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17 Apr 2025, Thu

Carille critica torcida do Vasco após vitória por 1 a 0 contra Puerto Cabello na Sul-Americana

Carille Técnico do Vasco


O técnico Fábio Carille não escondeu sua insatisfação com a postura da torcida do Vasco durante a vitória por 1 a 0 sobre o Puerto Cabello, em partida válida pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana. O jogo, disputado em São Januário, na noite de terça-feira (8), marcou o primeiro triunfo do time na competição continental desta temporada. Mesmo com os três pontos garantidos graças a um gol de Pablo Vegetti, o treinador usou a coletiva pós-jogo para desabafar sobre as cobranças vindas das arquibancadas, que, segundo ele, interferem no desempenho da equipe em campo.

A partida contra o time venezuelano foi marcada por um domínio vascaíno, mas também por dificuldades em transformar as chances criadas em gols. Vegetti, mais uma vez decisivo, marcou de cabeça nos acréscimos do primeiro tempo, garantindo a liderança provisória do Grupo G, com quatro pontos. Apesar do resultado positivo, o clima em São Januário não foi de total celebração. Parte dos torcedores vaiou o time ao fim do jogo e chegou a pedir a saída de Carille, o que gerou a reação imediata do treinador.

Carille destacou que o Vasco teve uma atuação consistente, criando diversas oportunidades ofensivas, enquanto o goleiro Léo Jardim pouco trabalhou na defesa. O treinador lamentou, no entanto, que a equipe não tenha ampliado o placar, algo que poderia ter trazido mais tranquilidade tanto para os jogadores quanto para a torcida presente.

Jogo controlado, mas sem brilho

A vitória do Vasco contra o Puerto Cabello não veio acompanhada de uma atuação vistosa. O time carioca dominou boa parte do confronto, especialmente no primeiro tempo, mas esbarrou na falta de capricho nas finalizações e na sólida defesa adversária, liderada pelo goleiro Luis Romero. O gol de Vegetti, aos 46 minutos da etapa inicial, surgiu de uma jogada aérea, uma das marcas do centroavante argentino, que agora soma 44 gols com a camisa cruz-maltina, ultrapassando Germán Cano como o maior artilheiro estrangeiro do clube no século 21.

No segundo tempo, o Vasco seguiu pressionando, mas sem a mesma intensidade. Carille reconheceu que o time abusou dos cruzamentos em alguns momentos, especialmente no fim do primeiro tempo, e apontou a necessidade de maior presença dos meias na área para apoiar Vegetti. Jogadores como Philippe Coutinho e Leandro Garré tiveram chances, mas não conseguiram vencer Romero, que fez defesas importantes, incluindo uma cabeçada à queima-roupa de Coutinho que poderia ter ampliado o marcador.

O Puerto Cabello, por sua vez, pouco ameaçou. A equipe venezuelana, comandada pelo técnico Vasco Faísca, adotou uma postura defensiva e buscou segurar o resultado, mas não conseguiu criar jogadas de perigo significativo. Nos minutos finais, Léo Jardim precisou intervir em uma rara tentativa dos visitantes, garantindo a vitória magra do Vasco.

Reação da torcida e resposta de Carille

Embora o resultado tenha sido positivo, a torcida do Vasco demonstrou insatisfação durante e após a partida. Gritos de “fora, Carille” ecoaram em São Januário, refletindo a pressão sobre o técnico, que vive um momento delicado no comando do time. A estreia na Sul-Americana com um empate em 3 a 3 contra o Melgar, após abrir vantagem no placar, e a derrota por 3 a 0 para o Corinthians no Brasileirão aumentaram as críticas ao trabalho do treinador.

