação. Em 2025, o órgão planeja ampliar o atendimento domiciliar para casos graves, mas a iniciativa ainda está em fase inicial.
A falta de acesso à internet em áreas rurais também complica a situação. Nessas regiões, o telefone 135 e as agências bancárias seguem como as principais opções para regularizar benefícios, mas a dependência de terceiros ainda é comum entre os mais vulneráveis.
Impacto da medida na segurança dos pagamentos
A suspensão de benefícios não sacados em 60 dias é parte de uma estratégia mais ampla do INSS para proteger o sistema previdenciário. Fraudes envolvendo saques após o falecimento de beneficiários custaram mais de R$ 5 bilhões nos últimos cinco anos, segundo auditorias internas. A devolução automática dos valores e a prova de vida automatizada reduziram esses prejuízos em 30% desde 2023.
Além de combater fraudes, a medida melhora a gestão dos recursos públicos. Em 2024, o INSS recuperou mais de R$ 1 bilhão em pagamentos devolvidos por inatividade, dinheiro que foi realocado para outros benefícios. O reforço da regra em 2025 reflete a prioridade em manter a sustentabilidade do sistema, mas exige que os segurados estejam mais atentos às suas obrigações.
A segurança também beneficia os próprios titulares, evitando que terceiros acessem valores depositados em contas inativas. Casos de saques indevidos por familiares ou golpistas diminuíram com a aplicação rigorosa do prazo, protegendo os direitos dos beneficiários legítimos.
Como o INSS notifica os segurados
O INSS utiliza diversos canais para alertar sobre a necessidade de movimentação ou regularização. Mensagens por SMS e e-mails são enviadas aos cadastrados com dados atualizados, informando prazos e orientações. Em 2024, mais de 10 milhões de notificações foram disparadas, com uma taxa de resposta de 80% entre os que receberam os avisos.
O aplicativo Meu INSS também exibe alertas na tela inicial, como lembretes sobre a data de pagamento ou a necessidade de reativação. Para quem não usa meios digitais, cartas enviadas ao endereço cadastrado são uma alternativa, embora menos frequentes. A recomendação é nunca fornecer dados pessoais fora dos canais oficiais, como o site, o aplicativo ou o telefone 135, devido ao aumento de golpes envolvendo falsos comunicados.
Quem mantém o cadastro atualizado tem mais chances de ser informado a tempo. Em áreas urbanas, a adesão aos canais digitais facilitou o acompanhamento, mas em regiões remotas, a dependência de bancos e agências ainda é alta, o que pode atrasar a resposta às notificações.
Benefícios afetados em números
A abrangência da regra dos 60 dias reflete o tamanho do sistema previdenciário brasileiro. As aposentadorias por idade representam a maior parte dos benefícios, com mais de 15 milhões de segurados em 2024. As pensões por morte, com cerca de 7 milhões de titulares, também são amplamente impactadas, especialmente em casos de dependentes que não movimentam os valores regularmente.
O BPC, que atende 5 milhões de pessoas, tem uma taxa de suspensão ligeiramente maior, devido às dificuldades enfrentadas por idosos e pessoas com deficiência. Auxílios previdenciários, como o auxílio-doença, somam cerca de 2 milhões de beneficiários e também entram na lista. Em 2025, o INSS espera manter esses números estáveis, mas o reforço da medida pode aumentar as suspensões iniciais até que os segurados se adaptem.

Calendário de pagamentos como aliado
Acompanhar as datas de depósito é uma forma eficaz de evitar a suspensão. O INSS organiza os pagamentos com base no número final do benefício, dividido entre os que recebem até um salário mínimo e os que ganham acima disso. Em 2025, os depósitos começam no fim de cada mês e se estendem até o início do mês seguinte.
Por exemplo, em abril, os pagamentos para quem recebe até um salário mínimo começam no dia 24 (final 1) e terminam no dia 8 de maio (final 0). Para valores acima do mínimo, o calendário inicia em 2 de maio (finais 1 e 6) e vai até 8 de maio (finais 5 e 0). Essas datas podem ser consultadas no site oficial ou no aplicativo Meu INSS, ajudando os segurados a planejar a movimentação dentro do prazo de 60 dias.
Soluções para quem não pode se deslocar
Beneficiários com mobilidade reduzida ou sem acesso a bancos têm alternativas para evitar a suspensão. O registro de um procurador legal permite que outra pessoa movimente a conta em nome do titular, desde que autorizado pelo INSS. Em 2024, mais de 300 mil procurações foram registradas, a maioria para idosos acima de 80 anos.
O atendimento domiciliar, oferecido em casos extremos, como doenças graves, também é uma opção, embora limitada pela disponibilidade de equipes. Bancos como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil oferecem serviços de débito automático para contas vinculadas ao benefício, garantindo movimentação sem a necessidade de saques presenciais. Essas soluções ajudam a incluir quem enfrenta barreiras físicas ou geográficas.
Avanços na digitalização do INSS
A transição para canais digitais tem facilitado o acesso aos serviços do INSS. O aplicativo Meu INSS, lançado em 2017, já foi baixado por mais de 20 milhões de usuários até 2024, permitindo consultas, solicitações e atualizações cadastrais em poucos minutos. Em 2025, o órgão planeja expandir as funcionalidades, como a inclusão de notificações push para lembrar os prazos de movimentação.
O telefone 135 segue como uma alternativa para quem não usa a internet, recebendo cerca de 1 milhão de ligações por mês. A digitalização reduziu os custos operacionais em 15% nos últimos dois anos, liberando recursos para melhorar o atendimento presencial em agências, especialmente em cidades pequenas.
Desafios para os beneficiários mais vulneráveis
Apesar dos avanços, nem todos conseguem se adaptar às exigências. Em áreas rurais, onde o acesso à internet é limitado, muitos dependem de familiares ou vizinhos para movimentar os valores. Em 2024, cerca de 10% dos beneficiários do BPC relataram dificuldades para cumprir o prazo de 60 dias, seja por falta de transporte ou por desconhecimento da regra.
A burocracia para registrar procurações ou solicitar reativações também é um obstáculo. Idosos com baixa escolaridade enfrentam barreiras para usar o Meu INSS, enquanto pessoas com deficiência motora ou visual precisam de apoio extra que nem sempre está disponível. O INSS reconhece esses desafios e trabalha para ampliar o alcance do atendimento, mas a solução ainda depende de iniciativas locais.
