A possibilidade de resgatar valores esquecidos no antigo fundo PIS/Pasep tem chamado a atenção de milhões de brasileiros. Mais de 10 milhões de pessoas, entre trabalhadores que atuaram com carteira assinada ou como servidores públicos entre 1971 e 1988 e seus herdeiros, ainda podem acessar cerca de R$ 26,3 bilhões que permanecem disponíveis para saque. O saldo médio por beneficiário é estimado em R$ 2,8 mil, corrigido pela inflação, mas o montante exato depende do tempo de trabalho e da remuneração recebida na época. Os saques começaram a ser liberados em 28 de março e seguem um calendário específico, mas há um prazo limite: setembro de 2028. Após essa data, os recursos não reclamados serão incorporados ao Tesouro Nacional, sem chance de recuperação.
O processo para verificar e solicitar esses valores é simples e pode ser iniciado tanto pelo site Repis Cidadão, criado pelo Ministério da Fazenda, quanto pelo aplicativo do FGTS. Para herdeiros, a retirada exige a apresentação de documentos específicos, como certidões ou autorizações judiciais, que comprovem o direito ao benefício. Já os próprios beneficiários precisam apenas de um documento de identidade oficial. O pagamento, após análise, é depositado diretamente em conta bancária na Caixa Econômica Federal ou em uma conta poupança social digital, acessível pelo aplicativo Caixa Tem.
Esse fundo, diferente do abono salarial pago atualmente, foi uma iniciativa do governo entre as décadas de 1970 e 1980 para formar uma poupança individual aos trabalhadores. Apesar de ter sido extinto em 1988, muitos não sacaram suas cotas ao longo dos anos, seja por desconhecimento ou dificuldades de acesso. Agora, com a digitalização dos serviços e a ampla divulgação, o governo busca garantir que esses recursos cheguem aos seus donos ou sucessores antes do prazo final.
O que é o antigo fundo PIS/Pasep e por que ele ainda existe
Criado em 1970, o Programa de Integração Social (PIS) tinha como objetivo principal oferecer uma poupança complementar aos trabalhadores do setor privado com carteira assinada. Anos depois, em 1971, o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) foi instituído com a mesma lógica, voltado a servidores públicos civis e militares. Em 1975, os dois programas foram unificados no Fundo PIS/Pasep, que funcionou até 1988, quando foi substituído pelo modelo atual do abono salarial. Durante esse período, parte dos salários dos trabalhadores era destinada a esse fundo, que rendia juros e podia ser sacada em situações específicas, como aposentadoria ou doença grave.
Mesmo após o encerramento, bilhões de reais permaneceram intocados, seja porque os beneficiários não tinham conhecimento dos valores, seja por falta de campanhas efetivas de divulgação na época. Em 2020, as cotas remanescentes foram transferidas para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e, em 2023, passaram a integrar uma conta única do Tesouro Nacional. Desde então, a Caixa Econômica Federal assumiu a responsabilidade de gerenciar os saques, oferecendo canais digitais e presenciais para facilitar o acesso. Até o momento, mais de R$ 51,6 milhões já foram pagos a trabalhadores e herdeiros que solicitaram o resgate.
Quem tem direito a esses valores esquecidos
Os valores do antigo fundo PIS/Pasep pertencem a trabalhadores que atuaram formalmente entre 1971 e 1988, período em que o programa estava ativo. Isso inclui empregados do setor privado registrados sob o regime CLT e servidores públicos, como funcionários de órgãos governamentais ou militares. Para ter direito, era necessário que o empregador contribuísse para o fundo na época, o que era comum entre empresas e instituições públicas. Caso o beneficiário original tenha falecido, os herdeiros podem reivindicar o montante, desde que apresentem a documentação exigida.