Na coletiva, Carille fez um apelo claro. Ele afirmou que as vaias e xingamentos durante o jogo afetam diretamente os jogadores, gerando um nervosismo que prejudica o desempenho. O técnico pediu que os torcedores guardem as cobranças para o fim das partidas, argumentando que o apoio nas arquibancadas é essencial para o sucesso do time. Ele enfatizou que o Vasco precisa da união entre elenco e torcida para enfrentar a temporada intensa, que inclui competições como o Campeonato Brasileiro e a própria Sul-Americana.

O treinador também defendeu o desempenho da equipe contra o Puerto Cabello, destacando o volume de jogo e as chances criadas. Para ele, o placar de 1 a 0 não reflete o domínio exercido, mas os três pontos conquistados em casa são um passo importante na caminhada pelo topo do grupo.

Estratégia e ajustes no elenco

Com uma sequência pesada de jogos pela frente, Carille abordou a questão do rodízio de jogadores. Contra o Corinthians, no fim de semana anterior, ele optou por poupar titulares como Vegetti e Coutinho, priorizando a Sul-Americana. Na partida contra o Puerto Cabello, o Vasco foi a campo com força máxima, mas o técnico negou que esteja dando preferência a uma competição em detrimento de outra. Ele justificou as escolhas como parte de uma estratégia para manter a saúde e o rendimento dos atletas em um calendário apertado.

Entre os ajustes táticos, Carille apontou a necessidade de melhorar a circulação de bola no campo ofensivo. Ele elogiou a evolução de Garré, recém-chegado da Rússia, mas destacou que o argentino ainda precisa se adaptar ao estilo de jogo do time. O técnico também cobrou maior participação dos meias na construção das jogadas, especialmente em momentos em que o adversário fecha as linhas defensivas.

Outro ponto levantado foi a ausência de Jair entre os relacionados. Carille explicou que a decisão foi técnica, visando dar mais tempo de treinamento ao volante para que ele esteja em melhores condições nas próximas rodadas. O treinador reforçou que todos os jogadores do elenco terão oportunidades ao longo da temporada.

Números e destaques da partida

O jogo contra o Puerto Cabello trouxe alguns dados que reforçam a análise de Carille sobre o desempenho do Vasco. A equipe finalizou mais de 15 vezes, com pelo menos cinco chances claras de gol, mas apenas uma foi convertida. Vegetti, além de marcar, foi o principal alvo das jogadas aéreas, enquanto Coutinho se destacou pela criatividade, embora sem sucesso nas conclusões.

  • Vegetti chegou a 44 gols pelo Vasco, superando Cano na lista de artilheiros estrangeiros do clube no século.
  • O Vasco soma agora quatro pontos no Grupo G, aguardando o resultado de Lanús x Melgar para confirmar a liderança.
  • Luis Romero, goleiro do Puerto Cabello, fez pelo menos quatro defesas difíceis, frustrando o ataque vascaíno.
  • Philippe Coutinho teve duas finalizações perigosas, incluindo uma cabeçada defendida de forma espetacular por Romero.

O Puerto Cabello, por outro lado, finalizou apenas três vezes, com uma única chance real no fim do jogo, neutralizada por Léo Jardim. A posse de bola foi amplamente dominada pelo Vasco, que teve cerca de 60% do controle do jogo.

Pressão constante sobre Carille

Fábio Carille vive um início de temporada sob intensa pressão no Vasco. Apesar da vitória contra o Puerto Cabello, o técnico não escapou das críticas da torcida e da imprensa. O desempenho irregular do time nas últimas partidas, como o empate com o Melgar e a goleada sofrida para o Corinthians, aumentou a cobrança por resultados mais consistentes. Em São Januário, o clima foi de tensão mesmo com os três pontos assegurados.

Na coletiva, Carille garantiu que não se sente ameaçado no cargo. Ele elogiou o ambiente no centro de treinamento e a dedicação dos jogadores, afirmando que o grupo está unido e focado em melhorar. O treinador destacou que o trabalho diário tem sido positivo, com os atletas assimilando os conceitos táticos propostos, mas reconheceu que o entrosamento ainda precisa evoluir, especialmente com as chegadas recentes de nomes como Garré e Nuno Moreira.