No caso dos herdeiros, o processo é um pouco mais complexo, mas viável. São aceitos dependentes habilitados à pensão por morte, conforme registros da Previdência Social, ou sucessores legais reconhecidos por autorização judicial ou escritura pública. Estima-se que mais de 10 milhões de brasileiros ainda tenham direito a esses recursos, o que torna a iniciativa relevante para muitas famílias. O governo reforça que, independentemente do valor, o saque é um direito garantido, mas depende da ação do interessado para ser efetivado antes do prazo limite.
Passo a passo para consultar e solicitar o saque
Consultar se há valores disponíveis no antigo fundo PIS/Pasep é um processo acessível e gratuito. O primeiro passo é acessar o site Repis Cidadão, desenvolvido pelo Ministério da Fazenda para centralizar as informações. Lá, o usuário deve fazer login com CPF e senha do sistema Gov.br, autorizando o acesso aos dados. Em seguida, é necessário informar o Número de Identificação Social (NIS) do beneficiário, que pode ser encontrado em documentos como carteira de trabalho, extrato do FGTS ou no site Meu INSS. Após a pesquisa, o sistema indica se há saldo a receber e orienta sobre os próximos passos.
Outra opção é utilizar o aplicativo do FGTS, disponível para Android e iOS. No app, basta fazer login, acessar a seção “mais” e clicar em “ressarcimento PIS/Pasep”. O sistema exibe as informações disponíveis e permite iniciar o pedido de saque diretamente, anexando os documentos necessários. Para beneficiários vivos, um documento de identidade com foto é suficiente. Já herdeiros precisam enviar certidão de dependentes, declaração de pensão por morte ou autorização judicial, dependendo do caso.
Após a solicitação, a Caixa Econômica Federal analisa os dados e encaminha o pedido ao Ministério da Fazenda. O pagamento segue um calendário predefinido, com datas que variam conforme o mês da solicitação. Por exemplo, pedidos feitos até 28 de fevereiro de 2025 serão pagos em 28 de março de 2025, enquanto os realizados até 31 de março terão o depósito em 25 de abril. O dinheiro é transferido para uma conta na Caixa ou para uma poupança social digital, que pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem, oferecendo praticidade ao beneficiário.
Calendário de pagamentos do fundo PIS/Pasep
O cronograma de saques do antigo fundo PIS/Pasep foi estabelecido pela Caixa Econômica Federal para organizar os pagamentos ao longo de 2025 e início de 2026. Confira as datas:
- Solicitações até 28/02/2025: pagamento em 28/03/2025
- Solicitações até 31/03/2025: pagamento em 25/04/2025
- Solicitações até 30/04/2025: pagamento em 26/05/2025
- Solicitações até 31/05/2025: pagamento em 25/06/2025
- Solicitações até 30/06/2025: pagamento em 25/07/2025
- Solicitações até 31/07/2025: pagamento em 25/08/2025
- Solicitações até 31/08/2025: pagamento em 25/09/2025
- Solicitações até 30/09/2025: pagamento em 27/10/2025
- Solicitações até 31/10/2025: pagamento em 25/11/2025
- Solicitações até 30/11/2025: pagamento em 26/12/2025
- Solicitações até 31/12/2025: pagamento em 26/01/2026
Esse calendário abrange solicitações realizadas até o fim de 2025, mas os saques podem continuar até setembro de 2028, desde que o pedido seja protocolado dentro do prazo. Os valores são corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), garantindo que o montante reflita a inflação acumulada desde a época em que foi depositado.
Diferenças entre o fundo antigo e o abono salarial atual
Embora ambos estejam ligados aos programas PIS e Pasep, o fundo antigo e o abono salarial atual têm propósitos e funcionamentos distintos. O fundo PIS/Pasep, ativo entre 1971 e 1988, era uma espécie de poupança forçada, na qual parte do salário do trabalhador era retida e rendia juros ao longo do tempo. Os saques eram liberados apenas em situações específicas, como aposentadoria, casamento ou compra de imóvel, o que explica por que muitos não acessaram os recursos na época.

Já o abono salarial, instituído após 1988, funciona como um benefício anual, pago a trabalhadores e servidores que cumprem critérios como ter trabalhado ao menos 30 dias no ano-base e recebido até dois salários mínimos mensais. Em 2025, por exemplo, o abono referente ao ano-base 2023 está sendo pago a cerca de 25,8 milhões de pessoas, com um total de R$ 30,7 bilhões distribuídos. Enquanto o abono é um complemento de renda recorrente, o fundo antigo é um resgate de valores acumulados décadas atrás, o que torna os dois programas complementares, mas independentes.
O desconhecimento sobre essas diferenças contribuiu para que bilhões de reais permanecessem esquecidos. Muitos trabalhadores que tinham direito ao fundo antigo não sabiam da existência das cotas ou enfrentaram barreiras burocráticas para acessá-las. Com a modernização dos sistemas e a transferência dos recursos para o FGTS e, posteriormente, para o Tesouro Nacional, o governo busca agora corrigir essa falha histórica, oferecendo uma nova chance de resgate.
Por que tantos valores ainda estão disponíveis
A existência de R$ 26,3 bilhões esquecidos no antigo fundo PIS/Pasep reflete uma combinação de fatores históricos e logísticos. Durante as décadas de 1970 e 1980, a comunicação entre governo, empresas e trabalhadores era limitada, especialmente em regiões mais afastadas. Muitos não foram informados sobre os depósitos ou não tinham acesso fácil às agências bancárias para consultar saldos. Além disso, o fundo era pouco divulgado após seu encerramento em 1988, o que fez com que as cotas ficassem “adormecidas” por anos.
Outro ponto é a falta de continuidade no acompanhamento dos beneficiários. Diferente do FGTS, que mantém um sistema ativo de consulta e saque, o fundo PIS/Pasep não contava com uma estrutura permanente para rastrear os donos dos recursos. Com o passar do tempo, muitos trabalhadores mudaram de cidade, faleceram ou simplesmente esqueceram que tinham direito a esses valores. Para os herdeiros, a situação se complicava ainda mais, já que o acesso dependia de informações que nem sempre estavam disponíveis na família.
Hoje, a digitalização mudou esse cenário. Ferramentas como o Repis Cidadão e o aplicativo do FGTS permitem consultas rápidas e solicitações online, eliminando boa parte das barreiras do passado. Mesmo assim, o governo estima que milhões de pessoas ainda não sabem que têm dinheiro a receber, o que reforça a importância de campanhas de conscientização e da atuação de familiares na busca por esses recursos.
Documentos exigidos para herdeiros
Herdeiros que desejam sacar os valores do antigo fundo PIS/Pasep precisam estar atentos à documentação necessária. Os requisitos variam conforme a relação com o beneficiário falecido, mas o objetivo é comprovar o direito ao saque. Veja os principais documentos aceitos:
- Certidão PIS/Pasep/FGTS emitida pela Previdência Social, com a lista de dependentes habilitados à pensão por morte.
- Declaração de dependentes habilitados à pensão, fornecida pelo órgão pagador do benefício.
- Autorização judicial ou escritura pública assinada por todos os dependentes e sucessores, confirmando a permissão para o saque e declarando a inexistência de outros herdeiros conhecidos.
Esses documentos devem ser anexados no momento da solicitação, seja pelo aplicativo do FGTS, seja em uma agência da Caixa. A análise pode levar alguns dias, mas, uma vez aprovada, o pagamento segue o calendário oficial. A exigência de comprovação busca evitar fraudes e garantir que os recursos cheguem às pessoas certas, mas também exige organização por parte dos herdeiros.
Benefícios do resgate para trabalhadores e famílias
Resgatar os valores do antigo fundo PIS/Pasep pode fazer diferença significativa na vida de milhões de brasileiros. Com um saldo médio de R$ 2,8 mil, o montante pode ser usado para quitar dívidas, investir em melhorias no lar ou até mesmo cobrir despesas emergenciais. Para herdeiros, o dinheiro representa uma herança inesperada, muitas vezes descoberta anos após o falecimento do titular. Em um contexto de inflação e aumento do custo de vida, esses recursos chegam como um alívio financeiro bem-vindo.