A relação com os torcedores, no entanto, segue como um desafio. Carille insistiu que as críticas durante os jogos atrapalham o desempenho do time, mas deixou claro que aceita as cobranças após o apito final. O técnico aposta na sequência de partidas em casa, como o próximo duelo contra o Sport pelo Brasileirão, para reconquistar a confiança da arquibancada.

Desempenho de Vegetti e Coutinho

Pablo Vegetti foi, mais uma vez, o grande nome do Vasco em campo. O argentino marcou o gol da vitória com uma cabeçada precisa, aproveitando cruzamento vindo da esquerda. O camisa 99 já soma três gols em duas partidas na Sul-Americana e se consolida como peça fundamental no ataque cruz-maltino. Após o gol, ele comemorou colocando a bola sob a camisa, gesto que o clube confirmou ser uma homenagem à esposa, grávida do segundo filho do casal.

Philippe Coutinho, por sua vez, teve uma atuação de altos e baixos. O meia foi o principal articulador das jogadas ofensivas, iniciando muitas ações pela esquerda ao lado de Lucas Piton e Nuno Moreira. No entanto, faltou precisão nas finalizações, com destaque para a chance desperdiçada em uma cabeçada defendida por Romero. Carille elogiou a qualidade técnica de Coutinho e afirmou que o jogador é essencial para a criação, mas precisa se posicionar melhor para receber a bola de frente para o gol.

A dupla representa os pilares do ataque vascaíno, mas o técnico cobrou maior entrosamento entre os jogadores de meio e ataque. Para Carille, a presença de meias como Garré e Nuno na área adversária pode potencializar ainda mais o desempenho de Vegetti nas disputas aéreas.

Adaptação dos reforços

A chegada de jogadores como Leandro Garré e Nuno Moreira trouxe expectativas ao elenco vascaíno, mas também desafios de adaptação. Garré, contratado do futebol russo, ainda busca seu melhor ritmo físico e técnico. Carille descreveu o argentino como um meia-atacante habilidoso, que gosta de trabalhar com a bola, mas sem a característica de velocidade. O treinador acredita que, com o tempo, Garré será peça importante na circulação ofensiva.

Nuno Moreira, vindo de Portugal, teve adaptação mais rápida. Segundo Carille, o jogador parece estar no clube há anos, mostrando desenvoltura em campo desde sua estreia. Contra o Puerto Cabello, ele participou de jogadas pela esquerda e ajudou na construção do gol de Vegetti. O técnico destacou que o entrosamento entre os reforços e os titulares, como Coutinho, será decisivo para o crescimento do time ao longo da temporada.

Loide Augusto, outro nome testado na partida, também foi elogiado por sua versatilidade. Carille revelou que o jogador pode atuar dos dois lados do campo, mas ainda requer paciência para se firmar no elenco.

Compactação e ajustes táticos

Taticamente, Carille busca um Vasco mais compacto e equilibrado. Ele explicou que trabalha para que o time marque em bloco, com todos os jogadores participando da recomposição defensiva sem a bola. Com a posse, a ideia é que a equipe ataque de forma coletiva, explorando os lados do campo e a presença de Vegetti como referência na área.

Contra o Puerto Cabello, o treinador optou por não pressionar a saída de bola adversária de forma intensa, deixando o zagueiro rival iniciar as jogadas para depois definir o lado da marcação. A estratégia funcionou em parte, mas Carille admitiu que o time sofreu uma transição perigosa nos minutos finais, algo que pretende corrigir nos próximos treinamentos.

A movimentação pela esquerda, com Coutinho, Nuno Moreira e Lucas Piton, foi um dos pontos altos do jogo. Carille destacou que o meia brasileiro tem liberdade para flutuar e iniciar as jogadas, aproveitando sua visão de jogo e qualidade no passe. O técnico ainda ajusta a saída de bola, muitas vezes feita com três jogadores por dentro, para dar mais fluidez ao ataque.