Além do impacto individual, o saque em larga escala também movimenta a economia. Com mais de R$ 26,3 bilhões disponíveis, a liberação desses valores pode aquecer o consumo em diversas regiões do país, beneficiando pequenos comércios e serviços. Até agora, mais de R$ 51,6 milhões já foram pagos, mas o volume total ainda depende da adesão dos beneficiários. O governo espera que, com a ampliação do acesso digital, mais pessoas sejam alcançadas antes do prazo final em 2028.
A facilidade de consulta e solicitação é um ponto positivo. Diferente de décadas passadas, quando o processo exigia idas a agências e longas filas, hoje tudo pode ser feito pelo celular ou computador. Para famílias que enfrentam dificuldades financeiras, o resgate desses valores pode ser uma oportunidade de reorganizar as finanças e planejar o futuro com mais segurança.
Prazo final e o que acontece após 2028
O prazo de setembro de 2028 é um marco crucial para quem tem direito aos valores do antigo fundo PIS/Pasep. Até lá, trabalhadores e herdeiros podem consultar, solicitar e receber os recursos sem complicações, desde que sigam os procedimentos corretos. Após essa data, however, os valores não reclamados serão permanentemente incorporados ao Tesouro Nacional, sem possibilidade de reembolso. Isso significa que bilhões de reais podem ser perdidos por falta de ação dos beneficiários.
A transferência para o Tesouro já ocorreu em parte em 2023, quando as cotas remanescentes foram realocadas do FGTS para uma conta única do governo. A medida foi autorizada por uma emenda constitucional em 2022, com o objetivo de reforçar o caixa público. Agora, o foco é garantir que os donos originais ou seus sucessores acessem o dinheiro antes que ele seja definitivamente absorvido. O calendário de pagamentos até 2026 é apenas uma etapa inicial, mas os saques podem continuar nos anos seguintes, desde que dentro do limite estabelecido.
Para evitar que isso aconteça, a recomendação é agir o quanto antes. A consulta é gratuita e rápida, e o processo de solicitação pode ser concluído em poucos minutos, especialmente para quem usa os canais digitais. Com mais de 10 milhões de pessoas ainda elegíveis, o tempo é um fator determinante para garantir o acesso a esse direito.
Como o governo está facilitando o acesso
A digitalização tem sido a principal estratégia do governo para facilitar o resgate dos valores do antigo fundo PIS/Pasep. O lançamento do site Repis Cidadão, em 2025, marcou um avanço importante, oferecendo uma plataforma centralizada para consultas e orientações. Integrado ao sistema Gov.br, o site permite que qualquer pessoa com CPF e acesso à internet verifique se tem direito aos recursos, sem precisar enfrentar filas ou deslocamentos.
O aplicativo do FGTS também desempenha um papel essencial. Além de mostrar saldos do fundo de garantia, ele agora inclui a opção de ressarcimento do PIS/Pasep, com um passo a passo claro para anexar documentos e protocolar pedidos. Para quem prefere o atendimento presencial, as agências da Caixa Econômica Federal continuam disponíveis, oferecendo suporte a quem tem dúvidas ou dificuldades com a tecnologia. Até janeiro de 2026, o calendário de pagamentos segue ativo, mas os saques podem ser solicitados até o prazo final de 2028.
Mais de R$ 51,6 milhões já foram distribuídos desde o início do processo, um sinal de que as medidas estão funcionando. Ainda assim, o desafio é alcançar os milhões de beneficiários que desconhecem o direito ou não sabem como proceder. A ampliação da divulgação, por meio de campanhas em redes sociais e parcerias com órgãos locais, é outra frente de ação para garantir que o dinheiro chegue às mãos certas antes que seja tarde demais.

A possibilidade de resgatar valores esquecidos no antigo fundo PIS/Pasep tem chamado a atenção de milhões de brasileiros. Mais de 10 milhões de pessoas, entre trabalhadores que atuaram com carteira assinada ou como servidores públicos entre 1971 e 1988 e seus herdeiros, ainda podem acessar cerca de R$ 26,3 bilhões que permanecem disponíveis para saque. O saldo médio por beneficiário é estimado em R$ 2,8 mil, corrigido pela inflação, mas o montante exato depende do tempo de trabalho e da remuneração recebida na época. Os saques começaram a ser liberados em 28 de março e seguem um calendário específico, mas há um prazo limite: setembro de 2028. Após essa data, os recursos não reclamados serão incorporados ao Tesouro Nacional, sem chance de recuperação.
O processo para verificar e solicitar esses valores é simples e pode ser iniciado tanto pelo site Repis Cidadão, criado pelo Ministério da Fazenda, quanto pelo aplicativo do FGTS. Para herdeiros, a retirada exige a apresentação de documentos específicos, como certidões ou autorizações judiciais, que comprovem o direito ao benefício. Já os próprios beneficiários precisam apenas de um documento de identidade oficial. O pagamento, após análise, é depositado diretamente em conta bancária na Caixa Econômica Federal ou em uma conta poupança social digital, acessível pelo aplicativo Caixa Tem.
Esse fundo, diferente do abono salarial pago atualmente, foi uma iniciativa do governo entre as décadas de 1970 e 1980 para formar uma poupança individual aos trabalhadores. Apesar de ter sido extinto em 1988, muitos não sacaram suas cotas ao longo dos anos, seja por desconhecimento ou dificuldades de acesso. Agora, com a digitalização dos serviços e a ampla divulgação, o governo busca garantir que esses recursos cheguem aos seus donos ou sucessores antes do prazo final.
O que é o antigo fundo PIS/Pasep e por que ele ainda existe
Criado em 1970, o Programa de Integração Social (PIS) tinha como objetivo principal oferecer uma poupança complementar aos trabalhadores do setor privado com carteira assinada. Anos depois, em 1971, o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) foi instituído com a mesma lógica, voltado a servidores públicos civis e militares. Em 1975, os dois programas foram unificados no Fundo PIS/Pasep, que funcionou até 1988, quando foi substituído pelo modelo atual do abono salarial. Durante esse período, parte dos salários dos trabalhadores era destinada a esse fundo, que rendia juros e podia ser sacada em situações específicas, como aposentadoria ou doença grave.
Mesmo após o encerramento, bilhões de reais permaneceram intocados, seja porque os beneficiários não tinham conhecimento dos valores, seja por falta de campanhas efetivas de divulgação na época. Em 2020, as cotas remanescentes foram transferidas para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e, em 2023, passaram a integrar uma conta única do Tesouro Nacional. Desde então, a Caixa Econômica Federal assumiu a responsabilidade de gerenciar os saques, oferecendo canais digitais e presenciais para facilitar o acesso. Até o momento, mais de R$ 51,6 milhões já foram pagos a trabalhadores e herdeiros que solicitaram o resgate.
Quem tem direito a esses valores esquecidos
Os valores do antigo fundo PIS/Pasep pertencem a trabalhadores que atuaram formalmente entre 1971 e 1988, período em que o programa estava ativo. Isso inclui empregados do setor privado registrados sob o regime CLT e servidores públicos, como funcionários de órgãos governamentais ou militares. Para ter direito, era necessário que o empregador contribuísse para o fundo na época, o que era comum entre empresas e instituições públicas. Caso o beneficiário original tenha falecido, os herdeiros podem reivindicar o montante, desde que apresentem a documentação exigida.