Clima em São Januário

São Januário voltou a receber uma partida continental após cinco anos, desde o duelo contra o Defensa y Justicia em 2020, também pela Sul-Americana. A expectativa era de casa cheia e apoio incondicional, mas o clima foi de tensão. A vitória magra não aplacou os ânimos da torcida, que segue cobrando um futebol mais convincente de Carille e seus comandados.

O estádio, palco histórico do Vasco, será novamente o cenário dos próximos jogos do time, incluindo o confronto contra o Sport e o duelo decisivo com o Lanús. Carille expressou seu desejo de atuar sempre em São Januário, mas deixou a decisão sobre mando de campo nas mãos da diretoria, especialmente para clássicos como o contra o Flamengo, que pode ser disputado no Maracanã por questões de segurança.

A relação entre torcida e time segue como um ponto de atenção. Enquanto Carille pede paciência e apoio, os torcedores exigem resultados que tragam mais segurança em uma temporada repleta de desafios.

Perspectivas no Grupo G

Com a vitória sobre o Puerto Cabello, o Vasco chegou a quatro pontos no Grupo G da Sul-Americana, após o empate na estreia contra o Melgar. O resultado coloca o time na liderança provisória, mas a rodada só termina com o confronto entre Lanús e Melgar, marcado para quarta-feira (9), em Buenos Aires. Uma vitória dos argentinos pode embolar a disputa pelo primeiro lugar.

O Puerto Cabello, com apenas um ponto em dois jogos, ocupa a lanterna do grupo. O time venezuelano empatou em casa na estreia contra o Lanús (2 a 2), mas ainda não venceu na competição. Para o Vasco, os próximos jogos contra Lanús e Melgar, ambos em São Januário, serão cruciais para consolidar a classificação à próxima fase.

Carille evitou fazer projeções a longo prazo, mas celebrou os três pontos conquistados em casa. Ele espera que o time mantenha o foco e aproveite o mando de campo para somar mais vitórias e avançar com tranquilidade na competição continental.

Entrosamento em construção

O Vasco de Carille ainda é um time em formação. A chegada de reforços e a adaptação de jogadores como Garré, Nuno Moreira e Loide Augusto exigem tempo, algo que o calendário apertado do futebol brasileiro nem sempre oferece. O treinador reconheceu que manter a intensidade por 90 minutos é um desafio, especialmente com atletas que vieram de ligas com climas e estilos de jogo diferentes.

As substituições contra o Puerto Cabello, como a entrada de Rayan e Paulinho, foram feitas para renovar o fôlego da equipe, mas o técnico admitiu que o time perdeu posse de bola no segundo tempo. Ele aposta no dia a dia de treinos para melhorar a conexão entre os jogadores, destacando que o entrosamento será o diferencial para o sucesso na temporada.

A busca por um camisa 10 reserva, caso Coutinho sofra lesões, também foi mencionada. Carille disse que o clube monitora o mercado, mas dentro das condições financeiras do Vasco, sem dar detalhes sobre possíveis alvos.

Foco no próximo desafio

Passada a vitória sobre o Puerto Cabello, o Vasco agora volta suas atenções para o Campeonato Brasileiro. O duelo contra o Sport, no sábado (13), é visto como uma chance de recuperação após a derrota para o Corinthians. Carille espera que o time repita o volume de jogo apresentado na Sul-Americana, mas com maior eficiência nas finalizações.

O treinador também projeta o confronto contra o Lanús, no dia 22 de abril, como um teste importante na caminhada continental. Até lá, o foco é ajustar os detalhes táticos e manter o elenco fisicamente preparado para a sequência de jogos. A expectativa é que a torcida compareça em peso a São Januário, mas com o apoio que Carille tanto pediu durante a partida contra o Puerto Cabello.