No caso dos herdeiros, o processo é um pouco mais complexo, mas viável. São aceitos dependentes habilitados à pensão por morte, conforme registros da Previdência Social, ou sucessores legais reconhecidos por autorização judicial ou escritura pública. Estima-se que mais de 10 milhões de brasileiros ainda tenham direito a esses recursos, o que torna a iniciativa relevante para muitas famílias. O governo reforça que, independentemente do valor, o saque é um direito garantido, mas depende da ação do interessado para ser efetivado antes do prazo limite.
Passo a passo para consultar e solicitar o saque
Consultar se há valores disponíveis no antigo fundo PIS/Pasep é um processo acessível e gratuito. O primeiro passo é acessar o site Repis Cidadão, desenvolvido pelo Ministério da Fazenda para centralizar as informações. Lá, o usuário deve fazer login com CPF e senha do sistema Gov.br, autorizando o acesso aos dados. Em seguida, é necessário informar o Número de Identificação Social (NIS) do beneficiário, que pode ser encontrado em documentos como carteira de trabalho, extrato do FGTS ou no site Meu INSS. Após a pesquisa, o sistema indica se há saldo a receber e orienta sobre os próximos passos.
Outra opção é utilizar o aplicativo do FGTS, disponível para Android e iOS. No app, basta fazer login, acessar a seção “mais” e clicar em “ressarcimento PIS/Pasep”. O sistema exibe as informações disponíveis e permite iniciar o pedido de saque diretamente, anexando os documentos necessários. Para beneficiários vivos, um documento de identidade com foto é suficiente. Já herdeiros precisam enviar certidão de dependentes, declaração de pensão por morte ou autorização judicial, dependendo do caso.
Após a solicitação, a Caixa Econômica Federal analisa os dados e encaminha o pedido ao Ministério da Fazenda. O pagamento segue um calendário predefinido, com datas que variam conforme o mês da solicitação. Por exemplo, pedidos feitos até 28 de fevereiro de 2025 serão pagos em 28 de março de 2025, enquanto os realizados até 31 de março terão o depósito em 25 de abril. O dinheiro é transferido para uma conta na Caixa ou para uma poupança social digital, que pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem, oferecendo praticidade ao beneficiário.
Calendário de pagamentos do fundo PIS/Pasep
O cronograma de saques do antigo fundo PIS/Pasep foi estabelecido pela Caixa Econômica Federal para organizar os pagamentos ao longo de 2025 e início de 2026. Confira as datas:
- Solicitações até 28/02/2025: pagamento em 28/03/2025
- Solicitações até 31/03/2025: pagamento em 25/04/2025
- Solicitações até 30/04/2025: pagamento em 26/05/2025
- Solicitações até 31/05/2025: pagamento em 25/06/2025
- Solicitações até 30/06/2025: pagamento em 25/07/2025
- Solicitações até 31/07/2025: pagamento em 25/08/2025
- Solicitações até 31/08/2025: pagamento em 25/09/2025
- Solicitações até 30/09/2025: pagamento em 27/10/2025
- Solicitações até 31/10/2025: pagamento em 25/11/2025
- Solicitações até 30/11/2025: pagamento em 26/12/2025
- Solicitações até 31/12/2025: pagamento em 26/01/2026
Esse calendário abrange solicitações realizadas até o fim de 2025, mas os saques podem continuar até setembro de 2028, desde que o pedido seja protocolado dentro do prazo. Os valores são corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), garantindo que o montante reflita a inflação acumulada desde a época em que foi depositado.
Diferenças entre o fundo antigo e o abono salarial atual
Embora ambos estejam ligados aos programas PIS e Pasep, o fundo antigo e o abono salarial atual têm propósitos e funcionamentos distintos. O fundo PIS/Pasep, ativo entre 1971 e 1988, era uma espécie de poupança forçada, na qual parte do salário do trabalhador era retida e rendia juros ao longo do tempo. Os saques eram liberados apenas em situações específicas, como aposentadoria, casamento ou compra de imóvel, o que explica por que muitos não acessaram os recursos na época.

Já o abono salarial, instituído após 1988, funciona como um benefício anual, pago a trabalhadores e servidores que cumprem critérios como ter trabalhado ao menos 30 dias no ano-base e recebido até dois salários mínimos mensais. Em 2025, por exemplo, o abono referente ao ano-base 2023 está sendo pago a cerca de 25,8 milhões de pessoas, com um total de R$ 30,7 bilhões distribuídos. Enquanto o abono é um complemento de renda recorrente, o fundo antigo é um resgate de valores acumulados décadas atrás, o que torna os dois programas complementares, mas independentes.
O desconhecimento sobre essas diferenças contribuiu para que bilhões de reais permanecessem esquecidos. Muitos trabalhadores que tinham direito ao fundo antigo não sabiam da existência das cotas ou enfrentaram barreiras burocráticas para acessá-las. Com a modernização dos sistemas e a transferência dos recursos para o FGTS e, posteriormente, para o Tesouro Nacional, o governo busca agora corrigir essa falha histórica, oferecendo uma nova chance de resgate.
Por que tantos valores ainda estão disponíveis
A existência de R$ 26,3 bilhões esquecidos no antigo fundo PIS/Pasep reflete uma combinação de fatores históricos e logísticos. Durante as décadas de 1970 e 1980, a comunicação entre governo, empresas e trabalhadores era limitada, especialmente em regiões mais afastadas. Muitos não foram informados sobre os depósitos ou não tinham acesso fácil às agências bancárias para consultar saldos. Além disso, o fundo era pouco divulgado após seu encerramento em 1988, o que fez com que as cotas ficassem “adormecidas” por anos.
Outro ponto é a falta de continuidade no acompanhamento dos beneficiários. Diferente do FGTS, que mantém um sistema ativo de consulta e saque, o fundo PIS/Pasep não contava com uma estrutura permanente para rastrear os donos dos recursos. Com o passar do tempo, muitos trabalhadores mudaram de cidade, faleceram ou simplesmente esqueceram que tinham direito a esses valores. Para os herdeiros, a situação se complicava ainda mais, já que o acesso dependia de informações que nem sempre estavam disponíveis na família.
Hoje, a digitalização mudou esse cenário. Ferramentas como o Repis Cidadão e o aplicativo do FGTS permitem consultas rápidas e solicitações online, eliminando boa parte das barreiras do passado. Mesmo assim, o governo estima que milhões de pessoas ainda não sabem que têm dinheiro a receber, o que reforça a importância de campanhas de conscientização e da atuação de familiares na busca por esses recursos.
Documentos exigidos para herdeiros
Herdeiros que desejam sacar os valores do antigo fundo PIS/Pasep precisam estar atentos à documentação necessária. Os requisitos variam conforme a relação com o beneficiário falecido, mas o objetivo é comprovar o direito ao saque. Veja os principais documentos aceitos:
- Certidão PIS/Pasep/FGTS emitida pela Previdência Social, com a lista de dependentes habilitados à pensão por morte.
- Declaração de dependentes habilitados à pensão, fornecida pelo órgão pagador do benefício.
- Autorização judicial ou escritura pública assinada por todos os dependentes e sucessores, confirmando a permissão para o saque e declarando a inexistência de outros herdeiros conhecidos.
Esses documentos devem ser anexados no momento da solicitação, seja pelo aplicativo do FGTS, seja em uma agência da Caixa. A análise pode levar alguns dias, mas, uma vez aprovada, o pagamento segue o calendário oficial. A exigência de comprovação busca evitar fraudes e garantir que os recursos cheguem às pessoas certas, mas também exige organização por parte dos herdeiros.
Benefícios do resgate para trabalhadores e famílias
Resgatar os valores do antigo fundo PIS/Pasep pode fazer diferença significativa na vida de milhões de brasileiros. Com um saldo médio de R$ 2,8 mil, o montante pode ser usado para quitar dívidas, investir em melhorias no lar ou até mesmo cobrir despesas emergenciais. Para herdeiros, o dinheiro representa uma herança inesperada, muitas vezes descoberta anos após o falecimento do titular. Em um contexto de inflação e aumento do custo de vida, esses recursos chegam como um alívio financeiro bem-vindo.