O Vasco segue em busca de equilíbrio entre resultados e desempenho, enquanto Carille tenta construir uma equipe competitiva em meio às pressões e expectativas de um clube de tradição.



O técnico Fábio Carille não escondeu sua insatisfação com a postura da torcida do Vasco durante a vitória por 1 a 0 sobre o Puerto Cabello, em partida válida pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana. O jogo, disputado em São Januário, na noite de terça-feira (8), marcou o primeiro triunfo do time na competição continental desta temporada. Mesmo com os três pontos garantidos graças a um gol de Pablo Vegetti, o treinador usou a coletiva pós-jogo para desabafar sobre as cobranças vindas das arquibancadas, que, segundo ele, interferem no desempenho da equipe em campo.

A partida contra o time venezuelano foi marcada por um domínio vascaíno, mas também por dificuldades em transformar as chances criadas em gols. Vegetti, mais uma vez decisivo, marcou de cabeça nos acréscimos do primeiro tempo, garantindo a liderança provisória do Grupo G, com quatro pontos. Apesar do resultado positivo, o clima em São Januário não foi de total celebração. Parte dos torcedores vaiou o time ao fim do jogo e chegou a pedir a saída de Carille, o que gerou a reação imediata do treinador.

Carille destacou que o Vasco teve uma atuação consistente, criando diversas oportunidades ofensivas, enquanto o goleiro Léo Jardim pouco trabalhou na defesa. O treinador lamentou, no entanto, que a equipe não tenha ampliado o placar, algo que poderia ter trazido mais tranquilidade tanto para os jogadores quanto para a torcida presente.

Jogo controlado, mas sem brilho

A vitória do Vasco contra o Puerto Cabello não veio acompanhada de uma atuação vistosa. O time carioca dominou boa parte do confronto, especialmente no primeiro tempo, mas esbarrou na falta de capricho nas finalizações e na sólida defesa adversária, liderada pelo goleiro Luis Romero. O gol de Vegetti, aos 46 minutos da etapa inicial, surgiu de uma jogada aérea, uma das marcas do centroavante argentino, que agora soma 44 gols com a camisa cruz-maltina, ultrapassando Germán Cano como o maior artilheiro estrangeiro do clube no século 21.

No segundo tempo, o Vasco seguiu pressionando, mas sem a mesma intensidade. Carille reconheceu que o time abusou dos cruzamentos em alguns momentos, especialmente no fim do primeiro tempo, e apontou a necessidade de maior presença dos meias na área para apoiar Vegetti. Jogadores como Philippe Coutinho e Leandro Garré tiveram chances, mas não conseguiram vencer Romero, que fez defesas importantes, incluindo uma cabeçada à queima-roupa de Coutinho que poderia ter ampliado o marcador.

O Puerto Cabello, por sua vez, pouco ameaçou. A equipe venezuelana, comandada pelo técnico Vasco Faísca, adotou uma postura defensiva e buscou segurar o resultado, mas não conseguiu criar jogadas de perigo significativo. Nos minutos finais, Léo Jardim precisou intervir em uma rara tentativa dos visitantes, garantindo a vitória magra do Vasco.

Reação da torcida e resposta de Carille

Embora o resultado tenha sido positivo, a torcida do Vasco demonstrou insatisfação durante e após a partida. Gritos de “fora, Carille” ecoaram em São Januário, refletindo a pressão sobre o técnico, que vive um momento delicado no comando do time. A estreia na Sul-Americana com um empate em 3 a 3 contra o Melgar, após abrir vantagem no placar, e a derrota por 3 a 0 para o Corinthians no Brasileirão aumentaram as críticas ao trabalho do treinador.

Na coletiva, Carille fez um apelo claro. Ele afirmou que as vaias e xingamentos durante o jogo afetam diretamente os jogadores, gerando um nervosismo que prejudica o desempenho. O técnico pediu que os torcedores guardem as cobranças para o fim das partidas, argumentando que o apoio nas arquibancadas é essencial para o sucesso do time. Ele enfatizou que o Vasco precisa da união entre elenco e torcida para enfrentar a temporada intensa, que inclui competições como o Campeonato Brasileiro e a própria Sul-Americana.