Além do impacto individual, o saque em larga escala também movimenta a economia. Com mais de R$ 26,3 bilhões disponíveis, a liberação desses valores pode aquecer o consumo em diversas regiões do país, beneficiando pequenos comércios e serviços. Até agora, mais de R$ 51,6 milhões já foram pagos, mas o volume total ainda depende da adesão dos beneficiários. O governo espera que, com a ampliação do acesso digital, mais pessoas sejam alcançadas antes do prazo final em 2028.
A facilidade de consulta e solicitação é um ponto positivo. Diferente de décadas passadas, quando o processo exigia idas a agências e longas filas, hoje tudo pode ser feito pelo celular ou computador. Para famílias que enfrentam dificuldades financeiras, o resgate desses valores pode ser uma oportunidade de reorganizar as finanças e planejar o futuro com mais segurança.
Prazo final e o que acontece após 2028
O prazo de setembro de 2028 é um marco crucial para quem tem direito aos valores do antigo fundo PIS/Pasep. Até lá, trabalhadores e herdeiros podem consultar, solicitar e receber os recursos sem complicações, desde que sigam os procedimentos corretos. Após essa data, however, os valores não reclamados serão permanentemente incorporados ao Tesouro Nacional, sem possibilidade de reembolso. Isso significa que bilhões de reais podem ser perdidos por falta de ação dos beneficiários.
A transferência para o Tesouro já ocorreu em parte em 2023, quando as cotas remanescentes foram realocadas do FGTS para uma conta única do governo. A medida foi autorizada por uma emenda constitucional em 2022, com o objetivo de reforçar o caixa público. Agora, o foco é garantir que os donos originais ou seus sucessores acessem o dinheiro antes que ele seja definitivamente absorvido. O calendário de pagamentos até 2026 é apenas uma etapa inicial, mas os saques podem continuar nos anos seguintes, desde que dentro do limite estabelecido.
Para evitar que isso aconteça, a recomendação é agir o quanto antes. A consulta é gratuita e rápida, e o processo de solicitação pode ser concluído em poucos minutos, especialmente para quem usa os canais digitais. Com mais de 10 milhões de pessoas ainda elegíveis, o tempo é um fator determinante para garantir o acesso a esse direito.
Como o governo está facilitando o acesso
A digitalização tem sido a principal estratégia do governo para facilitar o resgate dos valores do antigo fundo PIS/Pasep. O lançamento do site Repis Cidadão, em 2025, marcou um avanço importante, oferecendo uma plataforma centralizada para consultas e orientações. Integrado ao sistema Gov.br, o site permite que qualquer pessoa com CPF e acesso à internet verifique se tem direito aos recursos, sem precisar enfrentar filas ou deslocamentos.
O aplicativo do FGTS também desempenha um papel essencial. Além de mostrar saldos do fundo de garantia, ele agora inclui a opção de ressarcimento do PIS/Pasep, com um passo a passo claro para anexar documentos e protocolar pedidos. Para quem prefere o atendimento presencial, as agências da Caixa Econômica Federal continuam disponíveis, oferecendo suporte a quem tem dúvidas ou dificuldades com a tecnologia. Até janeiro de 2026, o calendário de pagamentos segue ativo, mas os saques podem ser solicitados até o prazo final de 2028.
Mais de R$ 51,6 milhões já foram distribuídos desde o início do processo, um sinal de que as medidas estão funcionando. Ainda assim, o desafio é alcançar os milhões de beneficiários que desconhecem o direito ou não sabem como proceder. A ampliação da divulgação, por meio de campanhas em redes sociais e parcerias com órgãos locais, é outra frente de ação para garantir que o dinheiro chegue às mãos certas antes que seja tarde demais.