O treinador também defendeu o desempenho da equipe contra o Puerto Cabello, destacando o volume de jogo e as chances criadas. Para ele, o placar de 1 a 0 não reflete o domínio exercido, mas os três pontos conquistados em casa são um passo importante na caminhada pelo topo do grupo.

Estratégia e ajustes no elenco

Com uma sequência pesada de jogos pela frente, Carille abordou a questão do rodízio de jogadores. Contra o Corinthians, no fim de semana anterior, ele optou por poupar titulares como Vegetti e Coutinho, priorizando a Sul-Americana. Na partida contra o Puerto Cabello, o Vasco foi a campo com força máxima, mas o técnico negou que esteja dando preferência a uma competição em detrimento de outra. Ele justificou as escolhas como parte de uma estratégia para manter a saúde e o rendimento dos atletas em um calendário apertado.

Entre os ajustes táticos, Carille apontou a necessidade de melhorar a circulação de bola no campo ofensivo. Ele elogiou a evolução de Garré, recém-chegado da Rússia, mas destacou que o argentino ainda precisa se adaptar ao estilo de jogo do time. O técnico também cobrou maior participação dos meias na construção das jogadas, especialmente em momentos em que o adversário fecha as linhas defensivas.

Outro ponto levantado foi a ausência de Jair entre os relacionados. Carille explicou que a decisão foi técnica, visando dar mais tempo de treinamento ao volante para que ele esteja em melhores condições nas próximas rodadas. O treinador reforçou que todos os jogadores do elenco terão oportunidades ao longo da temporada.

Números e destaques da partida

O jogo contra o Puerto Cabello trouxe alguns dados que reforçam a análise de Carille sobre o desempenho do Vasco. A equipe finalizou mais de 15 vezes, com pelo menos cinco chances claras de gol, mas apenas uma foi convertida. Vegetti, além de marcar, foi o principal alvo das jogadas aéreas, enquanto Coutinho se destacou pela criatividade, embora sem sucesso nas conclusões.

  • Vegetti chegou a 44 gols pelo Vasco, superando Cano na lista de artilheiros estrangeiros do clube no século.
  • O Vasco soma agora quatro pontos no Grupo G, aguardando o resultado de Lanús x Melgar para confirmar a liderança.
  • Luis Romero, goleiro do Puerto Cabello, fez pelo menos quatro defesas difíceis, frustrando o ataque vascaíno.
  • Philippe Coutinho teve duas finalizações perigosas, incluindo uma cabeçada defendida de forma espetacular por Romero.

O Puerto Cabello, por outro lado, finalizou apenas três vezes, com uma única chance real no fim do jogo, neutralizada por Léo Jardim. A posse de bola foi amplamente dominada pelo Vasco, que teve cerca de 60% do controle do jogo.

Pressão constante sobre Carille

Fábio Carille vive um início de temporada sob intensa pressão no Vasco. Apesar da vitória contra o Puerto Cabello, o técnico não escapou das críticas da torcida e da imprensa. O desempenho irregular do time nas últimas partidas, como o empate com o Melgar e a goleada sofrida para o Corinthians, aumentou a cobrança por resultados mais consistentes. Em São Januário, o clima foi de tensão mesmo com os três pontos assegurados.

Na coletiva, Carille garantiu que não se sente ameaçado no cargo. Ele elogiou o ambiente no centro de treinamento e a dedicação dos jogadores, afirmando que o grupo está unido e focado em melhorar. O treinador destacou que o trabalho diário tem sido positivo, com os atletas assimilando os conceitos táticos propostos, mas reconheceu que o entrosamento ainda precisa evoluir, especialmente com as chegadas recentes de nomes como Garré e Nuno Moreira.

A relação com os torcedores, no entanto, segue como um desafio. Carille insistiu que as críticas durante os jogos atrapalham o desempenho do time, mas deixou claro que aceita as cobranças após o apito final. O técnico aposta na sequência de partidas em casa, como o próximo duelo contra o Sport pelo Brasileirão, para reconquistar a confiança da arquibancada.

Desempenho de Vegetti e Coutinho

Pablo Vegetti foi, mais uma vez, o grande nome do Vasco em campo. O argentino marcou o gol da vitória com uma cabeçada precisa, aproveitando cruzamento vindo da esquerda. O camisa 99 já soma três gols em duas partidas na Sul-Americana e se consolida como peça fundamental no ataque cruz-maltino. Após o gol, ele comemorou colocando a bola sob a camisa, gesto que o clube confirmou ser uma homenagem à esposa, grávida do segundo filho do casal.

Philippe Coutinho, por sua vez, teve uma atuação de altos e baixos. O meia foi o principal articulador das jogadas ofensivas, iniciando muitas ações pela esquerda ao lado de Lucas Piton e Nuno Moreira. No entanto, faltou precisão nas finalizações, com destaque para a chance desperdiçada em uma cabeçada defendida por Romero. Carille elogiou a qualidade técnica de Coutinho e afirmou que o jogador é essencial para a criação, mas precisa se posicionar melhor para receber a bola de frente para o gol.

A dupla representa os pilares do ataque vascaíno, mas o técnico cobrou maior entrosamento entre os jogadores de meio e ataque. Para Carille, a presença de meias como Garré e Nuno na área adversária pode potencializar ainda mais o desempenho de Vegetti nas disputas aéreas.

Adaptação dos reforços

A chegada de jogadores como Leandro Garré e Nuno Moreira trouxe expectativas ao elenco vascaíno, mas também desafios de adaptação. Garré, contratado do futebol russo, ainda busca seu melhor ritmo físico e técnico. Carille descreveu o argentino como um meia-atacante habilidoso, que gosta de trabalhar com a bola, mas sem a característica de velocidade. O treinador acredita que, com o tempo, Garré será peça importante na circulação ofensiva.

Nuno Moreira, vindo de Portugal, teve adaptação mais rápida. Segundo Carille, o jogador parece estar no clube há anos, mostrando desenvoltura em campo desde sua estreia. Contra o Puerto Cabello, ele participou de jogadas pela esquerda e ajudou na construção do gol de Vegetti. O técnico destacou que o entrosamento entre os reforços e os titulares, como Coutinho, será decisivo para o crescimento do time ao longo da temporada.

Loide Augusto, outro nome testado na partida, também foi elogiado por sua versatilidade. Carille revelou que o jogador pode atuar dos dois lados do campo, mas ainda requer paciência para se firmar no elenco.

Compactação e ajustes táticos

Taticamente, Carille busca um Vasco mais compacto e equilibrado. Ele explicou que trabalha para que o time marque em bloco, com todos os jogadores participando da recomposição defensiva sem a bola. Com a posse, a ideia é que a equipe ataque de forma coletiva, explorando os lados do campo e a presença de Vegetti como referência na área.

Contra o Puerto Cabello, o treinador optou por não pressionar a saída de bola adversária de forma intensa, deixando o zagueiro rival iniciar as jogadas para depois definir o lado da marcação. A estratégia funcionou em parte, mas Carille admitiu que o time sofreu uma transição perigosa nos minutos finais, algo que pretende corrigir nos próximos treinamentos.

A movimentação pela esquerda, com Coutinho, Nuno Moreira e Lucas Piton, foi um dos pontos altos do jogo. Carille destacou que o meia brasileiro tem liberdade para flutuar e iniciar as jogadas, aproveitando sua visão de jogo e qualidade no passe. O técnico ainda ajusta a saída de bola, muitas vezes feita com três jogadores por dentro, para dar mais fluidez ao ataque.

Clima em São Januário

São Januário voltou a receber uma partida continental após cinco anos, desde o duelo contra o Defensa y Justicia em 2020, também pela Sul-Americana. A expectativa era de casa cheia e apoio incondicional, mas o clima foi de tensão. A vitória magra não aplacou os ânimos da torcida, que segue cobrando um futebol mais convincente de Carille e seus comandados.

O estádio, palco histórico do Vasco, será novamente o cenário dos próximos jogos do time, incluindo o confronto contra o Sport e o duelo decisivo com o Lanús. Carille expressou seu desejo de atuar sempre em São Januário, mas deixou a decisão sobre mando de campo nas mãos da diretoria, especialmente para clássicos como o contra o Flamengo, que pode ser disputado no Maracanã por questões de segurança.

A relação entre torcida e time segue como um ponto de atenção. Enquanto Carille pede paciência e apoio, os torcedores exigem resultados que tragam mais segurança em uma temporada repleta de desafios.

Perspectivas no Grupo G

Com a vitória sobre o Puerto Cabello, o Vasco chegou a quatro pontos no Grupo G da Sul-Americana, após o empate na estreia contra o Melgar. O resultado coloca o time na liderança provisória, mas a rodada só termina com o confronto entre Lanús e Melgar, marcado para quarta-feira (9), em Buenos Aires. Uma vitória dos argentinos pode embolar a disputa pelo primeiro lugar.

O Puerto Cabello, com apenas um ponto em dois jogos, ocupa a lanterna do grupo. O time venezuelano empatou em casa na estreia contra o Lanús (2 a 2), mas ainda não venceu na competição. Para o Vasco, os próximos jogos contra Lanús e Melgar, ambos em São Januário, serão cruciais para consolidar a classificação à próxima fase.

Carille evitou fazer projeções a longo prazo, mas celebrou os três pontos conquistados em casa. Ele espera que o time mantenha o foco e aproveite o mando de campo para somar mais vitórias e avançar com tranquilidade na competição continental.

Entrosamento em construção

O Vasco de Carille ainda é um time em formação. A chegada de reforços e a adaptação de jogadores como Garré, Nuno Moreira e Loide Augusto exigem tempo, algo que o calendário apertado do futebol brasileiro nem sempre oferece. O treinador reconheceu que manter a intensidade por 90 minutos é um desafio, especialmente com atletas que vieram de ligas com climas e estilos de jogo diferentes.

As substituições contra o Puerto Cabello, como a entrada de Rayan e Paulinho, foram feitas para renovar o fôlego da equipe, mas o técnico admitiu que o time perdeu posse de bola no segundo tempo. Ele aposta no dia a dia de treinos para melhorar a conexão entre os jogadores, destacando que o entrosamento será o diferencial para o sucesso na temporada.

A busca por um camisa 10 reserva, caso Coutinho sofra lesões, também foi mencionada. Carille disse que o clube monitora o mercado, mas dentro das condições financeiras do Vasco, sem dar detalhes sobre possíveis alvos.

Foco no próximo desafio

Passada a vitória sobre o Puerto Cabello, o Vasco agora volta suas atenções para o Campeonato Brasileiro. O duelo contra o Sport, no sábado (13), é visto como uma chance de recuperação após a derrota para o Corinthians. Carille espera que o time repita o volume de jogo apresentado na Sul-Americana, mas com maior eficiência nas finalizações.

O treinador também projeta o confronto contra o Lanús, no dia 22 de abril, como um teste importante na caminhada continental. Até lá, o foco é ajustar os detalhes táticos e manter o elenco fisicamente preparado para a sequência de jogos. A expectativa é que a torcida compareça em peso a São Januário, mas com o apoio que Carille tanto pediu durante a partida contra o Puerto Cabello.

O Vasco segue em busca de equilíbrio entre resultados e desempenho, enquanto Carille tenta construir uma equipe competitiva em meio às pressões e expectativas de um clube de tradição.



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